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DEFINIÇÕES DESCRITIVAS

ENTENDENDO AS DIFICULDADES
INTRODUÇÃO

Quando pensamos na escola, podemos notar que muitas crianças têm problemas para
aprender, para se adaptar, para se sentirem integradas e acolhidas. Na realidade atual, a
escola tem tentado ensinar, de modo justo, a todos os alunos que recebe. Porém, com a
grande diversidade do seu público, essa tarefa tem sido bastante trabalhosa, já que além de
atender muitos alunos, estes também apresentam ritmos de aprendizagem diferenciados.
Com a grande quantidade e variedade de alunos que a escola recebe, os educadores
começam a identificar dificuldades e problemas de vários níveis que interferem no
progresso de alguns alunos. Antes de se encaminhar para uma intervenção, o educador
precisa ter algumas informações sobre essas dificuldades, então, é importante que
diferenciemos os conceitos antes de nos aprofundarmos mais especificamente nos
distúrbios.
DEFINIÇÕES

• Dificuldade de aprendizagem: inadequação de rendimento, sem déficit cognitivo,


prejuízo sensorial, mental ou físico. Geralmente têm problemas de atenção, baixa
autoestima, dificuldades de memória, problemas linguísticos, atrasos motores;
• Distúrbio de aprendizagem: são caracterizados por problemas neurológicos. O
cérebro funciona de um modo que perturba a relação com a oralidade, a escrita, o
raciocínio lógico ou outros fatores. Exemplos: dislalia, dislexia, disgrafia;
• Deficiência de aprendizagem: incapacidade intelectual acentuada, geralmente
com algum grau de retardo mental e comprometimento cognitivo, motor e social; isso
causa um atraso no aprendizado e desenvolvimento do aluno.
O ENFOQUE

• Dificuldades na aprendizagem da leitura


e escrita (DALE)
• Dificuldades com a Linguagem
• Psicologia e dificuldades de
aprendizagem
• TDAH (Transtorno de déficit de atenção
com hiperatividade)
• Transtornos Neuropsicológicos
OUTROS ASPECTOS

Além dessas dificuldades, relacionadas a fatores biológicos, físicos e genéticos, incluiremos


nos nossos estudos os problemas de aprendizagem relacionados às questões
comportamentais, psicológicas, às habilidades sociais ou emocionais. Mesmo esses
problemas não sendo encaixados na classificação dos distúrbios, ainda assim são
dificuldades, como explicamos acima, e precisam ser abordados, até mesmo para
analisarmos todos com mais discernimento e informações. Entre estes, podemos citar:
• Transtornos de ansiedade
• Depressão infantil e juvenil
• Traumas emocionais e psicológicos
• Dificuldades com as Habilidades sociais
SAÚDE MENTAL

Dr. Joseph El-Mann

Fonte: https://www.elmann.com/en/saude-mental-das-
criancas-2/
TEORIAS DE APRENDIZAGEM
E AS DIFICULDADES
ESCOLARES
TEORIA COMPORTAMENTAL
Essa concepção influenciou a Psicologia Comportamental e seus estudiosos, que acreditam
que o aprendizado se dá pelas respostas do organismo vivo aos estímulos do meio. O
conceito de aprendizagem para essa área da psicologia é, portanto, definido para todos os
seres vivos. Para a Psicologia Comportamental, aprendizado é uma mudança significativa
no comportamento do indivíduo. E quanto ao comportamento, essa teoria o divide em dois
tipos:
• Comportamentos Reflexos ou Respondentes: são comportamentos inatos, ou seja,
nascemos sabendo como fazer, por exemplo: piscar, salivar, deglutir, chorar, sorrir. Esses
comportamentos são involuntários (a gente não controla), são comuns a todos na espécie
e não variam de pessoa para pessoa (todos piscamos da mesma forma, por exemplo);
• Comportamentos Operantes ou Aprendidos: são os comportamentos que precisamos
aprender, por exemplo: andar, falar, dançar, digitar. Eles são controláveis (decidimos
quando começam e terminam), variam de pessoa para pessoa e nem todos aprendem.
APRENDIZAGEM POR REFORÇO

• Reforço positivo (positivo no sentido de aumentar a chance de ocorrer o operante),


o comportamento tende a aumentar ou se intensificar com o estímulo apresentado.
Por exemplo, quando elogiamos alguém que está dançando, essa pessoa tende a se
motivar e continuar a dançar;
• Reforço negativo, por outro lado, o estímulo tende a diminuir ou extinguir o
comportamento. Por exemplo, se uma criança, ao perguntar para o professor alguma
questão é respondida com aspereza ou é ridicularizada, a tendência é essa criança
não repetir ou diminuir suas perguntas. É o Condicionamento Operante, no qual
reforçamos ou extinguimos comportamentos através de estímulos.
CONCEPÇÃO INATISTA

A concepção Inatista considera o fator genético e o


hereditário como fundamentais para a aprendizagem.
Isso significa que uma criança já nasce com um tipo de
inteligência, herdada, e que a manterá por toda a vida.
O meio no qual a criança vive, cresce e se desenvolve
terá uma participação secundária em sua aprendizagem,
nessa corrente de pensamento, as dificuldades (no geral)
surgem na parte genética e pouco pode ser feito, além
de algumas adaptações.
TEORIA CONSTRUTIVISTA

O Construtivismo é uma corrente teórica fundamentada nos estudos do biólogo suíço


Jean Piaget. Essa corrente considera tanto a parte genética, hereditária, como a
influência do meio sobre o aprendizado, por isso é colocada como uma teoria
Interacionista.
Para Piaget, a inteligência é uma adaptação: herdamos um modo de funcionamento
intelectual, que nos permite uma relação com o meio e amplia nossas estruturas
cognitivas, esse processo é constante por toda a vida. Essas estruturas, chamadas
Invariantes Funcionais, são o princípio da inteligência, e não são engessadas, elas
trabalham continuamente através dos processos de adaptação ao conhecimento e
organização do mesmo em nosso sistema cognitivo.
APRENDIZAGEM SOCIAL

