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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
A escola como uma organização Pedagógica

Bernardo Julio Tivane


(N° de estudante: 708225807)

Curso:Curso de Educação Física e Desporto,


Disciplina: PP-II 2º Ano-2023

Maputo,
Junho, 2023
Bernardo Julio Tivane

Tema:
A escola como uma organização Pedagógica

Trabalho de pesquisa a ser apresentado no


Curso de Educação Física e Desporto na
UCM, no âmbito da cadeira de PP-II.

Maputo,
Junho, 2023
Índice
1.INTRODUÇÃO............................................................................................................................1

1.1.Objectivos..............................................................................................................................1

1.1.1.Geral................................................................................................................................1

1.1.2.Específicos.......................................................................................................................1

2.METODOLOGIA.........................................................................................................................2

3.EQUADRAMENTO TEÓRICO..................................................................................................3

3.1.Organização escolar...............................................................................................................3

3.1.1.Conceitos.........................................................................................................................3

3.1.2.Práticas escolares e sua importância na organização escolar.........................................4

3.1.3.Os elementos dos espaços físicos da escola....................................................................7

3.1.4.Formas de organização da escola....................................................................................9

3.1.5.Organização escolar e dimensão pedagógico-curricular...............................................11

3.1.6.Factores que contribuem na organização dos espaços escolares e suas implicações


pedagógicas............................................................................................................................14

3.1.7.Aspectos do ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva..............................15

4.CONCLUSÃO............................................................................................................................19

5.REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICAS............................................................................................20
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho, surge no âmbito da cadeira de PP-II, e tem como temática “A escola
como uma organização Pedagógica”. Diante do mesmo irá se descrever e análisar o tema tendo
em conta os aspectos referentes aos conceitos da organização escolar, práticas escolares e sua
importância na organização escolar, os elementos dos espaços físicos da escola, as formas de
organização da escola, a organização escolar e dimensão pedagógico-curricular, factores
contribuintes na organização dos espaços escolares e suas implicações pedagógicas e aspectos do
ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva.

Em termo de estrutura, o trabalho encontra-se dividido em 5 (cinco) partes. Na primeira


parte encontramos a introdução, que irá se apresentar um breve resumo dos conteúdos que serão
abordados ao longo do trabalho, com inclusão dos objectivos, na segunda parte encontramos a
metodologia que apresenta-nos os meios usados na busca da informações, na terceira parte
encontramos o desenvolvimento, onde abordar-se-á a exposição das informações relacionadas à
Escola como uma organização Pedagógica. Na quarta parte apresentar-se-á a conclusão do seu
todo trabalho e a última parte apresentar-se-á as referências bibliográficas.

1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
 Analisar a escola como uma organização Pedagógica.

1.1.2.Específicos
 Apresentar conceitos da organização escolar;
 Descrever as práticas escolares e sua importância na organização escolar;
 Identificar os elementos dos espaços físicos da escola;
 Descrever as formas de organização da escola;
 Explicar a Organização escolar e dimensão pedagógico-curricular;
 Apresentar factores que contribuem na organização dos espaços escolares e suas
implicações pedagógicas;
 Mencionar aspectos do ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva. Orientações.

1
2.METODOLOGIA
De acordo com Vilelas (2009), metodologia consiste em estudar os vários caminhos
disponíveis e as suas utilizações.

Para Gil (2006), método é um caminho para se atingir um fim, e que método científico é
algo mais, correspondendo a um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados
para atingir-se o conhecimento”.

No concernente aos procedimentos técnicos a serem utilizados na pesquisa, far-se-á o uso


da pesquisa bibliográfica. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o
levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações
avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contacto
direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto auxiliando na análise de suas
pesquisas ou na manipulação das suas informações.

2
3.EQUADRAMENTO TEÓRICO
3.1.Organização escolar
3.1.1.Conceitos
A escola é uma unidade social que reúne pessoas que interagem entre si e que opera por
meio de estruturas e processos organizativos próprios, a fim de alcançar os objectivos da
instituição1.

Genericamente, o conceito de organização está ancorado na história, nos hábitos, nas leis,
nas formas e modos de vida das sociedades, como ressalta Alter (2002, p.31) citado por Alves e
Teodoro, a organização “é uma estrutura hierarquizada, que dispõe de regras de trabalho precisas
e que permite padronizar, coordenar e planear actividades”. O autor complementa que a
organização busca essencialmente o emprego racional de meios para alcançar resultados.

A organização compreende a definição curricular da escola, os processos avaliativos


individuais e colectivos, a formação continuada de professores e funcionários e a elaboração de
um projecto-político-pedagógico2.

De acordo com Etzioni (1964) citado por Baptista (2013), as organizações são unidades
sociais ou agrupamentos humanos, construídas e reconstruídas, que se propõem alcançar
determinados objectivos. Assim sendo, a escola é uma organização específica, que visa à
educação e ao ensino decretado na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) português. Esta
organização tem caraterísticas próprias, e as especificidades atribuídas a cada uma, aportam
mais-valias e um enriquecimento notório. Apresenta-se como um sistema local de formação e
aprendizagem, abrangendo todos os parceiros sociais que “compartilham uma herança comum”
(Macedo, 1995, p. 113 citado por Baptista, 2013).

