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Lusotopie

Recherches politiques internationales sur les espaces


issus de l’histoire et de la colonisation portugaises
XXII(1) | 2023
Circulações e ressignificações internacionais dos
trabalhos, métodos e práticas de Paulo Freire

Ressignificar: Paulo Freire e a Escolinha de Arte do


Recife
Resignifier : Paulo Freire et l’école d’art de Recife
Resignify: Paulo Freire and the Recife Art School

Teresinha Maria de Castro Vilela e Aristóteles de Paula Berino

Edição electrónica
URL: https://journals.openedition.org/lusotopie/6855
DOI: 10.4000/lusotopie.6855
ISSN: 1768-3084

Editora
Idemec - UMR 7307

Refêrencia eletrónica
Teresinha Maria de Castro Vilela e Aristóteles de Paula Berino, «Ressignificar: Paulo Freire e a
Escolinha de Arte do Recife», Lusotopie [Online], XXII(1) | 2023, posto online no dia 01 outubro 2023,
consultado o 07 dezembro 2023. URL: http://journals.openedition.org/lusotopie/6855 ; DOI: https://
doi.org/10.4000/lusotopie.6855

Este documento foi criado de forma automática no dia 7 de dezembro de 2023.

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Ressignificar: Paulo Freire e a Escolinha de Arte do Recife 1

Ressignificar: Paulo Freire e a


Escolinha de Arte do Recife
Resignifier : Paulo Freire et l’école d’art de Recife
Resignify: Paulo Freire and the Recife Art School

Teresinha Maria de Castro Vilela e Aristóteles de Paula Berino

1 A Escolinha de Arte do Recife1, que completou 70 anos em 2023, mantém-se localizada


no estado de Pernambuco, Região Nordeste do Brasil, no mesmo endereço desde a sua
fundação em 1953, onde salvaguarda importante acervo sobre a história da Arte e da
Educação. Este estudo tem como objetivo apresentar pontos que entrecruzam a
pedagogia freireana, no que concerne a Arte e a Educação, com a Escolinha de Arte do
Recife. Para tanto, nos detemos a uma carta escrita por uma das fundadoras da
Escolinha, a educadora Noêmia Varela (1917-2016), endereçada em 1958 ao multiartista
e outro fundador, Augusto Rodrigues (1913-1993), com sugestões de Paulo Freire. Parte
do conteúdo da carta conduzirá este estudo.
2 Uma das premissas para nossa pesquisa2 foi a ausência das referências sobre a
participação de Paulo Freire na Escolinha de Arte do Recife. Em Ferraz e Fusari (1993),
entre outras obras sobre a metodologia no ensino da Arte da década de 1990, duas
páginas separam a Escolinha de Arte do Brasil e a metodologia de alfabetização de
adultos conhecida como Método Paulo Freire. A primeira faz referência à Escolinha de
Arte, que se encontra no Movimento da Escola Nova, e se relaciona a John Dewey,
Viktor Lowenfeld e Herbert Read. A segunda faz referência a Paulo Freire, porém,
destaca mais especificamente a importância e a repercussão política do método de
alfabetização de adultos, entre 1961 e 1964. Entretanto, aparecem totalmente distantes,
apesar do entrecruzamento da participação direta de Paulo Freire como um dos
fundadores da Escolinha de Arte do Recife, que não é referida.
3 Com essa referência, focamos este estudo no período desde o nascimento de Paulo
Freire até o seu forçado exílio, após duas prisões no início da ditadura no Brasil em
1964. Paulo Reglus Neves Freire nasceu na cidade de Recife, em Pernambuco, em 1921.
Fez seu Ensino Médio no Colégio Oswaldo Cruz, local que estudou com Bolsa de Estudos,

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na década de 1930. Paulo Freire refere-se ao professor Moacir de Albuquerque do


