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O PSICOPEDAGOGO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Gilmarcia Rodrigues dos Santos Gomes

DESENVOLVIMENTO

O psicopedagogo é extremamente importante na instituição escolar, pois este profissional


estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização
de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo.
Por intermédio da psicopedagogia a equipe escolar é envolvida em forma de ampliar em todo o
aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, auxiliando-o a superar os obstáculos que
interferem no pleno domínio de habilidades (SOARES; SENA,2012).
Pontes (2010) afirma que não existe atuação psicopedagógico na escola sem postura do ouvir, do
falar e do propor. A intervenção do psicopedagogo tem que estar regada no saber, da sua
criatividade, da sua perspicácia, para que tenha condições de adaptar o trabalho a que se propõe, de
acordo com as necessidades e possibilidades do contexto educacional em que está atuando.

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações


no processo aprendizagem, participar da dinâmica da
. comunidade educativa, favorecendo a integração,
promovendo orientações metodológicas de acordo com as
características e particularidades dos indivíduos do grupo,
realizando processos de orientação (SOARES; SENA, 2012,
p.3).

No âmbito da instituição escolar, o psicopedagogo atua com base na elaboração de um


diagnóstico institucional. Dessa forma, ocupa-se da avaliação, compreensão e atuação da
aprendizagem, numa dinâmica complexa que se caracteriza por diferentes formas de interações
individuais e grupais e por configurações de organização e funções sociais específicas. O sujeito
da aprendizagem é a própria instituição ou os grupos que fazem parte desse contexto
educacional (OLIVEIRA, 2009).

A psicopedagogia institucional se caracteriza pela própria intencionalidade do


trabalho. Atuamos como psicopedagogos na construção do conhecimento do sujeito,
que neste momento é a instituição com sua filosofia, valores e ideologia. (BOSSA,
2007, p. 53).
Portanto o trabalho psicopedagógico pode e deve ser pensado a partir da instituição escolar a qual
cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos, promover o
desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais
amplo.
A escola é, então, participante desse processo de aprendizagem que inclui o sujeito no seu mundo
sociocultural. E ela é, com efeito, a grande preocupação da psicopedagogia em seu compromisso de
ação preventiva. Visto que cada sujeito tem uma história pessoal, da qual fazem parte várias
histórias: a familiar, a escolar e outras, as quais, articuladas, se condicionam
mutuamente(BOSSA,2007).
Neste sentido, quando se refere à compreensão da instituição escolar, é importante levar em
consideração a sua estrutura total, bem como o que é específico. E passar a pensar sistematicamente
nos permite observar o funcionamento da aprendizagem no contexto escolar com base nas relações
entre o ensinar e o aprender.

Dessa forma, faz-se necessário definir que tipo de atuação e identidade a psicopedagogia
apresenta e qual a modalidade de ação que ela deve demonstrar na escola.

E na visão psicopedagógico, o pressuposto sistêmico vem ao encontro da necessidade de entender a


construção da aprendizagem, com base na dinâmica e nas relações entre os elementos envolvidos no
processo, e auxilia na visão sobre o ensinar e o aprender, que é básico na instituição educacional
(OLIVEIRA, 2007, p. 52).

A abordagem psicopedagógico adotada neste trabalho é a sistêmica, a qual compreende