Bertrand e Valois (1994, p. 19) citados por Baptista (2013),mencionam a escola como uma
organização “dinâmica e instável”. Ballion (1991) citado por Baptista (2013), prefere o termo
agrupamento, visto que é um espaço “organizado de indivíduos que, com o apoio de recursos
materiais, financeiros, humanos e simbólicos, têm de resolver um certo número de problemas
pela acção colectiva”. (Ballion, 1991, p. 150)

1
https://pt.scribd.com/document/371349816/ORGANIZACAO-ESCOLAR-pdf
2
https://pt.scribd.com/document/371349816/ORGANIZACAO-ESCOLAR-pdf

3
Assim, no entender de Formosinho (1980) citado por Baptista (2013),, a organização
escolar apresenta finalidades e funções. As finalidades têm um cariz cultural, socializador,
produtivo, personalizador e de equidade. No que se prende com as funções e para além da
instrutiva3 e socializadora4, este autor acrescenta as funções selectiva, de custódia, de facilitação,
de aquisição de títulos académicos e a função de substituto familiar.

3.1.2.Práticas escolares e sua importância na organização escolar.


A inclusão de novas práticas no âmbito pedagógico das instituições de ensino é deveras
árdua, ao passo que exige determinado saber de todo corpo docente e técnico, o que demanda
capacitação específica, a fim de desenvolver políticas e adaptar os currículos aos planeamentos,
bem como adequar procedimentos de ensino às competências e habilidades individuais e
colectivas dos alunos. Para tanto, pede-se uma reflexão a respeito das limitações e dos ritmos de
aprendizagem de cada estudante. Contudo, tal cenário contrapõe o cotidiano das escolas, onde
comumente educadores impõem aos educandos que se moldem a um padrão preestabelecido de
ensino massificado, sem considerar suas necessidades acadêmicas pessoais.

Segundo os autores Papim, Araújo, Paixão e Silva (2018) citados por Silva e Miguel (2020)
destacam que:

O professor deve ter as estratégias para realizar uma metodologia satisfatória que seja
inclusiva. Para isso, a instituição educativa deve ser activamente participante da construção
de um currículo flexível e adaptado à realidade dos estudantes, com diferentes tipos de
ensino e avaliação, segundo suas competências (Papim; Araújo; Paixão E Silva, 2018, p. 18
citados por Silva e Miguel, 2020)

Com a construção de um currículo flexível e adaptado à realidade dos estudantes,


objectiva-se não apenas a permanência desses alunos em sala de aula, mas sobretudo um real
avanço do potencial de aprendizado destes. Para os gestores deste processo de
ensinoaprendizagem, representa um desafio desenvolver estratégias inclusivas e significativas
que possam abranger todas as modalidades de ensino.

É válido ressaltar a relevância de cada componente do conjunto educacional como agente


activo na construção de um conhecimento compartilhado – corpo docente e técnico, gestores e
colaboradores, actuando de forma conjunta com os alunos e a comunidade na qual a escola está
3
Transmissão e produção do conhecimento.
4
Transmissão e construção de normas, valores e crenças, hábitos e atitudes.

4
inserida, adotando posturas para eliminar paradigmas tradicionais e desrespeitosos, que
impossibilitem a interação entre todos os envolvidos no processo educacional. Desse modo, o
conhecimento compartilhado no ambiente escolar agrega eficácia à prática docente e intensifica a
apropriação do conhecimento dos alunos.

Conforme Comenius (2012) citados por Silva e Miguel (2020), qualquer escola que deseje
seguir uma Educação Inclusiva terá de desenvolver:

Políticas, práticas e culturas que respeitem a diferença e a contribuição activa de cada aluno
para a construção de um conhecimento partilhado. Procura por esse meio alcançar, sem
discriminação, a qualidade acadêmica e contexto sociocultural de todos os alunos
(COMENIUS, 2012, p. 2 citado por Silva e Miguel, 2020)

Oliveira, Gonzaga e Lima (2015) citados por Silva e Miguel (2020) elucidam que:

Educação Inclusiva, favorecendo em um só tipo de escola, a escola de ensino regular que


deve acolher todos os alunos e também se empenhar em identificar as dificuldades e
limitações dos estudantes, buscando ajuda e encaminhamentos através de profissionais
qualificados de utilização de apoios e recursos que garantam a superação dessas
dificuldades (Oliveira, Gonzaga e Lima, 2015, p.2 citados por Silva e Miguel, 2020)

Para os autores, a qualificação profissional é imprescindível para identificar as


dificuldades e limitações dos estudantes em sala de aula, bem como propor alternativas
inovadoras para a obtenção do conhecimento.

Outrossim, para que haja uma melhor interação social entre todos, a equipe escolar deve
conhecer a diversidade e a complexidade existentes em sua rotina, buscando meios de conhecer
as características de cada um dos seus alunos, visto que a incompreensão das potencialidades e
necessidades do aluno pode desencadear resultados negativos. Assim, a forma de ministração do
ensino pode, de forma significativa, proporcionar ao educando determinado sentimento de
pertencimento ao grupo, garantindo, assim, melhor rendimento escolar.

