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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Orlando Coelho
Luciene Costa
Hugo Rezende
Ana Paula Vizacre
Eliane de Siqueira
Danielle da Silva Pinheiro Wellichan
Claudia Basso
Carolina Thomaz Cordeiro
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
2021
Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
UNIDADE 2
2
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
HUMANO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA, VIDA ADULTA E
VELHICE
Além disso, o objetivo desta área é também o entendimento e descrição das capaci-
dades humanas – perceptual, motora, intelectual, social e afetiva –, bem como sua
evolução. Nesse ponto, podemos indicar que essas capacidades e evolução estão dire-
tamente relacionadas ao aprendizado. Mas de que maneira o “link” entre o desenvolvi-
mento e a aprendizagem ocorre?
A dimensão social do desenvolvimento, por sua vez, afeta decisivamente o modo como
aprendemos e enxergamos o mundo, por meio do aprendizado das convenções sociais,
valores, comportamentos, conceitos e conhecimentos importantes para o nosso desen-
volvimento como seres sociais, em um momento histórico e social específico.
Diante disso, perceba que há uma estreita relação entre o desenvolvimento e a apren-
dizagem. Muito mais do que um aparato biológico, importante para as mudanças e
evolução do ciclo vital humano, a relação com outras pessoas favorece não somente o
desenvolvimento humano, mas a aprendizagem.
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Dito de outra forma, a dimensão biológica permite o desenvolvimento do raciocínio por
intermédio dos estímulos do meio social que modelam comportamentos e propiciam a
aquisição/aprendizagem de habilidades e conhecimentos para adaptação do ser humano 2
em sociedade e “consciente do seu potencial de crescimento”. (COELHO, 2014, p. 54).
Dificuldades de aprendizagem:
Distúrbios de aprendizagem:
Transtornos de aprendizagem:
Síndromes:
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Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
Deficiências:
2 Compreendem pessoas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua par-
ticipação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas. (Brasil, 2008). O
fato de apresentar uma deficiência não significa que a pessoa tenha comprometi-
mento em termos de aprendizagem. Por exemplo, deficiência auditiva, física, visual.
Muitas vezes, um deficiente visual pode apresentar dificuldades de aprendizagem,
em razão de fatores pedagógicos, por não ter um intérprete de Libras, materiais e
métodos de ensino adaptados a sua condição.
Nesse sentido, a Educação Especial entra em ação. Mas você sabe o que é Educação Es-
pecial? Você sabia que ela tem como premissa a promoção da educação inclusiva? É isso
que vamos abordar agora, passando brevemente pelo histórico e alguns aspectos legais.
PESQUISE
Esse olhar sobre as diferenças que fazem parte do ambiente escolar foi sempre assim?
Todos os aprendentes sempre foram incluídos? A resposta é não. Por muito tempo, a
escola discriminou a segregou aqueles que eram diferentes. Podemos dizer que, hoje,
mesmo com todos os avanços, leis e debates, ainda encontramos pessoas com dificulda-
des quanto ao acesso à escolarização e aos processos de ensino que atendam às reais
necessidades de aprendizagem, levando em consideração o período de desenvolvimento
em que a pessoa se encontra. Avançamos, mas ainda temos muito o que melhorar.
REFLITA
Olhando para o seu período de escolarização e das pessoas ao seu redor, quanto que os
processos de ensino, de fato, proporcionaram com eficiência, eficácia e efetividade a apren-
dizagem dos diferentes e diversos aprendentes?
Entendendo que o ambiente escolar é múltiplo e diverso, como e onde fica a educação
especial? Quando ela surge e com qual finalidade? A instituição escolar é secular, e,
com ela, os aprendentes com dificuldades, distúrbios, transtornos e deficiências, por
muito tempo, foram excluídos e/ou segregados dos bancos escolares.
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No século XX, com a expansão e obrigatoriedade de escolarização básica, começa
a se notar crianças com alguma dificuldade para aprender. Isso fez com que surgisse
uma educação especial institucionalizada, sendo considerada um subsistema do ensino 2
regular. As chamadas escolas especiais contribuíram para a implementação de uma es-
colarização voltada às pessoas com necessidades educativas especiais, com currículo
próprio. Essa concepção de ensino fez com que houvesse uma proliferação de institui-
ções especializadas, vistas como excludentes e segregacionistas, por não incluírem as
pessoas com deficiências na educação básica. (BERGAMO, 2012).
