O documento discute as funções sociais da arte e seu ensino nas escolas. Apresenta três funções da arte na sociedade contemporânea: mercadoria, forma de conhecimento e criação. Discute também três níveis de arte ao longo da história: elitista, para as massas e popular. Defende que o ensino da arte nas escolas deve propiciar aos alunos o acesso ao conhecimento artístico e à criação, para que se desenvolvam de forma humanizada.
Descrição original:
Título original
o Ensino Da Arte Nas Escolas e Sua Função Na Sociedade Contemporânea
O documento discute as funções sociais da arte e seu ensino nas escolas. Apresenta três funções da arte na sociedade contemporânea: mercadoria, forma de conhecimento e criação. Discute também três níveis de arte ao longo da história: elitista, para as massas e popular. Defende que o ensino da arte nas escolas deve propiciar aos alunos o acesso ao conhecimento artístico e à criação, para que se desenvolvam de forma humanizada.
O documento discute as funções sociais da arte e seu ensino nas escolas. Apresenta três funções da arte na sociedade contemporânea: mercadoria, forma de conhecimento e criação. Discute também três níveis de arte ao longo da história: elitista, para as massas e popular. Defende que o ensino da arte nas escolas deve propiciar aos alunos o acesso ao conhecimento artístico e à criação, para que se desenvolvam de forma humanizada.
O ensino da arte nas escolas e sua funo na sociedade contempornea
Prof. Ms. Christiane Denardi*
Ao longo dos anos podemos verificar que h diferentes produes artsticas e que foram construdas nas mais diversas prticas e relaes sociais. Essas criaes artsticas revelam a histria scio-cultural da humanidade, alm de expressar, refletir e interpretar a realidade a partir do trabalho criativo do Homem, o qual expe diversas vises de mundo. Historicamente, foram construdas diferentes interpretaes em relao funo social da arte. Neste momento, abordaremos as funes da arte mais destacadas na contemporaneidade. So elas: a arte como mercadoria, a arte como forma de conhecimento e a arte como criao. A primeira, a arte como mercadoria, est vinculada e atende a interesses especficos de diferentes grupos sociais. A segunda, a arte como forma de conhecimento, consiste em uma aproximao da realidade, sem a inteno de espelhar a mesma, ou seja, uma representao, uma interpretao da realidade. E a terceira, a arte como criao, tambm denominada de arte como trabalho criador, busca resgatar a relao entre o artista ou Homem criador e sua obra de arte atravs do movimento de incorporao e superao tanto da arte como ideologia quanto da arte como forma de conhecimento. A criao artstica uma exigncia da necessidade humana de perceber e entender a representao da realidade humano-social, de expressar e objetivar significados e valores coletivos. Entender a arte como um dos meios de o indivduo retornar ao coletivo, onde o Homem exprime a experincia daquilo que seu tempo histrico e de suas condies sociais permitem, fundamental. Por meio da arte o sujeito torna-se consciente de sua existncia social, e nesta direo, justifica-se o ensino da arte nas escolas. Ma qual e como ocorre a relao entre a funo social da arte e seu ensino nas escolas na sociedade contempornea? Em uma breve retrospectiva histrica, verificamos que na arte h diversas funes sociais, as quais foram efetivadas por meio de trs nveis distintos, mas que na atual sociedade coexistem, e que so: a arte pela arte ou arte elitista, a arte para as massas e a arte popular ou arte social ou arte humanizada. No primeiro nvel, a arte pela arte ou arte elitista, o foco est no saber erudito e no uso de tcnicas artsticas, na qual a idia de talento, inspirao ou dom artstico prevalece, originando a criao artstica individual e espontnea. No segundo nvel, a arte para as massas, que fruto da indstria cultural e dos processos de urbanizao e industrializao, o eixo das produes artsticas est pautado nos seguintes elementos: no elevado grau de desenvolvimento tecnolgico e cientfico, nos diversos meios de reproduo mecnica e que originam a crena na possibilidade de posse da obra artstica e na expanso da mdia, a qual promove a idia vigente da arte como recreao, lazer, diverso e entretenimento, sem qualquer preocupao com o processo de criao artstica. E, no terceiro nvel, a arte popular ou arte social ou arte humanizada, pautada nos princpios da educao esttica (humanizao dos sentidos), o objetivo est em representar e interpretar a realidade, com vistas satisfao das necessidades humanas e sociais. O eminente desafio de democratizar o acesso e o ensino da arte, ao alcance de todos e como fonte de educao, humanizao e socializao, est justamente na contramo da arte entendida como mercadoria e da arte elitista. Nesta direo, promover a