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A deficiência múltipla é uma associação de duas ou mais deficiências primárias como física, mental, visual ou auditiva, no mesmo indivíduo. As
pessoas com deficiência múltipla apresentam comprometimento que causam atrasos no desenvolvimento, na aprendizagem e na capacidade
administrativa.
O programa TECNEP (2008) afirma que deficiência múltipla: É a deficiência auditiva ou a deficiência visual associada a outras deficiências
(mental e/ou física), como também a distúrbios neurológicos, emocionais, linguagem e desenvolvimento educacional, vocacional, social e
emocional, dificultando a sua autossuficiência.
Ainda no campo da definição da deficiência múltipla, o decreto federal nº 5.296 explica que é uma “ associação de duas ou mais deficiências”
podendo ser de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social, podendo ser agravada por alguns aspectos, tais como a
idade de aquisição, o grau das deficiências e a quantidade de associações que o indivíduo apresenta.
No entanto, não é a soma da associação de deficiências que irá caracterizar a deficiência múltipla, mas sim o “nível de desenvolvimento, as
possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as
necessidades educacionais dessas pessoas” (GODÓI, 2006, p. 11).
As causas também podem ser por má-formação congênita, Hipotireoidismo, Síndrome de Rett , e por infecções virais como Síndrome da rubéola
congênita, ou por doenças sexualmente transmissíveis.
As causas da deficiência múltipla ainda podem ser por Icterícia, infecção do ouvido, falta de oxigênio no cérebro, sarampo, glaucoma,
traumatismos, tumor cerebral, toxoplasmose, catarata e casamentos consanguíneos.
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O programa TECNEP (2008), também menciona algumas causas como prematuridade, a sífilis congênita e a meningite. Outros fatores também
podem ser atribuídos às causas para a deficiência múltipla como doenças venéreas, gravidez de risco, falta de saneamento básico e infecções
hospitalares (idem).
De acordo com a Associação Brasileira de Pais e Amigos dos Surdo-cegos e dos Múltiplos Deficientes Sensoriais (Abrapacem), a forma como a
deficiência afetará a vida, o aprendizado de atividades simples e o desenvolvimento da comunicação do indivíduo, varia de acordo com o grau de
comprometimento proporcionado pelas deficiências, associado aos estímulos que essa pessoa irá receber ao longo da vida.
Física e psíquica
São exemplos dessa condição: (a) deficiência física associada à deficiência intelectual; (b) deficiência física associada a transtorno mental.
Sensorial e psíquica
Exemplificam essa condição: (a) Deficiência auditiva ou surdez associada à deficiência intelectual; (b) Deficiência visual ou cegueira associada à
deficiência intelectual; (c) Deficiência auditiva ou surdez associada a transtorno mental.
Sensorial e física
São exemplos dessa condição: (a) Deficiência auditiva ou surdez associada à deficiência física; (b) Deficiência visual ou cegueira associada à
deficiência física.
Percebe-se assim, que as crianças com deficiência múltipla podem apresentar movimentos estereotipados e repetitivos, não demonstrar conhecer
as funções dos objetos, não se comunicar da forma convencional, apresentar resistência ao contato físico, não reter informações entre outros.
Portanto, trabalhar com pessoas com deficiências múltiplas requer um compromisso no que se refere à autonomia da criança ou adolescente,
seja na escola, na vida diária ou para a inserção no mundo do trabalho.
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Ao longo da história, é possível perceber como é difícil a convivência em sociedade, principalmente para as pessoas que não se enquadram nas
expectativas de normalidade estabelecidas como padrões sociais, como por exemplo, ser capaz de andar, falar ou desenvolver algum tipo de
trabalho.
A sociedade valoriza o que culturalmente se convencionou como belo, sadio, forte, eficiente e produtivo. Dentro desta perspectiva, quem possui
estas características é um ser normal.
Todavia, os indivíduos que não se enquadram nesses padrões e que apresentam algum tipo de anomalia, seja ela congênita ou adquirida, são
pessoas que trazem consigo o estigma da diferença, maior ainda se essa diferença for expressa na forma de uma deficiência.
Na história da deficiência, as pessoas que não apresentavam os padrões de comportamento ou de desenvolvimento, ou seja, os padrões da
normalidade, eram totalmente excluídas do contexto social e da convivência com os demais, inclusive da família.
As pessoas com deficiência não tinham direito a participarem do mercado de trabalho e dos processos educacionais. Portanto, não eram
considerados cidadãos. Dessa forma, as pessoas com deficiência carregam consigo a marca do defeito, da degeneração humana devendo ser
isolados e castrados para que não procriassem, gerando assim mais pessoas defeituosas.
