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A psicopedagogia como facilitadora


do processo de ensino aprendizagem

Maria Onete Brandão Araújo


PY

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RESUMO

O trabalho aqui apresentado diz respeito a pratica educativa que leva ao fracasso escolar,
focando no aluno como um aprendiz e o professor como um educador. O professor na
sua missão de docente carrega muitas vezes traços da educação tradicional em que não
oferecem espaços para os alunos desenvolver seus pensamentos, suas aprendizagens
de forma significativa. O tema nos traz uma realidade que está presente no nosso dia a
dia, quando leva a fazer dos nossos alunos máquinas de passar no vestibular. “O sonho
dourado” de todo professor que é ter um aluno participante, que se interesse pelo que
está sendo explanado em sala de aula, que saiba criticar e debater sobre os temas ex-
postos. Mostra-se com a interação aluno-professor e é de suma importância no processo
de aprendizagem. Debatemos também de quem é a culpa do fracasso escolar, dentro
de um contexto, podemos observar que a sociedade acaba por influenciar no sucesso
ou fracasso da criança na sua vida escolar.

Palavras-chave: Psicopedagogia, Ensino, Aprendizagem, Magistério.

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INTRODUÇÃO

A ação educativa nos dias de hoje, mais do que em qualquer outra época, reveste-se
de numerosos desafios para todos aqueles envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Ensinar e aprender, aprender a aprender, aprender a ensinar, são palavras de ordem re-
petidas à exaustão por pedagogos e psicopedagogos que se debruçam sobre as questões
educacionais com o objetivo de apontar caminhos para melhoria da prática pedagógica em
todos os níveis de ensino.
A partir deste fato, deixar ainda mais claro o objetivo deste trabalho despertando em
toda comunidade escolar o interesse para proporcionar aos educandos a condição de per-
manecerem na escola e concluir com sucesso as etapas de seus estudos. Não resta dúvida
que um dos problemas que iremos encontrar é a situação socioeconômica que não permite
ao educando adquirir seu material escolar e isto dificulta o trabalho pedagógico do profes-
sor que tem de dobrar o seu trabalho para fazer o mínimo em favor da aprendizagem de
seus alunos. No entanto, cada ser humano é um, por sua vez, e portador de experiências
pessoais únicas; isto, por sua vez, torna a aprendizagem um processo único e diferenciado
para cada indivíduo. Contudo todos possuem esquemas gerais de aprendizagem (sistema
orgânico), que é à base de trabalho das Escolas e Academias.
Todo trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e de várias inves-
tigações notando-se que a preocupação com a aprendizagem é uma questão recorrente na
história tendo suas origens nos moldes científicos do século XIX. Até este momento, estava
ligada aos médicos, filósofos e psicólogos. No interior deste amplo processo de se pensar
a educação, pode-se verificar que as idéias defendidas pela psicopedagogia também são,
acima de tudo, históricas. Muito antes de se pensar neste termo, houve vários estudiosos
como Mantaigne, Locke, Comênio e outros, que já defendiam uma educação significativa
que respeitasse às diferentes formas de aprender de cada aluno e as dificuldades delas
decorrentes, identificando princípios básicos do desenvolvimento afetivo emocional e sua
importância no processo de aprendizagem, as relações funcionais existentes entre o homem
e seu ambiente, especificamente a partir das relações com a família, com base no processo
de socialização.
Para a Psicopedagogia, entender o processo de ensino aprendizagem é necessário
e importante ir além da simples junção dos conhecimentos oriundos da Psicologia e da
Pedagogia, que ocorre com bastante frequência no senso comum, isto porque, em sua
própria denominação psicopedagogia aparece “suas partes constitutivas – psicologia + pe-
dagogia – e que oferece uma definição reducionista a seu respeito”.
Na realidade a psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a integrar,
de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas com a mente
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de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender
humano. Enquanto área do conhecimento multe disciplinar interessa a Psicopedagogia
compreender como ocorrem os processos de aprendizagem e entender as possíveis dificul-
dades situadas neste movimento. Pra tal, faz uso da integração e as possíveis dificuldades
situadas neste movimento. Para tal, faz uso da integração e síntese de vários campos do
conhecimento, tais como a Psicologia, a Psicanálise, a filosofia, a Psicologia Transversal, a
Pedagogia a Neurologia, entre outros.

