Você está na página 1de 22

Balanço do pagamento

Necessidade e a diversidade de relações económicas internacionais


Muitos dos nossos produtos que consumimos e necessitamos são produtos que não são
produzidos no nosso país, quer isso dizer que tê de ser importados de outros para os
podermos ter. Por esse motivo a fundamental as importações e exportações de produtos ou
trocas de produtos como preferir falar. A esta situação damos o nome de Comercio é a
atividade de troca que permite o escoamento de bens e serviços.

Comercio Interno VS Comercio externos


Comercio interno – é realizado em território nacional por agentes residentes no país.
Comercio externo – é a realização de troca entre os produtos nacionais e os produtos
produzidos no resto do mundo. Existem vários fatores para esses acontecimentos são eles os
seguintes:

A produção dos diferentes bens e serviços exige diferentes recursos, os quais não existem em
todos os países, inviabilizando a sua obtenção.

Os vários recursos estão distribuídos pelo mundo de forma desigual, condicionando o tipo de
bens a produzir (Ex.: o petróleo não existe em Portugal, mas sim no Iraque, na Arabia Saudita,
no Brasil, em Angola).

A mobilidade/deslocação dos fatores de produção é reduzida: podemos falar, por exemplo de


mobilidade de mão-de-obra, mas o mesmo não acontece com as características do solo ou
riquezas do subsolo. A impossibilidade de deslocar o fator recursos naturais de uma região
para outra limita a capacidade de produção de certos bens ou de prestação de certos serviços
em determinadas zonas do planeta.

O comércio externo permite:


Aumentar a variedade de bens e serviços disponíveis em cada país e aumentar a quantidade
produzida por cada país;
Um aumento do valor do produto transacionado, proporcionando o aumento do bem-estar
da generalidade da população

Comércio Internacional
É praticado pelos diferentes países do mundo, distinguindo-se do comércio externo pois este
diz respeito à análise, do ponto de visto de um país concreto, das relações que este estabelece
com o exterior.
 A globalização das trocas, juntamente de com a globalização, tem provocado
profundas alterações na forma como os países se relacionam entre si;
 Existência de interesses económicos associados às relações comerciais que fazem
com que se criem laços e os países se aliem de modo a promover o comércio entre si;
 Incremento das trocas internacionais, fazendo com que cada vez circulem mais
pessoas de uns países para os outros (aumento dos fluxos migratórios);
 Desenvolvimento de negócios a nível nacional que fazem com que os indivíduos
tenham de se deslocar para outros países com alguma frequência. Por outro lado,
existem também pessoas que trabalham num país mas que não são originárias desse
mesmo país, deslocando-se com frequência ao seu país;
 Aumento das viagens de turismo internacional resultante das facilidades de crédito
concedidas e da diminuição dos preços (aumento do nº de passageiros).
Nos comércios internacionais temos ainda os conceitos de base, que nos permitem
entender os comércios:
 Divisão Internacional do Trabalho – forma como é dividida atividade produtiva pelos
vários países do mundo.
 Vantagens Absolutas – apresenta-se quando um país é capaz de produzir um bem ou
produto de forma mais eficientes que outros países (quando a sua produtividade é
maior e o seu custo de produção é menor).
 Vantagem Absoluta natural – Quando um país já tem a sua riqueza de forma natural
(ouro, minérios, petróleo)
 Vantagens Absolutas adquiridas – investimentos e formação no desenvolvimento de
técnicas em áreas concretas.

Vantagens dos mercados internacionais:

 Vantagens comparativas - quando um país tem vantagem absoluta em muitos ou


mesmo todos os produtos deve, mesmo assim, optar por se especializar apenas na
produção de alguns.
 Deve então especializar-se na produção daqueles em que é comparativamente mais
eficiente.
 Ao dedicar-se à produção dos bens em que é comparativamente mais eficiente, vai
obter maiores rendimentos que lhe permitem comprar a outros países os restantes
produtos e ainda ficar a ganhar dinheiro

Registo das Relações Económicas com o Resto do Mundo - a Balança de


Pagamentos
Os fluxos de entrada e saída entre um país e os restantes são registados a crédito
(exportações) ou a débito (importações) na Balança de Pagamentos. Esta decompõe-se em 3
balanças:

Balança Corrente - Balança de Capital – Balança Financeira

O saldo das balanças obtém-se subtraindo as entradas de bens (débitos) às saídas de bens
(créditos), este pode apresentar várias situações:

 Défice: exportações (C) < importações (D)


 Superavit: exportações (C) > importações (D)
 Saldo Nulos: exportações (C) = importações (D)
Taxa de cobertura
Diz respeito à percentagem de importações que são pagas (cobertas) pelas
exportações.

