Você está na página 1de 12

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Personalidade

Manuel Martinho António – 708212254

Curso: Ensino de História

Disciplina: Habilidade de Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e HIV-Sida

Ano de frequência: 2º Ano

Turma: D

Nampula, Outubro, 2022

1
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Personalidade

Trabalho de pesquisa, orientado na


disciplina de História das Sociedades II,
para fins avaliativos.
Docente:

Nampula, Outubro, 2022


2
Índice

Introdução………………………………………………………………………………….…….4

1.1 Personalidade: Conceito……………………………………………..……………………….5

1.2 O Desenvolvimento da Personalidade………………………………...……………………..5

1.3 Temperamento………………………………………………………...……………………..5

1.4 As principais capacidades humanas………………………………………………………….6

1.5 Os pilares de auto- estima e autoconfiante……………………………………………………7

1.6 A influência da cultura a personalidade……………………...………………………………8

1.7 Género e personalidade………………………………………………………………………9

1.8 Os papéis de género……………………………………………..………………………….10

Conclusão………………………………………………………………...……………………..11

Referências Bibliográficas……………………………………………………………..……….12

3
INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa abordar aspectos que dizem respeito a Personalidade. A personalidade
é um padrão de traços relativamente permanentes e de características singulares, que confere ao
mesmo tempo, consciência e individualidade ao comportamento de uma pessoa.

O estudo da personalidade constitui um domínio particularmente interessante nas áreas


Sociais e Humanas. Desde os primórdios, a noção de personalidade tem sofrido significativas
mudanças, o que desde já nos deixa a reflectir acerca do quão complexo é esta temática bem
como de todas as componentes intimamente relacionadas.

Objectivos do trabalho

Objectivo geral

Abordar aspectos relacionados dom a Personalidade

Objectivos específicos

Constituem objectivos específicos do presente trabalho:

 Conceituar a Personalidade e as fases do seu desenvolvimento;


 Falar do temperamento;
 Falar das principais capacidades humanas;
 Falar dos pilares da auto-estima e autoconfiança;
 Falar do género e personalidade; e
 Falar dos papéis do género.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho estrutura-se em Introdução, desenvolvimento, Conclusão e Referencias


Bibliográficas.

Metodologia

A abordagem metodológica empregada neste trabalho consiste em uma revisão bibliográfica


com intuito de obter informações sistematizadas, sintetizadas e reelaboradas a partir de
reflexões críticas dos autores e construir ideias criando um arcabouço teórico capaz de sustentar
ou subsidiar abordagens referentes ao tema em análise.

4
1.1 Personalidade: Conceito

Para Colom (1998), a personalidade pode ser compreendida por meio dos actos quotidianos das
pessoas e, para abordá-la de forma científica é preciso empreender uma investigação das
diferenças de conduta numa amostra variada de situações para, então, compreender quais são as
propriedades que governam o comportamento das pessoas.

A personalidade consiste em uma integração das características afectivas, volitivas, cognitivas e


físicas, de modo a formar uma estrutura que o diferencie dos outros sujeitos (Eysenck, 1959).

A personalidade é uma característica do ser humano que organiza os sistemas físicos,


fisiológicos, psíquicos e morais de forma que, interligados, determinam a individualidade de
cada ser.

1.2 O Desenvolvimento da Personalidade

Segundo Laissone e Tengler (2006), a personalidade desenvolve-se, ao longo da vida. Ninguém


nasce com ela pronta. O seu processo de amadurecimento pode dividir-se em três etapas:

1ª Fase: dos 0 aos 14 anos - Etapa do EU – é caracterizada pela necessidade de receber, sendo
necessária uma correcta vivência da autoridade, dos limites, da orientação e coisas semelhantes.

2ª Fase: dos 15 aos 40 anos - Etapa do NÓS - ocorre aqui uma demanda do compartilhar, até
atingir o NÓS.

3ª Fase: dos 40 aos 70 anos - Etapa do DAR - ocorre aqui a demanda do dar, até atingir a
consumação da identidade.

1.3 Temperamento

Temperamento designa, em psicologia, um aspecto especial da personalidade: as


particularidades do indivíduo ligadas à sua forma do comportamento. Na essência,
temperamento é um estilo pessoal inerente, uma predisposição natural.

O temperamento pode ser conceituado como a qualidade das respostas emocionais da pessoa. É
mensurado na infância e tem a tendência de se manifestar em traços mais específicos, sendo
influenciado pelos componentes biológicos ou genéticos mais do que pela experiência (Caspi,
2005).