Em meados dos anos 1970, no Brasil, começaram os debates sobre esse modelo, fa-
zendo surgir um movimento chamado “integração”, com a criação da Declaração dos
Direitos das Pessoas Deficientes, em 9 de dezembro de 1975, no intuito de pôr fim
ao processo excludente. No entanto, o conceito de integração no sistema educativo
voltava-se à pessoa com deficiência, sendo esta quem deveria se adaptar à escola e à
sociedade. (BERGAMO, 2012).
Integração Separação
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adulta e velhice
sões ganham força e entre os anos 1980 e início dos anos 1990, internacionalmente
ocorre um movimento de luta contra a ideia da educação especial para o conceito de
2 “educação inclusiva”, reconhecida na Declaração de Salamanca, em 1994. (BER-
GAMO, 2012).
No Brasil, o debate sobre a educação inclusiva acentuou-se nos anos 1990, com a pro-
mulgação da Constituição Federal de 1988 e com as reformas educacionais, efetivadas
com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. Em 2008, foi
divulgado o Plano Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclu-
siva e, no mesmo ano, ocorreu a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
(BERGAMO, 2012). Sendo assim, os sistemas educativos precisam atender às multipli-
cidades e necessidades especiais dos aprendentes.
O conceito de Escola Inclusiva é amplo, não envolvendo apenas os alunos com necessi-
dades educativas especiais, mas também uma política e ações inclusivas de valorização
às diversidades. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva indica a necessidade de que junto ao ensino regular seja oferecido o atendi-
mento educacional especializado (AEE) para suporte ao desenvolvimento das atividades
pedagógicas dos estudantes com necessidades educacionais especiais nas classes co-
muns, de acordo com a proposta pedagógica da escola. Seu objetivo primordial é:
[...] assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação, orientando os sistemas de
ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem
e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modali-
dade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior;
oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o
atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para
a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica,
nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação
intersetorial na implementação das políticas públicas. (BRASIL, 2008, p.14).
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O direito à inclusão é um direito social, portanto é necessário que todas as pessoas envol-
vidas se interessem e se envolvam nas causas ligadas à inclusão igualitária para que seu 2
desenvolvimento se dê de forma coerente e positiva a todos. Mesmo com os avanços, a edu-
cação inclusiva só terá mudanças efetivas se for realmente desenvolvida e praticada dentro
do cenário educacional.
Primórdios ou
Segunda Infância: Terceira Infância:
Primeira Infância:
ATENÇÃO
Atente para o fato de que, ao estipularmos idades que correspondam às fases do desenvol-
vimento humano, geralmente os autores indicam a palavra “aproximada-mente” por levar em
consideração as questões culturais, biológicas e a subjetividade da criança.
Psicologia da educação 40
Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
Inicialmente, devemos lembrar que, ao nascer, uma criança está em fase de adaptação
ao “novo mundo”, não é verdade? Por exemplo, a coordenação motora necessita de um
tempo para que possa ser desenvolvida. Além disso, os aspectos emocionais e afetivos
na interação social são fundamentais para que a aprendizagem ocorra. Bem como o
meio social e cultural contribui para o desenvolvimento das funções psicológicas supe-
riores: linguagem, memória, criatividade e imaginação.
Quando esses aspectos físicos neuronais apresentam dificuldades para serem realiza-
dos, já são indícios para uma investigação dos problemas de aprendizagem e desenvol-
vimento das ações de melhorias por parte da escola, família e profissionais adequados.
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PESQUISE
De que maneira os professores podem estimular os alunos, seja na primeira, segunda ou 2
terceira infância, a desenvolverem suas habilidades motoras?
Vejamos um exemplo. Pense no modo como uma mãe fala com seu filho quando ele
está com medo de dormir no escuro: ela poderá deitar-se ao seu lado e lhe dizer que
não há nada a temer, pois ela está ali. Com isso, a criança aprenderá a controlar o medo
(emoção) diante de situações inesperadas.
IMPORTANTE
Você percebeu o quanto as emoções e a afetividade são importantes no desenvol-vimento
da criança. Nesse aspecto afetivo e emocional na infância, você percebe a infl uência que os
professores exerceram no seu processo de aprendizagem.