uma perspectiva contemporânea que, conforme Gasparian (1997) acompanha o mundo em sua
trajetória: da estabilidade, para a instabilidade; do simples para o complexo; do mundo estável para
o mundo do processo; da consideração tanto do aprender como processo, quanto do processo de
construção de conhecimento, como ações conjuntas que não se detêm somente ao ensinar.
A aprendizagem, nessa perspectiva, é considerada uma ação que perpassa questões objetivas
e subjetivas que se articula com o significado do que se quer conhecer, conectado aos vínculos
internos e externos na relação com o conhecimento.
O psicopedagogo, nesse contexto, é aquele que se ocupa das relações entre ensinantes e
aprendentes e de como se operam as passagens/aquisições do conhecimento em um contexto
específico. O psicopedagogo trata do ser em desenvolvimento, o qual vivencia relações consigo
mesmo, com o mundo que o rodeia e com diversos objetos de estudo, aprendendo na construção do
seu próprio conhecimento.
A psicopedagogia sistêmica tem como função diagnosticar quais são as modalidades de
aprendizagem dos professores e dos alunos, as crenças relativas à educação e às possibilidades de
aprender e ensinar que esses sujeitos trazem consigo, as quais têm o poder de serem concretizadas
porque alicerçam as ações e reações vividas por esses atores. A ação psicopedagógico deve ser
vivencial, no sentido de promover o encontro com o simbólico e providenciar a junção coerente dos
aspectos objetivos com os subjetivos do ser humano.
Conforme Gasparian (apud OLIVEIRA, 2007), o trabalho do psicopedagogo na escola é
amplo e complexo, pois envolve vários indivíduos com níveis e funções intelectuais diferentes.
Além disso, é papel do psicopedagogo realizar um trabalho de ‘higienização’ na realidade escolar,
especificamente, nos aspectos didático-metodológicos que a compõem.
Temos que tomar cuidado para não assumir a parte ‘doentia’ da instituição, tornando-nos
um depositário de queixas e lamentações sem poder resolver de modo eficaz o problema colocado,
fazendo-nos sentir impotentes e incompetentes. Se a instituição tem essa tendência, devemos fazer
com que cada elemento assuma a sua parte (GASPARIAN, 1997, p. 25).
Quanto à sua prática e atuação, o psicopedagogo reúne conhecimento de várias áreas e
estratégias pedagógicas e psicológicas que o possibilita voltar-se para o processo de
desenvolvimento e aprendizagem, atuando numa linha preventiva e/ou terapêutica.
Segundo Bossa (2007), de fato o trabalho psicopedagógico na instituição é essencialmente
preventivo, pois é na escola que se manifesta e tornam-se visíveis as chamadas dificuldades de
aprendizagem, sendo ainda o lugar onde estas podem ser ocasionadas, pois acreditamos que grande
parte das dificuldades de aprendizagem acontece devido à inadequada pedagogia da escola.
Especificamente, no âmbito da instituição escolar, o psicopedagogo pode contribuir,
preventivamente, para melhorar o processo de ensino e a qualidade das aprendizagens, com base em
uma visão ética e social; promover aprendizagens cooperativas, em que cada aluno possa atingir
seus objetivos de forma colaborativa, tendo a integração, o grupo, o trabalho em equipe como
pressuposto para essa aprendizagem; promover a cooperação escola-família com base nos projetos
educativos específicos; colaborar com a formação do professor; participar de equipes
multidisciplinares, compartilhando dos ideais, procedimentos e materiais didáticos (OLIVEIRA,
2007, p. 49).
Além disso, uma das ações do psicopedagogo é a intervenção, que visa fazer a mediação
entre os alunos e seus objetos de conhecimentos, trabalhar as relações interpessoais, bem como
estimular a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, numa perspectiva preventiva. Na
intervenção, a ação psicopedagógico contribui para o processo educacional, buscando compreendê-
lo, explicitá-lo ou modificá-lo. Ao introduzir novos elementos para o sujeito pensar é possível
conduzi-lo à quebra de paradigmas anteriormente estabelecidos.
Oliveira (2009) afirma que essa intervenção tem um maior alcance quando realizada no
ambiente em que o aluno desenvolve suas atividades e por meio das pessoas que, cotidianamente, se
relacionam com ele, uma vez que os processos de aprendizagem se relacionam diretamente com a
socialização e integração dos alunos no contexto sócio educacional em que estes estão inseridos.
A atuação psicopedagógico no contexto escolar tem como finalidade básica promover
mudanças, tanto nos momentos da intervenção diante dos problemas que a escola apresenta ou que
nela se apresentam, como também para melhorar as condições, os recursos e o ensino, realizando a
tarefa preventiva. Nesse sentido, deve-se reconhecer que as mudanças se tornam possíveis quando
se verificam lacunas, falhas ou identificam-se necessidades. Assim, o compromisso ético-
profissional do psicopedagogo se coloca a serviço deste processo de transformação, mesmo que a
princípio seja permeado por conflitos ou por tendência dos sujeitos a manter o que está posto.
Portanto, ressalta-se a ideia de que o psicopedagogo é aquele que tem o papel de promover o
processo de aprendizagem com qualidade no interior de todos os segmentos da escola; obviamente
isso acontece em função de que uma instituição que tem o papel de ensinar precisa ser a primeira a
apresentar a disposição de aprender.

