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SIMONE VIEIRA FAVARIN RÖDEL R.A.

1182547
PATRÍCIA DA SILVA R.A. 8061345
Artes visuais

O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA ARTE NO


FUNDAMENTAL II

Tutor: Halima Alves de Lima Elusta


Claretiano - Centro Universitário

2018
O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA ARTE NO
FUNDAMENTAL II
Resumo: A arte no ensino fundamental II propicia ao aluno a criação, composição e estética. No
século XX conhecer arte é fazer o aluno experimentar, criar e vivenciar o mundo a sua volta. A
arte nos coloca dentro da infinidade que é o mundo que nos rodeia, nos transformando em atores
e diretores da nossa própria existência e em educação a arte se desenvolve em quatro grandes
linguagens que são: artes visuais, teatro, música e dança. Onde cada pessoa melhora o dom que
vem naturalmente ou desenvolve o aprendizado com sua experiência de vida.

Palavras-chave: Arte. Aprendizado. Aluno.

1. INTRODUÇÃO

Em educação a arte se desenvolve em quatro grandes linguagens que são: artes visuais,
teatro, música e dança. Onde cada pessoa melhora o dom que vem naturalmente ou desenvolve o
aprendizado com sua experiência de vida.
A importância das artes está no entendimento de mundo, do relacionamento das pessoas
com outros povos e culturas. Michael Brugger (2015) diz em seu texto “Qual a importância da
arte na vida do ser humano?”, sobre como é fundamental a arte em nossa vida:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), logo na apresentação da proposta
do volume 6, das séries iniciais do Ensino Fundamental, destinado à Área Curricular Arte, diz
que:  “A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza
um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a
sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação”.
O que impulsionou a realização deste trabalho foi entender por que a arte é importante
para a vida humana, qual a sua contribuição na vida escolar dos jovens do ensino fundamental II.
Os objetivos principais para o desenvolvimento do ensino de arte são: investigar como
deve ser o ensino de arte no Ensino Fundamental II e destacar a importância dessa disciplina
para a formação integral dos alunos. Identificando as quatro linguagens da arte, estruturando as
informações que norteiam os conteúdos e conhecer os parâmetros educacionais que regem o
ensino de arte no fundamental II das escolas.
Neste artigo iremos incialmente fazer um levantamento do tema escolhido por meio de
uma pesquisa bibliográfica. Literaturas que trata do ensino de artes nas escolas e as leis que
regem o ensino e o desenvolvimento cognitivo e intelectual do aluno.
2. DESENVOLVIMENTO

A Arte está presente na vida das pessoas desde as antigas civilizações através da
comunicação, expressão. Desde a pré-história foi possível observar as primeiras pinturas nas
paredes das cavernas com códigos e desenhos, assim este processo de aprendizagem da arte foi
se consolidando ao longo da história.
No Brasil pode se dizer que as primeiras educações relacionadas ao ensino da arte se iniciam
com a chegada dos jesuítas aproximadamente entre os anos de 1549 e 1808 que através das
catequeses tinham o trabalho não só da religião mais também de educação dos índios que no
Brasil habitam e para a elite dominante.

FONTE: Disponível em: <http://escolaeducacao.com.br/historia-da-educacao-no-brasil/>.


Acesso em: 12 Mai. 2018.