 Resultado <100: o valor das exportações é menor que o valor das importações;
 Resultado =100: as exportações e as importações têm o mesmo valor;
 Resultado> 100: o valor das exportações ultrapassa o valor;
Estrutura da Balança Comercial
Refere-se à sua composição, isto é, aos vários tipos de bens que um país exporta e importa, em
maior ou menor quantidade, aos setores de atividade a que pertencem, se esses bens são
muito ou pouco transformados, quais os principais fornecedores e clientes externos, qual a sua
localização geográfica, etc. O tipo de bens que cada economia exporta e importa do Resto do
Mundo revela a natureza das relações comerciais que esse país estabelece com exterior. Por
exemplo, os bens que sofrem menos transformações geram um valor acrescentado menor do
que aqueles bens que requerem muita tecnologia.

Grau de abertura ao exterior determina a percentagem do valor das exportações e


importações no total do PIBpm, refletindo, assim, o peso do comércio externo relativamente
ao valor da produção realizada pelo país.

Taxa de câmbio, divisas e Operações de câmbio:


 Câmbio: Corresponde ao processo de troca de uma moeda por outra. É o que sucede
quando pretendemos efetuar um pagamento num país fora da Área Euro e
necessitamos de trocar Euros pela moeda do país em causa.
 Divisas: é sabido que no comércio internacional encontramos muitas moedas
diferentes cuja aceitação é generalizada. As moedas que servem como meio de
pagamento no âmbito do comércio internacional denominam-se divisas.
 Taxa de câmbio: exprime a relação de troca que se estabelece entre duas moedas
diferentes, ou seja, dá-nos o preço da moeda estrangeira, isto é, o valor a que é
possível trocar moeda de um país pela moeda de outro. Existem dois sistemas de taxas
de câmbio: o sistema de taxas de câmbio fixas, em que as taxas são fixadas pelas
autoridades monetárias, que intervêm sempre que é necessário alterar o valor fixado;
e as taxas de câmbio flutuantes/flexíveis que funcionam segundo o mecanismo de
mercado, havendo intervenção por parte das autoridades apenas em situações
especiais através da chamada flutuação controlada.
 As variações cambiais influenciam as trocas comerciais porque têm repercussões nos
preços dos bens transacionados. Quando a moeda de um país se desvaloriza, os
produtos que esse país vende ao exterior tornam-se mais baratos, gerando um
aumento das exportações. Por outro lado, os bens adquiridos ao Resto do Mundo
ficam mais dispendiosos, levando a uma diminuição das importações. Caso se verifique
uma valorização da moeda acontece exatamente o oposto.
 Desvalorização da moeda: ocorre quando a moeda perde valor comparativamente
com as restantes – tem um impacto positivo na Balança de Bens/Mercadorias, na
medida que faz aumentar as exportações e diminuir as importações.
 Valorização da moeda: ocorre quando se verifica um aumento no valor da moeda
relativamente a outras unidades monetárias – tem um impacto negativo na Balança de
Bens/Mercadorias porque as exportações diminuem e as importações aumentam.
Balança de Serviços
Compreende as transações associadas à prestação de serviços entre residentes e não
residentes. Engloba serviços como as viagens e turismo, os transportes, seguros, direitos de
utilização como os direitos de autor, serviços de intermediação financeira, comunicações,
informática.

Balança de Rendimento Primário


A Balança de Rendimento Primário inclui dois tipos de rendimentos: de trabalho e de
investimento.

Rendimentos de Trabalho: incluem-se os salários e outros benefícios recebidos pelo trabalho


prestado num país por indivíduos não residentes a agentes residentes.

Rendimentos do Investimento: resultam da propriedade de ativos financeiros externos ou da


emissão de passivos financeiros detidos por não residentes.