Segundo Mantoan (2002) citado por Silva e Miguel (2020), analisando pela perspectiva
inclusiva, o acto de ensinar expressa a ideia de ressignificar, a saber:

O papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no


contexto excludente do novo ensino, em todos os seus níveis a inclusão não cabe em um
paradigma tradicional de educação e, assim sendo, uma preparação do professor nessa

5
direcção requer um design diferente das propostas de profissionalização existentes e de uma
formação em serviço que também muda, porque as escolas não serão mais as mesmas, se
abraçarem esse novo projecto educacional (Mantoan, 2002, p. 81 citado por Silva e Miguel
2020)

No entanto, as múltiplas manifestações conservadoras presentes no contexto escolar são


evidenciadas através do fazer pedagógico por meio de práticas obsoletas, apresentando
empecilhos para a efectivação dos princípios da educação inclusiva, onde é perceptível que as
orientações para as adaptações das práticas pedagógicas não são pautadas na diversidade
existente no contexto escolar. Tornando-se assim desejável uma nova postura ao profissional
docente, de forma que este deve assumir o papel de facilitador, a fim de estimular os diferentes
saberes, reforçando a necessidade urgente das correções e das adaptações nos procedimentos
estratégicos de ensino.

Carara (2016) citado por Silva e Miguel (2020) vem aludir que o educador, por meio da
constante convivência e interlocução diária em sala de aula:

deve conhecer seus alunos e assumir um papel de referência para as crianças, ficando apto a
identificar suas dificuldades e interferir de maneira positiva, de forma a promover situações
favoráveis à aprendizagem. O professor deve assumir o papel de facilitador dentro da escola,
onde o aluno possa ser o protagonista dentro do processo de ensino aprendizado que deve
ocorrer de forma integrada (Carara, 2016, p.08 citados por Silva e Miguel 2020).

Conforme a ideia citada, percebe-se que a educação deve ser direcionada à realidade do
aluno, este agora poderá assumir o papel principal de protagonista do processo educacional
evidenciando-se sempre de sua necessidade, o qual irá agremia-se notório progresso quanto ao
desenvolvimento das habilidades e maior interação no ambiente escolar do mesmo.

Sanches e Teodoro (2006) citados por Silva e Miguel (2020) nos diz que ensinar exige
compreensão da realidade:

Numa escola inclusiva só pode existir uma educação inclusiva, uma educação em que a
heterogeneidade do grupo não é mais um problema, mas um grande desafio à criatividade e
profissionalismo dos profissionais da educação gerando mudanças de mentalidades de
políticas e práticas educativas (Sanches & Teodoro, 2006, p. 72 citados por Silva e Miguel
2020)

6
3.1.2.1.A Importância da Organização do Ambiente Escolar

Em todo ambiente que chegamos nos sentimos agradáveis com o local limpo, e isso não é
diferente com um espaço escolar, os pais quando vão matricular seus filhos observam a limpeza
do local o cuidado que se tem com os objectos, pois cada espaço da escola possui a obrigação de
receber a limpeza e precisa de cuidados específicos em certos tipos, como por exemplo, em
laboratórios químicos ou de informática que requer um cuidado e atenção maior, pois os mesmos
são lugares fechados e precisam ser limpos diariamente com produtos adequados5.

Durante o dia, circulam várias pessoas pelo ambiente escolar, ou seja, o fluxo é grande
quanto de pessoas e de objectos, por isso em um ambiente escolar precisa de um funcionário de
limpeza, que facilita na organização do ambiente e conservando o mesmo, o tornando agradável6.

3.1.3.Os elementos dos espaços físicos da escola.


Tem muitos locais do ambiente escolar7 que podem ser explorados, como por exemplo:

1. A biblioteca: precisa de um cuidado específico, pois possui livros, e é um ambiente de


estudo, sendo assim precisa estar bem limpinho e cheiroso, agradável, convidativo e
acolhedor para que proporcione o desenvolvimento melhor.8

2. Banheiros: Lugar limpo e agradável de estar


Na escola, um banheiro limpo e bem cuidado tem uma grande importância. Os alunos
se sentirão valorizados e terão a oportunidade de aprender, através da própria organização
do espaço e de suas condições materiais. Sim, o espaço comunica e educa. Por isso, além
dessas questões, é preciso pensar em um espaço onde as crianças e adolescentes possam
aprender a lavar as mãos, dar descarga, usar adequadamente o papel, ler combinados e
comunicados.9
3. Sala de aula: o coração da vida escolar
“Em uma escola pode não haver biblioteca, refeitório ou laboratório, mas sala de aula
sempre existirá, pois é o coração da vida escolar.”

5
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125
6
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125
7
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125
8
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125
9
http://c2sisweb.tecnologia.ws/SisWeb/Repositorio/Arquivos/0/21aaf282-5.pdf

7
A sala de aula se constitui num espaço privilegiado, pois é nela que acontece grande parte
das interações. A sala de aula explicita o processo de aprendizagem das crianças e adolescentes,
na medida em que ali se encontram informações sobre o que estão estudando.10

Através de cada turno o espaço é limpo, garantindo a higienização do local e segurança dos
alunos, pois sabemos que muitos alunos tem alergia a pó e assim a funcionária de limpeza realiza
a limpeza desde carteiras, mesas e quadros, para que o ambiente fique bem receptivo ao aluno.11

A sala de aula precisa promover:

 Um ambiente alfabetizador;
 Um ambiente promotor de identidade e autonomia;
 Um espaço de vivência, experimentação e interação;
 Um lugar de construção de conhecimentos;
 O diálogo e o encontro entre professores, crianças e adolescentes.