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Quando uma criança ingressa na escola, sua primeira tarefa explicita é aprender a ler e
escrever. Embora se espere que a criança aprenda muitas outras coisas em seu primeiro ano na
escola, a alfabetização é, sem dúvida alguma, o centro das expectativas de pais e professores. Os
pais e a própria criança não têm, em geral, razão para duvidar do sucesso da criança nessa
aprendizagem.
Uma criança sadia, ao ingressar a escola, já sabe falar, compreende explicações, reconhece objetos
e formas desenhadas e é capaz de obedecer a ordens complexas. Não há razão para que ela não
aprenda também a ler. No entanto, o que muitas vezes os pais e professores não consideram é que a
leitura e a escrita são habilidades que exigem da criança a atenção a aspectos da linguagem aos
quais ela não precisa dar importância, até o momento em que começa a aprender a ler. Por isso, toda
criança encontra dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita. A leitura e a escrita exigem
dela novas habilidades, que não faziam parte de sua vida diária até aquele momento.
(Moojem,1999) afirma que ao lado do pequeno grupo de crianças que apresentam transtornos de
aprendizagem decorrente de imaturidade do desenvolvimento e/ou disfunção psiconeurológica,
existe um grupo maior de crianças que apresenta baixo rendimento escolar em decorrência de
fatores isolados ou em interação. As alterações apresentadas por esse contingente maior de alunos
poderiam ser designadas como “ dificuldades de aprendizagem”, participaram dessa conceituação
os atrasos no desempenho escolar por falta de interesse, perturbação emocional, inadequação
metodológicas ou mudanças no padrão de exigência escolar, ou seja, alterações evolutivas normais
que foram consideradas no passado como alterações patológicas.
Fernandez (1991) também considera as dificuldades de aprendizagem como sintomas ou fraturas no
processo de aprendizagem, onde necessariamente estão em jogo quatro níveis: o organismo, o
corpo, a inteligência e o desejo.
A dificuldade de aprendizagem para aprender segundo o autor seria o resultado da anulação das
capacidades e do bloqueamento das possibilidades de aprendizagens de um indivíduo e a fim de
ilustrar essa condição utiliza o termo inteligência aprisionada (atrasada, no idioma original).
Para o autor, a origem das dificuldades ou problemas de aprendizagem não se relaciona apenas à
estrutura da criança, mas também a estrutura familiar a que a criança está vinculada. As
dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas as seguintes causas:
1ª causas externas à estrutura familiar e individual- originaram o problema de aprendizagem
reativo, a qual afeta o aprender, mas não aprisiona a inteligência e, geralmente surge do confronto
entre o aluno e a instituição.
2ª causas internas à estrutura familiar e individual – originariam o problema considerado como
sintoma e inibição, afetando a dinâmica e desejo, causando o desejo inconsciente de não conhecer e,
portanto, de aprender.
3ª modalidades de pensamento derivadas de uma estrutura psicótica as quais ocorrem em menor
número de casos.
4ª fatores de deficiência orgânica em casos mais raros.
Essa breve reflexão sobre dificuldades de aprendizagem pretende abordar aspectos que explicarão
porque alguns alunos se sentem bloqueados ou encontram dificuldades no processo natural de
aprendizagem. Um aluno com insucesso escolar transporta um peso frustracional muito grande
convertendo- se em um sentimento de autodesvalorização que se não for percebido acarretará ainda
mais prejuízos no desenvolvimento da sua personalidade. Se o convívio familiar for adequado e
qualitativamente estimulado, a criança conseguirá desenvolver melhor suas aptidões que terão um
papel imprescindível na aprendizagem, pois desta forma busca-se atingir a superação das situações-
problema da escolaridade.
Segundo Fonseca (1995), muitas das aprendizagens de adquirem por imitação e por simples
interação social, outras, porém, só se adquirem em situações estruturadas, que exigem a
participação e midiatização de um adulto científica e culturalmente preparado. Será que todos os
alunos se beneficiam do ambiente adequado ates de entrar para a escola? Durante o período de
aprendizagem escolar, estarão os pais disponíveis para proporcionar os reforços emocionais
necessários?
Baseado nestas questões, Fonseca comenta a etiologia das dificuldades de aprendizagem que pode