5
Para Strelau (1998), o temperamento consiste em uma característica formal do comportamento,
sendo expresso através do nível de energia e de factores temporais. São traços básicos e
relativamente estáveis, presentes desde cedo nas crianças. É primariamente determinado por
mecanismos biológicos e, ao longo do tempo, está sujeito a mudanças causadas tanto pela
maturação quanto pela interacção do indivíduo com o ambiente.

Segundo Hipócrates (s/d, citado por Laissone & Tengler, 2006, p.9), há quatro tipos de
temperamento, conforme predominar, no corpo do indivíduo, um dos quatro fluidos corporais
(humores): Sanguíneo; Colérico; Fleumático; e Melancólico.

Na realidade, é muito raro que uma pessoa tenha as características de um só tipo de


temperamento. As personalidades são complexas. O indivíduo nasce com determinado
temperamento, mas os factores ambientais podem modificar-lho: a educação; a alimentação; as
doenças; o clima; os acontecimentos e outros factores causam algumas transformações, nos
traços temperamentais. A vida ensina o homem a controlar ou a estimular o seu temperamento.

1.4 As principais capacidades humanas

O ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a sua personalidade, durante toda a sua
vida.

Segundo Laissone e Tengler (2006), apontam cinco capacidades humanas, que consideram
importante desenvolver.

a) Domínio sobre a afectividade

 Permite aproveitar a riqueza da afectividade, sem se lhe estar submisso.


 Actua orientado por propósitos bem pensados, claros e assumidos conscientemente: não
hesita em pedir ajuda e orientação, mas, ao mesmo tempo, determina-se de maneira
autónoma.
 Persevera, durante muito tempo, enquanto for necessária a acção, para atingir a
finalidade proposta.
 Supera a sua afectividade espontânea; sabe analisar os factos e as pessoas, de maneira
mais profunda; nos conflitos com outras pessoas, sabe aguentar e superar situações.
 Hierarquiza valores, colocando em primeiro lugar os que o projectam para fora de si, em
direcção ao "outro" e, em último lugar, os que se referem directamente a ele próprio.

b) Prevalência do amor
6
Um amor, que se dá aos outros, num processo dinâmico e habitual de integração interpessoal.
Na vida do ser humano, existem diversas etapas, que o vão preparando para atingir a
possibilidade de viver o amor maduro. Todas elas deverão ser vividas em plenitude.

c) Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros

É o dinamismo do aperfeiçoamento e crescimento pessoal. A finalidade da crítica é a análise


atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do acontecer, na sociedade. Isto supõe um
processo de identificação de causas, de avaliação de situações e comportamentos e da procura
de novas soluções: tudo se dirige à formulação de uma verdade.

O primeiro sinal, início do processo de amadurecimento pessoal, é o começo da auto-reflexão,


da auto-análise e da autocrítica. Esta atitude é gerada pela consciência da nossa possibilidade de
errar, e da sincera aceitação da crítica, que os outros fazem de nós.

d) Sentido de responsabilidade

O "sentido de responsabilidade" é fruto da vivência. Trata-se de um processo gradual e


progressivo da educação auto consciente.

e) Capacidade de Adaptação

O adulto maduro tem a capacidade de adaptar-se, criticamente, às diversas circunstâncias da


vida. A adaptação da pessoa madura e psicologicamente adulta constitui-se, num hábito
espontâneo de flexibilidade e sensibilização, face às exigências e expectativas das pessoas e
situações, com que convive.

A maturidade humana, enfim, é: conquista pessoal favorecida pelo próprio esforço, pelo
ambiente, pela educação e pelo dinamismo.

1.5 Os pilares de auto- estima e auto-confiante

Em psicologia, a auto-estima inclui a avaliação subjectiva, que uma pessoa faz de si mesma,
como intrinsecamente positiva ou negativa, em algum grau (Sedikides & Gregg, 2003).