A importância do nosso meio ganha maior destaque na Psicologia


Histórica-Social. Essa teoria tem como base os estudos do grupo de
psicólogos russos liderados por Lev Vygotsky. A concepção de Vygotsky
para o aprendizado escolar será baseada em uma interação constante e
intensa com o meio social e cultural (VYGOTSKY, 2002).
Além dessas teorias sobre aprendizagem, podemos citar a concepção
inspirada na teoria pedagógica libertadora de Paulo Freire, que afirma
que a educação deve transformar a realidade e ajudar no progresso
social, ampliando as oportunidades e as perspectivas dos indivíduos. O
aprendizado, portanto, daria autonomia e opções ao sujeito (FREIRE,
1996).
APRENDIZAGEM
EMOCIONAL
Podemos entender que o aprendizado humano
envolve diversas questões: genéticas, cognitivas,
sociais e afetivas. Quando pensamos na
importância da afetividade no aprendizado,
precisamos citar a teoria de Henri Wallon. Para
Wallon, os aspectos cognitivo, motor e emocional
são igualmente importantes no desenvolvimento
humanos e somente esses aspectos em equilíbrio
resultam em aprendizado real, portanto, não se
pode desconsiderar o desenvolvimento
emocional nas questões educacionais.
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Para finalizarmos, iremos citar a Aprendizagem Significativa do psicólogo americano


David Ausubel. Ausubel expôs suas teorias em um contexto dominado pelo
behaviorismo, este, não levava em consideração o que os alunos já sabiam e trabalhava
somente o comportamento observável e mensurável.
Assim, a teoria de Ausubel trouxe uma linha de pensamento oposta: aprender
reconfigurando as estruturas mentais já existentes. Levar em conta o conhecimento
prévio, a cultura, a bagagem cognitiva que a criança traz para a escola e trabalhar isso
como base para novos aprendizados toma importância significativa nessa teoria.
O EMPIRISMO

Existem diversos conceitos sobre a aprendizagem. Basicamente, aprender é adquirir


conhecimento, habilidades, valores, experiência em algo. Temos a princípio, duas
bases de aprendizado: o empirismo e o inatismo.
O Empirismo é uma concepção na qual o indivíduo aprende e se desenvolve
influenciado pelo meio em que vive e seus estímulos, ou seja, a aprendizagem se dá
pela experiência.
A educação empirista se baseia no meio, nos objetos e nas variáveis que esse meio
apresenta. A imitação também é componente importante desse aprendizado, já que
muitas ações são aprendidas assim.
OS DISTÚRBIOS DA
LINGUAGEM
DISLALIA E DISARTRIA
LÍNGUA E LINGUAGEM
Mas a linguagem não pode ser confundida com língua. A
língua (portuguesa, inglesa, francesa, etc.) é apenas uma
manifestação (verbal) da linguagem, sendo que existe
também a manifestação não-verbal. A linguagem não-
verbal abrange códigos que usam símbolos, gestos,
imagens, ícones, etc. Por exemplo, temos os sinais de
trânsito, símbolos culturais, língua de sinais (Libras). São
sistemas de comunicação não-alfabéticos.
Mesmo dentro de uma linguagem alfabética, temos
variações, como alfabeto fonético, cirílico, ideográfico.
Assim, a linguagem se manifesta de muitas formas e com
vários códigos. Acredita-se que a linguagem humana seja
algo natural, enquanto a língua seja algo aprendido. A
linguagem, ou seja, a forma como nos comunicamos, é um
instrumento inato.
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

A aquisição da linguagem é um bem intelectual, pois impulsiona o


desenvolvimento cognitivo, e um bem cultural, pois permite a interação e a
integração social do ser humano. Sem poder se expressar, a criança se isola e se
reprime, tendo inclusive seu emocional prejudicado. Desde o nascimento nos
comunicamos com o mundo: choramos, reagimos aos sons e às imagens; aos
poucos vamos aperfeiçoando nossa linguagem através de vocabulário, gestos,
expressões.
Para que a comunicação se estabeleça, é preciso que a mensagem saia de um
emissor, através de um canal de comunicação e chegue até o receptor,
dependendo do foco em um destes, a linguagem pode exercer funções
diferentes, tais como: função emotiva (foco no emissor, quem envia a mensagem),
função conativa (foco no receptor) ou função fática (foco no canal usado para
enviar a mensagem).
FONTE: PASSEI DIRETO
O SIGNO LINGUÍSTICO
Além das suas funções, a linguagem também precisa de um signo
para se concretizar, chamado Signo Linguístico. Este, foi descrito
pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure como sendo a junção de
um conceito (significado) com uma imagem sonora (significante).
O conceito, ou significado, é universal, é o que a pessoa deseja
apreender ou transmitir, enquanto o significante varia, de língua
para língua. Por exemplo: cadeira (lugar para sentar = significado)
chamada de chair (significante em inglês) ou sedia (significante em
Fonte: Blog Reticências
italiano). Os significantes mudam, pois, os códigos para nos
comunicarmos mudam ao longo do tempo e espaço.
DISARTRIA

Com o desenvolvimento da criança, alguns problemas de aquisição de linguagem podem


surgir. Os primeiros sinais, são notados pela ausência da fala ou na comunicação com a
mesma, tais como:
• Atraso na fala: isso pode ocorrer por problemas físicos (no aparelho fonológico), neurais
ou sociais, como a falta de estímulo;
• Disartria: falta de articulação nas sílabas e na pronúncia das letras, demora para
concluir uma palavra ou frase, por problemas na anatomia do aparelho fonológico.
A disartria é uma alteração na fala originada por um distúrbio neurológico, um AVC,
paralisia cerebral, doença de Parkinson, miastenia gravis, esclerose lateral amiotrófica,
entre outros fatores. Ela afeta músculos da boca, da laringe ou as cordas vocais provocando
dificuldades na comunicação.
TIPOS DE DISARTRIA