– Investimento direto - Investimento de carteira - Outro investimento

Balança de Rendimento Secundário:


Regista fluxos sem retorno, ou seja, mudanças de propriedade sem contrapartida, de natureza
correntes como:

 Remessas dos emigrantes e de imigrantes;


 Pensões e reformas de migrantes que regressam definitivamente ao seu país;
 Transferências correntes com a UE;
 Fluxos relativos à cooperação com outros Estados como doações ou indeminizações.

Balança Capital:
A Balança de Capital regista as operações entre agentes residentes e agentes não residentes
num país, relativas a fluxos de capitais que não exigem um pagamento futuro como
contrapartida ou fluxos de capitais referentes a transações de ativos não produzidos, não
financeiros.

 Transferências de capitais: transações que envolvem a transferência de propriedade


de certos ativos sem que exista uma contrapartida, como alguns fundos provenientes
da EU (Ex.: FEDER) ou o perdão de dívidas.
 Aquisições/cedências de ativos não produzidos, não financeiros: transações de ativos
intangíveis – ativos sem existência física, bens incorpóreos – (patentes, marcas,
copyrights, franchises) e outras transações de ativos tangíveis – bens materiais ou
corpóreos – (aquisição de terrenos ou habitações por parte de embaixadas e
instituições internacionais). –
 Consideram-se ativos não produzidos os bens que surgem de forma espontânea
sempre que se verificam determinadas condições favoráveis à sua criação, não
resultando assim de processos de transformação.
 Os ativos não financeiros são todos os bens que não são de natureza financeira,
excluindo-se por isso os produtos financeiros.
Saldo da Balança Corrente + Balança de Capital
 Saldo negativo: necessidade líquida de financiamento externo, o país necessita de
recorrer a capitais estrangeiros para se financiar.
 Saldo positivo: capacidade líquida de financiamento externo, o país coloca o seu
capital à disposição do Resto do Mundo.

A Balança Financeira:
Regista as transações com não residentes relativas à mudança de propriedade de ativos e
passivos financeiros do exterior. Inclui todos os fluxos associados à mudança de titularidade de
ativos e passivos financeiros, entre agentes residentes e agentes não residentes num país, bem
como os fluxos de criação e extinção de ativos ou passivos financeiros sobre o Resto do
Mundo.

 Saldo negativo: há um aumento líquido de ativos ou uma diminuição líquida de


passivos;
 Saldo positivo: há uma diminuição líquida de ativos ou um aumento líquido de
passivos.
 Investimento direto : diz respeito ao investimento de agentes de um país sobre
empresas de outros países, registando-se a crédito o investimento direto do exterior
em Portugal, como a aquisição ou criação de empresas no nosso país por parte de
agentes não residentes e registando-se a débito os fluxos referentes ao investimento
de Portugal no exterior, como a aquisição ou criação, por agentes residentes, de
empresas no Resto do Mundo.
 Investimento de carteira: refere-se à compra de produtos financeiros (ações;
obrigações) na bolsa de valores do Resto do Mundo por residentes no nosso país e à
compra de produtos financeiros na Bolsa de Valores de Lisboa por parte de não
residentes.
 Derivados financeiros: englobam as transações entre residentes e não residentes de
derivados financeiros como os futuros ou as opções de compra e venda. Estes
produtos financeiros permitem antecipar o preço dos ativos a comprar ou a vender no
futuro.

Outro investimento: registam-se todas as transações financeiras efetuadas entre os agentes


de vários países não abrangidas pelas restantes rubricas como os créditos comerciais e os
ativos não considerados de reserva, a obtenção de empréstimos ou a constituição de
depósitos em bancos não residentes.