Potreck-Rose e Jacob (2006), propõem uma abordagem psicoterapêutica, para a baixa auto-
estima, baseada no que elas chamam "os quatro pilares da auto-estima":

7
1. Auto-aceitação: uma postura positiva, com relação a si mesmo, enquanto pessoa. Inclui
elementos como: estar satisfeito e de acordo consigo mesmo, ter respeito a si próprio, ser "um
consigo mesmo", e sentir-se em casa, no próprio corpo;

2. Autoconfiança: uma postura positiva. Com relação às próprias capacidades e desempenho.


Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, e de fazê-la bem-feita, de
conseguir alcançar alguma coisa, de suportar as dificuldades e de poder prescindir de algo;

3. Competência social: é a experiência de ser capaz de fazer contactos. Inclui saber lidar com
outras pessoas, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, ter reacções flexíveis, conseguir
sentir a ressonância social dos próprios actos, saber regular a distância-proximidade com outras
pessoas;

4. Rede social: é estar ligado a uma rede de relacionamentos positivos. Inclui uma relação
satisfatória, com o parceiro e com a família, ter amigos, poder contar com eles e estar à
disposição deles, ser importante para outras pessoas.

A auto-estima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o juízo que eu


faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa sobre si mesma. E
também uma característica da personalidade, se bem que menos estável do que a auto imagem,
por ser sensível a variações do humor. A auto-estima é uma situação-específica característica;
ou seja, ela vária, de acordo com a situação.

1.6 A influência da cultura a personalidade

Analisadas como fenómenos abrangentes, cultura e personalidade se constituem em respostas a


necessidades globais: a primeira é a resposta às necessidades da sociedade que a produziu, a
segunda é a resposta às necessidades da pessoa na qual se produziu.

Portanto, diante de dois fenómenos que, embora possuam dinâmicas e leis próprias, guardam
certa semelhança por terem como finalidade possibilitar o adequado funcionamento de outros
dois fenómenos: a sociedade no caso da cultura e a pessoa humana no caso da personalidade.

Linton (1962), se preocupa com o grau de integração necessário à sobrevivência de uma


cultura. Para ele, nenhuma cultura jamais estará em estado de integração perfeita, isto é, nunca
terá todos os seus elementos em condição de ajustamento recíproco completo, enquanto
mudanças de qualquer natureza estiverem em andamento.

8
Para Linton (1962), a cultura é essencialmente um fenómeno sociopsicológico e, portanto, o
grau de integração necessário a seu bom funcionamento não são comparáveis ao grau de
integração necessário ao bom funcionamento de um organismo.

Segundo Linton (1962):

Um destes é o centro da cultura, a massa de valores, associações e reacções


emocionais condicionadas, em grande parte inconscientes, que dão à cultura sua
vitalidade e fornecem aos indivíduos os motivos para aderir aos padrões culturais e
praticá-los. O outro é a mais superficial das zonas de cultura, a zona dos padrões
habituais de comportamento expresso. Desajustamentos no primeiro ponto produzem
conflitos emocionais constantes dentro do indivíduo; conflitos entre indivíduos que
preferem valores diferentes; e perda da unidade psicológica. Desajustamentos no
segundo ponto resultam em constante interferência, em desperdício de movimentos,
para não falar num estado crónico de irritação (p.33).

Sendo, entretanto, a família, por sua vez, também um produto cultural, nela são reproduzidos
padrões e valores vigentes na cultura. Deste modo, a socialização que ocorre na família incute
valores e padrões da sociedade da qual aquela faz parte. Igualmente, os membros mais velhos
da família-agência-socializadora foram previamente socializados de acordo com os padrões
culturais vigentes.

Sendo a personalidade fortemente marcada pelos primeiros anos de vida, nos quais a influência
preponderante é a família, o indivíduo tenderá a reproduzir em sua conduta futura, os padrões
culturais que adquiriu no relacionamento familiar, envolvendo autoridade, ambição,
motivações, expectativas, segurança, auto-estima etc.

Por outro lado, cada cultura tende a criar em seus membros um determinado tipo de motivações
para o qual o indivíduo é preparado, primeiramente na família e posteriormente em outras
situações. Por fazerem parte de um processo dinâmico, estas motivações estão em constante
modificação. Determinado tipo de estrutura cultural cria certas motivações; estas por sua vez
retroagem sobre a estrutura cultural, sem que seja possível determinar onde começou o
processo.

1.7 Género e personalidade

9
O Género refere-se aos papéis do homem e da mulher, predefinidos, numa determinada
sociedade, num certo período de tempo. As relações de género reflectem concepções de género
interiorizadas por homens (=masculinidade = o que significa ser homem numa sociedade) e
mulheres (feminilidade= o que significa ser mulher numa sociedade). A masculinidade é o
conjunto unitário da identidade, atitudes e comportamentos considerados masculinos. A
“feminilidade” é o conjunto da identidade, atitudes e comportamentos considerados femininos
(Laissone & Tengler, 2016).