BREVE HISTÓRICO SOBRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Estudos feitos por Sampaio (2010), as dificuldades de aprendizagem começaram a


ser refletida por volta de século XVIII, por Médicos, Psiquiatras e Filósofos do Iluminismo,
os quais relacionaram a fatores organicistas. Os seguidores de John Loocke, por volta do
século XIX, na Inglaterra acreditavam que a origem da dificuldade de aprendizagem estava
na estimulação do ambiente.
Para os seguidores de Emmanuel Kant, na Europa, as ideias de espaço e tempo,
os conceitos de quantidade, qualidade e relação tinham origem na mente humana e não
podiam ser de compostas em elementos simples. Por volta do século XIX, surge a Teoria
Evolucionista de Charles Darwin, a qual acredita que o homem é o resultado de um esquema
de evolução biológica e unifica as ciências naturais, humanas e sociais.
Ainda neste século, vários educadores como Pestalozzi, Itard, Pereire e Seguin se
destacam ao realizarem tratamento de problemas de aprendizagem, embora preocupados
apenas com a debilidade mental e deficiências sensoriais. Durante esse período a Psiquiatra
Italiana, Maria Montessori criou um método de aprendizagem inicialmente para crianças com
retardo mental, e mais tarde se estendeu às crianças ditas normais. Esse método visa esti-
mular os órgãos dos sentidos, através de manipulação de objetos com diferentes tamanhos,
formas, pesos, texturas, cores, cheiros e barulhos.
Durante os séculos XVIII e XIX, a Neurologia, Neurofisiologia e Neuropsiquiatria de-
senvolveram estudos em laboratórios anexos aos hospícios e classificaram os pacientes
como anormais e a partir desse estudo chegaram a conclusão de que o fracasso escolar se
dava a uma anormalidade orgânica da criança.
Na Europa, por volta de 1946, J. Boutonier e George Mauco fundaram Centros
Psicopedagógicos nos quais uniram conhecimentos das áreas da Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia, para readaptar crianças com comportamentos inadequados, com dificuldades
de aprendizagem e que eram inteligentes.
Nessa época surgem equipes multidisciplinares com o objetivo de conhecer a crian-
ça e seu meio, para em seguida criar uma ação reeducadora através de um plano de
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intervenção, no qual, o sujeito é observado em sua totalidade, através de atividades espon-
tâneas e do brincar.
Os pesquisadores do Institute for Language Disorders, Johnson e Myklebust, atribuí-
ram à Disfunção Cerebral Mínima e aos distúrbios de aprendizagem as causas do fracasso
escolar. Esse novo diagnóstico foi bem aceito pelos pais e pelos professores, pois com essa
nova visão o aluno não era culpado pelo seu fracasso escolar, e sim uma disfunção que não
dependia dele, bem como os pais e os professores não eram os causadores do fracasso
escolar e sim questões neurológicas.
Diante desse novo diagnóstico, surge um espaço na instituição escolar que não podia ser
ocupado nem por Pedagogos e nem por Psicólogos. Nesse contexto, surge a Psicopedagogia
com o objetivo resolver o fracasso escolar trabalhando a memória, a percepção, a atenção,
a motricidade, comportamento e o pensamento do educando.
A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem humana e suas dificuldades,
considerando as realidades internas e externas, utilizando-se de vários campos do conheci-
mento, integrando-os e sintetizando-os procurando compreender de forma global e integrada
os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos, os quais
determinam a condição de sujeito e interferem no processo de aprendizagem possibilitando
situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa.
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâ-
neos do ser humano, desde cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, para garantir sua
sobrevivência. A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural que
resulta em uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, a emoção,
a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos na criança contri-
buindo no processo do sentir e do prazer de aprender, pois, muitas crianças apresentam
dificuldades de aprendizagem.
Por volta de 1963, em Chicago, nos Estados Unidos, um grupo de pais, que tinham
filhos que apresentavam dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita, reuniram-se
e convidaram profissionais das áreas da Medicina, da Neurologia e da Psicologia, com a
esperança de que os mesmos explicassem os motivos das dificuldades de seus filhos e lhes
propusessem algumas soluções, uma vez que não eram atendidos como crianças especiais,
pois não apresentavam nem um quadro de atraso ou retardo mental, deficiência auditiva,
visual, motora, dentre outras deficiências.

