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ARTES VISUAIS
A Escolinha de Arte do Brasil (EAB) é criada em 1948, no Rio de Janeiro, por iniciativa do artista pernambucano Augusto Rodrigues (1913 - 1993), da
gaúcha Lúcia Alencastro Valentim (1921) e da escultora norte-americana Margareth Spencer (1914). A Escolinha, que coloca o foco nas distintas
expressões artísticas (dança, pintura, teatro, de...
A Escolinha recebe forte apoio de educadores atuantes, como Anísio Teixeira (1900 - 1971) e
Helena Antipoff (1892 - 1974). Esta é especialmente ligada a Augusto Rodrigues, em função do
trabalho conjunto na Sociedade Pestalozzi, por ela criada em 1948, e na qual Augusto é
professor. Vale lembrar que as relações entre arte e educação especial mobilizam a Escolinha de
Arte do Brasil desde o início, favorecidas por convênios com a Pestalozzi e com a Apae, por
intermédio de Antipoff e de Nise da Silveira (1905 - 1999). Experiências educacionais como essas
ainda hoje enfrentam forte resistência por parte de muitos profissionais, apesar dos insubstituíveis
serviços prestados às famílias de crianças deficientes. Outro traço importante do perfil e da
atuação da Escolinha diz respeito às tentativas que empreende para difundir concepções mais
modernas na área da educação artística com criação de veículos próprios como o jornal Arte &
Educação, editado a partir de 1970. A produção de materiais específicos para o ensino de arte é
outra inovação da Escolinha de Arte do Brasil, que sistematiza, pela primeira vez, técnicas pouco
conhecidas e, até hoje, utilizadas pelas escolas: lápis de cera e anilina; lápis de cera e varsol;
desenho de olhos fechados; impressão e pintura de dedo, mosaico de papel; recorte e colagem
coletiva sobre papel preto; carimbo de batata; bordado criador, desenho raspado e de giz
molhado, entre outras.
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13/03/2024, 11:21 Escolinha de Arte do Brasil (EAB) | Enciclopédia Itaú Cultural
A despeito de importantes iniciativas individuais, a Escolinha de Arte do Brasil altera o panorama
do ensino artístico, multiplicando as experiências na área de arte e educação em diversas regiões
do país. Sua criação está na base do Movimento Escolinhas de Arte - MEA, que congrega
diversas escolinhas de arte, nos anos 1950, 1960 e 1970: a do Rio de Janeiro, da Bahia e do
Recife, por exemplo. Podem ser considerados desdobramentos importantes da Escolinha de Arte
do Brasil o Ateliê Infantil do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, criado por Ivan
Serpa (1923 - 1973), em 1972, e os cursos de licenciatura em educação artística, instituídos em
1973. Não se deve esquecer que a despeito da ênfase na liberdade de criação, o MEA procura
interferir no ensino regular de arte nas escolas públicas. Algumas iniciativas são tomadas nessa
direção, por exemplo, a organização de um curso promovido pelo Ministério da Educação e
Cultura - MEC e pela Escolinha de Arte do Brasil, em 1971, para preparar as equipes das
Secretarias de Educação para de orientar a implantação da disciplina de educação artística,
obrigatória a partir da década de 1970. Com o tempo, portanto, a Escolinha de Arte do Brasil
volta-se também para o público adulto, tornando-se um importante centro de formação de
profissionais que vão supervisionar experiências no Brasil e América Latina.
Fontes de pesquisa 3
Como citarPara citar a Enciclopédia Itaú Cultural como
fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
ESCOLINHA de Arte do Brasil (EAB). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira.
São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível
em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao209047/escolinha-de-arte-do-brasil-eab.
Acesso em: 13 de março de 2024. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao209047/escolinha-de-arte-do-brasil-eab 2/2