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INTRODUCAO

Uma escola é tida como estabelecimento ou instituição de Educação que monitora o PEA,
desde a antiguidade. Neste processo, o envolvimento de entidades que possam garantir a eficácia
do ensino tem sido discutido com maior relevância, de modo a integrar cada vez mais, elementos
que possam ajudar, de algum modo, para o bom andamento da escola.

Nesta óptica, verifica-se com alguma regularidade a integração das comunidades em


qualquer parte onde exista uma escola, como forma de tomar a Educação, não somente como
uma instituição na qual se deva transmitir apenas conhecimentos de carácter técnico profissional,
mas também como local que garanta a transmissão de valores de uma geração para outra, daí que
se torna imprescindível envolver a comunidade para melhor se inteirar, e ajudar a gerir o
processo educativo dos alunos, com finalidade de que, uma vez formados, possam assegurar com
eficiência o desenvolvimento das mesmas.

A escola é formada por diferentes entidades, entre elas: o director-expoente máximo, o


professor que faz a monitoria e gestão da aula, o aluno como centro do processo educativo e, a
comunidade, sob forma do Conselho de Escola, que ajuda a fazer o acompanhamento do
processo, pretende-se, com esta pesquisa, fazer uma abordagem sobre: o Papel da família na
gestão do Processo de Ensino-Aprendizagem.

Partindo do pressuposto de que o Ensino Primário constitui o alicerce para a formação


integral e integrada do Homem, e que requeira maior atenção de todos os intervenientes, afigura-
se importante a integração da família na vida da Escola, como expressão do reconhecimento do
papel que esta desempenha em todas as esferas sociais.

Pretende-se que se perceba, também, que a família é a primeira instituição, na qual o cidadão
aprende os símbolos primitivos da vida em sociedade e que é fundamental na formação de
valores humanos, daí que surge a necessidade de se chamar para provar a sua missão e
responsabilidade na educação das crianças.
A Escola e a comunidade sua operacionalização

Tuesday, 12 de May de 2020 às 15:49


Número de respostas: 18
Tendo em conta que a escola esta inserida na comunidade temos a máxima certeza que ela depende
muito da contribuição desta para o seu progresso. ora vejamos? 

1. Ate que ponto a ligação escola comunidade tem ajudado no processo de ensino e
aprendizagem? 

3.1.1 Estratégias de participação da comunidade na escola prevista pela Lei


moçambicana

Em relação aos dados colectados no terreno, quando questionamos sobre as estratégias ou


dispositivos legais usados para garantir uma participação efectiva entre a comunidade e a escola,
disse que a escola tem como base o artigo nº 2 da Lei 6/92, que regula o Sistema Nacional de
Educação vigente no país.

Perante esta situação, em confrontação com a lei, percebemos que o artigo 2 da Lei nº 6/92,
referenciado, defende os princípios pedagógicos que orientam a educação moçambicana, sobre a
ligação entre a escola e a comunidade. E uma das formas previstas é a criação de um órgão
representativo da comunidade, denominado Conselho Escolar, onde tanto a comunidade, quanto
a escola, fazem parte, visando ligar as partes, para garantir que haja:

i) uma boa gestão escolar;

ii) um bom aproveitamento escolar;

iii) um bom desempenho dos professores e

iv) uma gestão transparente dos recursos. MEC (2005).


Neste pressuposto, percebemos que a escola insere-se dentro dos dispositivos legais, ou seja,
ela está dentro dos padrões previstos na gestão educacional no país, Pois, uma das melhores
formas de empreender uma boa gestão do PEA na escola, é valorizar a comunidade como um dos
intervenientes do processo, com objectivo de auxiliar a escola na:

 Aprovação do plano estratégico da escola e garantir a sua implementação;

 Aprovação do plano anual da escola e garantir a sua implementação;

 Aprovação do regulamento interno da escola e garantir a sua aplicação;

 Pronunciar-se sobre a proposta do orçamento da escola;

 Aprovar e garantir a execução de projectos de atendimento psicopedagógico e material


aos alunos, quando seja iniciativa da escola;

 Elaborar e garantir a execução de programas especiais visando a integração da Família-


escola-comunidade;

 Pronunciar-se sobre o aproveitamento pedagógico da escola.