ser abordada em dois níveis: endógeno e exógeno. O aspecto endógeno é de origem biológica e sua
influência em termos de desenvolvimento e o aspecto exógeno são de origem social desencadeada
por condições de pobreza e privação cultural.
Quanto aos fatores endógenos (biológicos), pode-se afirmar que as causas genéticas são
indispensáveis para esclarecer as causas relacionadas às dificuldades de aprendizagem. Desta
Forma, oportuniza- se um diagnóstico detalhado em busca de maiores informações para o
processo de intervenção do psicopedagogo.
Nesta perspectiva de descobrir as causas das dificuldades de aprendizagem é importante enfatizar
que neurologicamente até os trinta meses de vida, o cérebro está e m acelerada formação, razão
pela qual, qualquer lesão poderá comprometer irreversivelmente o potencial de aprendizagem,
quer verbal ou não verbal.
A fase inicia l do processo ensino aprendizagem (5 a 6 anos) deve ter como objetivo o raciocínio e a
aprendizagem assistemática e não a aprendizagem de conteúdos formais. Até os sete anos o
desenvolvimento primordial é do hemisfério direito, tendo ainda um raciocínio pré-lógico,
necessitando de um trabalho concreto, pois este hemisfério consegue assimilar a linguagem das
cores, formas, criatividade, música, arte, dramatização, jogo e imaginação. É de extrema
importância que os profissionais da educação tenham consciência de que não adianta exigir do
cérebro o que ainda não pode proporcionar, pois se não tiver maturação, a assimilação da
aprendizagem não acontece.
O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação e está intimamente ligado às
relações de troca que se estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Nas
situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos e está intimamente
ligado as relações de troca que se estabelece com o meio, principalmente, seus professores e
colegas. Nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos para se
apropriar do conhecimento.
Os fatores exógenos (origem social) são também desencadeados das dificuldades de aprendizagem,
pois as condições desfavoráveis que vivem o aluno são indutoras de atrasos de maturação
neurológica. As condições de pobreza provocam privações nos aspectos biológicos, psicológicos e
sociais e como consequência tem dificuldades de aprendizagem nos alunos oriundos de meios
sócio-econômicos desfavorecidos.
É imprescindível que as escolas criem uma perspectiva preventiva das dificuldades escolares, pois é
no princípio da escolarização e não fim, que se deve aperfeiçoar o potencial de aprendizagem dos
alunos. Nessa perspectiva muitos se pode economizar, quer em potencial humano, quer em
dinheiro.
Distúrbio de aprendizagem é um tema bastante complexo, pois quando o sujeito aprende uma tarefa
é verificado o seu perfil de aprendizagem, isto é, quais são os seus talentos e quais suas
vulnerabilidades, até mesmo os testes utilizados para detectar as dificuldades de aprendizagem não
são 100% eficazes, pois há crianças e adolescentes que mesmos com Qls elevados apresentam
dificuldades específicas na aprendizagem, embora existam diversos testes que são aplicados em
crianças e adolescentes que dão subsídios para conhecer mais e melhor esses sujeitos.
De acordo Schwartzman ct al (2001), existem inúmeras dificuldades e fatores que levam ao déficit
de aprendizagem, eles estão:
O psicopedagogo deve estar preparado para trabalhar com as dificuldades, deve ter a sensibilidade
para percebê-las quando há de fato um distúrbio ou apenas dificuldades passageiras que por
diversas vezes são resolvidas com facilidade, evitando assim, que essas dificuldades se estendam ao
longo da fase da adolescência, perpetuem e se agravem por toda a fase adulta. Mas há que se ter em
mente também que a escola tem um papel igualmente importante nessa relação ensino-
aprendizagem.
Portanto, o psicopedagogo deve ter consciência de seu papel e responsabilidade profissional e social
e acima de tudo deve respeitar, prezar e zelar por cada vida que for colocada sob seus cuidados,
lembrando sempre que cada ser é único e que cada um possui singularidades que precisam ser
respeitadas e que são estas diferenças que dão significado à vida. Dessa forma, a psicopedagogia,
procura estudar, explicar, diagnosticar e tratar dos problemas de aprendizagem, levando-se em
consideração todos os aspectos formativos na vida do indivíduo. Pois, o ser aprendente é um ser
sistêmico, que leva consigo toda uma relação que se estabelece com seus processos dinâmicos da
aprendizagem.

