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O mercado cambial é o mercado global onde são trocadas moedas entre agentes económicos, em
que a moeda de uns pais é oferecida em troca da moeda de outro. Este mercado de acordo com
Carvalho (1995), é um dos maiores mercados financeiros mundiais. Não é um lugar concreto
onde os agentes se encontram para realizarem as transacções, em vez disso, os operadores do
mercado cambial localizam-se nos maiores bancos comerciais e de investimento espalhados pelo
mundo todo. O mercado do câmbio regula o fluxo de mercadorias entre as nações. As alterações
cambiais, ao alterarem os preços em moeda estrangeira da produção nacional, emprestam
competitividade aos bens cuja desvantagem absoluta é menor, desta feita, o presente trabalho visa
abordar sobre como tem ocorrido o equilíbrio do mercado cambial para permitir que todo e
qualquer país participe e se beneficie do comércio entre as nações de modo que as aplicações em
todas as moedas ofereçam o mesmo retorno esperado para os investidores. Falar-se-á também
sobre o que os governos têm dito e que medidas ou soluções, os mesmos adoptam para que se
mantenham o equilíbrio no mercado cambial.
Objectivos
Geral
Específicos
Para Gil (2008), metodologia é o caminho para se chegar a um determinado fim. É um método
científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para atingir o
conhecimento.
Para a realização deste trabalho recorreu-se ao método de pesquisa bibliográfica que consistiu em
buscar em, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, por
forma a entrar em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou elaborado que faz menção
do tema. Recorreu-se também ao uso das tecnologias de informação e comunicação para a
pesquisa do trabalho, usando a internet sendo que estamos em uma época que não temos como
sair de casa para as bibliotecas físicas e para a digitação usando o aplicativo Microsoft Office
Word.
Revisão da literatura
Conceitos
Taxa de câmbio- segundo Vasconcellos (2006, p.358), taxa de câmbio é o preço da moeda
(divisa) estrangeira, em termos da moeda nacional.
Mercado de câmbios- de acordo com Morini, Simões e Dainez (2012 p.60), é o local onde
ocorrem as operações de compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis reunindo agentes
económicos que realizam transacções com o exterior, não se limitando a um país.
Apreciação- Vasconcellos (2006, p.359), define apreciação cambial como o aumento do poder
de compra da moeda nacional, perante outras moedas corresponde a uma queda na taxa de
câmbio. Ou seja corresponde o aumento do valor da moeda domestica em relação à moeda
estrangeira. Neste caso, as exportações tornam-se mais caras e perdem competitividade no
mercado internacional, por sua vez as importações tornam-se mais baratas.
Taxa de juros- segundo Silva (2016), e a percentagem que incide sobre o custo de rendimento do
capital reportado a uma unidade de tempo, ou seja, é a relação entre os juros pagos (ou recebidos)
no final do período e o capital inicialmente tomado ou aplicado.
Câmbio real- segundo Medeiros (2007), ajusta a taxa de câmbio efectiva nominal em função do
desvio entre a taxa de inflação do país em causa e a dos parceiros comerciais que entram para o
cálculo da taxa nominal. A variação da taxa de câmbio real é dada pela diferença entre o desvio
inflacionista menos variação nominal. Uma taxa de câmbio real em ralação a uma divisa
estrangeira, pode apreciar-se mesmo que a taxa de câmbio nominal se deprecie. Portanto, basta
que o desvio inflacionista seja superior a variação de taxa de câmbio nominal.
Balança de pagamentos: de acordo com Mendes (2000),consiste num documento onde se
contabilizam as entradas e saídas de divisas (moeda estrangeira), de uma economia resultantes de
transacções de bens e serviços, transacções de activos financeiros e transferências unilaterais.