METODOLOGIA

A metodologia usada foi uma pesquisa bibliográfica através de várias investigações a li-
vros e documentários de pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, psicanalistas e psiquiatras,
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que se preocupam com o desempenho cognitivo principalmente com pessoas com algum
tipo de dificuldade de aprendizagem e notando-se que a preocupação com a aprendizagem
é uma questão recorrente na história, tendo suas origens nos moldes científicos do século
XIX. A educação especial tem um aspecto de caráter emocional. Apenas se identifica com
a causa pessoas comprometidas, para a realização desta pesquisa, foi utilizado o método
qualitativo que objetiva captar o pensamento e a expressão dos autores envolvidos na pro-
blemática que se quer estudar. Sua característica está calcada na interpretação dos dados
e informações, que segundo Pedron (1997, p. 23), partindo-se do pressuposto de que a rea-
lidade não se encontra fora do indivíduo, mas é por ele construída e, desta forma, somente
por meio de seu discurso pode-se percebê-la.
Dentro desta perspectiva, o papel do pesquisador passa a ser a de observador que
consegue captar a informação, interpretá-la e redigir de forma que outros possam também
‘vivenciar’ a experiência.
O método de abordagem utilizado nesta pesquisa foi o dedutivo, o qual consiste na
construção de conjecturas, que devem ser submetidas a testes, as mais diversas possíveis,
à crítica intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica e ao confronto com os fatos,
para ver quais as hipóteses que sobrevivem como mais aptas. Deve se exercitar o método
da observação diariamente para que se possa obter um aprendizado contínuo sobre os
fatos que ocorrem no dia a dia, mas não a mera observação (ver e não notar) e sim uma
observação criteriosa. Cada fato observado apresenta diversas constatações, que muitas
vezes são desnecessárias ao objetivo buscado, embora interessantes. O observador não
deve se deixar levar por informações supérfluas para sua pesquisa e também não deve
deixar de lado fatos que ele considere irrelevantes, pois muitas vezes isso vem a contribuir
com os resultados.

FRACASSO ESCOLAR: DE QUEM É A CULPA?

O fracasso escolar aparece hoje entre os problemas de nosso sistema educacional


mais estudados e discutidos. Porém, o que ocorre muitas vezes, é a busca pelos culpados
de tal fracasso e, a partir daí, percebe-se um jogo onde ora se culpa a criança, ora a famí-
lia, ora uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social.
Mas será que existe mesmo um culpado para a não aprendizagem? Se a aprendizagem
acontece em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre subjetividades, nunca uma
única pessoa pode ser culpada. Alicia Fernández nos lembra que “a culpa, o considerar-se
culpado, em geral, está no nível imaginário” (FERNÁNDEZ, 1994) e coloca que o contrário
da culpa é a responsabilidade. Para ser responsável por seus atos, é necessário poder sair
do lugar da culpa.
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Não se pretende, portanto, expurgar a responsabilidade de um fracasso escolar. O pro-
pósito é discuti-lo como um elemento resultante da integração de várias “forças” que en-
globam o espaço institucional (a escola), o espaço das relações (vínculos do Ensinar e
Aprender), a família e a sociedade em geral.
Quando se fala em fracasso, supõe-se algo que deveria ser atingido. Ele é definido por
um mau êxito, uma ruína. Porém, mau êxito em quê? De acordo com que parâmetro? O que
a nossa sociedade atual define como sucesso? Daí a necessidade de analisar o fracasso
escolar de forma mais ampla, considerando-o como peça resultante de muitas variáveis.
Segundo Patto, analisar o fracasso escolar implica compreender como idéias a respeito do
que é dificuldade de aprendizagem foram produzidos ao longo dos anos, no pensamento
educacional brasileiro.
A sociedade, busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a qualquer
custo e a escola também segue esta concepção. Aqueles que não conseguem responder
às exigências da instituição podem sofrer com um problema de aprendizagem. A busca
incansável e imediata pela perfeição leva à rotulação daqueles que não se encaixam nos
parâmetros impostos.
Assim, torna-se comum o surgimento em todas as instituições educativas de “crianças
problemas”, de “crianças fracassadas”, disléxicas, hiperativas, agressivas, etc.
Esses problemas tornam-se parte da identidade da criança. Perde-se o sujeito, ele
passa a ser a sua dificuldade. Desta forma, ao passar pelo portão da escola, a criança
assume o papel que lhe foi atribuído e tende a correspondê-lo. Porém, ao conceder este
rótulo à criança, não se observa em quais circunstâncias ela apresenta tais dificuldades (ele
está assim e não é assim). Isso não é apenas uma diferença terminológica, ela revela uma
possibilidade de mudança.