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Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
A educação especial tem sido uma área de muitas propostas, teorias e soluções, mas
principalmente de interesse de todas os campos
Figura 04. A inclusão do “diferente” de estudo, pesquisas e participações, pois a inclu-
são já se tornou algo obrigatório e inovador dentro
Fonte: 123RF
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Sendo assim, o conceito de inclusão escolar na infância implica repensar todo o fun-
cionamento operacional e esquematizado do nosso sistema de ensino, abrindo espaço
para que cada aluno e profissional envolvido no processo de aprendizagem possa “co- 2
criar” uma nova forma de construção do conhecimento.
GLOSSÁRIO
Aberastury e Knobel (2000, apud PILLETI; ROSSATO; ROSSATO, 2014), usando a expres-
são Síndrome da Adolescência Normal, referem-se à adolescência como um período de cri-
se, no qual, em busca da identidade adulta, os adolescentes apresentam comportamentos
que em outra fase do desenvolvimento seriam con-siderados patológicos. Segundo os au-
tores, “a consequência final da adolescência seria um conhecimento de si mesmo como
entidade biológica no mundo, o todo biopsicosocial de cada ser nesse momento de vida”.
(ABERASTURY; KNOBEL, 2000, apud PILLETI; ROSSATO; ROSSATO, 2014, p.177-178).
O adolescente precisa lidar também com alguns lutos como o do corpo infantil e dos
pais. Outra característica é a tendência grupal, ocorre uma identificação em massa, e,
aparentemente, de uma hora para outra, o adolescente identifica- se mais com o grupo
de amigos do que com o grupo familiar. Nas palavras de Aberastury e Knobel (2000,
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Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
apud PILLETI; ROSSATO; ROSSATO, 2014 p. 176), “o grupo constitui, assim, a transi-
ção necessária no mundo externo para alcançar a individualidade adulta”.
2
Nesse contexto, Piaget (apud PILLETI; ROSSATO; ROSSATO, 2014) trouxe importantes
contribuições para compreender a adolescência do ponto de vista cognitivo. Para ele, a ado-
lescência corresponde a um nível elevado de maturidade cognitiva (operações formais), na
qual é possível pensar abstratamente, ou seja:
` Conseguem imaginar e/ou projetar o futuro, pensando no que poderia ser, não somente o
que é (fixo e estável);
Segundo Piaget e Inhelder (1976, apud PILLETI; ROSSATO; ROSSATO, 2014, p. 180),
com o amadurecimento das faculdades intelectuais, o adolescente passa por diversas
alterações que provocam um desequilíbrio, o qual conduz a um equilíbrio superior. São
as estruturas formais, estabelecidas aos poucos na interação com os outros e com o
meio, que possibilitam esse equilíbrio. A compreensão dos educadores acerca desse
processo é essencial, especialmente no que tange ao adolescente com necessidades
educacionais especiais que enfrentam essa fase com riscos e desafios.
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vos; e focar as habilidades e capacidades de aprendizagem do estudante com necessi-
dades educacionais especiais para integrá-lo à turma.
2
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA IDADE ADULTA
Cada vez que buscamos material sobre a vida adulta, podemos encontrar diversas
teorias e explicações distintas do que é e como se desenvolve a adultez. Mas o que
podemos reconhecer é que, segundo pesquisas, essa é a fase com maior diversidade
de concepções sobre o que, de fato, é ser adulto.
É quase unânime a ideia de que toda criança desejou ser adulto, tanto quanto todo
adulto um dia desejou voltar a sua infância/adolescência. Mas por que será que algo tão
desejado e esperado por nós, quando ainda éramos crianças, traz consigo a vontade de
fazer parar o tempo e de voltar alguns anos da nossa vida?
A realidade demonstra que se tornar adulto é um fenômeno que vem carregado de gran-
des responsabilidades, desde aquelas que almejamos conquistar, até aquelas que não
gostaríamos de ter que assumir. O processo de maturação do ser humano é sempre
lento, sistemático, diversificado e, de certa forma, subjetivo.