• Disartria flácida: é uma disartria que, geralmente, produz uma voz rouca, com pouca força,
anasalada e com a emissão imprecisa das consoantes;
• Disartria espástica: também costuma provocar uma voz anasalada, com consoantes imprecisas,
além de vogais distorcidas, gerando uma voz tensa e "estrangulada";
• Disartria atáxica: esta disartria pode provocar uma voz áspera, com variações na entonação dos
acentos, havendo uma fala lentificada e um tremor nos lábios e língua;
• Disartria hipocinética: há uma voz rouca, soprosa e trêmula, com imprecisão na articulação,
havendo também alteração na velocidade da fala e tremor de lábio e língua;
• Disartria hipercinética: ocorre uma distorção na articulação das vogais, provocando uma voz
áspera e com interrupção na articulação das palavras;
• Disartria mista: apresenta alterações características de mais de um tipo de disartria.
DISLALIA
Dislalia: dificuldade em articular palavras. A pessoa troca palavras por outras parecidas,
omite ou troca as letras. Se trata de um problema relacionado aos fonemas. A dislalia pode
ter causas externas como chupar chupeta ou usar a mamadeira, mas sua origem
geralmente é anatômica: línguas hipotônicas (flácidas), alterações na arcada dentária,
postura e respiração dificultada. A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos:
• Dislalia Evolutiva: normal em crianças pequenas, sendo corrigida gradativamente
durante o seu desenvolvimento;
• Dislalia Funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a fala, não
pronuncia o som, acrescenta letras na palavra ou distorce o som;
• Dislalia Audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e que não
reproduzir os sons;
• Dislalia Orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitando pronúncia
correta do som. Também ocorre quando há alguma alteração na boca.
DISTÚRBIOS DE LEITURA
E ESCRITA
Dislexia, Disortografia e Disgrafia
INTRODUÇÃO

Entre os desafios do século XXI, um dos mais relevantes se faz no contexto social e também escolar: na
aprendizagem da leitura e escrita. Os diferentes distúrbios da leitura e escrita têm aparecido com
frequência no cotidiano escolar levando os educadores a refletirem sobre suas origens e tratamentos.
Nesse contexto, devem ser tratados, partindo do pedagógico para o neurolinguístico e neuromotor.
Entre os distúrbios mais comuns estão os que se relacionam à aquisição da leitura e da escrita
(Distúrbios de aquisição de leitura e escrita – DALE). São notados durante a alfabetização e criam
muitas dificuldades para aluno e professor.
Um dos distúrbios mais comuns é a Dislexia, uma inabilidade na leitura e na escrita, de origem
neurobiológica. Entre suas características mais comuns estão a dificuldade de identificar e escrever
letras, sílabas e palavras. O aluno troca as letras ao ler e escrever. Junto com dislexia vem a
Disortografia que consiste em cometer erros ortográficos por dificuldades neurológicas e não de
aprendizado.
DISGRAFIA

É preciso que não se confunda a


disortografia com a disgrafia, que se
trata de um problema motor (de
coordenação motora fina), sem base
neurológica, que acarreta dificuldade
em fazer o desenho da letra,
principalmente a cursiva.
Fonte:
https://veja.abril.com.br/educacao/letra-
feia-nao-e-so-pressa-ou-preguica-pode-ser-
disgrafia/
A DISLEXIA

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita


e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas
realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é
disléxica (ABD, 2020). Ao contrário do senso comum, a dislexia não é causada por má
vontade, preguiça ou desleixo do aluno, tampouco por alfabetização falha. Ela é uma
dificuldade de origem genética e hereditária, afetando a parte neurológica.
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe
multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições para um acompanhamento mais
efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de
cada indivíduo, levando a intervenção a resultados mais concretos.
SINAIS DE ALERTA

• Atraso na aquisição de linguagem; • Vocabulário pobre, com sentenças curtas e


imaturas;
• Dispersão e desatenção;
• Dificuldade na memória de curto prazo,
• Dificuldade em aprender rimas e canções;
instruções, recados, etc.;
• Dificuldade na coordenação motora fina e
• Dificuldade em saber sequências, como meses
grossa;
do ano, alfabeto, tabuada, etc.;
• Dificuldade em copiar de livros e lousa;
• Troca de letras na escrita;
• Desorganização geral;
• Problemas comportamentais como: timidez ou
• Confusão entre esquerda e direita; o contrário, tentando chamar a atenção;
• Dificuldade com dicionários, listas telefônicas, • Bom desempenho em provas orais.
mapas, etc.
CARACTERÍSTICAS COMUNS

• Dificuldades nas habilidades linguísticas;


• Falta de interesse em livros impressos;
• Dificuldade em seguir a história;
• Dificuldade de memória imediata;
• Problemas em fazer a relação grafema-fonema;
• Dificuldades com sequências, com ordens cronológicas;
• Disnomia: dificuldade com a fala e as palavras;
• Déficit de atenção; Fonte: https://www.lecionas.com.br/blog/metodo-para-
preparar-provas-para-estudantes-com-dislexia/
• Dificuldade na cópia de impressos e lousa.
DICAS PARA A ESCOLA
• Trabalhar todos os sentidos: propor atividades que estimulem não
só a visão, mas a audição, o tato, tentando tirar a pressão da leitura
escrita;
• Na alfabetização: usar materiais variados, como alfabeto móvel,
figuras geométricas, dominó, quebra-cabeça, etc.;
• Apoio psicopedagógico: trabalhar com orientação espacial,
imitação, criações expressivas, tarefas em equipe, práticas dos
conteúdos.
INTERVENÇÕES
• JOGOS COLETIVOS
• NOÇÕES DE LATERALIDADE
• ALFABETO MÓVEL

Fonte: https://blog.psiqueasy.com.br/2018/05/18/exercicios-
para-intervencao-da-dislexia/
DISCALCULIA E AS
DIFICULDADES COM
MATEMÁTICA
A DISCALCULIA

Além da dislexia, a discalculia é notada no período escolar da alfabetização. O professor


percebe que o aluno tem dificuldades em aprender conceitos relacionados aos números,
operações lógicas e similares. Discalculia é, portanto, um distúrbio de aprendizagem
relacionado à matemática. Nesta aula, iremos entender as principais características do
distúrbio e como fazer intervenções adequadas dentro da sala de aula.
A discalculia é bastante comum e os estudos sobre ela têm avançado e se ampliado
recentemente. Embora seja notada na escola, não restringe a ela. Esse distúrbio afeta o
aluno em suas atividades cotidianas, principalmente as que envolvem operações numéricas
como: horários, tarefas sequenciais, noções de espaço, entre outras coisas. Mesmo sendo
bastante extenso o comprometimento da rotina, também são muitas as estratégias que
podemos ensinar ao aluno com discalculia para superar esses problemas.
APOIO ESCOLAR E FAMILIAR