RESULTADOS

Os resultados são os conhecimentos prévios e o nível atual de desenvolvimento do


aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica
processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso
individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções
pedagógicas do professor.
No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que alguns
alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da
língua de sinais, de textos em Braille, de informática e de tecnologia assistem como uma
prática cotidiana.

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Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da
educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e
guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas
atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante
no cotidiano escolar.

ATUAÇÕES DO PSICOPEDAGOGO COMO FACILITADOR DO ENSINO


E DA APRENDIZAGEM

A Psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do processo de


aprendizagem, comprometendo-se com a transformação da realidade escolar, na medida
em que possibilite e mediante dinâmicas em sala de aula, contemplar a interdisciplinaridade
com outros profissionais da escola.
O Psicopedagogo pode atuar tanto na área da Saúde como na Educação, pois, o seu
saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma
forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e com o processo de aprendizagem, em
parceria com a Equipe Multidisciplinar da Instituição Hospitalar: Psicólogos, Assistentes
Sociais, Enfermeiros e Médicos.
O Psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabele-
cimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes
concepções a respeito desse processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a
ampliar o olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, para
superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à
leitura do mundo.
A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da
qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos,
a criança apresenta uma série de características que lhe permitem ou não o desenvolvimento
de conhecimentos. As características psicológicas são consequentes da história individual,
de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as experiências futuras,
como o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, e outros.
A Psicopedagogia trabalha em uma linha preventiva, cabe ao Psicopedagogo detectar
possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações
da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e a troca; promover
orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; reali-
zar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional tanto na forma individual
quanto em grupo.

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Na linha terapêutica, o Psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diag-
nosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabele-
cendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora, fonoaudiológica
e educacional, pois essas dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes
em seu tratamento.
Se o profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da sim-
ples junção dos conhecimentos da Psicologia e da Pedagogia. No campo empresarial, o
Psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das
relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A consideração dos fatores de exclusão inerentes ao tradicional ensino da língua escrita


explicita o divórcio entre a vida e a aprendizagem, evidente tanto no campo das concepções
quanto no plano da prática pedagógica voltada para educação especial.
Ao desconsiderar a realidade do aluno “normal” e “especial”, subestimar as metas da
educação, banalizar o conteúdo próprio da língua e artificializar os modos de aprendiza-
gem, a escola se fecha para o impacto de novas concepções em prol da democratização e
qualidade do ensino.
Ao negar a natureza das relações pessoais em sala de aula, o educador trai o seu
compromisso e a sua razão.
A defesa de posturas mais democráticas subsidia a construção de alternativas peda-
gógicas ou políticas educacionais capazes de acolher o aluno, compreendê-lo e propor um
ensino centrado no diálogo. É preciso re-encantar a escola para atender as demandas das
gerações que hoje ingressam no sistema e, na mesma medida, responder aos que foram dele
excluídos, fazendo com que os nossos alunos sintam-se à vontade para voltar à sala de aula.
A compreensão do fracasso do ensino torna nítida a morosidade da transformação
escolar, um processo sempre aquém das necessidades mais imediatas de nossos alu-
nos. Na oscilação entre os avanços e os retrocessos, entre a ousadia e a resistência, ficam
as sementes do saber e do fazer, sempre alimentadas pelas iniciativas, pelos esforços, pela
reflexão e, certamente, pelos nossos sonhos.
E, para finalizar, a Política Nacional de Educação Especial garante o acesso à educação
desde a infância, que é onde se desenvolve a base para a construção do conhecimento.

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REFERÊNCIAS
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Quintás. Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Educação da USP, São Paulo, 2003.

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9. SARRAF, M. A. O professor por ele mesmo: retratos da constituição docente. Dissertação de


mestrado apresentada à Faculdade de Educação da USP, São Paulo, 2003.

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