DIAGNÓSTICO – CASO I AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR


Dados de Identificação
Nome do Aluno: Antonio Hugo dos Santos da Conceição
Data de nascimento: 12/04/2012

Pai: Francisco Silva da Conceição Mãe: Edenilde Fragoso dos Santos

Instituição: Unidade Escolar Elesbão Campelo da Silva


Ano Escolar: 4º ano Turno: matutino
Professor (a): Romilda Eufrasia Ribeiro Ferreira
Data de início da avaliação: 15/03/2021
Data de término da avaliação: 18/03/2021
Motivo do encaminhamento
A criança foi encaminhada pela professora quando foi realizado o contato com a escola para o início desse
estágio. A professora relata que o aluno apresenta dificuldades no seu processo de escolarização como:
lentidão para realizar as atividades, troca de letras na sua escrita, a leitura vagarosa, com pouca fluência,
dificuldades em matemática, principalmente nas operações de agrupamento. Na maioria das vezes, o aluno
não conclui as atividades no tempo certo e pouco participa da aula.
Em entrevista com a mãe, ela relatou que Antonio Hugo nasceu de parto normal, de forma rápida, pesando
2.800 kg e medindo 40 cm portador da Malformação congênita. Assim que a criança nasceu, logo foi para o
quarto com a mãe. Durante seu desenvolvimento recebeu o aleitamento materno no tempo necessário, sentou
com sete meses, engatinhou por volta dos oito meses e com 3 anos teve o uso da sua primeira prótese para
começar a andar. Os primeiros passos iniciaram-se próximos ao sofá, relatou a mãe com apenas seis anos de
idade Hugo teve que fazer sua primeira cirurgia para tirar a perna. Quando completou um ano começou a
falar as primeiras palavras e por volta dos dois anos as primeiras frases. Hugo começou a estudar com três
ano de idade no início era muito ruim para ele porque ele tinha ele tinha que sair da escola para fazer o
tratamento dele em são luis-ma, hoje o Antonio Hugo está no 4º ano do ensino fundamental e tem muita
dificuldade de aprendizagem.
A partir da avaliação realizada com Antonio Hugo, percebe-se que suas dificuldades de
aprendizagem estão relacionadas à escrita e a leitura, na compreensão e na interpretação da área da
linguagem. Na área da Matemática tem destaque um pouco melhor, mas também apresenta
dificuldades. Com relação aos atendimentos realizados, as dificuldades na leitura e trocas de letras
na escrita permaneceram. Antonio Hugo, apresenta um ritmo mais lento, um tempo diferente para
aprender e precisa ser respeitado quanto a isso. Antonio Hugo necessita de um plano de trabalho e
um atendimento específico envolvendo atividades de incentivo a leitura e a escrita, melhorando sua
compreensão e entendimento do que foi ensinado. É essencial trabalhar por meio de métodos de
ensino diferenciados nas disciplinas escolares, sendo assim ela terá uma melhor evolução no seu
aprendizado.
DIAGNÓSTICO - CASO II AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
Dados de Identificação
Nome do Aluno: Kewison Willian Oliveira Pereira
Data de nascimento: 12/04/2011

Pai: Adeilton Pereira Mãe: Daiana Santos de Oliveira

Instituição: Unidade Escolar Elesbão Campelo da Silva


Ano Escolar: 4º ano Turno: matutino
Professor (a): Romilda Eufrasia Ribeiro Ferreira
Data de início da avaliação: 15/03/2021
Data de término da avaliação: 18/03/2021
Encaminhado pela escola para atendimento. A professora relata que o aluno não se concentra
durante as aulas, faz as atividades com muita pressa, fica conversando em vários momentos durante
a aula, realiza trocas de letras, dificuldades de memorização na tabuada, além de ser muito
apressado e ansioso. A mãe relatou que em alguns momentos Kewison Willian não demonstra
paciência e interesse para aprender.
Em entrevista com a mãe, soube-se que Kewison Willian nasceu de parto normal e de forma rápida
pesou 3.200 kg e a altura a mãe não soube responder. A mãe conta que durante a gravidez passou
por alguns conflitos, teve separação, ele começou a sentar aos oito meses e assim que engatinhou
logo começou a andar. Começou a falar com 9 meses, as primeiras palavras e frases a mãe não
soube relatar na entrevista.
Através das avaliações realizadas com Kewison Willian foi possível diagnosticar que ela apresenta
dificuldades significativas na escrita e a falta de concentração para realização das atividades. Ele
demonstra ansiedade, mas é destaque na sua criatividade para área artística, ou seja, nos desenhos
que elabora, pinta e apresenta. Por isso, para que melhore o seu desempenho escolar faz-se
necessário à prática de exercícios que envolvam sua respiração, atenção e concentração para que
essas dificuldades sejam sanadas.