Colégio Oswaldo Cruz nos seguintes termos: “Aguçou em quão gostoso e fundamental
era perseguir o momento estético, a boniteza da linguagem” (Freire 2021: 93). Em sua
trajetória profissional, Paulo Freire iniciou-se neste mesmo colégio como professor.
4 Além de lecionar no Colégio Oswaldo Cruz, Paulo Freire trabalhava como professor
particular e é assim que conheceu Elza Maia Costa Oliveira (1916-1986), que era
professora alfabetizadora. Casaram-se em 1944 e tiveram cinco filhos: Maria Madalena,
Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. Elza Freire, como passou a ser
reconhecida, foi uma grande incentivadora para os métodos de alfabetização com arte
utilizando imagens: “Elza aprofundou seus estudos; ampliou atividades com a arte-
educação; compôs equipes técnicas; integrou e fundou instituições.” (Spigolon
2009: 111).
5 Elza e Paulo Freire eram amigos de Noêmia Varela, que nasceu no Rio Grande do Norte
e foi morar em Recife ainda criança. Formada, em 1939, pela Escola Normal de
Pernambuco, ela começou a lecionar nos anos iniciais da Escola Básica. Dez anos depois,
quando cursava o último ano de Pedagogia, fez uma viagem para o Rio de Janeiro,
quando conheceu as propostas de educação através da arte, desenvolvidas na Escolinha
de Arte do Brasil com Augusto Rodrigues (Varela 1978).
6 Augusto Rodrigues, que nasceu em Recife e se mudou para o Rio de Janeiro em 1935, foi
um dos idealizadores da Escolinha de Arte do Brasil, fundada em 1948 no estado do Rio
de Janeiro, com a artista americana Margaret Spencer e a professora e artista gaúcha
Lúcia Alencastro Valentim (Britto 2008).
7 A fundação da Escolinha de Arte do Brasil foi um marco na história do ensino da arte no
país, e sua experiência resultou no Movimento de Escolinhas de Arte: “A Escolinha, na
medida em que ela começa a se desdobrar, passa a ter uma Escolinha no Rio Grande do
Sul, passa a ter uma Escolinha em Recife.” (Rodrigues 1978: 370).
8 A Carta escrita por Noêmia Varela para Augusto Rodrigues com sugestões de
Paulo Freire:
Augusto, Há dias falei com Raquel Crasto e Paulo Freire sobre o nosso projeto com
a primeira, por ter experiência bem próxima do que entendemos como boa
orientação de escola pré-primária e primária, tendo procurado, em seu Instituto
Capibaribe, respeitar a auto expressão da criança e valorizá-la como parte do
currículo. Ainda, pelo contato que tem tido com professoras. (Brasil 1980: 76) [Grifo
nosso]
9 Quando Noêmia Varela escreveu para Augusto Rodrigues em 1958, ela estava na
Escolinha de Arte do Recife e ele, na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro. A
pernambucana Raquel Crasto, citada na carta, já havia aceito o convite de Paulo Freire,
idealizador do Instituto Capibaribe, para participar em 1955 do grupo que criaria uma
escola alternativa, “uma escola que priorizava a arte” (Barbosa 2021: 21). A fundação da
Escolinha de Arte do Recife foi muito importante para a fundação do Instituto
Capibaribe, uma escola regular que abrangia a Educação Básica brasileira.
10 A escola tinha como proposta aprofundar novas ideias a respeito do porquê, do para
quê e do como, ensinar e aprender3, mas sempre priorizando a arte. No ano da fundação
do Instituto Capibaribe, em 1955, Paulo Freire dirigia a escola, mas logo passou o cargo
para Raquel Crasto, cuja experiência aparece na observação feita por Noêmia Varela na
referida carta: “por ter experiência bem próxima do que entendemos como boa
orientação de escola pré-primária e primária”. Ainda neste trecho, chamamos também