Por volta de 1808 a missão Jesuíta se encerra através das reformas de Marquês de Pombal,
porém deixaram professores formados por eles, diante da situação a educação passa a ser
responsabilidade do estado que estrutura de três níveis de ensino, primário, secundário e
superior, além de cursos profissionalizantes. “A educação não mais pertencia à Igreja, agora era
de total responsabilidade do estado, considerado o primeiro sistema público de educação no país.
Essa mudança no ensino tinha como intenção focar a educação nos conteúdos que os Jesuítas
omitiam em seus métodos de ensino, conteúdos esses compostos pelas Ciências, Artes Manuais e
a Técnica”. (SILVA, 2013, p.3).
Com a chegada da Missão Artística Francesa em 1816 e tempos depois foi fundada a
Academia Imperial de Belas Artes só então ensino de artes ganha força, mais ainda com visão
preconceituosa de que arte pertence á elite como forma de luxo. Ainda nessa época tinha o
desenho baseado como ensino obrigatório no ensino primário e secundário já que a arte era vista
como ato de desenhar.
Com esse novo modelo de ensino, predominou uma concepção utilitarista da arte: os
professores trabalhavam, basicamente, exercícios e modelos convencionais selecionados em
manuais e livros didáticos, voltando-se essencialmente para o domínio de técnicas.
(BERNARDES; OLIVÉRIO, 2011, p.20).
Após a abolição dos escravos várias reformas aconteceram na sociedade brasileira. No século
XX foram muitos os fatores sociais, educacionais e culturais para ampliação do ensino da arte.
“Começa assim o movimento modernista como a “Semana de Arte Moderna”, em 1922. O
marco do modernismo no Brasil, foi quando um grupo de artistas plásticos e intelectuais reuniu-
se no Teatro Municipal de São Paulo, para proporcionar recitais de música e poesia, palestras e
danças, exposições de pintura, escultura e arquitetura”. (ANDRADE; ARANTES, 2016, p.110).
Após este movimento ocorre a valorização nas experiências e expectativas das crianças
através de novas maneiras de entender a expressão artística.
De acordo com Ferraz e Fusari (2010), com o movimento da escolanovista entre 1930 e
1940, deslocou-se o eixo da questão pedagógica, que estava apoiada na estética modernista e
voltou-se para um ensino de Arte baseado nas experiências e expectativas das crianças e na
valorização do seu progresso natural, em um ambiente livre para a concepção e ampliação da sua
maneira de expressar e compreender o ambiente ao seu redor. (apud ANDRADE; ARANTES,
2016, p.110).
Diferentes autores influenciaram de maneira significativa o ensino da arte no século XX no
Brasil, firmando a tendência da pedagogia nova. Entre eles destacamos: [...] John Dewey (a
partir de 1900) e Viktor Lowenfeld (a partir de 1939), na Inglaterra. Com a publicação de seu
livro Educação pela Arte (traduzido em vários países), Read contribuiu para a formação de um
dos movimentos mais significativos no ensino artístico. Influenciado por este movimento no
Brasil, Augusto Rodrigues liderou a criação de uma escolinha de arte, no Rio de Janeiro (em
1948) estruturada nos modelos e princípios da educação através da arte (FERRAZ; FUSARI,
1992, p.31 apud KNOENER, 2006, p.21).
Houve ainda a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, LDB Nº
5692/71. Neste mesmo ano, 1971, a arte é incluída no currículo escolar por obrigatoriedade da
LDB 5692/71, que visando á incorporação “[...] de atividades artísticas com ênfase no processo
expressivo e criativo dos alunos” (FUSARI; FERRAZ, 2001, p. 20 apud BERNARDES;
OLIVÉRIO, 2011, p.27). Durante todo esse período até os dias atuais as mudanças das leis e
movimentos educacionais melhoraram de maneira significativa á educação no Brasil.
"Não é possível conhecer um país sem conhecer e compreender sua arte”, essa é a opinião da
professora Ana Mae Barbosa (2000). Ela defende a proposta triangular para a arte que consiste
em leituras de imagens, contextualização e prática artística para o desenvolvimento do educando.
Esta “metodologia triangular” está dentro das propostas mais difundidas do século XX, onde o
fazer artístico, a análise de obras e a história da arte se destacam como essencial para o
desenvolvimento da arte dentro da escola.
Arte segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda (1999) “é a capacidade ou atividade
humana de criação plástica ou musical; habilidade de representação; produção; engenho”, onde
as habilidades artísticas são tão importantes quanto qualquer outra disciplina.
Pensar em fazer arte na escola é potencializar a criação, a expressão, a fantasia, a reflexão da
realidade, discussões sobre os deveres e direito, abrindo espaço para o aluno se manifestar e
respeitar todos os tipos de povos, culturas e religiões.
Uma pessoa para fazer arte precisa conhecer os materiais e instrumentos necessários,
conhecer os elementos e conviver com eles. A importância do aluno em experimentar linguagens
artísticas é de grande valia, vivenciando-a de modo que escolha a que mais lhe agrada. O local
mais apropriado onde ocorrerá esta experiência é na escola.