Intimidade x Isolamento
Fase que abrange o início da vida adulta, quando as pessoas estão explorando as relações
pessoais. Erikson (apud BARROS, 2007) acreditava que era vital que as pessoas desenvol-
vessem relações estreitas e comprometidas com outras pessoas. Aquelas que são bem-su-
cedidas nessa etapa irão formar relacionamentos seguros e duradouros. Para o autor, cada
etapa baseia-se em habilidades aprendidas nas anteriores, sendo assim um forte senso de
identidade pessoal foi importante para o desenvolvimento de relações íntimas. Uma resolu-
ção bem-sucedida dessa etapa resulta na força conhecida como amor, marcada pela capaci-
dade de formar relacionamentos significativos.
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Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
Generatividade x Estagnação
2 Fase que ocorre durante a idade adulta, corresponde ao momento em que continuamos a
construir nossas vidas, com foco na carreira e na família. Aqueles que são bem-sucedidos
durante esta fase vão sentir que estão contribuindo para o mundo por serem ativos em suas
casas e para com a sociedade. Aqueles que não conseguem atingir essa habilidade vão sen-
tir-se improdutivos e não envolvidos com o mundo. Cuidado é a virtude alcançada quando
este estágio é concluído com sucesso. Ser orgulhoso de suas realizações, ver os filhos tor-
narem-se adultos e desenvolver um sentido de unidade com o(a) parceiro(a) são realizações
importantes desta fase.
Existem ainda pesquisadores que defendem que o ciclo da vida adulta se desenvolve
em três estágios bem delimitados, a saber:
SUGESTÃO DE LEITURA
Erikson (apud BARROS, 2007), em sua Teoria do Desenvolvimento Psicossocial, descreve
oito fases que ficaram conhecidas como as Oito Idades do Homem:
1. Confiança x Desconfiança
2. Autonomia x Vergonha
3. Iniciativa x Culpa
4. Domínio x Inferioridade
6. Intimidade x Isolamento
8. Generatividade x Estagnação
Maturidade:
Estágio em que o indivíduo se torna mais introspectivo e reflexivo sobre seu futuro. Agora,
sua preocupação tende a centrar-se em “quanto tempo ainda me resta pela frente?”, sendo
uma das fases em queenfrenta maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de um pro-
cesso depressivo. Comumente, é o período em que os filhos já saíram de casa, há uma
aproximação maior com seu parceiro(a) em razão de compartilharem agora a vida som ente
um com o outro. Esse período natural de “solidão” nem sempre é sinônimo de tristeza ou
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depressão, desde que o indivíduo tenha um ego e um sistema emocional bem estruturado, a
sucessão de acontecimentos pode servir como motivação para um maior planejamento sobre 2
os próximos anos e uma preparação para a terceira idade.
Velhice:
Etapa da vida permeada por perdas e aceitação de novas condições. A capacidade física
fica mais limitada, as habilidades motoras e mentais, na maior parte das vezes, sofrem uma
desaceleração, o que afeta diretamente a rotina e as relações do sujeito. É a fase em que
a pessoa mais demonstra preocupação com a saúde daqueles que ama e quando ocorre
uma morte, com frequência se questiona: “quando chegará a minha vez?”. Nesse momento,
o ego se estrutura muito mais em referências do passado, de tudo o que foi feito e de tudo
que conquistou e a sensação é de que agora se tem maior conhecimento sobre as coisas da
vida e do funcionamento de todas as fases que já passou. Apesar de as taxas de depressão
serem altas em idosos, principalmente por conta do abandono, o indivíduo que atinge a ter-
ceira idade tende a sentir orgulho de todos os obstáculos que ultrapassou para chegar até ali.
Visto que o ser humano carrega consigo uma individualidade e que cada pessoa se desenvolve
no seu ritmo, desde os anos 1990, a Psicologia do Desenvolvimento Humano tem ampliado seu
campo de estudo a fim de abranger e compreender melhor todas as intercorrências que são
naturais da vida adulta e que interferem direta ou indiretamente na constituição da personalidade
do sujeito e de como ele reage e se comporta frente às circunstâncias impostas pela vida adulta.
Fonte: 123RF
Apesar de haver uma idade cronológica que delimite a velhice, quando tentamos carac-
terizar os fenômenos que ocorrem naturalmente na terceira idade, seria possível dizer
que todo idoso enfrenta e se comporta da mesma maneira? O fato é que, como em
qualquer outra fase da vida, na velhice também estão presentes os elementos subjeti-
vos do sujeito, entretanto, algumas alterações, em geral as biológicas, obedecem a um
padrão de declínio característico dessa idade.