4. Pátios onde alunos brincam, conversam, e realizam actividades fora da sala de aula, todos
actuam na ajuda da limpeza, pois se tem um grande fluxo de alunos e pessoas nesse
espaço, e é aí que todos entendem que é importante manter a limpeza, ou seja, entender
que aquele espaço é nosso, e por isso é fixado lixeiras selectivas servindo de incentivo
aos alunos, bem como o de colaboração em conjunto com a limpeza do pátio, podemos
incluir a quadra ou o parquinho o espaço de diversão que também é um lugar de
aprendizado fora da sala de aula, onde os materiais utilizados depois são guardados em
locais específicos proporcionando melhor durabilidade, e os parques e quadras bem
limpos e fora de poça de águas, para que nenhum aluno venha se machucar.12
O pátio da escola é organizado com brinquedos fixos como: balanços, gangorras, tanque
de areia, play ground, mastrobol, rede de vôlei, etc. As crianças aproveitam esses espaços
para a diversão e interação entre os pares. Ainda assim é necessário que a equipe escolar
realize intervenções pedagógicas que ampliarão o repertório de jogos e brincadeiras,
integrandoalunos, professores e outros funcionários da escola. O pátio deve proporcionar

10
http://c2sisweb.tecnologia.ws/SisWeb/Repositorio/Arquivos/0/21aaf282-5.pdf
11
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125

12
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125

8
diversas propostas como núcleos de brincadeiras e cantigas de roda, materiais de largo
alcance, cabanas com fantasias para o faz de conta, enfim, o pátio é um espaço no qual as
crianças aprendem, e muito.13

5. E por último, mas não menos importante, o refeitório, que é o local onde os estudantes,
funcionários, todos da escola visitam, pois realizam suas refeições, então o local é o
ponto chave da escola, onde requer um cuidado maior, para que não haja contaminação
na alimentação, para isso é necessário o lugar ser limpo, arejado e que tenha nas
proximidades pias para que as crianças possam lavar as mãos.14

Os espaços do refeitório em nossas escolas, devem se constituir em ambientes que


promovam aprendizagens como: a escolha do que se quer comer, a oportunidade de
serviremse sozinhos, a valorização do trabalho de quem preparou o alimento e a interação
com os colegas durante as refeições. Essas aprendizagens serão garantidas se o refeitório
estiver organizado de forma que proporcione esses rituais. A intenção é aproximar os
alunos das práticas sociais, colaborando para que incorporem essas práticas em suas
vivencias fora da escola. Além da organização do self service e das mesas com toalhas e
cadeiras, as paredes do refeitório podem comunicar o cardápio da semana, apresentar
ilustrações de alimentos saudáveis e outras produções dos alunos que dizem respeito ao o
que acontece nesse espaço.
Assim, esse lugar da escola, se tornará mais aconchegante, acolhedor e comunicativo.15

3.1.4.Formas de organização da escola


A escola é constituída por um conjunto de actores com diferentes formações, percursos e
perspetivas educacionais diversas, diferindo de outras organizações sociais (Alves, 2003 citado
por Baptista, 2013).

Apresenta uma hierarquia própria que tem como função administrar a organização e
gerenciar as relações entre os diferentes atores, acautelando o cumprimento dos objectivos
definidos.

13
http://c2sisweb.tecnologia.ws/SisWeb/Repositorio/Arquivos/0/21aaf282-5.pdf
14
https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-escolar/160125
15
http://c2sisweb.tecnologia.ws/SisWeb/Repositorio/Arquivos/0/21aaf282-5.pdf

9
A cultura da organização é indispensável e fundamental para assegurar o seu bom
funcionamento.

No que concerne à cultura da organização, Pol, Hlouskova, Novotný e Zounek (2007)


citados por Baptista (2013), apontam o conceito integrativo de Walterová que engloba o clima
escolar, o modus faciendi adotado por cada pessoa dentro da organização, o trabalho de grupo,
abrangendo a utilização de estratégias comuns, as conceções pedagógicas, a definição do papel
das pessoas na escola, as relações interpessoais, os factores de motivação, o ambiente físico da
escola e a sua imagem. Um conjunto de aspetos referentes a várias disciplinas permite ter uma
visão mais abrangente da realidade escolar.

Outro dos aspectos relevantes a ter em conta na organização escolar é o clima que, no
entender de Blaya (2008) citado por Baptista (2013),, é essencial para o funcionamento da
instituição, interferindo no desempenho escolar dos alunos.

No mesmo sentido, Fernandez Diaz (1994) citado por Baptista (2013), menciona que o
clima de escola encerra uma variedade de elementos de natureza estrutural, pessoal, física e
também singularidades relativas à cultura e ao funcionamento escolar que interagem de forma
activa e dinâmica.

A cooperação dentro da organização é muito importante ao seu bom funcionamento.


Lima (2005, p. 28) citado por Baptista (2013),refere-se à escola como um “locus de
cogovernação entre o Estado, a comunidade local e os atores escolares”, sendo necessário definir
as funções inerentes a cada uma das partes no sentido de se tornar uma instituição democrática.
Assim sendo, menciona que uma escola mais democrática necessita de uma participação activa
de professores, alunos e de outros sectores, sublinhando ainda que deve haver coragem para se
construir colectivamente estruturas e regras mais livres, justas e democráticas. Na organização
escolar deve se manifestar um ambiente global de confiança, de valorização do trabalho e do
respeito pela autoridade docente, pela cooperação e pela colegialidade, recorrendo à criação de
equipes educativas (Teodoro, 2011 citado por Baptista, 2013).

