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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS,
FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
CAPÍTULO 3 - Principais
conceitos para uma educação
especial e inclusiva
SÃO PAULO
2021
CAPÍTULO 3 - PRINCIPAIS
CONCEITOS PARA UMA EDUCAÇÃO
ESPECIAL E INCLUSIVA
Frequentemente, a escola é vista como uma janela para a sociedade, ou seja,
começamos por ela as mudanças que almejamos em um futuro próximo.
Assim, ao construir uma escola mais inclusiva se tem como expectativa uma
sociedade igualmente inclusiva. Mas, é importante compreender que a inclusão
é um conceito mais abrangente do que o de educação especial, o que requer o
seu conhecimento para saber diferenciar o perfil do público-alvo e dos
profissionais, bem como dos direitos específicos previstos a cada grupo. Neste
capítulo, você aprenderá a origem e a diferença de alguns conceitos basilares e
importantes para a compreensão do contexto da educação especial, bem como
o seu papel para a construção de uma sociedade inclusiva.
Você já deve ter visto alguns desses termos, principalmente os últimos, sendo
associados de forma pejorativa. De fato, essas classificações passaram a se
tornar modos de ofensa ou de depreciação do outro, semelhante a outros
conceitos usados para o público da educação especial, tal como acontece com
a referência à “anormal”. Por essa razão, embora tenham parecido apropriados
em determinada época, tais conceitos não são mais utilizados nos dias atuais.E
o que podemos falar do termo “deficiente”? Mais recentemente, tem gerado
debate nos movimentos sociais de pessoas com deficiência, pesquisadores
com deficiência e entre os ativistas do campo, a defesa do uso do termo
“deficiente” como posicionamento político que marca a identidade desse grupo.
A ideia é usar aquilo que por tanto tempo gerou exclusão, como marca
identitária. Nesse sentido, trata-se de uma discussão polêmica, pois alguns
defendem que esse conceito deve ser mantido, porém ressignificado pela
sociedade. Por outro lado, além ser o tratamento oficial, o termo “pessoa com
deficiência” tem sido considerado mais apropriado, visto que “deficiente” pode
aparentar uma oposição à ideia de eficiente, uma representação que induz
(ainda que de forma velada) as pessoas ao erro. Pessoas com deficiência
podem ser tão eficientes como qualquer outra, seja na vida pessoal, acadêmica
ou profissional.
MULTIMÍDIA
Com isso, ao assumir que uma pessoa é deficiente, o foco está no sujeito e não
na sociedade. Uma ampliação desse conceito requer olhar para os obstáculos
que criamos nos vários contextos que as pessoas com deficiência convivem e
que as tornam mais dependentes e/ou obstruem seu pleno acesso às
atividades. No rastro desse raciocínio, a oferta de profissionais de apoio, a
criação de rampas, a instalação de pisos podotáteis e elevadores, a construção
de banheiros adaptados, a aquisição de softwares (como por ex. de leitura de
tela, de tradução de Libras, de comunicação alternativa e aumentativa), o uso
de estratégias de acesso ao currículo; dentre outras adequações são ações
que poderiam minimizar ou até “anular” a deficiência, ao possibilitar maior
autonomia para essas pessoas.
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