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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1 PERSONALIDADE ........................................................................................... 4
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INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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1 PERSONALIDADE
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pessoa irá caracterizar sua personalidade ou sua maneira de ser. (AUWEELE,
CUYPER; MELE; RZEWNICKL, 1993 apud SILVA; et al., 2018)
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distingue ou se assemelha ao ser humano, por antropomorfismo, mas também há um
sentido positivamente qualificado em dizer que um indivíduo pode ou não ter uma
personalidade. Ao mesmo tempo, a palavra é usada para denotar o núcleo central e
profundo do ser.
Jung (1981. apud NASCIMENTO, 2012) afirma que uma personalidade implica
em uma totalidade psicológica dotada de determinação, perseverança, resistência e
força. Sem determinação, integridade e maturidade, não há personalidade que não
possa e não deva ser exigida da criança, uma vez que isso faria com que perdesse
sua infantilidade, que lhe é própria. Mas se a criança puder ver isso em um adulto que
a está criando e a eduque, ela crescerá estimulada por suas realizações.
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Martins (2011. apud NASCIMENTO, 2012) trata do tema da personalidade a
partir dos processos psicológicos de cada indivíduo. A autora lembra que o reflexo
psicológico:
A unidade entre o real e o ideal é garantida pela atividade vital humana, que ao
mesmo tempo é mediatizada e mediatizadora do reflexo psicológico. Essa discussão
se baseia na produção da psicologia cultural histórica desenvolvida por um grupo de
pesquisadores russos no século XX. Leontiev (1978. apud NASCIMENTO, 2012)
afirma que a atividade em seus estágios iniciais de desenvolvimento “assume a forma
de processos externos pelos quais a imagem psíquica aparece como produto desse
processo.” No entanto, atividade é uma manifestação em ações pelas quais o homem
se fixa na realidade objetiva e a transforma em realidade subjetiva.
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Os processos psíquicos embora dados diretamente à consciência, incluem
conexões para além do mundo interno da consciência. A vivência psíquica, a
experiência configuradora da vida do indivíduo, é produzida pela relação com
o mundo objetivo externo e só pode ser determinada com base nessa relação.
A consciência como componente derivado e ao mesmo tempo confirmação
da existência social e real do homem, evidencia todo o seu ser, constituindo-
se pela contextura de sua vida, pelos seus atos e realizações. (MARTINS,
2011. apud NASCIMENTO, 2012)
Portanto,
Martins (2011. apud NASCIMENTO, 2012) assevera que, para Vásquez (1977.
apud NASCIMENTO, 2012),
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significados socialmente elaborados, articulados e vinculados pela linguagem,
expressando as primeiras através das segundas.”
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sugerir o caminho para novas descobertas. Assim sendo, uma teoria da personalidade
está em constante busca de explicar o que, como e por que os indivíduos são e agem
de determinada maneira. Refere-se às características da pessoa, ou como diz respeito
aos determinantes da personalidade, por exemplo: qual grau de influência e de
interação entre fatores genéticos e ambientais no comportamento das pessoas. Já o
porquê está relacionado às razões ou aos aspectos motivacionais que conduzem ou
geram determinado comportamento e não outro. (PERVIN; JOHN, 2004. apud
ROCHA, 2013)
a) os critérios de uma teoria científica geral, pois como busca ser uma teoria científica,
as teorias da personalidade precisam se submeter às mesmas exigências de clareza,
abrangência, utilidade e parcimônia;
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b) critérios básicos que constituem uma teoria da personalidade, quais sejam:
estrutura, processo, crescimento e desenvolvimento, psicopatologia e mudança;
c) requisitos que uma teoria da personalidade completa deve apresentar seu parecer,
ou seja, sua perspectiva quanto à concepção de homem, motivação humana, aos
determinantes internos e externos, os processos conscientes e inconscientes e a
relação entre cognição, afeto e comportamento. (BECK; ALFORD, 2000. apud
ROCHA, 2013)
2 PERSONALIDADE NORMAL
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dos impulsos agressivos com assertividade, resistindo aos ataques sem exagero de
uma reação excessiva e sem voltar-se a agressividade contra si mesmo (self)
(KERNBERG, 2006. apud SÁ, 2010). Para Coleman (2005. apud SÁ, 2010), a
normalidade baseia-se na flexibilidade no uso de mecanismos de defesa, a maioria
de forma madura, apesar da possibilidade (reduzida) de usar mecanismos de defesa
de forma imatura.