A precariedade e a instabilidade de uma organização escolar decorrente de contextos


complexos e violentos, de diversidade de valores, de vinculação a políticas centralizadas e
burocráticas, em que a autonomia não passa de uma miragem, prejudicam as aprendizagens, a

10
integração e o sucesso dos alunos. A cultura escolar assenta, muitas vezes, na uniformização,
impondo as mesmas respostas a todos e ao mesmo tempo, não tendo em conta a diversidade e
singularidade de cada um. Os apoios pedagógicos, culturais e emocionais não são devidamente
facultados. Na realidade institucional escolar, os rapazes e as raparigas não passam de meros
alunos e alunas (Vila & Casares, 2009 citado por Baptista 2013). Ainda no entender destes
autores, a cultura escolar não individualiza a sua actividade, não recebe os alunos atendendo às
suas especificidades do ponto de vista das capacidades e da dimensão social e afectiva. A
exigência que a escola pede aos seus alunos não é compreendida, nem aceite porque eles sentem
que ela “ignora aspetos importantes que estão na base da socialização” (Idem, p. 94 citado por
Baptista 2013).

A escola é vivenciada por cada aluno, de acordo com aquilo que ela espera dele. No
desempenho dos alunos reflecte-se a forma de actuação da organização. Assim, temos escolas
permissivas ou autoritárias, reativas ou proativas. Neste sentido, é consensual a importância das
dinâmicas de funcionamento da organização, na atitude dos alunos. O crescimento e a evolução
da organização fazem-se sempre que esta responda às problemáticas existentes e às
oportunidades de mudança, sendo, para isso, indispensável que os seus membros sejam
cooperantes, proativos e que evidenciem uma atitude de comprometimento (Enguita, 2007 citado
por Baptista, 2013).

No entanto, devemos estar convictos que a organização escolar apresenta um conjunto de


limites, destacando a inflexibilidade entre aquilo que exige e o que oferece, contribuindo, para
esta situação, tradições ideológicas e também os valores e as convicções ligadas à própria
organização.

3.1.5.Organização escolar e dimensão pedagógico-curricular


Enquanto unidade básica do sistema educacional, a escola articula as políticas e diretrizes
do sistema nacional de ensino (que por sua vez fundamentam as políticas regionais) e o trabalho
directo realizado nas áreas pedagógica, administrativa, financeira e demais funções à escola
atribuídas para cumprimento dos objectivos explícitos que dizem respeito ao desenvolvimento
cognitivo, físico e afectivo dos alunos, por meio da construção e obtenção de habilidades e
conhecimentos. O objectivo primordial da escola é aquele observado pela sociedade – o ensino e,
como consequência lógica, a aprendizagem. Sendo assim, a organização escolar precisa

11
favorecer a consolidação do seu objectivo. Os modelos de organização adotados pelos sistemas
de ensino e assumidos pela comunidade escolar é que indicam, à priori, os meios necessários
para tanto (Alves e Teodoro).

A gestão escolar é um processo pedagógico por excelência, sustentado pelo conhecimento


da legislação educacional, pelo diagnóstico da realidade escolar para definição dos objectos e
finalidades que comporão o planeamento escolar e, indiscutivelmente, pela implantação e
consolidação da participação da comunidade escolar nas decisões, buscando soluções e
alternativas que viabilizam a melhoria do funcionamento da escola. (Alves e Teodoro)

A escola, enquanto organização, trabalha como um sistema, ou seja, um conjunto


organizado de partes interdependentes que se relacionam em busca de objectivos comuns. Essas
partes estão materializadas nas pessoas, nos recursos, nos meios, e nos fins da educação que
precisam ser tratados de forma integrada, com instrumentos de gerenciamento e planeamento.
(Alves e Teodoro)

A escola, então, deve ser administrada como uma organização, e como tal, precisa
planejar, organizar-se, ter um conselho deliberativo atuante e observância às ações e aos
processos, precisa compreender-se viva, ao mesmo tempo resultado das mudanças sociais e
responsável por elas, e, acima de tudo, responsável pelo atendimento das necessidades e
expectativas dos seus alunos, pais e comunidade e preparada para entregar à sociedade cidadãos
críticos e reflexivos. (Alves e Teodoro)

Considerando a importância que temos dado à prática de gestão e organização da escola, é


necessário considerar que ela é um meio, mas carrega consigo uma dimensão educativa, ou seja,
as formas de organização da escola influenciam na aprendizagem dos alunos e também
direcionam a prática dos professores, portanto carrega o caráter educativo, uma vez que articula
os processos administrativos aos processos pedagógicos. (Alves e Teodoro)

O modelo econômico, pautado na globalização, os avanços científicos e tecnológicos, a


reestruturação do sistema de produção que requer maior envolvimento com as inovações, e as
mudanças no mundo do conhecimento afectam a organização do trabalho e dos modos de vida da
população, que, por sua vez, reflectem no perfil de formação dos cidadãos, repercutindo,
finalmente, nos sistemas de ensino, nas escolas e seus currículos. Neste sentido, a escola