Na prática diária de superação, a participação da família é muito importante. Ela


precisa assumir a condição do distúrbio, informar-se sobre ele e ajudar a criança com
as estratégias para lidar com o problema. O distúrbio não tem uma cura, então essa
criança irá lidar com ele a vida toda, porém, ela pode viver uma vida funcional se
contar com auxílio e tratamento adequados.
A discalculia pode aparecer junto com a dislexia, o que reforça ainda mais a
necessidade de um diagnóstico adequado e intervenção efetiva. Não se trata de um
simples problema com a matemática, a discalculia vai além disso. Por exemplo, uma
criança com discalculia tem dificuldade de entender que o número 1 é representado
pela palavra UM.
CARACTERÍSTICAS

Esse distúrbio afeta também a memória. O aluno não consegue lembrar com clareza e coerência fatos
com características numéricas, como datas, horas, ordem de eventos. Eles compreendem a lógica por
trás da matemática, mas não conseguem aplicar esse entendimento de forma prática. Até a idade
acaba sendo algo muito difícil de se lembrar ou calcular (PIMENTA, 2017).
Assim como em outros distúrbios, o grau de comprometimento da discalculia irá variar de aluno para
aluno. Como já dissemos, tudo depende da identificação precoce e efetiva dos sintomas e das
intervenções adequadas, vejamos quais são esses sintomas (PIMENTA, 2017):
• Ignora números e tem dificuldades em contar objetos e estabelecer ordem lógica;
• Não conseguem identificar quantidades e dimensões de objetos;
• Tem dificuldade de reconhecer símbolos numéricos.
DIFICULDADES NA ESCOLA
•Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto
maior;
• Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é
igual a quatro pacotes de 250 gramas.
• Sequenciar números: o que vem antes de 11 e depois dos
15 – antecessor e sucessor.
• Classificar números.
• Compreender os sinais +, -, ÷, ×.
• Montar operações.
• Entender os princípios de medida. Dicas:
• Lembrar as sequências dos passos para realizar as https://institutoinclusaobrasil
operações matemáticas. .com.br/dicas-uteis-sobre-
Fonte: https://blog.rhemaeducacao.com.br/como-trabalhar-o-aluno-com-discalculia/
discalculia/
DIFICULDADES NA VIDA ADULTA

Conforme avançam na vida escolar, os alunos com discalculia podem apresentar


dificuldades com cálculos mais complexos como frações e medidas. Na parte de
educação física, eles têm dificuldades em acompanhar os jogos, em entender regras e
a contagem de pontos. Também aparece a dificuldade com valores financeiros e em
lidar com dinheiro.
As dificuldades com a matemática financeira acabam por se estender pela vida adulta
e é preciso que se crie estratégias para lidar com elas. O adulto com discalculia
também pode apresentar dificuldade em ler gráficos, planilhas, tabelas, calendários,
agendas, cronogramas. Isso pode afetar as tarefas do cotidiano e as relações sociais se
não for feita uma intervenção efetiva.
CAUSAS E TRATAMENTO
• Genética
• Ambiente
• Lesões
• Gestação e parto
Assim como na dislexia, o diagnóstico da discalculia é feito por uma equipe
multidisciplinar (pediatra, neurologista, psicólogo, psicopedagogo, neuropsicólogo),
assim como o tratamento e as intervenções. A participação da escola nesse tratamento
é fundamental já que é no contexto escolar que aparecem as maiores dificuldades de
aprendizagem.
INTERVENÇÕES

Fonte: Jogos matemáticos:


https://blog.rhemaeducacao.com. https://novaescola.org.br/conteudo/
br/como-trabalhar-o-aluno-com- 4726/blog-de-alfabetizacao-jogos-
discalculia/ incriveis-e-simples-para-a-
alfabetizacao-matematica
TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO COM
HIPERATIVDADE (TDAH)
CAUSAS DO TRANSTORNO
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade tem origem neurológica, o cérebro
da pessoa com esse problema tem alterações na região frontal e as conexões desta com o
resto do órgão. Essa região é responsável pelo controle das ações comportamentais, pela
concentração, a memória, a organização e o planejamento. Os neurotransmissores dessa
região, na pessoa que tem TDAH, funcionam de modo diferente. A causa, possivelmente é
genética.
A hereditariedade é responsável por uma predisposição ao TDAH. Como na maioria dos
distúrbios, não há ainda comprovação científica da determinação genética, mas sim de sua
predisposição. Isso porque um transtorno pode envolver vários genes, e não um que se
possa isolar, o que dificulta um atestado científico.
Estudos mostram que o uso da nicotina e do álcool durante a gravidez pode gerar
indivíduos com TDAH. Também não se descartam os fatores ambientais, mas nenhuma
pesquisa ainda provou uma relação de causa e efeito de origem ambiental.
MANUAIS DE CLASSIFICAÇÃO

Como já comentamos, as principais características deste distúrbio são a hiperatividade e a


desatenção, porém, ele vem acompanhado de outros sintomas. Utilizaremos aqui os Manuais de
Classificação mais comuns para o diagnóstico e classificação dos sintomas, o CID-10 e o DSM. Esses
manuais melhoram a comunicação entre os profissionais de saúde quando se veem diante de uma
hipótese diagnóstica, reúnem definições e sintomas dos problemas relacionados à saúde mental,
comportamental e de aprendizagem. Os manuais apresentam a descrição de doenças, transtornos,
desordens, etc.
O DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), é o Manual de Diagnóstico e Estatística
da Associação Psiquiátrica Americana. Já o CID (CID-10), é um manual para a Classificação
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação
Internacional de Doenças – CID 10), e é publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Baseados nesses manuais é que se faz a definição dos sintomas e o diagnóstico do TDAH.
SINTOMAS
SINTOMAS DE DESATENÇÃO

• Não presta atenção a detalhes e/ou comete erros • Tem dificuldades em seguir instruções e/ou
por omissão ou descuido; terminar tarefas;

• Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas • Dificuldade para organizar tarefas e atividades;
ou atividades lúdicas; • Demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se
tarefas que exijam esforço mental continuado;
• Na escola, o aluno faz atividade na página
diferente da solicitada pelo professor; ao fazer • Perde coisas necessárias para as tarefas e
atividades;
cálculos, não percebe o sinal indicativo das
operações; pula questões; • Distrai-se facilmente por estímulos que não tem
nada a ver com o que está fazendo;
• Durante o intervalo não consegue jogar dama ou
• Apresenta esquecimento em atividades diárias.
xadrez com os colegas;

• Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra


(cabeça “no mundo da lua”);
SINTOMAS DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
• Irrequieto com as mãos e com os pés ou se remexe na cadeira;
• Não consegue ficar sentado por muito tempo;
• Corre ou escala em demasia, ou tem uma sensação de inquietude (parece estar com o “bicho
carpinteiro”);
• Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
• Está “a mil por hora”, ou age como se estivesse a “a todo vapor”;
• Fala em demasia;
• Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido completamente formuladas;
• Tem dificuldade em esperar a sua vez;
• Interrompe, intromete-se nas conversas ou jogo dos outros.
DIAGNÓSTICO

Para efeito diagnóstico, é importante que exista a presença de seis ou mais sintomas
de desatenção ou a presença de seis ou mais sintomas de
hiperatividade/impulsividade por mais de seis meses. Também é preciso que exista
mais de um sintoma presente antes dos 7 anos de idade. Os sintomas devem se
apresentar em mais de um contexto social (escola, casa, clubes, etc.).
Antes de se fechar o diagnóstico “Deve haver claras evidências de comprometimento
clinicamente importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional” e os
sintomas não devem ocorrer concomitante a transtornos globais de desenvolvimento,
esquizofrenia ou transtorno psicótico.
A ESCOLA E A APRENDIZAGEM
Em primeiro lugar, desde o planejamento, todos os • Tente usar esse aluno como ajudante em suas
participantes da vida escolar do aluno devem estar tarefas e dos outros alunos para que ele use sua
energia;
informados sobre o distúrbio e já nesse
planejamento devem ser elaboradas estratégias • Use a criatividade nas práticas e nas aulas para
para lidar com as dificuldades desse aluno. Algumas manter o aluno estimulado;
estratégias que podem ser adotadas são (PROIS, • Compartilhe informações com outros colegas e
2020): profissionais que atendam à criança para trocar
experiências e estratégias;
• Identificar as habilidades do aluno e usá-las nas
• Seja organizado e mantenha uma rotina;
aulas;
• Ajude o aluno a manter a organização do material
• Estimule e motive o aluno durante as aulas e as e de suas tarefas, use bilhetes e anotações;
atividades;
• Exponha as regras de forma clara e mantenha-se
• Não coloque muitos estímulos visuais nas paredes firme;
da sala de aula para não dispersar a atenção do • Tente manter o aluno focado, chamando sempre
aluno; sua atenção com gestos, material expressivo e se
necessário, ação verbal.
MATERIAL DIDÁTICO E ATIVIDADES

O material escolar também deve ser escolhido com cuidado. Diga aos pais para evitarem
materiais que dispersem o aluno, com muita informação. O material da aula deve ser claro e
objetivo, com enunciados bem explicados. Informações importantes devem ser destacadas
nos textos. Outras ações podem ser feitas:
• Não use práticas e atividades muito longas, fragmente os temas;
• Incentive o aluno a ler e escrever, a se concentrar nessas tarefas;
• Use as tecnologias nas aulas, para captar atenção e para que o aluno se interesse em
realizar tarefas;
• Utilize formas variadas de avaliação e avalie de forma contínua.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Matemática para crianças com TDAH: 100 atividades para TDAH, dislexia,
http://focustdah.com.br/2019/05/22/matematica- autismo:
para-criancas-com-tdah-um-desafio-a-ser- https://www.portalescolar.net/2018/04/100-
trabalhado/
atividades-tdah-dislexia-autismo.html
TRANSTORNOS QUE
INTERFEREM NAS
HABILIDADES SOCIAIS
AUTISMO E SÍNDROME DE ASPERGER
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA –
TEA
Embora todo e qualquer distúrbio de aprendizagem possa causar problemas de socialização, de ansiedade,
de depressão e de baixa autoestima, certos transtornos tem mais probabilidade dessas ocorrências por
causarem prejuízo nas habilidades sociais.
O Autismo e a Síndrome de Asperger são dois desses transtornos e são muito comuns na nossa sociedade.
Atualmente, pelo DSM-V, ambos se encontram dentro do espectro do autismo, sendo chamados de
Transtornos do Espectro Autista (TEA). Embora tenha uma manifestação neurológica, o TEA tem como uma
das principais características a dificuldade de interação social. O Autismo é um transtorno global do
desenvolvimento marcado por três características fundamentais (DSM-V):

• Dificuldades para interagir socialmente;


• Pouca habilidade no domínio da linguagem e da comunicação;
• Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
TEA E O DSM-V

Atualmente, o DSM-V considera os seguintes graus para o autismo: autismo leve, moderado e severo.
Muitos psiquiatras afirmam a importância de se distinguir o autismo dos transtornos mentais severos,
como a psicose, por exemplo. O DSM-IV/APA, de 1994, e o CID-10/WHO, de 1992, usam três domínios
para seus critérios (tríade de prejuízos), observados por Kanner (1943, apud BOSA & CALLIAS, 2000),
que são:
• Prejuízo qualitativo na interação social;
• Prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo;
• Comportamento e interesses restritivos e repetitivos.
Atualmente, pelo DSM-V, temos a definição de autismo como uma síndrome comportamental
caracterizada por dificuldade de interação social, déficit de comunicação, padrões repetitivos e
interesses restritos.
CAUSAS E DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do autismo é clínico e deve ser baseado na observação de certos


padrões de comportamento, tais como (DSM-V):
• Déficits significativos nas interações sociais;
• Dificuldades na comunicação e expressão;
• Padrões de comportamento, interesses e atividades restritos e repetitivos.
As causas para o autismo combinam fatores genéticos e ambientais. Há evidências que
a manifestação do TEA envolve milhares de genes, o que dificulta uma demarcação.
Porém, o ambiente vai ser decisivo no desenvolvimento do TEA, podendo intensificar
ou até retardar.
SÍNDROME DE ASPERGER