Krugman, Obstfeld e Melitz (2015, p.285), afirmam que que a taxa de câmbio na qual o mercado
se situa é a que deixa os participantes satisfeitos em manter os suprimentos existentes de
depósitos de todas as moedas. Quando os participantes mantêm de bom grado os suprimentos
existentes de depósitos de todas as moedas, diz-se que o mercado cambial está em equilíbrio, ou
seja, o mercado cambial estrangeiro está em equilíbrio quando depósitos de todas as moedas
oferecem a mesma taxa de retorno esperada.
Krugman et al. (2015, p.286), demonstram o por que do mercado cambial estrangeiro está em
equilíbrio somente quando a condição de paridade de juros é mantida através dos seguintes casos
exemplares.
Caso 1: Suponha-se que a taxa de juros do dólar seja 10% e a taxa de juros do euro seja
6%, mas espera-se que o dólar sofra depreciação em relação ao euro a uma taxa de 8%
sobre um ano. Nas circunstâncias descritas, a taxa de retorno esperada em depósitos de
euro seria de 4% ao ano mais alta do que a taxa dos depósitos em dólar. No fim da última
seção que os indivíduos sempre preferem manter os depósitos das moedas que oferecem o
maior retorno esperado. Isso implica que se o retorno esperado em depósitos de euro é 4%
maior do que a taxa em depósitos de dólar, ninguém estará disposto a manter os depósitos
em dólares, e os que ainda têm esses depósitos tentarão vendê-los por depósitos em euro.
Portanto, existirá um excesso de ofertas de depósitos em dólar e um excesso de demanda
por depósitos em euro no mercado cambial estrangeiro.
Usando esses dois casos como exemplo Krugman et al. (2016, p.286), procuraram explicar que
somente quando todas as taxas de retorno esperadas são iguais , isto é, quando a condição de
paridade de juros é mantida não existe oferta em excesso de algum tipo de depósito e nenhuma
demanda em excesso por outro. O mercado de câmbio estrangeiro está em equilíbrio quando não
existe excesso em demanda ou oferta de um tipo de depósito. Portanto, pode-se dizer que o
mercado cambial estrangeiro está em equilíbrio quando, e somente quando, a condição de
paridade de juros é mantida.
Equação da paridade
De acordo com Krugman et al. (2015, p.286) para representar a paridade entre os depósitos de
dólar e euro simbolicamente, utiliza-se a equação abaixo, que mostra a diferença nas taxas de
retorno esperadas de dois activos medidas em dólares. As taxas de retorno esperadas são iguais
quando:
R$ = R€ + (Ee$/€ − E$/€)/E$/€.
De acordo com Dominik (2012), quando o governo deseja diminuir a taxa de câmbio, ele oferta
mais dólares, ou seja, mais moeda estrangeira em disponibilidade no mercado de divisas,
tendendo a reduzir o preço na moeda estrangeira em termos da moeda local, o que é o mesmo que
diminuir a taxa de câmbio. Quando o governo deseja aumentar a taxa de câmbio, ele entra com
demandante, aumentando o preço da moeda estrangeira em termos da moeda local, o que
significa aumentar a taxa de câmbio.
De acordo com Mariano e Carmo (2016, p.), há uma ligação directa entre a intervenção do banco
central no mercado de câmbio e a oferta de moeda doméstica. Quando o banco central de um país
compra activos estrangeiros, a oferta de moeda nacional aumenta automaticamente, como o caso
de dólares obtidos por um contrato de exportação. Se há uma venda de activos estrangeiros, pelo
banco central automaticamente diminui a oferta de moeda nacional.
Os bancos centrais também influenciam o mercado de câmbio ao definirem as regras que serão
por elas adoptadas. De um modo geral, os regimes cambias são regras que a autoridade
monetária, ou seja, os bancos centrais, irão adoptar para determinar uma taxa de cambio,
(Mariano e Carmo, 2016).
Conforme fora antes afirmado por Goncalves et al. (2012), existem dois tipos de arranjos
cambias, nomeadamente: regime de câmbio fixo e regime de câmbio flexível ou flutuante.