Rogers continua, no seu artigo original de 1957 e que continua a ser relevante
nos paradigmas psicoterapêuticos de hoje, certificando que essa mudança só ocorre
no contexto relacional da psicoterapia e posteriormente se estende às relações
externas. (SILBERSCHATZ, 2007. apud SÁ, 2010)
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A personalidade está sujeita a mudanças? Em caso afirmativo, quais são os
efeitos dessa mudança? Uma pesquisa recente sugere que os tratamentos
psicodinâmicos e cognitivos, comportamental e farmacológico, promovem mudanças
de personalidade (PIPER; JOYCE, 2001; PARIS, 2005. apud SÁ, 2010). De acordo
com um estudo de Coleman (2005. apud SÁ, 2010), a terapia psicanalítica e cognitiva-
comportamental, tem efeitos sobre as mudanças nas cognições e defesas.
Carl Rogers (2007. apud SÁ, 2010) sugere seis condições necessárias e
suficientes para o processo de mudança de personalidade no contexto da
Psicoterapia:
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está presente no comportamento, palavras e atitude do terapeuta e é
entendida, quando de uma boa relação, pelo paciente.
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psicanalítico, a personalidade pode ser significativamente alterada pela terapia, mas
não pode ser transformada. As pessoas retêm seus roteiros e guias principais,
conflitos, expectativas e defesas internas, embora mantenham a oportunidade de
expandir sua autonomia e autoestima quando os componentes de sua personalidade
básica são esclarecidos, independentemente de o contrato terapêutico conter ou não
um acordo para mudar a personalidade, a consideração de sua natureza por ambas
as partes facilitará o trabalho do relacionamento terapêutico.
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Por fim, a última área está relacionada ao meio ambiente, pois o indivíduo
seleciona, projeta e estrutura seu contexto para apoiar sua personalidade. Portanto, é
necessário que o autor leve esses aspectos em consideração ao tentar intervir no
contexto terapêutico dos transtornos de personalidade. Livesley (2007. apud SÁ,
2010) define cinco fases que compõem o processo de mudança:
Controle e regulação: Essa fase continua após a superação da crise com o objetivo
de reduzir os sintomas, a violência e os ataques ao self por meio da aquisição de
habilidades e competências de autocontrole que compensem os déficits nos
mecanismos reguladores do self.
Para Livesley (2007. apud SÁ, 2010), por um lado, trabalhar no tratamento de
personalidades perturbadas envolve construir uma relação de colaboração, manter
um processo de tratamento consistente, promover a validação e construir a motivação
e o compromisso com a mudança. Estas intervenções gerais permitem ao paciente a
experiência a uma vivência de um self estável em sua relação (com o terapeuta), o
que contribui para a construção de um self mais coerente.
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Como descrito por Sá (2010), em relação a intervenções mais específicas,
reitera-se a importância de aumentar a autoconsciência para levar ao
autoconhecimento (ampliando a visão dos pacientes sobre seus problemas e
aspectos de si mesmos (self), especialmente aqueles com transtornos de
personalidade, em que o conhecimento de si mesmo é limitado, desorganizado e
compartilhado ou suprimido), proporcionar novas experiências (dentro e fora do
contexto terapêutico, ou seja, experiências emocionais corretivas com o terapeuta que
podem ser assimiladas e estendidas a outros contextos) e também novas
aprendizagens.
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e comportamento. Do ponto de vista psicanalítico, a intervenção nos mecanismos de
mudança é feita através das defesas, do tornar consciente o inconsciente ou da
relação objetal, pela internalização do self e do outro. Neste modelo teórico, a relação
é por si só uma ferramenta que estimula o uso de defesas mais maduras e promove
o insight, através de técnicas interpretativas. (COLEMAN, 2005. apud SÁ, 2010)
Assim, pode ser entendido como uma série de padrões rígidos de sentimentos,
pensamentos e comportamentos em cada indivíduo. Na mesma linha Pervin e John
(2004; cit in MARTINS; LOPES, 2010. apud GOMES, 2014) propõem uma definição
centralizadora na qual assumem e consideram que a personalidade são as
características da pessoa que explicam padrões consistentes de sentimentos,
pensamentos e comportamentos. É de particular interesse como esses pensamentos,
sentimentos e comportamentos se relacionam entre si para formar o indivíduo único e
peculiar. Em outras palavras, são as características psicológicas que determinam a
singularidade pessoal e social de cada indivíduo. (McMARTIN, 1995. apud GOMES,
2014)
Já Eysenck (1976; cit. in Dias, 2004 apud SILVA ANA; 2014) definiu
personalidade como “a organização mais ou menos estável e persistente do
carácter, temperamento, intelecto e físico do indivíduo, que permite o seu
ajustamento único ao meio”. Deste modo, a personalidade assume uma linha
de padrões básicos de comportamento, que vão sofrendo alterações ao longo
do seu processo evolutivo através da aprendizagem, desenvolvimento e meio
ambiente. (SAVASTANO, 1980. apud GOMES, 2014)
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Todas as teorias da personalidade surgiram da tentativa de descrever e explicar
como os indivíduos diferem em seu comportamento, em sua personalidade (JOHN,
1999. apud GOMES, 2014). Do ponto de vista de um dos conceitos, a personalidade
é vista como a integração dinâmica dos padrões de comportamento do sujeito com
base no temperamento, caráter, sistema de valores internalizados e habilidades
cognitivas (KERNBERG, 2006. apud GOMES, 2014). Existem vários modelos teóricos
com base psicanalítica, mas todos eles se relacionam com processos dinâmicos, em
contraste com os traços de personalidade, que neste caso são vistos como atributos
estáticos.