Em uma rápida análise da trajetória da Educação especial, é possível identificar que o período que antecede o século XX é marcado por atitudes
sociais de exclusão educacional de pessoas com deficiência, uma vez que eram consideradas indignas ou incapazes de receberem educação
escolar.
Na década de 50, de acordo com a SILVA (2006, p.11), “começaram a surgir as primeiras escolas especializadas e as classes especiais. A
Educação Especial se consolidava como um subsistema da Educação comum”.
Essa época, foi um período no qual predominou a concepção científica da deficiência, acompanhada ainda, pela atitude social do
assistencialismo, no qual a pessoa com deficiência recebia atendimentos médicos a era preparada de maneira resignada, a uma posição social
de submissão.
Nesta época os deficientes são considerados cidadãos, com direitos e deveres, mas de forma assistencialista. Ainda neste mesmo período, as
pessoas com deficiência, começam a ter acesso às salas regulares de ensino desde que se adaptassem e não causassem nenhum transtorno ao
contexto escolar.
No início da década de 80, quando houve um considerável número de alunos com deficiência começando a frequentar classes regulares de
ensino, começou-se a projetar a fase da inclusão.
Dessa forma, intensificou-se a atenção à necessidade de educar os alunos com deficiência no ensino regular, como consequência do aumento de
matrículas e insatisfações existentes em relação às modalidades de atendimento em Educação Especial, que para muitos não atendia as
necessidades educacionais e sociais dos alunos.
A inclusão de alunos com deficiências múltiplas na escola comum requer não apenas a aceitação da diversidade humana, mas implica em
transformação significativa de atitudes e posturas, principalmente em relação à prática pedagógica.
Ao trabalhar com pessoas com deficiência múltipla espera-se que o educador, tenha conhecimentos adequados sobre o que pretende ensinar e
que tenha uma metodologia de ensino adequada para que seus alunos assimilem os conteúdos ministrados.
Para que haja um eficaz aprendizado escolar do aluno com necessidades educacionais especiais, é necessário ainda, que o projeto político
pedagógico e o currículo da escola estejam em consonância com as necessidades educativas dos alunos, sendo na metodologia de trabalho e
formas de avaliação.
mobiliário adequado (mesas, cadeiras, triângulo para atividades no solo, equipamentos para atividades em pé e locomoção independente);
equipamentos específicos e tecnologia assistida;
sistemas alternativos e ampliados de comunicação;
adaptação do espaço e eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais, play ground;
recursos materiais e didáticos adaptados;
recursos humanos especializados ou de apoio;
situações diversificadas de aprendizagem e apoio para participação em todas as atividades pedagógicas e recreativas;
adaptações de atividades, jogos e brinquedos.
Posicionamento e manejo apropriado: evitará dores e complicações posturais, o posicionamento adequado do aluno permitirá que ele veja, ouça,
alcance objetos e movimente-se nas diversas atividades;
Oportunidades de escolha: oportunizar o aluno a fazer escolhas, para a sua maior e melhor autonomia;
Métodos apropriados de comunicação; todas as formas de comunicação devem ser usadas;
Estimulação constante, de pessoas que se comuniquem de forma adequada e que proporcionem situações de interação;
Planejamento de toda a aprendizagem, incluindo aspectos simples e básicos de vida diária;
Interação em ambientes naturais, incluindo pessoas e objetos;
Oportunidades de aprendizagem centradas em experiências de vida real;
Organização e estruturação dos ambientes para lhes trazer segurança.
Esses são fatores essenciais e capazes de atender à necessidades específicas de aprendizagem dos alunos com deficiência múltipla.
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Todavia, para que a criança com deficiência múltipla participe das atividades pedagógicas relevantes para o processo do desenvolvimento e
aprendizagem, é necessário um professor atento, capacitado, disponível para dialogar e efetuar a mediação, tanto em termos de comunicação,
quanto de ajuda física, na realização das brincadeiras e atividades escolares.
Portanto…
A deficiência múltipla mais do que a soma de várias deficiências, traz diversas consequências no desenvolvimento da criança tanto na sua
maneira de conhecer o mundo quanto no desenvolvimento das habilidades adaptativas.
No âmbito escolar, é imprescindível o educador estar atento às competências e necessidades do aluno com deficiência múltipla. É necessário
ainda propiciar um ambiente lúdico, buscar atividades adaptadas e funcionais que favoreçam o desenvolvimento da comunicação e das
interações sociais dos alunos, respeitando os limites é o tempo de cada educando.
Esses fatores podem determinar o sucesso na aprendizagem dos alunos com deficiência múltipla.
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