Assim, na base destes elementos, a família, comunidade e a escola, estarão a par das
actividades lectivas da escola, acompanhando todo processo educacional, desde os fracassos até
aos sucessos, bem como os desafios necessários.

Mas, como a nossa análise não se esgota, apenas em afirmar se usam ou não dispositivos
legais, fez-se necessário confrontar sobre as formas de participação usadas no concreto, isto é, na
prática, como se pode verificar no subtítulo que se segue.

3.1.2 Quanto à participação da comunidade

Para a materialização deste subcapítulo, tomamos como base o questionário que consta do
apêndice I, direccionado ao director da EPC Unidade 11, como parte integrante do Conselho de
Escola, segundo a informação por ele dada aquando da entrevista feita no campo da pesquisa.

Nesta óptica, quando questionado se havia alguma interacção efectiva entre a comunidade e a
escola, o Director respondeu nos seguintes moldes:
Existe mas não é muito regular, isto porque estes precisam de ser
chamados, sempre que acharmos que fazem falta para interagir connosco
nas actividades lectivas. (Director da escola aos, 08/4/2014)

Nesta óptica, percebe-se a prior que a participação da comunidade é bastante deficiente, o


que legitima a nossa pesquisa, bem como a escolha do tema em estudo, visto que a questão faz
parte do tema seleccionado.

Neste contexto, foi nos revelado que os membros representativos da comunidade, na maior
das vezes não se faz à escola quando solicitada, pois não dá importância sumária as actividades
desenvolvidas na escola, ou seja, não ajuda na planificação das actividades curriculares, quando
se faz àquele estabelecimento de ensino, não se mostra incluida nas actividades ou mesmo nos
processos daquele ôrgão. Disvincula se deste modo de todo um órgão uno capaz construir as
decisões ou propostas para o crescimento da Esclola. Esta não coloca ponto de vista algum, ou
seja, não se opõem a nada, nada resolve, apenas cinge-se a aceitar as propostas havidas.

Esta mesma Comunidade não faz o acompanhamento da execução do plano traçado, quer
anual, semestral, trimestral, bem como mensal. Não se preocupa em ver se, está a ser efectivado
ou não.

Consta-nos então que os membros da comunidade, não contribuem de forma significativa na


gestão do PEA, um elemento praticamente desajustado à realidade dum membro representativo
da comunidade. Como podemos confrontar com a ideia de Gadotti (2004), ao observar que a
comunidade escolar, representada pelo Conselho de Escola, não deve ser convocada para
legitimar as decisões tomadas pelas escolas. De igual modo, o Conselho de Escola dificilmente
se transformará num verdadeiro centro de debate, de articulação dos objectivos e de busca de
alternativas pedagógicas, administrativas, entre outros, enquanto as escolas continuarem
fechadas sobre si.

Nesta perspectiva, achamos que o acompanhamento que se espera da comunidade diante dos
planos curriculares, redunda-se a nada, pois consta-nos que cabe a escola apenas de planificar,
executar e informar aos membros da comunidade que fazem parte do conselho de escola, como
objectos receptivos pois a voz destes não se faz sentir nas decisões-chave sobre a vida da escola.
Assim, percebemos mais uma vez que, os actores envolventes da escola não partilham ideias,
não discutem os problemas que possam facilitar uma boa gestão do processo, pois as partes não
se aproximam, visto que os membros da comunidade mostram um estado de latência nas
decisões da vida da escola:

Os membros da comunidade, participam quando querem ou quando


tiverem tempo, isto porque, no período em que marcamos encontro para
abordar sobre a vida da escola, dizem que não possuem disponibilidade
de tempo, preferindo cumprir o que lhes convém, naquele momento, e as
vezes se fazem presentes à escola, para procurar saber o que foi abordado
e qual foi a decisão tomada. (Director da escola aos, 08/4/2014).