Como vimos, pelo DSM-V, a Síndrome de Asperger é incluída no TEA. Esses pacientes
apresentam diagnóstico mais tardio, pois não há atraso na aquisição de linguagem e a
cognição é preservada, as dificuldades aparecem mais em contato com o universo
lúdico, linguagem figurada e sistemas abstratos. É um transtorno neurobiológico e que
afeta a percepção e interação dos portadores, porém, não prejudica o exercício das
funções sociais. A criança com Asperger percebe o mundo de um modo singular, não
está doente ou incapacitada, nem sequer limitada se tratada de modo correto, porém,
assim como qualquer nascido com TEA, não obterá cura para seu transtorno.
O TEA tem a alcunha de espectro porque envolve condições diferenciadas entre os
indivíduos diagnosticados positivos e apresenta também gradações.
TRATAMENTO
O Asperger não interfere no desenvolvimento mental ou cognitivo a priori, inclusive,
indivíduos com essa síndrome costumam ter inteligência na média ou acima dela. Não
costumam ter problemas de aprendizagem, mas podem ter de sociabilidade e isso
prejudicar o rendimento escolar. A percepção de mundo na criança ou adulto com
Asperger é alterada, ou seja, muitos descrevem o quadro como uma sensibilidade
esmagadora. O Asperger vai ser sensível a alguns sons, imagens, toques, linguagem.
A identificação da condição de Asperger, assim como qualquer TEA, é feita por uma
equipe multidisciplinar: pediatra, fonoaudiólogo, psicólogo e psiquiatra. Como os
sintomas e manifestações variam muito de pessoa para pessoa, esse diagnóstico pode
ser complexo, tardio, o que, como já citamos, pode prejudicar o desenvolvimento da
criança.

Embora o indivíduo com Asperger seja funcional, ou seja, possa estudar, trabalhar e se
relacionar com pessoas sem necessidades especiais e sem manifestar a sua condição,
eventualmente, ele pode ter algum problema em relação ao seu meio.
A ESCOLA E AS INTERAÇÕES SOCIAIS

Crianças com TEA têm dificuldades em comunicação oral, em entender símbolos não-
verbais, gestos, expressões faciais, variação de tom de voz. A interpretação do mundo
é bem literal, não entendendo bem jogos simbólicos, situações lúdicas e linguagem
figurada. Também têm dificuldades de compreender ironias, sarcasmos e metáforas.
Por isso, desde muito cedo suas relações sociais são prejudicadas.
Para evitar crises, a rotina diária é muito importante para essa criança, ela se sente
segura executando as mesmas atividades, por isso, escola e família precisam preservar
essa rotina. As regras precisam ser claras, objetivas e úteis, e desde que a criança as
entenda ela sente segura em praticá-las todos os dias.
ATITUDES IMPORTANTES
• Manter o aluno ocupado;
• Organizar uma rotina previsível;
• Organizar atividades compreensíveis
e do nível do aluno;
• Explicar tudo muito bem ao aluno;
• Observe o aluno e previna-se contra
os impulsos;
• Incentive a comunicação de situações
desconfortáveis. Fonte:
https://tudobemserdiferente.wordpress.com/2013/03
/09/dicas-sobre-sindrome-de-asperger-na-escola/
DICAS SOBRE APRENDIZAGEM

Fonte: https://www.soescola.com/2016/12/sugestoes-de-
atividades-e-tecnicas-para-criancas-autistas-baixar-pdf-
imprimir.html
DIFICULDADES ESCOLARES
DE ORIGEM
COMPORTAMENTAL E
EMOCIONAL
INTRODUÇÃO
Muitas dificuldades de aprendizagem, de origem neurobiológica, têm relação com
questões emocionais e psíquicas, como consequência do problema.
Porém, existem dificuldades que não são causadas por aspectos neurológicos ou
cognitivos.
Podem surgir por fatores externos, como traumas, agressões, violência, e também por
fatores internos, como ansiedade, medo e depressão.
Nesta aula, iremos descrever como problemas de origem emocional ou
comportamental afetam o aprendizado e a rotina escolar.
TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR -
TOD
O transtorno opositivo desafiador, TOD, é uma condição comportamental que desencadeia padrões de
inadaptabilidade e inadequação em ambientes sociais. As crianças e os adolescentes com esse
transtorno costumam manifestar: raiva, hostilidade, teimosia, instabilidade emocional, sentimento de
vingança, indisciplina e agressividade.
A criança com TOD costuma ser chamada “do contra”. É vista como rebelde e problemática por estar
sempre desafiando os outros, sempre questionando e contrariando muitas ações e opiniões. São
teimosas e querem sempre fazer prevalecer seu ponto de vista e suas preferências, desde muito
pequenas.
Além de problemas comportamentais, essas crianças costumam ter muitas dificuldades em controlar
emoções, pois não sabem lidar com o sentimento de frustração e as contrariedades. Geralmente são
impulsivas e intempestivas e isso acaba abalando o equilíbrio psíquico e emocional, principalmente
se passarem pela infância sem serem tratadas por especialistas.
BULLYING
• Do inglês: to bully, bullying -
importunar/assediar/perseguir;
• A vítima sofre humilhações diárias: agressões
físicas, morais e psíquicas; intimidação
constante e opressão;
• O agressor pode estar sofrendo agressões em
casa;
• O bullying pode acontecer em outros locais
frequentados pela criança/adolescente;
• Causa isolamento, queda no rendimento e até
suicídio;
• Educação: respeito à diversidade e às
diferenças, solidariedade, cooperação, empatia.
TAG - TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA
Causas: Hereditariedade, traumas, pressão emocional, estresse, cobrança excessiva, baixa
autoestima, bullying.
Sintomas:
• Medos e preocupações excessivas, na maior parte do tempo;
• Alterações de sono e de apetite;
• Apatia e isolamento social;
• Irritação;
• Instabilidade emocional;
• Tonturas e/ou taquicardias;
• Suores noturnos;
• Enurese noturna.
OUTROS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
• Transtorno de estresse pós-traumático TEPT: ocorre após um fato ou evento
traumático na vida da criança ou do adolescente. Tem sintomas mais intensos, por outro
lado, a terapia e a medicação ajudam muito a superar o trauma. Geralmente aparece após
uma separação familiar agressiva, acidentes, mortes na família, perda de pets, violência
física, psicológica ou sexual, mudanças de estilo de vida e de ambiente, entre outros;
• Fobias específicas: a criança desenvolve um medo exagerado de determinados objetos,
animais, ambientes e até pessoas. Costuma correr para perto dos pais e gritar. Pode ser
efeito de uma exposição traumática a esses estímulos, ou fruto da mente fantasiosa da
criança. Por exemplo, ela pode desenvolver fobia de algum animal após ser atacada, mas
também pode desenvolver ao ler uma história, ver um desenho;
• Transtorno do Pânico: caracterizado por um medo excessivo de morrer ou de que algo
ruim aconteça, vem acompanhado de sintomas físicos como: sudorese, taquicardia, dor no
peito ou estômago, tontura, falta de ar; entre outros;
• Transtorno de ansiedade de separação: causado pela separação dos
pais ou da família, atinge principalmente crianças pequenas, que
acabam tendo sintomas como enurese, pesadelos, irritabilidade, choro
excessivo, entre outros;
• Fobia Social: é um medo excessivo de situações de interação social. A
ansiedade pode causar choro, ataques de raiva, de pânico, vontade de
sair correndo. Também causa sintomas físicos como suores, tonturas,
falta de ar, vermelhidão. Muito comum se associar à Agorafobia, que é
um medo excessivo de aglomerações sociais. A fobia social também
impede o indivíduo de agir em público, de interagir.
DEPRESSÃO

