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Taxas de câmbio

A taxa de câmbio é a relação cambiária que existe entre duas moedas de países
diferentes. Este dado estabelece que quantidade da moeda X se obtém em troca da
moeda Y. Noutros termos, indica quanto dinheiro se pode comprar com a moeda de
outro país.

As operações de câmbio (compra e venda de divisas) podem realizar-se nos


bancos e nas casas/agências de câmbio, que, regra geral, cotizam duas taxas de câmbio:
uma para a compra e outro para a venda. Por exemplo: se quisermos comprar dólares, o
preço a pagar à casa de câmbio é de 0,74 euros por cada dólar. No entanto, se quisermos
vender euros, iremos receber 1,34 dólares por cada euro que entregarmos

A taxa de câmbio é habitualmente representada pelo símbolo da moeda base


seguido do símbolo da segunda moeda:

EUR/USD representa o preço, em dólares norte-americanos, de cada euro;

USD/JPY representa o preço, em ienes do Japão, de cada dólar norte-americano.

Exemplo:

Uma taxa de câmbio EUR/USD de 1,5415 significa que para obter 1 euro é
necessário entregar 1,5415 dólares, ou seja, cada euro vale 1,5415 dólares.

Um aumento desta cotação traduz uma valorização do euro face ao dólar e


significa que por cada euro é necessário entregar maior quantidade de dólares;

Uma redução no valor daquela taxa de câmbio indica uma valorização do dólar face ao
euro.

Tipos de taxas de câmbio

Pode-se mencionar duas taxas de câmbio: a taxa de câmbio real e a taxa de


câmbio nominal.
O câmbio real: é aquele que estabelece a relação pela qual uma pessoa pode
trocar bens e serviços de um país pelos de outro.

O câmbio nominal: é a relação directa entre uma moeda e outra estrangeira. É a


taxa de câmbio que é usada nos bancos e nas casas de câmbio.

Taxa de câmbio fixa, flutuante e mista

O Banco Central de cada país pode optar por vários sistemas de taxas de câmbio.

A taxa de câmbio fixa é determinada pelo Banco Central a instituição decide o


preço da moeda.

A desvantagem do câmbio fixo é que pode ocasionar a valorização excessiva da


moeda nacional, causando diminuição das exportações e aumento de importações (no
caso da moeda estrangeira mantida desvalorizada).

A taxa de câmbio flutuante ou flexível permite que o preço seja determinado


pela lei da oferta e da procura.

A desvantagem do câmbio flutuante é que a valorização excessiva das moedas


estrangeiras pode causar inflação, enquanto a desvalorização dessas moedas podem
ocasionar diminuição das exportações.

A taxa de câmbio mista ou atrelada é uma junção do câmbio fixo e flutuante.


A taxa varia diariamente dentro de faixas determinadas pelo governo, e o Banco Central
atua com objectivo de manter o preço da moeda atrelado às faixas determinadas.

O Banco Central deve possuir reservas suficientes para manter as compras e


vendas, o que é uma desvantagem desse regime.

Cotações ao certo e ao incerto

A taxa de câmbio pode ser considerada:

Ao certo – refere-se ao número de unidades de moeda estrangeira necessárias


para adquirir uma unidade de moeda nacional;
Ao incerto – é o número de unidades de moeda nacional necessárias para
adquirir uma unidade de moeda estrangeira.

Em geral, as taxas de câmbio são publicadas "ao certo", indicando quanto vale
em moeda estrangeira uma unidade de moeda nacional.

Apreciação e Depreciação Cambial

Apreciação: ocorre quando o governo valoriza sua moeda em relação ao valor


das estrangeiras. Na prática, isso significa que um país precisará pagar mais pela moeda
do outro. Isso ocorre muito quando há aumento do dólar.

A apreciação tende a ocorrer mais quando o governo percebe que as pessoas


estão pagando caro pelos produtos de outros países.

Uma apreciação de uma moeda nacional face a uma moeda estrangeira implica a
diminuição da taxa de câmbio em causa, na medida em que passa a ser necessária uma
menor quantidade de moeda nacional para adquirir uma unidade da moeda estrangeira e
vice-versa.

Na apreciação cambial o valor da taxa (preço da moeda estrangeira) cai e a


moeda local sofre uma apreciação. As exportações tornam-se mais caras e perdem
competitividade no mercado internacional, ao passo que as importações tornam-se mais
baratas. Consequentemente, as empresas nacionais reduzem o seu volume de vendas, o
que gera menos cash flow empresarial, menos receitas fiscais, redução do volume da
produção, aumento da capacidade ociosa e do desemprego. A apetência pelas
importações pode provocar danos à estrutura produtiva interna, criando uma
dependência estrutural dos produtos do mercado externo.

Depreciação: como o próprio termo sugere, é o processo contrário ao da


apreciação. Na depreciação, a moeda desvaloriza com relação ao valor de outras.

Dessa forma, os países estrangeiros passam a pagar menos pela moeda do país.
Um governo pode usar dessa estratégia para aumentar a competitividade com outros
países, tornando seus produtos mais baratos e, consequentemente, mais atractivos.
Essa variação, torna a moeda nacional mais barata em face das demais. A
desvalorização da moeda tem um efeito benéfico sobre as exportações, que se tornam
mais baratas e competitivas; consequentemente, tem um efeito nefasto sobre as
importações, funcionando como instrumento corrector de desequilíbrios da balança de
pagamentos.

Nesses casos, a eventual depreciação, que corresponde ao oposto de um


fenómeno de apreciação, deriva da relação entre a oferta e a procura da moeda em
causa.

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