Durante o ensino fundamental II, os alunos deverão ter contato com as quatro
grandes linguagens da arte que são: Artes Visuais, Teatro, Dança e Música,
desenvolvendo competências e habilidades estéticas e artísticas, apreciando,
desfrutando e valorizando; distinguindo os trabalhos artísticos dos povos de
culturas variadas dentro da história e na época contemporânea. (BRASIL, 1998,
p. 38).

Uma das linguagens da arte é a visual onde de acordo com os Pcns “criar e perceber formas
visuais implica trabalhar frequentemente com as relações entre os elementos que as compõem,
tais como ponto, linha, plano, cor, luz, movimento e ritmo”, (...) “é preciso considerar as
técnicas, procedimentos, informações históricas, produtores, relações culturais e sociais
envolvidas na experiência que darão suporte às suas representações (conceitos ou teorias) sobre
arte”. (BRASIL-Pcn Arte, pág. 40).
O ser humano é ação e toda ação movimenta o corpo. “A dança é a linguagem escondida da
alma”, este é o pensamento de Martha Graham.
Esta é a segunda linguagem da arte, a dança. Os povos de diversas culturas e lugares se
manifestam por meio dos movimentos do corpo para divulgar e ensinar sua cultura.
Por que os alunos devem aprender dança na escola? Para “observar e apreciar as atividades
de dança realizadas por outros (colegas e adultos), para desenvolver seu olhar, fruição,
sensibilidade e capacidade analítica, estabelecendo opiniões próprias”. (BRASIL, 1998, p. 45).
A educação musical tem uma importância muito grande na vida de todos os seres humanos,
pois desenvolve capacidades e habilidades mentais, sociais, culturais, afetivas e psicomotoras,
fazendo com que sejam estimuladas e desenvolvidas integralmente e saudavelmente.
Ela é a única disciplina que tem o potencial de desenvolver todos os aspectos da percepção
humana.
Howard Gardner (1995) em sua proposta das múltiplas inteligências já previa que a música é
uma ferramenta capaz e muito poderosa, onde sensibiliza, acalma e transforma a vida do ser
humano.
O trabalho com a música na escola deve contemplar dois importantes atos que são: o cantar e
o ouvir. O aluno que ouve bem tem um melhor desenvolvimento auditivo perante as músicas,
consegue cantar corretamente e mais ainda consegue ouvir os sons do mundo ao seu redor.
Fonterrada (1998) diz sobre o canto:
“O canto deve estar presente em toda atividade musical de base. Ouvido e voz
pertencem ao mesmo sistema neurológico, sendo assim, a interferência em um deles
causa transformações no outro. Dito de outro modo, o aperfeiçoamento da percepção
auditiva leva ao melhor desempenho no canto, enquanto melhoria na capacidade de
cantar, propicia o desenvolvimento da capacidade auditiva. (FONTERRADA, 1998,
p.22)

O ato de ouvir é muito importante para um conteúdo na música e é este que permeia toda a
educação básica, sendo o terceiro elementos do currículo artes.
Como última grande linguagem da arte, o teatro foi formalizado pelos gregos como
demonstração de conhecimento e cultura. É a arte mais complexa que exige do intérprete o
corpo, a fala, o gesto, a expressão e a comunicação. Segundo os PCN (1998) diz assim:
As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral como uma
combinação de atividade para o desenvolvimento global do indivíduo, um processo de
socialização consciente e crítico, um exercício de convivência democrática, uma
atividade artística com preocupações de organização estética e uma experiência que faz
parte das culturas humanas”. (BRASIL-Pcn arte, 1998, p.52).
E ainda:

É papel da escola, incluir as informações sobre a arte produzida nos âmbitos regional,
nacional e internacional, compreendendo criticamente também aquelas produzidas pelas
mídias para democratizar o conhecimento e ampliar as possibilidades de participação
social do aluno. (BRASIL-Pcn arte, 1998, p. 30).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os seres humanos investigam vestígios antepassados para descobrir o surgimento da


arte desses vestígios são desenhos nas paredes antigas, pedras, objetos que sinalizassem algo,
essas imagens poderia ser o meio de comunicação de alguns povos até a invenção da escrita
considerada uma importante ferramenta social. O pensar, imaginar, sentir e expressar faz parte
da vida humana e são necessários para interagir com o mundo que nos rodeia, sendo capazes
de perceber sua existência, de se tornar críticos e perceber as transformações que ela
proporciona durante a sua trajetória existencial.
“Certamente, a arte é expressão. Mas é necessário não esquecer que há um sentido em
que todas as operações humanas contêm a espiritualidade e a personalidade de quem toma a
iniciativa de fazê-la e a ela se dedica com empenho; por isso, toda a obra humana é como um
retrato da pessoa que a realizou”. Escreveu um grande pensador da arte Luigi Pareyson (1984,
p. 30).
A escola é o espaço privilegiado e deve haver sistemas sociais para transmissão da cultura,
através das interações entre os indivíduos, da rotina, da criatividade. Atualmente o grande
desafio é preparar o estudante para lidar com as atividades práticas que envolva a realidade do
dia-a-dia, isso nos mostra que não se podem assumir atitudes de modo totalmente desligado da
realidade e da vida dos alunos. O educador tem papel fundamental, pois é ele o mediador deste
processo. Por tanto deve ter uma postura reflexiva, crítica, avaliar sua pratica e enfim
proporcionar no aluno a expressão, criatividade, as diferentes linguagens, cultura, o fazer,
imaginação, etc.
REFERÊNCIAS

ANDRADE, Darlene Queiroz dos Santos; ARANTES Adriana Rocha Vilela. A história do
ensino da arte no brasil: tendências e concepções. Disponível em:
<http://catolicadeanapolis.edu.br/revistamagistro/wp-content/uploads/2016/09/a-ist%C3%B3ria-
do-ensino-da-arte-no-brasil-tend%C3%AAncias-e-concep%C3%A7%C3%B5es.pdf>. Acesso
em: 16 Mai. 2018.

BENELLI, Anderson – Reflexões sobre a abordagem triangular. Disponível em:


<http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre-abordagem-triangular.html>
Acesso em: 21 Mai. 2018

BERNARDES, Janaína Antônia Ponciano; OLIVÉRIO, Lucia Oliveira. Uma breve história do
ensino da arte no Brasil. Disponível em: <https://intranet.redeclaretiano.edu.br>. Acesso em:
14 Mai. 2018.

BRASIL. 1998. 116 p. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


nacionais: Arte /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF.

BURGGER, Michael – A importância da arte na vida das pessoas. Disponível


em:<https://michaelbruggermusico.wordpress.com/2015/08/26/a-importancia-da-arte-na-vida-
das-pessoas/>. Acesso em: 30 mai. 2018.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

GRAHAM, Martha - A dança é a linguagem escondida da... disponível em:


<https://www.pensador.com/frase/NjY1OTQ0/>. Acesso: em 30 mai. 2018

KNOENER; SANDRA HEINZ. O ensino das artes na escola: a ótica dos professores de
Educação Infantil. Disponível em:
<http://www.unoesc.edu.br/images/uploads/mestrado/sandra-heinz-knoener.pdf>. Acesso em: 12
Mai. 2018.

PAREYSON, Luigi. A Arte na Educação: exprimir, fazer ou conhecer? Disponível em:


<http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/14802.pdf>. Acesso em: 22 Mai. 2018.

USP, Agência de Notícias. Entrevista concedida por Ana Mae Barbosa para a Agência USP
de Notícias. Disponível em: <http://www.usp.br/agen/bols/2000/rede529.htm> Acesso em: 30
mai. 2018.

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