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atenção para o termo auto expressão da criança, pois fazia parte da fundamentação
teórica, tanto da Escolinha de Arte do Recife, quanto do Instituto Capibaribe, como
identificado a seguir.
11 Em outro trecho da carta, Noêmia escreve sobre a participação de Paulo Freire em um
projeto. Ressaltamos que neste período, entre 1955 e 1959, Freire era membro da
diretoria da Escolinha de Arte do Recife, como Conselheiro Consultivo, quem
geralmente elabora e implementa os projetos.
Precisamos dar ao nosso projeto propósitos claros, imediatos, feição prática. (Não o
vejo tão longe, em seus fundamentos, de um plano de desenvolvimento econômico.
Leia o capítulo de ARTE E INDÚSTRIA, de Read, sobre arte e educação na idade
industrial.) com essa observação. Paulo deseja defender nosso projeto frente ao
julgamento do M. de Educação. (Brasil 1980: 77) [Grifo nosso]
12 A influência das ideias de Herbert Read, desenvolvidas no livro Educação pela Arte, de
1943, ficou conhecida em vários países (Read 1943). A obra foi traduzida em vários
idiomas, além do autor realizar palestras e exposições em várias viagens, incluindo ao
Brasil. Herbert Read visitou a Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1953. A
proposta de Read era utilizar a arte como método educacional, com base no
desenvolvimento da experiência artística dos estudantes: “a Arte deve ser a base de
toda a Educação” (Read 1943: 13).
13 Adotando esta referência, a Escolinha de Arte do Brasil teve várias propostas, entre elas
a livre expressão para crianças e os cursos de formação para professores. Além dos
cursos oferecidos, passou a ser um centro de pesquisas com intercâmbios através de
palestras, exposições, visitantes, educadores e artistas. A rede chegou a
aproximadamente 140 Escolinhas, incluindo duas no Paraguai, uma na Argentina e uma
em Portugal. Em 1965, a Escolinha de Arte de Portugal, em Lisboa, foi fundada com a
seguinte observação: “A Escola Cecília Menano passou a denominar-se Escolinha de
Arte para melhor identificação com o Movimento Escolinhas de Arte” (Brasil 1978: 529).
Segundo o depoimento de Noêmia Varela (1972), o Movimento Escolinhas de Arte foi
uma consequência da filosofia e da própria dinâmica da Escolinha de Arte do Brasil,
como um modelo gerador e não como uma proposta a ser copiada.
14 O nome “Escolinha” foi sugerido pelas crianças que frequentavam o espaço, de início
um pequeno corredor da Biblioteca Castro Alves, e puderam testar na prática alguns
métodos pedagógicos inovadores: “O ato de oferecer tinta para as crianças, nos anos
1940 e 1950, era uma grande prova de confiança e ousadia, o que resultou em adultos
que souberam lidar melhor com os desafios da liberdade” (Miranda 2019: 9).
15 Uma outra sugestão de Paulo Freire:
16 Quando Paulo Freire sugere conferências sobre a realidade brasileira para um dos cursos
oferecidos pela Escolinha de Arte do Recife, ele traz a experiência de estudos
desenvolvidos por ele com famílias operárias, entre 1947 e 1957 (Souza 2001):
Sugeriu também que o curso poderia ter uma parte introdutória — série de
conferências sobre a realidade brasileira no plano da educação de base.
Levantamento de problemas críticos da educação entre nós, fundamentação
filosófica ligada à arte e educação, como também à indústria e ao desenvolvimento
econômico. (Brasil 1980: 77) [Grifo nosso]
17 Na década de 1950, em Recife, Paulo Freire e sua esposa Elza Freire iniciavam uma série
de experimentos com a alfabetização. Segunda ela, o educador “estava alfabetizando
por palavração. Eram vinte e oito palavras geradoras do mundo da criança e estavam