12
necessária para fazer frente a essa realidade é a que prevê formação cultural e científica, que
possibilita o contacto dos alunos com a cultura, aquela cultura provida pela ciência, pela técnica,
pela linguagem, pela estética, pela ética (Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), 1998). Tais
procedimentos da gestão escolar devem envolver e envolver-se com o projeto pedagógico da
escola, documento base que assegura à comunidade escolar a autonomia pedagógica para o
desenvolvimento das ações do cotidiano escolar. Assim, como define Almeida (2001, p. 79)
citado por Alves e Teodoro,

O projecto político-pedagógico de uma escola adquire significado quando a instituição


assume a responsabilidade de concebê-lo, desenvolver e avaliar no colectivo com a
participação de todos que actuam na escola (director, coordenador, professores, alunos,
funcionários, pais e comunidade), levando em conta a diversidade, o pensamento divergente,
as controvérsias, a negociação, a articulação entre as dimensões administrativa e pedagógica
e as inter-relações com as directrizes do sistema educacional e respectivos processos de
administração e controle.

A inferência alcançada de acordo com o autor é que nenhum outro projeto pode ser desenvolvido
com vistas em resultados amplamente associados ao sucesso escolar, que não estejam
interligados ao projecto base da instituição de ensino proponente. (Alves e Teodoro)

No âmbito dos processos de organização e gestão escolar, a Constituição Federal de 1988


em seu artigo 206, inciso VII e a LDBEN 9.394/96 em seu artigo 15, asseguram à gestão escolar
a autonomia pedagógica, incluindo a elaboração e definição das diretrizes curriculares
necessárias para formação dos estudantes na educação básica considerando as subjectividades e
especificidades de cada região em que se encontra a unidade de ensino, a fim de que os direitos
colectivos e individuais sejam assegurados. (Alves e Teodoro)

Sendo assim, a autonomia pedagógica refere-se à liberdade da escola, no conjunto das


suas relações, deliberar sobre o ensino e a pesquisa. É condição necessária para o trabalho de
elaboração, desenvolvimento e avaliação do projecto político pedagógico. É também
fundamental para a gestão das actividades pedagógico-curriculares. Neste sentido, cabe à gestão
articular o processo de intervenção pedagógica para uso dos meios disponíveis envolvendo os
segmentos que compõem a escola, concomitantemente à execução das acções propostas. (Alves e
Teodoro)

13
De acordo com Paro (2001) citado por Alves e Teodoro, a gestão pedagógica deve ser
compreendida como a liberdade que a escola tem para escolher os conteúdos e os métodos de
ensino, sem a qual fica comprometido o carácter pedagógico das práticas escolares. A forma
mais concreta para compreender a importância da gestão pedagógica na escola diz respeito à
autonomia que ela tem para a elaboração e implementação do projecto político pedagógico, no
qual a participação da comunidade escolar se configura como importante passo para a
democratização dos processos decisórios da escola, por meio do compartilhamento de ideias e
acções. (Dublante, 2011 citado por Alves e Teodoro)

3.1.6.Factores que contribuem na organização dos espaços escolares e suas implicações


pedagógicas
Destacamos como factores contribuintes na organização dos espaços escolares 16, os
seguintes:

1. Conforto térmico
O factor térmico merece destaque no planeamento dos ambientes escolares. Desta forma,
precisamos prestar atenção em alguns itens importantes nos ambientes escolares, tais
como:
 Permitir a ventilação cruzada nos ambientes através de janelas e portas para a
renovação do ar;
 Utilizar materiais isolantes térmicos na construção da escola;
 Utilizar árvores, gramados e arbustos para produzir sombra, umidificar os
ambientes, absorver radiações solares, mudar a direção dos ventos.
2. Conforto acústico
Outro factor de peso na qualidade dos ambientes escolares é o controle dos ruídos, uma
vez que sons alto e persistente prejudicam a concentração, aprendizagem e até mesmo a
saúde dos que frequentam tais ambientes.
Para favorecer o conforto acústico, algumas medidas podem ser tomadas:
 Respeitar os ambientes que exigem silêncio, evitando conversas em volume alto,
uso de recursos auditivos em volumes exagerados;
 Utilizar superfícies absorventes em locais que originam sons;
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http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1577/Espa%C3%A7o%20Escola%20e%20Organiza
%C3%A7%C3%A3o_MULTIMEIOS%20DIDATICOS%20-%20CEPA.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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 Utilizar muros, painéis, paredes ou recursos paisagísticos, em alturas necessárias
para desvio do som, como recursos de isolamento acústico;
 Sempre que possível, evitar aberturas (portas e janelas) para fontes ruidosas;
 Planear a localização dos ambientes, separando os ruidosos dos que necessitam de
silêncio.
3. Conforto luminoso
O conforto luminoso é proporcionado pela iluminação com intensidade adequada e bem
distribuída nos ambientes, conforme as actividades ali desenvolvidas.
O quadro abaixo oferece algumas sugestões quanto a luminosidade ideal para alguns
ambientes:

Quadro 1: Sugestões da luminosidade ideal

Ambiente Nível baixo Nível médio* Nível alto


Sala de aula 200 lux 300 lux 500 lux
Ginásio de esportes ou quadra 300 lux 500 lux 750 lux
Biblioteca ou sala de leitura 300 lux 500 lux 750 lux
Fonte:http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1577/Espa%C3%A7o%20Escola%20e%20Organiza
%C3%A7%C3%A3o_MULTIMEIOS%20DIDATICOS%20-%20CEPA.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Para ter uma referência, são necessárias 6 luminárias com duas lâmpadas fluorescentes de
40watts cada, para obter uma luminosidade de 300 lux em uma sala de 48m2 (6m x 8m).