Em um regime de câmbio fixo, o banco central determina o preço de uma moeda estrangeira em
moeda nacional, neste caso, todas as transacções com o exterior que envolvam entrada e saída de
divisas obedecerão à taxa de câmbio fixo para converter as moedas e esta a conversibilidade entre
as moedas será garantida pela autoridade monetária (Mariano e Carmo, 2016).
De acordo com Mariano e Carmo (2016), quando um país adopta um regime de taxa de câmbio
fixa, na maioria das vezes ele está buscando acocorar sua moeda a uma moeda mais forte e
estável, que seja capaz de transmitir segurança aos investidores internacionais e principalmente
ajudar o país a controlar sua inflação interna.
Mariano e Carmo (2016) afirmam ainda que, o sistema de ancoragem cambial pode ser
estipulado pela autoridade monetária em três formas distintas:
Para manter a taxa de câmbio fixa, o mercado de câmbio devera estar em equilíbrio, facto que
ocorre quando a taxa de juros domestica for igual a taxa de juros estrangeira. O governo, por
meio do banco central, pode definir uma taxa de câmbio diferente da taxa de câmbio de
equilíbrio, neste caso o banco central compromete-se a intervir no mercado cambial sempre que a
taxa determinada pelo governo diferir da taxa de equilíbrio (Mariano e Carmo, 2016).
De acordo com Mariano e Carmo (2016), nesse regime há algumas diferenciações, como
flutuações “limpas”, em que a autoridade monetária nunca interfere no mercado de divisas ou
ainda flutuações “suja, em que o governo, por meio da política cambial, interfere no mercado de
divisas e impõe limites mínimo e máximo para flutuações cambias.
Segundo Gomes (2009), o regime cambial flutuante sob livre mobilidade de capitais pode
absorver os choques exógenos e manter o nível de reservas de moedas estrangeiras constante,
permitindo à autoridade monetária a execução da política monetária de forma autónoma. O
balanco de pagamentos se equilibra instantaneamente, pois a taxa de câmbio, ao flutuar, equilibra
a demanda e a oferta de divisas.
Conclusão
Pela realização do presente trabalho foi possível inferir a ocorrência do equilíbrio no mercado
cambial bem como o papel do governo para o equilíbrio do mesmo. Para entender o equilíbrio no
mercado cambial é necessário primeiro perceber que os agentes económicos que participam do
mercado de cambio não mantem consigo as divisas, ou seja , não as retêm nos seus bolsos, casas,
escritórios ,etc. as divisas são depositadas em bancos do mundo todo, portanto a demanda por
uma moeda estrangeira é na realidade, por depósitos nessa moeda. Em segundo lugar é necessário
perceber que para que haja o equilíbrio todos os agentes económicos devem estar satisfeitos ao
venderem ou comprarem qualquer moeda. Por esta razão afirma-se que o mercado de câmbio está
em equilíbrio quando os depósitos em todas as moedas oferecem a mesma taxa de retorno. Existe
uma condição principal para que o mercado cambial considere-se em equilíbrio, a condição de
paridade de juros que implica que os potenciais proprietários de depósitos de moeda estrangeira
olhem para todos como activos igualmente desejáveis, desde que suas taxas de retorno esperadas
sejam as mesmas.
Carvalho, M.R. (Agosto, 1995). O risco cambial, Jornal de contabilidade, p-1. Recuperado em
https://dspace.uevora.pt=o+risco+cambial&oq.pdf.
Dominik, E. (2012). Fundamentos de Economia. Minas gerais, Brasil: Instituto E-federal Editora.
Gil, A. C. (2008), Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas Editora.
Morini, C., Simões R. C. & Dainez V. (2012). Administração de mercado exterior. (1ª
ed.).Curitiba, Brasil: IESDE Brasil Editora.
Silva,E.S. (2016). Taxas de Juros. (1ª ed.) Porto: Vida Económica Editoral, SA.
Vasconcelos, M.A.S. & Garcia, M.H. (2012), Fundamentos da Economia. (4ª ed.). Brasil:
Saraiva.