Ativos de reservas: regista as transações em moeda estrangeira efetuadas pelas autoridades


monetárias, como o Banco de Portugal. Para serem considerados ativos de reservas, os ativos
têm de ser relativos a não residentes da área Euro e têm de ser expressos em moedas de
países fora desta área
Protecionismo Vs Livre comércio
Protecionismo e livre-cambismo
O protecionismo: Defende a intervenção do Estado através da imposição de medidas que
conduzam a uma redução das importações. Segundo esta perspetiva, o comércio é nocivo para
as sociedades e deve ser limitado através da criação de barreiras legais ao mesmo, este está
associado ao mercantilismo – que defendia a relação entre a riqueza de um país e a
quantidade de metal precioso detido. Assim era fundamental reduzir o montante das
importações, como forma de evitar a saída de metal precioso, de modo a que este ficasse nos
cofres do Estado. Existem várias medidas/barreiras que limitam o comércio externo:

Barreiras alfandegárias tarifárias/ tarifas alfandegárias: consistem na aplicação de impostos


sobre os bens importados, ou seja, direitos aduaneiros cobrados aos produtos importados.
Através da aplicação de impostos alfandegários, os bens tornam-se mais caros para quem os
adquire, fazendo, assim, diminuir as suas importações.

Barreiras alfandegárias não tarifárias: traduzem-se em formas de contingentação e


implementação de regulamentos especiais.

 A contingentação consiste na determinação de um limite máximo para a importação


de um bem ou de um serviço, ou seja, na fixação de limites máximos para a
importação de determinados produtos, estes limites podem ser fixados em função do
valor ou da quantidade de bens importados.
 Os regulamentos especiais consistem num conjunto de normas que o país exportador
deve respeitar, são exigências em respeito à segurança, higiene, regras de qualidade
dos bens transacionados ou formas de embalar e conservar os produtos, estas regras
dificultam a entrada de produtos vindos do exterior que não cumpram as condições
exigidas.
 Subsídios à exportação: consistem na atribuição de benefícios sobre os bens e
serviços exportados proporcionando a redução dos custos de produção dos bens e
dos serviços exportados. Servem para encorajar as empresas exportadoras a
produzirem mais bens para o Resto do Mundo. A isto está associado o dumping que
consiste na existência de dois preços para um mesmo bem, um preço interno mais
elevado e outro externo mais baixo, ou seja, na venda de produtos nacionais ao
exterior a preços inferiores ao que são em território nacional.
 O livre-cambismo defende a livre atuação dos agentes, de modo a que o comércio
internacional funcione segundo o mecanismo de mercado/ leis de mercado, sem
intervenção do Estado. Assim, as trocas são efetuadas sem a aplicação de qualquer
barreira à circulação de bens entre países. O Estado não deve intervir nas trocas,
deixando que elas se processem livremente.

As políticas comerciais e a organização mundial do comércio (OMC)


A OMC Foi criada em 1993, na Conferência de Marraquexe, no final do Uruguai Round e
apresentou-se como sucessora do Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras/ Tarifas e Comércio
(GATT). Tem promovido uma série de negociações internacionais em que são debatidos temas
como a descida de tarifas, medidas antidumping e outras barreiras não tarifárias,
regulamentação das trocas comerciais e dos serviços, facilitação do comércio e resolução de
controvérsias e conflitos comerciais.

A OMC tem como principais objetivos:


 Elevação dos níveis de vida e dos rendimentos;
 Crescimento económico e do emprego a longo prazo;
 Utilização ótima dos recursos naturais;
 Facilitação do acesso dos países menos desenvolvidos ao comércio internacional.
A sua atuação passa, essencialmente, por:
 Dirigir acordos comerciais;
 Dinamizar negociações comerciais;
 Moderar disputas comerciais;
 Contribuir para a revisão de políticas comerciais;
 Cooperar com outras organizações

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (WTO/OMC)


Funcionamento: A OMC entrou em funcionamento em 1 de janeiro de 1995 (estabelecida na
sequência das negociações do Uruguai Round 1986-94)

Membros: 149 países Sede: Genebra, Suíça

Objetivo: Liberalização do Comércio Mundial, com base nos acordos multilaterais de comércio
estabelecidos entre os Estados membros (os chamados acordos da OMC)

Princípios Básicos: • Reciprocidade e Vantagens Mútuas • Nação mais Favorecida (com


limitações...) • Tratamento Nacional

Funções: • Administrar os acordos da OMC • Fornecer um fórum para as negociações


comerciais • Resolver as disputas comerciais entre os países • Acompanhar as políticas
comerciais nacionais • Fornecer assistência técnica e formação no domínio do comércio
internacional aos países em desenvolvimento.