São lutas que questionam o estatuto do indivíduo: por um lado afirmam o direito de ser
diferente e enfatizam tudo aquilo que os torna indivíduos verdadeiramente individuais. Por
outro lado, atacam tudo aquilo que separa o indivíduo, que quebra sua relação com os outros,
fragmenta a vida comunitária, força o indivíduo a se voltar para si mesmo e o liga à sua própria
identidade de um modo coercitivo. Estas lutas não são exactamente nem a favor nem contra o
"indivíduo"; mais que isso, são batalhas contra o "governo da individualidade".

Assim, os direitos de personalidade, como expressão jurídica da individualidade, e todo o


campo da autonomia individual (entendida no conceito mais amplo do poder de fazer as
escolhas que recaem sobre si mesmo) tornam-se o ponto privilegiado de convergência destas
lutas sociais.

1.8 Os papéis de género

Segundo Laissone e Tengler (2016),homens e mulheres desempenham papéis diferentes, na


sociedade:

 Papel reprodutivo: inclui cuidar da criança/ responsabilidade de criação e trabalho


doméstico (não remunerado).
 Papel produtivo: trabalho efectuado, para sustentar a vida individual e colectiva; inclui a
produção para o mercado (trabalho remunerado) e a subsistência doméstica (trabalho
não assalariado).
 Papel da Gestão Comunitária: provisão e manutenção de recursos escassos de consumo
colectivo, tais como a água, os cuidados de saúde e educação; normalmente, é um
trabalho não remunerado.
 Papel político: actividades executadas, ao nível comunitário, até nacional, ao nível
formal político. Na maioria, são actividades remuneradas.

10
Conclusão

A personalidade é uma característica do ser humano que organiza os sistemas físicos,


fisiológicos, psíquicos e morais de forma que, interligados, determinam a individualidade de
cada pessoa. A personalidade desenvolve-se, ao longo da vida. Ninguém nasce com ela pronta.

O temperamento pode ser conceituado como a qualidade das respostas emocionais da pessoa. É
mensurado na infância e tem a tendência de se manifestar em traços mais específicos, sendo
influenciado pelos componentes biológicos ou genéticos mais do que pela experiência.

O indivíduo nasce com determinado temperamento, mas os factores ambientais podem


modificar-lho: a educação; a alimentação; as doenças; o clima; os acontecimentos e outros
factores causam algumas transformações, nos traços temperamentais. A vida ensina o homem a
controlar ou a estimular o seu temperamento.

A maturidade humana, enfim, é: conquista pessoal favorecida pelo próprio esforço, pelo
ambiente, pela educação e pelo dinamismo.

A auto-estima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o juízo que eu


faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa sobre si mesma. E
também uma característica da personalidade, se bem que menos estável do que a auto imagem,
por ser sensível a variações do humor. A auto-estima é uma situação-específica característica;
ou seja, ela vária, de acordo com a situação.

Analisadas como fenómenos abrangentes, cultura e personalidade se constituem em respostas a


necessidades globais: a primeira é a resposta às necessidades da sociedade que a produziu, a
segunda é a resposta às necessidades da pessoa na qual se produziu.

O Género refere-se aos papéis do homem e da mulher, predefinidos, numa determinada


sociedade, num certo período de tempo. As relações de género reflectem concepções de género
interiorizadas por homens (=masculinidade = o que significa ser homem numa sociedade) e
mulheres (feminilidade= o que significa ser mulher numa sociedade).

O conceito de género não deve ser utilizado como sinónimo de “mulher”. O conceito é usado
para distinguir e descrever as relações estabelecidas entre homens e mulheres. As relações de
género estabelecem-se dentro de um sistema hierárquico, que dá lugar a relações de poder. Em
muitas sociedades, a diferença de poder torna possível a hegemonia do homem.

11
Referências Bibliográficas

Caspi, A., Roberts. (2005). Personality Development: Stability and Change. Annual Review of
Psychology.

Colom, R. (1998). Psicologia de las Diferencias Individuales. Teoría y Práctica. Madrid:


Ediciones Pirámide.

Eysenck, H.J. (1959). Estúdio Científico de la Personalidad. Buenos Aires: Editorial Paidos.

Laissone, Pe Elton & Tengler, Hemma. (2016). Habilidades de Vida, Saúde Sexual e
Reproductiva, Género e HIV&SIDA. Versão CED: Beira – Moçambique.

Linton, Ralph. (1967). Cultura e Personalidade. São Paulo.

Strelau, J. (1998). Temperament: A psychological perspective. New York: Plenum.

12

Você também pode gostar