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dando um resultado fabuloso” (Freire 2001: 348). Elza Freire tinha experiência com
alfabetização infantil, e desta forma adaptaram os métodos para a alfabetização de
adultos, a partir das “palavras geradoras”. Paulo e Elza Freire utilizavam desenhos e
palavras: “Não fizemos por cartaz. Na hora, fazíamos o desenho e escrevíamos também
a palavra” (ibid.). As “fichas de cultura”, como ficaram conhecidas depois no Método
Paulo Freire, são imagens constituidas por desenhos, fotografias, cartazes ou slides, que
surgiam depois de um levantamento realizado a partir do contexto dos estudantes.
Dessa forma, a alfabetização não era desvinculada da vida dos estudantes.
18 Nos anos de 1960, Paulo Freire pôde confirmar o resultado de seus projetos de
educação, trabalhando cada vez mais com uma alfabetização voltada para a
conscientização crítica. A metodologia usada ficou mais conhecida com a experiência
desenvolvida em 1963 em Angicos, no Rio Grande do Norte, na qual Paulo Freire atuou
com 300 adultos em quarenta horas (Lyra 1996).
19 A carta que Noêmia Varela escreve para Augusto Rodrigues, além de ser um dos poucos
documentos de domínio público que confirma o nome de Paulo Freire na história da
Escolinha de Arte do Recife, também demonstra com clareza suas ideias no campo da
arte e da educação. Nesta carta, assim como em um texto de Ana Mae Barbosa na
década de 1990 intitulado “Paulo Freire e a Arte-Educação”, referem-se à participação
de Paulo Freire na Escolinha de Arte do Recife (Barbosa 1996) e colaboraram para este
estudo. Ana Mae Barbosa foi aluna de Paulo Freire e de Noêmia Varela. Fernando
Azevedo (2001) fez uma pesquisa com Noêmia Varela e Ana Mae Barbosa fazendo uma
relação delas com Paulo Freire.
20 Ana Mae Barbosa conheceu Paulo Freire em 1955 quando fez um Curso de preparação
para o Concurso de Professores de Quarta Instância. Ana Mae Barbosa mudou sua
opinião sobre Educação depois que Paulo Freire foi seu professor e Noêmia Varela foi
também sua professora. Ana Mae Barbosa passou em concurso para o cargo de
professora, alfabetizou durante dois anos com a orientação de Paulo Freire. Depois
estagiou e trabalhou na Escolinha de Arte do Recife (Barbosa 2021).
21 Paulo Freire, professor catedrático da Faculdade de Belas Artes da Universidade de
Recife4 (Silva 2003, Brandão 2005) desde 1952, se manteve como membro do Conselho
Consultivo da Escolinha de Arte do Recife até a Assembleia Geral de 1959, quando
passou para suplente do Conselho Fiscal. O ano de 1959 é também o da obtenção do
doutorado por Paulo Freire, com a tese intitulada “Educação e atualidade brasileira”. O
trabalho lhe daria repercussão nacional, porém despertaria também perseguição a
partir do golpe militar de 1964 (Haddad 2019). Para ele, o processo de desenvolvimento
do Brasil dependia do processo educacional no país, fator chave para a construção de
uma sociedade mais consciente e mais participativa.
22 Aqui ressaltamos a importância do trabalho com as fontes primárias nesta pesquisa,
pois sem o Livro de Atas da Escolinha de Arte do Recife, não teríamos como entrecruzar
as informações com a carta de Noêmia Varela endereçada a Augusto Rodrigues e com as
sugestões de Paulo Freire, para reconstruir aos poucos esta história. Depois do ano de
1961, a Assembleia Geral da Escolinha de Arte do Recife foi retomada somente quatro
anos depois, em 29 de março de 1965. O ano de 1964 iniciou o período da ditadura
militar e provocou de fato uma série de mudanças para a Escolinha. A sua Assembleia
Geral de 1965 já não constava mais com a presença de Ana Mae Barbosa e Paulo Freire,
exilado após duas prisões. Ana Mae Barbosa foi perseguida e teve sua casa “invadida
por polícia e exército” (Barbosa 2010: 9), em Recife. Elza Freire e os filhos partiram para

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encontrar Paulo Freire no Chile em janeiro de 1965: “Com a família em segurança e