OBSERVAÇÃO
Esse estudo foi realizado em uma escola, da Zona Rural de Santa Luzia-Ma, foi sujeito desse estudo
a Pedagoga que trabalha nessa escola como gestora que aceitou fazer parte do estudo. De imediato a
gestora explicou que a escola U.E Elesbão Campelo da Silva estaria funcionando de forma remota.
O período de realização da coleta de dados compreendeu o mês de março do ano de 2021. Para
realização do estágio, seguir as propostas do material de apoio da instituição de Pós-Graduação,
com entrega da Carta de Apresentação à Diretora, as propostas do Instrumento de Coletas de Dados
e Roteiro para Observação Institucional.
Inicialmente foi realizado um levantamento, para verificar se a escola dispunha, em seu quadro
permanente de pessoal, de profissionais na área da Psicopedagogia. Esse profissional deveria ter o
curso de especialização em Psicopedagogia, bem como desenvolver seu trabalho psicopedagógico
com os alunos.
Após essa verificação, foi constatado que a escola não tinha esse profissional, mas a escola
disponibilizou o contato com os pedagogos, assim comecei a interroga-los a fim de saber os dados
da mesma.
Após a observação do Plano Político Pedagógico da Instituição de Ensino. Tornou -se importante
avaliar que a aprendizagem ocorre em diversos momentos. E sua relação deve ser a mesma entre
professor e aluno, onde vinculo exerce influência fundamental no processo de ensino e
aprendizagem.
Tendo em vista que para se alcançar o êxito é necessário criar um clima favorável, valorizando a
harmonia nos grupos de trabalhos, abertos as dificuldades encontradas pelo grupo, reconhecendo
que cada um tem o seu momento para despertar o seu conhecimento.
A metodologia de trabalho nesta unidade de ensino é cada vez, mas organizada, observando que
estamos em um momento muito difícil, porque trabalhar com aulas remotas não é fácil, mas os
professores dessa unidade de ensino estão se esforçando muito no qual a atividade presente não só
prevê a estrutura, mas também visa a aprendizagem dos alunos. Com a participação de todos os
componentes da unidade de ensino buscando assim atingir o seu objetivo maior que o ensino
aprendizagem do educando visando à valorização da comunidade escolar e a integração da família
no convívio escolar.
A seleção de conteúdos e suas respectivas competências básicas devem ser contempladas de acordo
com o Documento Curricular do território Maranhense.
O atendimento das necessidades básicas de aprendizagem requer que se considere uma tipologia de
conteúdos que ultrapasse os conteúdos conceituais (fatos, conceitos e princípios) tendo que ser
considerado aqueles relacionados ao desenvolvimento das habilidades e de atitudes e valores.
É uma escola muito bonita, mas pouco arejada, com pátio pequeno não tem espaço para as crianças
fazerem suas refeições, não tem uma sala para professores, ou seja, a escola é muito desestruturada
para a demanda de alunos e professores.
COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS
A metodologia utilizada para a construção do trabalho de pós-graduação teve como apoio
Uma pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo com o uso de questionário do tipo quantitativo
realizados com os professores da escola, e família após a coleta de dados foi possível perceber que
os pedagogos da escola procuram diversificar as atividades tentando estimular os alunos com
dificuldade de aprendizagem utilizando alguns métodos pedagógicos. Ao longo da pesquisa pude
observar que os professores necessitam conhecer como ocorre a construção do conhecimento da
criança, bem como buscar meios que propicie que isso a aprendizagem dos mesmos através de
recursos didáticos que venha a estimular e desenvolver a s suas habilidades.
Segundo Matos (2001) a partir da análise dos dados dos dados coletados e dos procedimentos
utilizados, o pesquisador consegue a ter um conhecimento, mais amplo do conteúdo estudado. Após
ter se caracterizado a atividade de coleta o seu próximo passo é transformar os dados em novos
conhecimentos. Para tanto o autor afirma que:

Ao analisar as informações, o pesquisador não caminha as cegas, mas antes,


adota determinados procedimentos que imprime um caráter de objetividade
aos dados, facilitando sua interpretação. Depois de conduzido o trabalho de
coleta, sua tarefa básica é fazer os dados falarem. Para tanto além das
possiblidades já assinadas, dispõe também de outros recursos, com a análise
de conteúdo e a analise de discurso, procedimentos que podem ser formas de
trabalho e finalidades semelhantes, mas trazem diferença entre si(op.cit.,p.66)

A cerca deste o autor ainda esclarece que um questionário se estrutura em:

Um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemáticas e sequencialmente


dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa com o objetivo de
suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto
que os informantes saibam opinar e informar. É uma interlocução planejada
(CHIZZOTTI, 1991, p.55).