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relacionam com a sociedade e com elas mesmas. (DORON; PAROT, 2001.
apud SILVA, 2014)
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Como caracteriza Silva (2014), as transcrições foram avaliadas por dois anos,
com a DMRS e a APS no início da análise e a cada seis meses, e com o SWAP-200
a cada doze meses, porque não há mudanças na avaliação da personalidade antes
do primeiro ano de terapia. No início, a paciente evidenciava traços obsessivos,
paranoides e hostis, e de externalização. No que se refere à avaliação da capacidade
funcional, ela se apresentou em um nível médio em comparação a uma amostra de
pacientes com diagnóstico de transtorno de personalidade. No nível de defesa, estava
localizado no nível neurótico e enfatizava a defesa contra a intelectualização e
deslocamento. Ao fim do primeiro ano, assistiu-se a uma elevação na personalidade
saudável, pela avaliação do SWAP-200, não apresentando critérios para um
diagnóstico de perturbação de personalidade.
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Moreno e colaboradores (2005. apud SILVA, 2014) apresentaram um estudo
de caso de 2 anos em psicoterapia psicodinâmica para avaliar o diagnóstico
psicodinâmico e sua evolução. Para tal, os teóricos utilizaram material nas sessões
de supervisão com as seguintes técnicas e instrumentos empíricos: o tema central da
relação de conflito, ou seja, núcleo do relacionamento conflituoso (Core Conflitual
Relationship Theme) (Luborsky; Crits-Christoph, 1990. apud SILVA, 2014), a
Symptom Checklist-90-Revised (DEROGATIS, 1983. apud SILVA, 2014), e Elementos
Diferenciais para um Diagnóstico Psicodinâmico (MORENO; et al., 1998. apud SILVA,
2014). Assim, foi possível o reconhecimento de alguns fatores responsáveis pela
mudança psíquica ao longo do processo psicoterapêutico, mostrando os benefícios
da utilização de vários instrumentos de avaliação possibilitando uma análise mais
completa acerca da evolução do paciente durante o tratamento.
Loureiro (2012. apud SILVA, 2014) também realizou um estudo que teve como
objetivo, observar a relação entre mudanças nos mecanismos de defesa e traços de
personalidade durante todo o processo terapêutico em dois pacientes com
personalidades diferentes. Para a avaliação dos mecanismos de defesa foi utilizada a
escala Defense Mechanisms Rating Scales (DMRS) e, na avaliação das
características de personalidade, o The Shedler-Westen Assessment Procedure
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(SWAP-200). Foram analisadas 33 gravações áudio de sessões de duas pacientes do
mesmo terapeuta sob psicoterapia de inspiração psicanalítica.
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3 NOTA HISTÓRICA SOBRE AS PERTURBAÇÕES DE PERSONALIDADE NO
DSM
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De acordo com Gomes (2013), este volume forneceu uma descrição mais
abrangente de cada uma dessas patologias, para as quais os critérios diagnósticos
politéticos foram estabelecidos pela primeira vez e 11 diagnósticos específicos foram
definidos, organizados em 3 grupos ou “clusters”, bem como uma categoria residual
reservada para perturbações de personalidade atípicas, mistas ou outras, conforme
tabela:
Fonte: eg.uc.pt
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momento, também foram modificados para alcançar maior objetividade e validade
científica.
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de validade e utilidade clínica. O Apêndice B contou ainda com a inclusão da
perturbação de personalidade depressiva. Transtornos de personalidade sádicos e
autodestrutivos foram excluídos desta publicação. Os demais transtornos de
personalidade permaneceram conceitualmente idênticos às suas versões na
publicação anterior, sem prejuízo da inclusão de um maior número de informações
empíricas relativas a cada categoria diagnóstica e mudanças nos critérios
diagnósticos.