oportunidade para que todos usufruam o mundo da arte, aqui entendida como forma de conhecimento e de criao, totalmente diferente de massific-la, segundo os preceitos da arte para as massas. A arte no pode ser vista como exclusividade de uma determinada cultura ou grupo social, que acredita na criao artstica individual e espontnea, oriunda apenas do saber erudito e do uso de tcnicas artsticas, mas sim, como fruto de diferentes prticas e relaes sociais, e em determinado momento histrico. Possibilitar a criao da produo artstica do homem para o homem e pelo homem, a caracteriza como arte. Assim, a arte no pode ser vista como uma atividade isolada das demais atividades sociais e humanas, uma vez que fundamental para a constituio plena do sujeito scio-histrico. Infelizmente, ainda hoje e para muitos profissionais e professores da rea de arte, prevalece a idia de dom, inspirao ou talento artstico, na qual a sensibilidade humana imediata, intuitiva e espontnea, caracterizando-a como arte pela arte ou arte elitista. Durante muitos anos o ensino da arte nas escolas era entendido como uma atividade educativa e utilizada como recurso para: promover eventos e festividades escolares, oportunizar momentos de recreao e proporcionar o equilbrio psquico, a expresso criativa e o uso de habilidades motoras, alm de complementar outras reas do conhecimento. Opondo-se a este posicionamento, hoje muitas escolas acreditam que seja necessrio disponibilizar aos alunos os instrumentos necessrios para que se tornem sensveis s produes artsticas, bem como a formao inicial e continuada de professores nesta rea e segundo esta concepo pedaggica do saber artstico. Para estas instituies, a educao um conjunto de aes intencionais e sistemticas, e no um fenmeno natural e espontneo. a partir desta crena que a disciplina de arte passou a ser entendida como uma rea de conhecimento, explicitando a arte como forma de conhecimento, de criao e de humanizao. A escola uma das instncias sociais mais significativas e de suma importncia para anlise das prticas sociais, pois abre caminho para que os indivduos possam refletir criticamente sobre os modos de agir na sociedade, contribuindo no questionamento para validao ou no das relaes e prticas sociais vigentes. A relevncia das instituies escolares est em promover aos discentes o acesso educao esttica, levando-os a usufruir os bens culturais produzidos e acumulados historicamente pela humanidade e em seus diferentes grupos sociais, bem como desenvolver o homem integralmente, tambm por meio da prtica das atividades artsticas. Desde o nascimento e ao longo de sua existncia, o homem interage com o mundo por meio das diversas manifestaes culturais. Neste movimento e inserido no contexto escolar, ele capaz de aprender e produzir arte, em especial no seu contato com a prtica e com o conhecimento artstico, o qual efetiva a criao, produo e fruio artstica, tornando-o humanizado. Desta forma, a relao entre a funo social da arte e seu ensino escolar na sociedade contempornea est em propiciar aos alunos a apropriao do conhecimento artstico, produzindo novas e diferentes formas de ver e sentir o mundo, os outros e a si prprio. Nesta direo, no apenas o artista que produz a arte a partir de sua maneira de perceber, interpretar e representar o mundo, todo ser humano tambm pode efetivar esta ao. Nesta perspectiva, a funo da arte como forma de conhecimento e de criao artstica, torna-se determinante superao do homem desumanizado e rumo construo de uma sociedade que melhor produza o sujeito, e que seja capaz de desenvolver toda plenitude de seu ser, cuja possibilidade fruto da arte humanizada.
Algumas indicaes bibliogrficas:
HAUSER, A. Histria social da arte e da literatura. So Paulo: Martins Fontes, 1995.
PEIXOTO, M. I. H. Arte e grande pblico: a distncia a ser extinta. Campinas: Autores Associados, 2003. (Coleo Polmicas do Nosso Tempo, n. 84).
WOLFF, J. A produo social da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
(*) - Christiane Denard (cdenardi@hotmail.com) psicloga, pianista, pesquisadora e professora de msica e ensino superior. Mestre em Educao pela PUC-PR, Especialista em Magistrio do Ensino Superior e Psicologia Organizacional e do Trabalho pela PUC-PR e em Educao Musical pela EMBAP. Possui diversos trabalhos publicados; ministra palestras, oficinas e presta consultoria nas reas de Educao, Psicologia e Arte, alm de atuar como colaboradora em revistas e sites educacionais.
Legislação do Ensino das Artes Visuais: quem está por trás, ou a quem interessa o tema, atual e controverso da elaboração e aplicação prática do novo currículo escolar?
A Teoria X e Teoria Y de Douglas MC Gregor Sobre Motivação Prescreve o Estilo de Liderança A Ser Adotado Perante o Comportamento Dos Indivíduos No Cotidiano