A depressão na adolescência pode ser


desencadeada por diversas situações, como por
exemplo, uso de drogas e álcool, histórico familiar,
pressão dos pais para ter sucesso, distúrbios
hormonais e alterações no corpo.

Os fracassos escolares e a dificuldade de se


socializar e se adaptar a uma escola também pode
desencadear quadros depressivos que podem se SINAIS
agravar se não forem cuidados. Isolamento
Para que essa situação se resolva, é importante Desinteresse por tudo
Tristeza e choro frequente
começar a dar mais atenção ao comportamento dos Alterações no sono
adolescentes e à sua saúde mental. Como é na Cansaço constante
Irritabilidade
escola e com a família que eles passam mais tempo,
Falta de motivação e
essas duas instituições devem ficar atentas a alguns Instabilidade emocional
comprometimento
sinais de depressão, ansiedade e outros problemas
Agressividade
psicológicos. Alterações no apetite
INTERVENÇÕES
NEUROPSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA
A CONTRIBUIÇÃO DO NEUROPSICÓLOGO
Essa área estuda as funções do sistema nervoso e o comportamento
humano influenciado por esse sistema. Como a aprendizagem, dentre
outras coisas, é definida por uma mudança significativa no
comportamento, a Neuropsicologia estudará também como essa
aprendizagem é afetada por aspectos neurais cognitivos. Sabemos que
alterações nos processos neurais resultam em alguns distúrbios, portanto,
será uma das tarefas da neuropsicologia investigar a causa, os sintomas e
o tratamento.
A Neuropsicologia ajudará no ajustamento desses processos neurais
desequilibrados pelos distúrbios de aprendizagem. O neuropsicólogo irá
contribuir, primeiramente, com o diagnóstico do distúrbio de
aprendizagem (já comentamos que este diagnóstico é feito por uma
equipe multidisciplinar). Após o diagnóstico, ele irá trabalhar no contexto
das funções executivas, ou seja, na relação entre os distúrbios e o sistema
nervoso central, ajudando a melhorar o sistema cognitivo.
A INTERVENÇÃO

Alguns aspectos atendidos pela neuropsicologia e suas


intervenções, para auxiliar no tratamento dos
distúrbios de aprendizagem, são:
• Problemas de memória;
• Melhorias na coordenação motora, fina e grossa;
• Percepção sensorial mais efetiva;
• Desenvolvimento da linguagem e da
comunicação;
• Treinamento do raciocínio lógico.
A PSICOPEDAGOGIA
Até o século XX, muitas crianças com dificuldades simples de aprendizado acabaram
estigmatizadas e ridicularizadas por falta de conhecimento científico sobre os
distúrbios de aprendizagem. A escola era padronizada de tal forma que alunos que não
se adaptassem aos métodos tradicionais de ensino acabavam reprovados e em algum
tempo abandonavam os estudos.
A partir de 1980, a Psicopedagogia começa a trabalhar com uma visão global da
aprendizagem e seus decorrentes processos. Atua desde então, frente aos casos mais
frequentes de problemas de aprendizagem, tais como: disgrafias, discalculias,
dislexias, hiperatividades, que sempre causaram estigmas aos estudantes,
considerados “incapazes para aprender” .
COMO ATUA O
PSICOPEDAGOGO

O psicopedagogo irá atuar diretamente


na intervenção dos principais problemas
de aprendizagem.
Problemas de aprendizagem englobam as
deficiências, síndromes, distúrbios,
transtornos, inabilidades, dificuldades,
etc.
FUNÇÕES DO PSICOPEDAGOGO