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No entanto, parece que implementar um modelo hierárquico unificado é
possível, uma vez que os modelos têm objetivos comuns. A solução ideal seria não
escolher entre um ou outro, mas obter um modelo que represente de forma integrativa
as propostas existentes e que combine as contribuições e vantagens de cada um.
(WIDIGER, 2007. apud GOMES, 2019)
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limitado à pesquisa e a uma mudança muito repentina na prática clínica, no entanto,
os componentes do modelo alternativo para transtornos de personalidade
provavelmente desempenharão um papel importante nas novas versões do DSM.
(FEW, 2013. apud GOMES, 2019)
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- Transtornos de personalidade borderline: O transtorno da personalidade borderline
(TPB) pode ser caracterizado pela notável instabilidade em muitos, se não em todos,
os aspectos do funcionamento da pessoa, incluindo relacionamentos, autoimagem,
afeto e comportamento. (BECK; FREEMAN; DAVIS; et al., 2005. apud SILVA, 2018)
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trabalho, são conscienciosas, escrupulosas e inflexíveis com questões morais, éticas
ou de valores; a dificuldade em descartar objetos também pode se fazer presente. O
TPOC é um dos transtornos de personalidades mais prevalentes de todos, afetando
aproximadamente de 2,1% a 7,9% da população; sendo que, nos homens, é duas
vezes mais comum. (APA, 2013. apud MELCA, 2015)
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contemporânea de personalidade como um constructo unificador ou
organizador para o comportamento humano complexo. (apud FIORAVANTE,
2014)
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situações cotidianas, podendo ser, inclusive, mais prejudiciais para os outros e para
si. (BECK, 1997. FORATO; BELUCO, 2019. apud PEREIRA, 2020)
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adaptativos ou mais apropriados e introduzem um viés sistemático no processamento
da informação. (BECK; DAVIS, 2005. apud FIORAVANTE, 2014)
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4.2 Teoria de personalidade de Aaron Beck
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alonga a recepção do determinado estímulo ao ponto final de resposta
comportamental.
Para Beck; et al. (2005. apud MARTINS, 2010) embora os organismos não
tenham consciência do objetivo final dessas estratégias biológicas, eles conhecem os
estados subjetivos que refletem seu funcionamento de operação: fome, medo,
estimulação sexual e recompensas ou punições. Todas elas orientadas para garantir
a sobrevivência e a reprodução, ou seja, contribuindo para a adaptação do organismo.
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4.3 A abordagem cognitiva dos transtornos de personalidade
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Segundo o DSM-IV-TR (APA, 2002. apud MARTINS, 2010) o traço de
personalidade é um padrão persistente de perceber, relacionar-se com e pensar sobre
o ambiente e sobre si mesmo, que se manifesta em vários contextos sociais e
pessoais. Esses traços, quando inflexíveis e desadaptativos, causam mal-estar
subjetivo e prejuízo funcional significativo, caracterizando assim um transtorno de
personalidade.
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verificando se estão corretas ou não, e modificando-as de acordo com a realidade.
Sendo também uma terapia psicoeducativa no sentido de fornecer conhecimento ao
paciente para:
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De acordo com Knapp e Beck (2008. apud CAVALCANTI; et al., 2016), o
princípio básico do TC de Aaron Beck é pautado em como as pessoas percebem e
processam a realidade, já que nossas cognições têm uma influência controladora
sobre nossas emoções e nosso comportamento, bem como agimos e nos
comportamos. A terapia cognitiva é uma abordagem ativa, diretiva e estruturada que
se concentra no aqui e agora, mas reverte ao passado quando se torna necessário
examinar, concentra seu trabalho em reconhecer e corrigir crenças e padrões de
pensamento disfuncionais e ajuda com soluções formais para trazer melhorias e
mudanças no indivíduo.
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controlarmos nossos pensamentos, no sentido de que exerçam um efeito realista
sobre a forma como nos sentimentos perante nós mesmos, ao mundo e a nosso futuro
(tríade cognitiva). A forma como percebemos e avaliamos os acontecimentos externos
e internos a nós irá determinar a forma como iremos nos sentir e consequentemente
agir perante esses acontecimentos. Observando e descrevendo as emoções que
sentimos, e fazendo uma conexão entre elas e o que vem previamente a esses
sentimentos, podemos buscar fazer uma avaliação realística de nossos pensamentos,
para que assim confrontemos os distorcidos e os sentimentos desagradáveis
gratuitos, substituindo-os por pensamentos condizentes com a realidade. (BECK; et
al., 1997 apud TAVARES, 2005)
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e algumas podem condicionar sua vida, como, por exemplo: Tenho que ser perfeito;
sou um incapaz; O mundo é perigoso. "A forma como compreendemos nossos
problemas tem um efeito em como lidamos com eles". (GREENBERGER; PADESKY,
1999. apud TAVARES, 2005)
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cognitiva comportamental. (TRINDADE; MOSSATI; MAZZONI, 2009. apud ISOPPO,
2012)
Nas colocações feitas por Young (2003. apud ISOPPO, 2012), este mencionou
algumas limitações da terapia cognitiva tradicional para o tratamento de pacientes
com Transtornos de Personalidade ou àqueles com transtornos mais severos e
arraigados. Tendo em vista que esses pacientes não conseguiam e não tinham a
capacidade de responder a algumas suposições básicas sobre terapia cognitiva.