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Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
Biologicamente, a terceira idade tem um caráter irreversível, ou seja, nós não consegui-
mos retroceder o tempo a fim de nos tornarmos fisicamente jovens novamente, devol-
2 vendo aos órgãos e estruturas vitais sua máxima funcionalidade. Entretanto, é possível
retardar alguns processos graças aos avanços da Medicina atrelados ao cuidado de
outras áreas que promovem maior qualidade de vida, entre elas a Educação.
Graças ao aumento da expectativa de vida ocorrido nos últimos tempos, ocor-
reu um conjunto de transformações significativas no que tange aos estudos re-
lativos à vida adulta e à velhice. Estatisticamente, espera-se que em 2025 haja,
pelo menos, 1,2 bilhão de idosos com mais de 60 anos no mundo. E a projeção
numérica é de que em 2050 a população idosa seja quatro vezes maior do que
a que temos na atualidade.
No ano de 2002, ocorreu em Madri, a Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas
sobre o Envelhecimento, estruturada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com
o intuito de discutir o fenômeno do crescimento da população idosa no mundo. Eventos
como esse passaram a ser cruciais para o desenvolvimento de novas estratégias que
visem melhorar as condições psicológicas, sociais, econômicas, culturais e que tragam
qualidade de vida ao idoso. O surgimento de leis e cartilhas de orientação à terceira ida-
de, como o Estatuto do Idoso, são documentos oficiais que elucidam algumas questões
específicas que permeiam a velhice de forma geral.
Ainda que os esforços para melhor atender a população idosa estejam tomando cada
vez maiores proporções, algumas questões ainda desafiam esse contexto. É bastante
comum que pessoas na terceira idade vejam os mais jovens evoluindo, realizando outras
coisas que elas já não conseguem ou não possuem mais a oportunidade de fazer, seja
por uma condição de limitação física, social, financeira, psicológica. Junto a esses pensa-
mentos vem a sensação de abandono, carência, isolamento, próprias desde estágio da
vida quando, de certa forma, o idoso sente que “não consegue mais sair do lugar”.
O termo terceira idade surgiu na década de 1970, na França, com a criação das Uni-
versidades de Terceira Idade, que propunham o ajuste entre as atividades acadêmi-
cas, de lazer e convivência, demonstrando que há alguns anos já é possível discutir
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Figura 07. Inclusão digital na velhice sobre trabalhar as potencialida-
des individuais do idoso, dando-
Fonte: 123RF
-lhe autonomia dentro de suas 2
limitações e independência den-
tro de suas condições.
CONCLUSÃO
No estudo desta unidade você pôde compreender melhor a relação da Psicologia do
Desenvolvimento e a Educação Especial dentro de uma concepção de educação inclu-
siva. Brevemente observou, pelos aspectos históricos e legais, que uma escola inclu-
siva oferece um sistema de ensino que atende às diferenças, oportunizando a apren-
dizagem de todos, com métodos especiais e adequados, levando em consideração a
fase de desenvolvimento do aprendente. A partir desse entendimento, estudamos a
Educação Especial inclusiva na infância, à luz da Psicologia do Desenvolvimento.
Você percebeu, também, que a infância é atravessada por diversos aspectos: intrínse-
cos – biológicos, neurológicos, cognitivos e emocionais; e extrínsecos – socioculturais.
Esses aspectos influenciam direta e indiretamente na aprendizagem motora, cognitiva,
intelectual, afetiva, comportamental, dentro do ambiente escolar e fora dele. Dessa ma-
neira, os educadores precisam levar em consideração esses aspectos nas suas práti-
cas educativas de modo geral, para promover a aprendizagem de todas as crianças.
Psicologia da educação 50
Psicologia do desenvolvimento humano e a educação especial na infância, adolescência, vida
adulta e velhice
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre inclusão digital, leia o artigo “Inclusão digital e inclusão social: contri-
buições teóricas e metodológicas”, disponível em: <http://pepsic. bvsalud.org/scielo.php?s-
cript=sci_arttext&pid=S0104-65782010000100010&lng= pt&nrm=iso>.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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tregue ao ministro da Educação em 7 de janeiro de Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Contex-
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