3.1.7.Aspectos do ambiente escolar facilitadores da educação inclusiva.


A inclusão educacional deve ter como base a compreensão de que termos como especial e
normal, para tratar pessoas com dificuldades de aprendizagem, devem ser substituídos por
deficiente e não deficiente. A substituição dessas palavras pode parecer, a princípio, algo
simples, mas não o é; pois o combate ao preconceito em relação a alunos e alunas deficientes é
bastante complexo.

Sabe-se que o preconceito é um dos maiores obstáculos da educação inclusiva à medida


que se trata de uma característica humana quase incontrolável (Amaral, 2002 citado por Santos)
e combate-lo requer um trabalho diário em todos os ramos da sociedade. E a escola precisa ficar
atenta às diversidades de seus alunos e suas alunas, pois se trata de um valor máximo de respeito

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às diferenças que não devem ser “obstáculos para o cumprimento da ação educativa; podem e
devem, portanto, ser factor de enriquecimento” (Brasil, 1997 citado por Santos).

A efectivação da inclusão educacional conta com inúmeras vertentes indispensáveis,


dentre as quais destaca-se as políticas públicas que atribuem direitos a todos os alunos e alunas,
a qualificação adequada de professores, os recursos, metodologias e currículos específicos.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem por função dar suporte à inclusão
de alunos com deficiência e altas habilidades, no ambiente escolar. (Brasil, 2011 citado por
Santos).

Souza e Buiatti (2014, p. 44) citados por Santos salientam: “o AEE não é um serviço
substitutivo à escolarização, é um atendimento especializado que visa trabalhar com recursos
adequados para abarcar as necessidades individuais, auxiliando essa população no acesso,
permanência e inclusão na escola.”

Para tanto, as actividades específicas e facilitadoras de uma escola inclusiva são


diferentes das habitualmente ocorridas nas salas de aulas, mas que, também, fazem parte do
mesmo processo; são actividades complementares. O AEE não tem por objectivo a repetição ou
reprodução do ensino regular, e sim desenvolver actividades direcionadas aos alunos com
deficiência (Souza; Buiatti, 2014 citado por Santos).

A existência do AEE não deve, contudo, inibir a convivência entre alunos com
deficiências, com dificuldades de aprendizagem e os demais uma vez que “a convivência dos
alunos com a diversidade contribui para que aprendam muito.” Ao mesmo passo em que para os
alunos e alunas que necessitam de AEE, esse “convívio é enriquecedor, pois permite uma
inserção no universo social e favorece o desenvolvimento e a aprendizagem, possibilitando a
formação de vínculos estimuladores, o confronto com a diferença e o trabalho com a própria
dificuldade.” (Carvalho, 2001, p. 13 citado por Santos).

Às alunas e alunos superdotados, a escola deve oferecer um currículo diferenciado de


forma a adaptar o processo de aprendizagem às suas necessidades, levando em conta que nem
sempre terão desempenho excepcional em todas as actividades. Devem, principalmente, evitar
rótulos tratando essas diferenças como um facto natural. (Brasil, 2003e citado por Santos).

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No que se refere às alunas e alunos surdos ou com problemas auditivos, a grande maioria
dos professores tem pouco ou nenhum conhecimento em lidar com as necessidades desse grupo e
os desafios socioeducacionais são inúmeros (Mourão, 2013 citado por Santos). É primordial a
capacitação do docente, que tem sob sua responsabilidade alunos e alunas mais novos com
problemas auditivos, de tal forma que ele seja capaz de introduzir treinamento auditivos em
actividades lúdicas com a participação de toda a classe. Brincadeiras de percepção de intensidade
e ritmo do som; de reprodução de sons e vozes de animais; de identificação de sons com olhos
fechados, dentre outras, podem ser eficazes para a inclusão escolar (Brasil, 2003b citado por
Santos).

Os alunos e alunas com baixa visão não pertencem a um grupo homogêneo, afinal cada
um tem sua própria forma de enxergar, diferentemente da cegueira, outra espécie de deficiência
visual. A escola deve-se preparar, adequadamente, para oferecer propostas pedagógicas
diferenciadas e o professor ou a professora devem, também, ficar atentos a algumas atitudes que
podem contribuir com o contato junto ao aluno, tais como: chamar o aluno ou a aluna pelo nome;
utilizar cores contrastantes sempre que possível; solicitar a participação desse aluno ou aluna nas
actividades e na interação com os colegas; fornecer o maior número de informações verbais,
dentre outras propostas (Souza, Buiatti, 2014 citado por Santos).

Aos alunos e alunas com o Transtorno do Espectro do Autismo é indispensável que a


escola possua “salas de apoio e professores especializados para que seja realizada com êxito a
inclusão desses alunos” (Brasil, 2003c, p. 25 citado por Santos). Além do mais, é essencial que o
professor ou professora não prepare os discentes sem autismo para receber aluno ou aluna com
esse transtorno. O que se deve é ir respondendo, conforme forem surgindo, as dúvidas dos
colegas e, sobretudo, deve se ficar atento à rejeição e constrangimentos evitando-os, pois, esse
cuidado é indispensável à escola inclusiva (Brasil, 2003c citado por Santos).