(CAZASSA; OLIVEIRA, 2008. apud ISOPPO, 2012)
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Behary (2011. apud ISOPPO, 2012) apontou o modelo proposto por Young
como a abordagem mais eficaz para tratar problemas relacionados ao transtorno de
personalidade narcisista. Ele valida a ideia de Young de que a terapia do esquema é
uma evolução do modelo cognitivo de Aaron Beck para o tratamento de transtornos
de personalidade, tendo em vista que enfatiza um nível mais aprofundado de cognição
ao qual denominou de Esquema Inicial Desadaptativo (EID). (CAZASSA; OLIVEIRA,
2008. apud ISOPPO, 2012)
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automáticos distorcidos ou disfuncionais tinham uma associação específica com
determinados transtornos psiquiátricos.
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Segundo Beck (1967. apud RIBAS, 2016), um esquema é uma estrutura
cognitiva que filtra, codifica e avalia os estímulos, aos quais, o organismo é submetido,
com base na matriz de esquemas, o indivíduo consegue orientar-se em relação ao
tempo e espaço e categorizar e interpretar experiências de maneira significativa.
Há estudo na literatura (YOUNG; et al., 2003. apud RIBAS, 2016), que denota
que tais implicações podem afetar a estrutura de vida de um indivíduo, principalmente
no que diz respeito aos esquemas iniciais que podem ser estabelecidos na infância,
ou até mesmo em ocasiões subsequentes da vida, podendo ser descrito como
adaptativo ou desadaptativo. (DUARTE; et al., 2008. apud RIBAS, 2016)
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esquemas iniciais desadaptativos, e a partir disso começam a ter significado,
determinando assim a percepção e conceito dos fenômenos (BECK, 1964-2011. apud
RIBAS, 2016). Neste sentindo, observa-se que os esquemas fazem parte de
representações que são únicas e construídas na interação do sujeito com o meio
ambiente, são capazes de conter conjuntos sobrepostos, podendo ocasionar a
ativação de vários esquemas a partir do input de um único esquema, ainda mais, pode
levar a ativação de uma parte do esquema, implicando na manifestação de toda a sua
totalidade. (EYSENCK; et al., 1994. apud RIBAS, 2016)
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O quarto domínio, Orientação para o Outro, no qual se constitui como sendo
esquema de subjugação, auto sacrifício, onde o indivíduo vai em busca de
aprovação e reconhecimento, surgindo, desta forma, quando há um foco
excessivo nos desejos e sentimentos dos outros. (LAVERGNE; et al., 2015. apud
RIBAS, 2016)
Para Souza; et al. (2019), Young ressalta que quando se trabalha com a terapia
do esquema é sobretudo uma abordagem em que ativa o lado sensível e humano, em
comparação com outras abordagens existentes. A terapia do esquema faz com que a
situação normalize, ao contrário de patologizar, os transtornos psicológicos, pois,
sabemos que todos nós temos esquemas, pois são experiências vivenciadas e que
podem comprometer as emoções ruins, ou até mesmo traumáticas, que são
enraizadas em nossa personalidade, entretanto existem modos e estilos de
enfrentamentos diferenciados, onde o indivíduo passa a encontrar uma maneira de
lidar com os problemas eventuais que provavelmente surgiram ao longo de sua vida.
(YOUNG; et al., 2008. apud SOUZA; et al., 2019)
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5 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
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MARTINS, Pablo Fernando De Souza; et al. Relação entre Personalidade,
Transtornos de Ansiedade e de Humor: Uma Revisão da Literatura
Brasileira. Publisher, [S. l.], p. 1-23, 2010.
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SILVA, Layse Barbosa da; et al. As dimensões da personalidade: Um olhar sobre
tentativas de compreensão da personalidade, focando a teoria dos cinco
grandes fatores. Cesmac, [S. l.], p. 1- 18, 2018.
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