Na busca de respostas para minhas indagações conversei com a psicopedagoga da escola sendo que,
ela atua na área de psicopedagogia no município de Ferreira de Santana. O objetivo da presente
pesquisa é tomar conhecimento da opinião da psicopedagoga a respeito do tema desse Trabalho de
Pós-Graduação, que é O psicopedagogo e as dificuldades de aprendizagem no processo de
alfabetização, buscando analisá-los a luz do referencial teórico e das compreensões enunciadas
anteriormente.
INTERVENÇÕES
 Incentivar os alunos, pais e professores sobre a importância do reforço escolar;
 Realizar práticas de leitura com os quatro tipos de letras, com palavras de pronúncia parecidas, mas de
escrita diferente.
 Praticar jogos, cruzadinhas, quebra-cabeça, melhorando a concentração, atenção, linguagem e escrita;
 Trabalhar as trocas fonéticas (sons da fala), levando eles a observar o ponto de articulação de cada
fonema (posição de lábios, língua, etc.), emitindo as vogais, sílabas e palavras. Posteriormente deverá
fazer a transcrição dos sons na escrita de palavras, repetindo-os.
 Trabalhar a adequação correta das relações grafemas e fonemas para construção dos textos;
 Realizar diariamente práticas de leitura, melhorando a fluência, entonação e expansão vocabular;

 Aplicar atividades que estimulem raciocínio lógico, memória, concentração e atenção;


REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES
 Objetivos especifico: Leitura individual de um pequeno texto enigmático.
 Trabalhar a leitura e ortografia do pequeno texto enigmático.
 Que caminhos você indica com o intuito de amenizar a problemática?
 Desenvolvimento: Para fazer a intervenção apresentei o texto enigmático em cartaz
deixando o espaço para a escrita, logo em seguida apresentei essa atividade de através de
vídeos de WhatsApp pedi para eles copiarem no caderno e logo em seguida pedi para eles
responderem e fazerem a leitura.
 Caça- Palavra trabalha a leitura a escrita e a concentração da criança.
 Desenvolvimento: Para a intervenção apresentei o caça palavras em xerocopiado papel
 chamex fiz a entrega na família logo em seguida pedi para eles responderem.
 Operações matemática
 Desenvolvimento: Para a intervenção apresentei as operações expliquei a aula através de
vídeo logo em seguida pedi para responderem a atividade de subtração
 O papel da família é de estimular o filho o comportamento de estudante e cidadão e o da
escola esperar que aluno atinja e de criar momentos para que essa integração aconteça

REFERÊNCIAS

SOARES, M.; SENA, C.C.B.A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar. Disponível em:
htt://www.abpp.com.br/artigos/ 126.pdf.acesso 04 de fev.2013.
PONTE, Idalina Amélia Mota. Atuação psicopedagógica no contexto escolar: manipulação, não;
contribuição, sim. Revista Psicopedagógica. São Paulo, v.27. n. 84, 2010. Disponível em;
http://revistapsicopedagógica.com.br/detalhes/196/atuação o-psicopedagógica-no-contexto-escolar--
manipulação-não--contribuição--sim. Acesse em 01 set. 2016
BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuição a partir da prática. 3.ed. Porto Alegre:
Artmed, 2007.160 p.
GASPARIAN, M. C. C. Psicopedagogia institucional sistêmica: contribuições do modelo
relacional. São Paulo: Lemos, 1997.
BOSSA.N.A. A psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. Porto Alegre:
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
FONSECA, Vitor da. Dificuldades da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed,1995.
MATOS, Kelma Socorro Lopes de. Pesquisa educacional: o prazer de conhecer. Sofia Lecher
Vicera. – Fortaleza:, 2001, Edições Demócrito Rocha, UECE.
MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? In: RUBISTEIN, E. (Org.).
Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
SCHWARTZMAN, José Salomão. A criança com distúrbios escolares. Revista Temas sobre
desenvolvimento. 1992 - 719-25. Disponível
em:
www.schwartzman.com.br/.../crianca_disturbios_escolares_95.doc. Acesso em: 21/06/2015.

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