, a comunidade participa em algumas reuniões regulares, as trimestrais, mas não valoriza as


extraordinárias, que até certo ponto, visam trazer mudanças pontuais para a gestão educacional
na escola, um aspecto bastante negativo, o que mostra a falta de uma ligação saudável e efectiva
entre a escola e a comunidade.

Esta forma de proceder dos membros da comunidade, traz consigo um ponto de reflexão, no
qual supomos que estes não conhecem o verdadeiro papel que possuem sobre a escola, e muito
menos sobre como podem dar o seu contributo para a gestão do PEA, com vista a ajudar a escola
a garantir um ensino eficiente e eficaz, para atingirmos a qualidade que tanto se almeja nos
educandos.

2. que contributos podemos dar para melhorar a interação entre ambos?


3.3 Plano de acção para uma boa relação escola-comunidade na EPC Unidade 11
Neste subcapítulo, trazemos algumas estratégias de acção que possam nos ajudar a lidar com
o problema detectado no campo de pesquisa, com vista a manter uma interacção efectiva entre a
escola e a comunidade para que haja uma gestão participativa.

Neste contexto, achamos importante definir os parâmetros a seguir, em forma de metas


sugestivas:

1º - Procurar conhecer e trocar experiências com a comunidade.

É preciso garantir o vínculo entre a escola e a realidade vivencial do aluno, as condições reais
e concretas de sua vida.

2º - Favorecer vínculos positivos de parceria com os pais de alunos.

A escola deve estar aberta aos pais, para que tragam sua experiência, participem de
programas e eventos, vejam os trabalhos e conquistas dos filhos. Os pais devem ter espaço para
colaborar com escola.

3º - Envolver os pais e a comunidade no cumprimento objectivos da escola.

As matérias do currículo, por exemplo, apesar de ser um assunto de responsabilidade da


escola, que a comunidade colabore positivamente, para evitar queixas aos pais, sobre os alunos,
sobre seus pais.

Assim, os serviços serão tanto mais eficazes e eficientes, quanto mais a escola conhecer a
comunidade, as características do local, as suas potencialidades e dificuldades, e quanto mais a
comunidade conhecer a escola e sentir aquele equipamento como seu, podendo inclusive usufruir
dele nos dias e horários normais. Uma parceria assim, seria de grande benefício para todos.

O bom contacto com as famílias dos alunos é, talvez, o ponto mais importante da relação
escola-comunidade. Quem são os pais dos alunos ou seus responsáveis, como vivem, o que já
aprenderam em casa, são informações preciosas que todo professor deve procurar obter para que
possa, aí sim, encontrar a melhor forma de apresentar a seus alunos a escola e os conteúdos que
serão ensinados.
Nas situações práticas que favorecem a valorização da escola, os alunos e a comunidade,
devem saber, para a posterior prática no seu dia-a-dia, sob exigência da comunidade, como por
exemplo, a limpeza, a conservação do meio, a produção escolar, a ligação da teoria com a
prática, deve ser um aspecto que a comunidade deve interagir para melhor exigir aos educandos
no contexto diário.

As apresentações de trabalhos por alunos poderiam ser assistidas por seus pais. Com certeza,
o aluno vai caprichar bastante e os laços da parceria escola-pais-comunidade, serão fortalecidos.

Avaliações frequentes ajudam os pais a acompanhar os avanços e recuos escolares dos filhos.
Mas não se deve confundir avaliação com queixa.

4º - Envolver os actores nas relações escola-comunidade

Partindo pela posição de Alves-Pinto (1995:145), ao abordar que a problemática da escola


implica encará-la como um sistema de trocas sociais, uma vez que as escolas são “instituições
onde os novos membros da sociedade começam a alargar a sua experiência do social para além
do seu grupo de origem”. Professores, alunos e outros intervenientes neste sistema de trocas
sociais contribuem para a existência da escola uma vez que “todos se integram nela. Todos a
“usam” nas suas estratégias diversificadas. Todos participam numa rede de interacções
complexas. Todos participam na produção da sua realidade social. A escola constitui, portanto,
um quadro de acção para todos eles” (Ibid, p.146).