Como se viu, para diversas espécies de dificuldade de aprendizagem há actividades e


recursos diferentes a serem trabalhados com alunos e alunas.

“A formação dos professores e seu desenvolvimento profissional são condições


necessárias para que se produzam práticas integradoras positivas nas escolas.” (Coll; Marchesi;
Palacios, 2004, p. 44 citado por Santos). Afinal, a escola só será efectivamente inclusiva se o

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conjunto de seus professores e professoras não só aqueles com especialidade em educação
inclusiva tenham competência adequada para ensinar todos os alunos.

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4.CONCLUSÃO
A escola, e, em especial o docente, em suas fontes inesgotáveis de experiências e de
inspiração, manifesta suas construções acerca do que sabem sobre determinados assuntos,
suscitando a curiosidade sobre novos aspectos. Nesse sentido, as práticas inclusivas sugerem
actividades que promovam a interatividade entre os colegas, entre as disciplinas curriculares,
entre a escola e seu entorno, entre as famílias e o projecto escolar. A inclusão escolar exige
mudanças nas práticas pedagógicas, na cultura, no currículo, no planeamento de actividades e
nos diversos olhares dentro da escola.

Devemos compreender que todo o espaço escolar requer cuidado e uma limpeza com
dedicação, assim propiciando o bem-estar comum a todos que nela atuam, e para cooperar com a
limpeza deve-se ter utensílios de limpeza que venha facilitar e higienizar a área, sem que agrida a
saúde dos funcionários e dos que atuam no ambiente escolar.

As dificuldades da aprendizagem é uma realidade presente no cotidiano escolar e é


comum a todos os alunos e alunas e, também, à escola que, por meio de seus currículos,
metodologias, direcção, docentes, recursos e outros aspectos, deve estar preparada para lidar com
essas eventualidades.

Contudo, em se tratando de educação especial ou de dificuldades de aprendizagem, há


que se ter um preparo adequado com esse grupo de discentes no sentido de incluí-los
adequadamente no ambiente escolar como um todo: da sala de aula à recreação.

A organização escolar está amparada pelos domínios do exercício da autonomia na


escola em quatro frentes: curricular, pedagógico, da instituição e financeiro. Tais domínios
referem-se essencialmente à exigência proposta para implementação do projeto educativo da
escola (projecto político pedagógico). Logo, se elaboração do projecto tem carácter participativo,
caberá à comunidade escolar participar em todos os intervenientes no processo educativo.

É consensual que a forma como a escola se encontra organizada é essencial ao sucesso


educativo dos alunos. O clima de escola, a sua liderança e a cultura que nela se desenvolve são
alguns dos aspectos essenciais ao bom funcionamento. Estes elementos são cruciais para que os
alunos consigam ter sucesso, tanto nas aprendizagens dos diferentes saberes, como na integração
e socialização.

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5.REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICAS
1. Alves, M.E. & Teodoro, A. N.D. A organização pedagógico-curricular da escola e a
construção das práticas autônomas de gestão escolar. Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias / Lisboa. Recuperado em
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD1_SA
2_ID7126_23082018105017.pdf , acesso em 08 de Junho de 2023.
2. Baptista, M.N.M.M.S. (2013). A escola como organização. Revista do programa de pós-
graduação em educação – mestrado – universidade do sul de santa catarina.
3. Forneiro, L. I. (1998). A organização dos espaços na Educação Infantil. In: Zabalza, M.
A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed. p. 229-281. Recuperado em
https://www.marilia.unesp.br/Home/Eventos/2015/jornadadonucleo/a-organizacao-do-
espaco-escolar.pdf , acesso em 08 de Junho de 2023.
4. Gil, A. C. (2006). Técnicas de investigação em ciências sociais. São Paulo: Atlas.
5. Marconi, M. A. , Lakatos, E. M.(1992). Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Editora Atlas.
6. Santos, H. C. Aspectos e meios na efetivação da educação inclusiva. Mestre em
Educação pela Universidade de Uberaba e graduado em História pelo Centro
Universitário de Patos de Minas. Professor das Redes Estadual e Municipal de Educação.
Currículo: http://lattes.cnpq.br/3295386682108935.
7. Silva, D.C. & Miguel, J.R. (2020). Práticas Pedagógicas Inclusivas no Âmbito Escolar.
Mestrado em Educação pela Florida Christian University e Doutorado em Ciências da
Educação pela Universidade Autónoma de Asunción –PY. Pós-Doutorado pela
Universidade Autónoma de Asunción –PY. Pós-Doutorando pela Florida Christian
University.
8. Vilelas, J. (2009). Investigação. (1ª Ed.). Lisboa: Silabo.

Sites consultados

9. https://pt.scribd.com/document/371349816/ORGANIZACAO-ESCOLAR-pdf
10. https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-organizacao-do-ambiente-
escolar/160125
11. http://c2sisweb.tecnologia.ws/SisWeb/Repositorio/Arquivos/0/21aaf282-5.pdf

20
12. http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1577/Espa%C3%A7o%20Escola%20e
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