• Conhecimento/aprofundamento de teorias para a


intervenção psicopedagógica (técnicas e estratégias
adequadas a cada caso);
• Acesso a uma correta instrumentação de avaliação;
• Supervisão e trabalho pessoal terapêutico;
• Manter sigilo, ética, educação continuada e
contribuição à comunidade com pesquisas.
Este trabalho é realizado através de processos e
estratégias que levam em conta a individualidade de Ações do psicopedagogo:
http://psicopedagogialudica.b
cada aluno, seu ritmo de aprendizagem, suas
logspot.com/
habilidades, seu contexto social e suas competências.
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
• Colabora com a Instituição: familiar/escolar/
educacional;
• Diagnostica e identifica obstáculos do
desenvolvimento da aprendizagem através da
análise institucional e pedagógica;
• Implanta, na instituição, recursos preventivos às
dificuldades de aprendizagem;
• Investiga diferentes metodologias;
O que faz o psicopedagogo?
• Transmite/constrói conhecimentos; https://guiadoestudante.abril.com.br/pr
ofissoes/psicopedagogia/
• Precisa de acesso aos documentos;
• Planeja reuniões de orientação e capacitação.
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
O psicopedagogo clínico é o profissional que
atende um aluno ou grupo de alunos, de forma
personalizada e específica. Assim, ele pode focar
no distúrbio do aluno ou grupo de alunos,
elaborando estratégias adequadas para aquele
problema e para dificuldades individuais. Ele
orienta grupos familiares ou docentes em
relação ao processo de aprendizagem. Também
efetua diagnósticos do sintoma de dificuldade de
aprendizagem através de técnicas específicas e
da integração de dados de outros exames: Como a psicopedagogia auxilia o
desenvolvimento da criança autista:
neurológicos, escolares, fonoaudiológicos e https://fce.edu.br/blog/contribuicoes-da-
psicológicos. psicopedagogia-para-o-desenvolvimento-do-ensino-
e-aprendizagem-da-crianca-autista/
A ESCOLA E OS
DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO
Sabemos que geralmente é na fase de alfabetização que os distúrbios mais comuns são detectados,
por conta da dificuldade em aprender alfabeto e números, mas também sabemos ser possível um
diagnóstico e uma intervenção precoces.
Quanto mais cedo a escola perceber os sinais de um distúrbio, sinais estes que já descrevemos aqui,
para cada um deles, mais cedo a criança pode ser encaminhada para o tratamento. Portanto, é na
Educação Infantil que se identifica alguns desvios dos padrões de desenvolvimento físico, cognitivo e
psíquico. Se a escola não distingue em seus alunos suas dificuldades e o ajuda a superá-las, esse aluno
vai se sentir inseguro, ansioso e desmotivado com o aprendizado.
Por esse motivo, distúrbios de aprendizagem sempre causaram evasão escolar. O aluno não se adapta
aos modelos engessados e tradicionais, e acaba não se sentindo adequado ao ambiente e à rotina da
escola. Desde a LDB de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) a escola recebe uma grande
quantidade de alunos e muitos são de inclusão, por isso, a educação tem tentado se atualizar e se
adaptar à diversidade escolar e também ao ensino de crianças com problemas de aprendizagem.
UMA FASE DE ADAPTAÇÃO
Distúrbios de aprendizagem sempre causaram evasão escolar. O aluno não se adapta aos
modelos engessados e tradicionais, e acaba não se sentindo adequado ao ambiente e à
rotina da escola. Desde a LDB de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) a escola
recebe uma grande quantidade de alunos e muitos são de inclusão, por isso, a educação
tem tentado se atualizar e se adaptar à diversidade escolar e também ao ensino de crianças
com problemas de aprendizagem.
Assim, a escola atual tenta conhecer e se informar sobre os distúrbios de aprendizagem,
tenta conhecer ao máximo seu público, com sua cultura, seu grupo social e suas
peculiaridades, e tenta adaptar seus métodos a uma nova geração, que nasceu em meio à
tecnologia digital. O papel do professor nesse cenário é muito importante, pois é ele quem
irá ter o primeiro contato com as dificuldades de aprendizagem dos alunos.
RESPONSABILIDADES DO PROFESSOR

• Prestar atenção diária a esses alunos, atentando-se às suas dificuldades, auxiliando-os sempre que
possível;
• Adotar um método flexível de ensino, que valorize as habilidades dos alunos;
• Adotar avaliações adaptadas aos alunos com distúrbios e outras dificuldades;
• Estar sempre atualizado sobre atividades e práticas pedagógicas adequadas para os distúrbios de
aprendizagem;
• Não estigmatizar, nem humilhar, nem repreender excessivamente alunos com dificuldades, devemos
lembrar que a criança não tem culpa do distúrbio;
• Manter o psicopedagogo e a família informados sobre o rendimento do aluno;
• Acolher e motivar o aluno com dificuldade, mostrando a ele que pode ensiná-lo e que ele é capaz de
aprender.
ESTRATÉGIAS DA ESCOLA

• Atentar para o aspecto individual: cada aluno precisa ser acompanhado individualmente, pelo
menos nas avaliações, com tarefas e provas adaptadas. Por exemplo, o aluno disléxico precisa de um
ledor para sua prova. Além disso, o progresso avaliado não deve ser comparado ao dos outros
alunos;
• Usar o lúdico: a escola deve contar com as atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento
cognitivo e social dos alunos;
• Investir em tecnologias: muitos programas de computador têm sido desenvolvidos para auxiliar
pessoas com problemas de aprendizagem. Também há aplicativos e recursos de tecnologia de
assistiva, materiais didáticos adaptados, atividades digitalizadas, entre outros;
• Criar uma rede de apoio: através de grupos em redes sociais, a escola pode criar uma rede de
troca de informações e ideias, que envolva pais, professores, psicopedagogos e gestores.
TECNOLOGIAS ALIADAS
• Programas tutoriais: existem muitos vídeos na internet ensinando a fazer todo tipo de
coisas, como cozinhar, consertar objetos, fazer artesanato. Com os conteúdos acadêmicos
não é diferente, existem muitos tutoriais ensinando as matérias que são aprendidas na
escola. A vantagem dos tutoriais é o fato de o computador poder apresentar o material
com outras características que não são permitidas no papel como a animação, sons e a
possibilidade de interação;
• Programa de exercício e prática: os programas de exercício e prática são utilizados
para revisar o material visto em classe principalmente o que envolve memorização e
repetição, como matemática e vocabulário. A vantagem desse tipo de programa é o fato
do professor dispor de uma infinidade de exercícios que o aprendiz pode resolver de
acordo com o seu grau de conhecimento e interesse;
• Jogos educacionais: é um recurso que une o aspecto lúdico e a aprendizagem, ou seja,
através dos jogos eletrônicos didáticos, o aluno aprende e se diverte.
JOGOS DE COMPUTADOR

Jogo da Memória:
https://novaescola.org.br/conteudo/483
Jogos que melhoram a concentração: 2/jogo-da-memoria
https://educacaofutura.com.br/jogos-que-elevam-o-nivel-
de-concentracao-em-criancas-com-tdah/
ATIVIDADES

Atividades lúdicas para criança autista: Brincadeiras para desacelerar:


https://universoautista.com.br/oficial/ http://www.ocuidador.com.br/noticia
2015/09/25/atividades-ludicas/ s_det.php?id=372

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