Assim, para nós, considerar a escola como comunidade envolve uma asserção de carácter não
apenas pedagógico mas igualmente político, no sentido de prescrever a sua própria construção.
De facto, parece-nos que, ninguém concebe o sistema de trocas sociais que estrutura a realidade
social que é a escola como apenas a relação individual e estreita professor-aluno, mas antes como
sentidos partilhados e multidireccionais pelos que nela se movimentam.

Neste âmbito, constituindo-se como um dos núcleos por excelência da actualização do


processo educativo no sentido amplo – sendo esta a sua verdadeira razão de ser, esta relação
professor-aluno tem de ser contextualizada na ligação que a escola estabelece com o meio e na
rede de relações que tece as práticas tanto dos actores internos (os que se encontram inseridos no
palco escolar), quanto dos actores externos (todos aqueles que directa mas também
indirectamente criam relações com a escola).

Assim, a comunidade educativa acaba por tornar possível a intervenção de todos os que
mantêm um interesse legítimo na actividade e na vida de cada escola, ou seja os diferentes
agentes do sistema de interacção escolar. Para além dos actores óbvios que são os alunos, os
professores, e o pessoal não docente, temos os pais e encarregados de educação, os
representantes das autarquias mas também da comunidade local, nomeadamente representantes
de instituições, organizações e actividades económicas, sociais, culturais e científicas.

Na esteira de Formosinho (1989:56-57), estamos igualmente persuadidos que a escola como


comunidade educativa pressupõe que o modelo de Administração Pública e Escolar seja um
modelo de partilha, que permita um relacionamento mútuo entre a escola e a comunidade local.

A responsabilização dos membros da organização não é feita apenas perante o Estado numa
perspectiva de escola serviço local, mas, também, perante a comunidade local através da
avaliação e controlo da execução do Projecto Educativo da Escola. A prestação de contas, como
refere Formosinho (1989:7), “na comunidade educativa ela própria é uma prestação de contas
profissional porque é, sobretudo, do tipo democrático, no sentido de que procurará justificar os
meios usados em função dos resultados atingidos e não se satisfará com a mera verificação da
legalidade desses meios, independentemente dos fins prosseguidos”.

Que se crie uma estratégia de capacitação dos membros eleitos na comunidade, que fazem
parte do conselho de escola, para que saibam interagir, discutir, propor soluções permanentes,
que ajudem a própria escola, no lugar de se retraírem diante das decisões ou dos planos
curriculares;

Que se criem condições para que os membros da comunidade conheçam o seu verdadeiro
papel diante da escola, para que se sintam activamente integrados no processo de gestão e não
passem a esperar, apenas pelo chamamento, mas sim trabalhar em coordenação e consentimento;
Que tanto a escola quanto a comunidade comunguen as actividades para que, no caso de
maus resultados saibam como resolve-las em comum.

CONCLUSAO

Torres (2006), na sua análise, concluiu que a escola e a comunidade dão uma imagem
dinâmica da metamorfose da organização escolar, no que respeita às relações estabelecidas com
o meio. Os dinamismos inerentes à influência da comunidade local tendem a conquistar um
espaço crescente na sucessão das representações, sobretudo pelo aumento crescente da
participação institucional dos pais e encarregados de educação e pelo alargamento da
participação a outros sectores da propalada comunidade educativa. (Ibid,p.38)

CATANI, A. M. & GUTIERREZ, G. L. Participação e Gestão Escolar: actuais tendências,


novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001.

FORMOSINHO, J., “De serviço do Estado à comunidade educativa – uma nova concepção
para a escola portuguesa”, In Revista Portuguesa de Educação, Braga, UM, n.º 2, vol. 1, 1989.

ALVES-PINTO, M., C., Sociologia da Escola, Lisboa, McGraw-Hill, 1995.

GADOTTI, M. Gestão Democrática e Qualidade de Ensino. 2004.


Diploma Ministerial 80/2004, Republica de Moçambique, Maputo, Imprensa nacional, 2005.

República de Moçambique (1992). Lei nº 6/92 do Sistema Nacional de Educação

República de Moçambique (1995). Política Nacional de Educação e Estratégia de


Implementação: Resolução nº 8/95 de 22 de Agosto.

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