abastecido de novas experiências profissionais, o educador pensava de longe o Brasil.”
(Haddad 2019: 90). O livro Educação como prática da liberdade, que tem como base a tese
de doutorado de Paulo Freire, apresenta suas reflexões sobre a prática pedagógica e a
metodologia de alfabetização consciente que experimentou em diversos contextos no
Brasil. Depois de quinze anos de exílio, na Bolívia, no Chile, nos Estados Unidos e na
Suíça, retornou ao Brasil em 1979, para voltar a morar definitivamente no ano seguinte.
23 A Escolinha de Arte do Recife teve durante as últimas décadas uma grande importância
na formação de crianças e adolescentes, assim como na formação de educadores, como
sugerido por Paulo Freire na carta escrita por Elza Freire para Augusto Rodrigues. Não
temos dúvidas que tanto a pedagogia freireana, quanto a arte e a educação se
entrecruzaram. Paulo Freire e Ana Mae Barbosa mantiveram contatos, ela visitou a
família quando estava no exílio (Barbosa 2021) e Paulo Freire continuou a colaborar na
formação de Ana Mae Barbosa, influenciando nas suas escolhas.
24 Os desdobramentos podem ser vistos nos pontos da Proposta Triangular, na década de
1990, na qual Ana Mae Barbosa afirmou que o conhecimento era construído pelo
educando, mediado pelo educador no campo visual, contrapondo com a “educação
bancária” (Barbosa 1998), sendo a Proposta Triangular uma proposta assumida como
“dialogal” (ibid.: 40-41). Paulo Freire participou, em 1990, da livre-docência de Barbosa
na Universidade de São Paulo (Barbosa 2021). A tese foi publicada em 1991 no livro A
imagem no Ensino da Arte anos oitenta e novos tempos. Após essa publicação, a discussão
sobre o uso de imagens de produções artísticas na sala de aula passou a ser
fundamentada. Esta publicação traz outra importante contribuição para o ensino de
arte no Brasil, que é a Metodologia Triangular, atualmente conhecida como Abordagem
Triangular, sistematizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São
Paulo. Esta abordagem continua presente nos diferentes espaços formais e não formais,
com suas reinterpretações e reorganizações: da leitura da imagem, do fazer e do
contextualizar, com o princípio do pensamento de Paulo Freire, que continuam
formando educandos e educadores.

BIBLIOGRAFIA
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São Paulo, Universidade de São Paulo.

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Ferraz, M. H. C. de T. & Fusari, M. F. de R. 1993, Metodologia do ensino de arte, São Paulo, Ed. Cortez.

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L. R. D. red.), Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP): 395-430.

NOTAS
1. A Escolinha de Arte do Recife registrada como sociedade civil é uma instituição sem fins
lucrativos, que continua funcionando no mesmo local, situada a Rua do Cupim, número 124,
Bairro Graças, na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil.

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2. Pesquisa de Pós-doutoramento, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação,


Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (PPGEduc/UFRRJ) – Brasil. O objetivo da pesquisa é buscar registros sobre a formação das
ideias de Paulo Freire no Campo da Arte e da estética na Educação, a partir do acervo da
Escolinha de Arte do Recife.
3. Disponível em: www.institutocapibaribe.com.br, consultado a 7 de junho de 2023.
4. Atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

RESUMOS
Este estudo tem como objetivo apresentar pontos que entrecruzam a pedagogia freireana no que
concerne a Arte e a Educação, com o projeto da Escolinha de Arte do Recife (Brasil). Para tanto,
nos detemos em uma carta escrita pela educadora Noêmia Varela, endereçada ao multiartista
Augusto Rodrigues, em 1958, com sugestões de Paulo Freire para a Escolinha. Como resultado,
propomos ressignificar questões ligadas ao pensamento freireano na Arte e Educação.

L’objectif de cette étude est de présenter les points d’intersection entre la pédagogie de Paulo
Freire en matière d’art et d’éducation et le projet de l’Escolinha de Arte à Recife (Brésil). Pour ce
faire, nous concentrons l’analyse sur une lettre écrite par l’éducatrice Noêmia Varela, adressée à
l’artiste multifacette Augusto Rodrigues, en 1958, avec des suggestions de Paulo Freire pour
l’Escolinha. Nous proposons en conséquence de revisiter certaines questions liées à la pensée de
Freire dans les domaines de l’art et de l’éducation.

This study aims to present points that intertwine Paulo Freire’s pedagogy with regard to art and
education with the Escolinha de Arte do Recife project (Brazil). To do so, we focus on a letter written
by the Brazilian educator Noêmia Varela, addressed to the multi-artist Augusto Rodrigues, in
1958, with suggestions from Paulo Freire for the Escolinha. As a result, we propose to reframe
Freire’s thinking in art and education.

ÍNDICE
Mots-clés: Paulo Freire, art, éducation, Escolinha de Arte do Recife
Keywords: Paulo Freire, art, education, Recife Art School
Palavras-chave: Paulo Freire, arte, educação, Escolinha de Arte do Recife

AUTORES
TERESINHA MARIA DE CASTRO VILELA

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)


tecabedelo21[at]gmail

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Ressignificar: Paulo Freire e a Escolinha de Arte do Recife 8

ARISTÓTELES DE PAULA BERINO

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)


berino[at]gmail.com

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