Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NEURODIVERSIDADE
1 Pedagoga pela UFG; Mestre em Psicologia e Doutora em Educação pela PUC Goiás.
Instituições de atuação: Instituto Federal de Goiás – Câmpus Goiânia Oeste e Faculdade de
Inhumas.
E-mail: bianapoeta@gmail.com
Em situação de diferença
Nessa discussão inserem-se pessoas e grupos que, ainda que sejam
diagnosticadas, na ótica clínica, com um diferencial patológico, não se
consideram doentes ou com deficiência. Eles sustentam que sua diferença
biológica determinou diferenças na linguagem, no comportamento, nas formas
2 A Revista Estudos Surdos foi organizada pela Dra. Ronice Quadros, professora da UFSC.
Disponível em: <http://www.editora-arara-azul.com.br/ParteA.pdf >
3 Em 1986 Temple Grandin publicou a autobiografia Emergence: labeled autistic, traduzida no
Brasil como: Uma menina estranha (edição esgotada), e em 1992 Donna Williams publicou
Nobody Nowhere: the extraordinary autobiography of an autistic girl; em português traduzido
como: Meu mundo misterioso – testemunho excepcional de uma jovem autista.
4 Dubin (2011) questiona a distinção alto e baixo funcionamento porque ela se atém
prioritariamente à expressão ou não da fala, isto é, parte do pressuposto de que os sujeitos que
não falam seriam menos desenvolvidos cognitivamente.
5 O excerto aparece legendado em português no documentário História de Carly – autismo
6 “Autism is not me. Autism is just an information processing problem that controls who I am”
7 “If you look at an autistic person as just ‘a person’ and try to pretend the autism isn’t there, then
you not only aren’t seeing the whole person, you’re denying a very important part of that
individual’s personhood”
SÍNTESE Considerações/Síntese
- A educação das pessoas com necessidades educacionais especiais é bastante
recente na história. Acreditava-se que uma anormalidade biológica demandaria
cuidados de saúde e, consequentemente, inviabilizaria a escolaridade, assim
como outras atividades socialmente produtivas, de eficiência.
- A designação “deficiência” tem sido discutida mundialmente, por vezes
questionada, sob o argumento de que ela não estaria “no” sujeito. A condição de
deficiência no desenvolvimento humano é situacional, ou seja, não é definida
pela biologia, mas pela diferença na oferta do suporte sociocultural para que o
sujeito desempenhe determinada ação/ participação com efetividade e
autonomia;
- Apesar das sugestões de mudanças na nomenclatura, constata-se ainda, no
teor dos discursos referentes à educação inclusiva, referências do modelo
médico.
- Pessoas e grupos de pessoas autistas e surdas e também alguns
pesquisadores vêm reivindicando sua identidade pessoal e cultural pelas
características que apresentam (linguísticas, comportamentais, perceptuais);
portanto, não se vêm em condição de deficiência ou com uma patologia a ser
tratada.
- Estudos acadêmicos e movimentos/organizações sociais referentes às
pessoas em situação de deficiência, no Brasil e em outros países, vêm discutindo
questões de direitos (políticos, sociais, educacionais) e também referentes à
identidade;
- A perspectiva da neurodiversidade defende o TEA como diferença humana no
modo de funcionamento neurológico, mas não patologia ou deficiência. Trataria-
se de uma identidade, constituição do ser. Contudo, tal perspectiva não é
consensual, nem entre pessoas com TEA e seus familiares, nem entre
estudiosos;
MASINI. Elcie et al.. Perceber: raiz do conhecimento. São Paulo: Vetor, 2012.
REVISTA ESTUDOS SURDOS. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2006 - 2009. ISBN
85-89002-18-7
SINCLAIR, Jim. Intervidju med Jim Sinclair, Autism & Asperger Förbundet
[entre 2000 e 2013]. Entrevista concedida a Michael Ellermann. Disponível em:
<http://www.autism.se/content1.asp?nodeid=24282> . Acesso em: 26 mar.2015.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos.
Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) – 1946.
Disponível em: < http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-
Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-
organizacao-mundial-da-saude-omswho.html> . Acesso em: 22 set. 2016.