RONDAS NEGOCIAIS DO GATT E OMC

O GATT realizou várias rondas de negociações que são conferências multilaterais com a
participação de todos os países membros do Acordo com o objetivo de solucionar problemas
capazes de travar o comércio mundial.

O GATT realizou a Ronda de Tóquio no período de 1973 a 1979, em que os países negociaram:

 A diminuição do valor das barreiras tarifárias,


 A retirada das barreiras não tarifárias;
 O Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias.

A Ronda do Uruguai foi a última das negociações do GATT e foi muito importante porque
colocou em debates multilaterais temas relativos ao comércio de produtos agropecuários, com
discussões que envolviam tanto descidas tarifárias como a concessão de subsídios à produção
de tais produtos

No final da Ronda do Uruguai, o Acordo de Marrakesh estabeleceu a OMC.

OMC-ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO


 A OMC é uma Organização Internacional e como tal tem personalidade jurídica
própria, isto significa que os Estados são membros da mesma e não apenas partes
contratantes como na época do GATT.
 A instância máxima das negociações da OMC é a Conferência Ministerial, composta
pelos representantes de comércio dos países membros.
 Desde que foi criada, a OMC realizou somente uma ronda de negociações: a Ronda de
Doha

A Ronda “Doha
A Ronda de Doha iniciou-se em 2001 no Qatar na cidade de Doha

Os países desenvolvidos foram chamados a negociar a liberalização do comércio de produtos


agrícolas, ou seja, retirar os subsídios aos seus produtores, para favorecer o comércio dos
países menos desenvolvidos.

Na segunda fase de negociações da Ronda de Doha que ocorreu no México, na cidade de


Cancun em 2003, o Brasil, a Índia e África do Sul, diante da resistência por parte dos EUA e
União Europeia na retirada de subsídios agropecuários, criaram o G-20 comercial.

G20 comercial
O G-20 é composto por 23 países de três continentes

O G20 comercial atua como coaligação de países em desenvolvimento que defendem o


cumprimento, de forma ambiciosa, dos três pilares do mandato agrícola da Ronda Doha, ou
sejam:

 Acesso a mercados (redução de tarifas)


 Eliminação dos subsídios à exportação
 Redução dos subsídios de apoio interno à produção.

Doha Light
Ao final da reunião de Bali, os países membros da OMC entraram em acordo e criaram um
pacote chamado Doha Light, que compreende três pilares:

 O agrícola – em que os países assumiram o compromisso de reduzir, gradualmente, os


subsídios à exportação;
 O de ajuda ao desenvolvimento, que prevê a redução crescente de tarifas para os
produtos procedentes de países de menor desenvolvimento;
 O de facilitação de intercâmbios comerciais que pretende reduzir a burocracia nas
fronteiras dos diversos países.
Formas de integração económico

Funções e organização do Estado; A intervenção do Estado na


atividade económica; Orçamento de Estado; Instrumentos e
Política
Funções e organização do Estado:
Estado: É a comunidade constituída por uma população que, a fim de garantir a sua segurança,
a justiça e o bem estar, se apropria de um território e nele institui, por autoridade própria, o
poder de dirigir os destinos nacionais e de impor as normas necessárias à vida em sociedade.

Elementos constituintes do estado:

 Povo: Conjunto de pessoas ligadas por laços de nacionalidade;


 Território: Espaço geográfico que inclui o solo, o subsolo, o espaço aéreo e o espaço
marítimo;
 Órgãos de soberania: Poder político inerente ao Estado.

Objetivo do Estado: Satisfazer as necessidades de toda a coletividade, garantindo a vida em


sociedade.

Funções tradicionais do Estado (Estado Liberal):

 Legislativa: Elaboração das leis que regulam a vida da comunidade;


 Executiva/Administrativa: Cumprir e fazer cumprir as leis;
 Judicial: Intervenção em matéria de resolução de conflitos.

Órgãos de Soberania:

 Presidente da república
 Assembleia da república
 Governo
 Tribunais

Funções contemporâneas do Estado (Estado intervencionista):


3 Esferas/áreas de intervenção:

Política: O Estado criou diversos mecanismos com vista ao controlo da execução das leis e das
medidas adotadas;
Social: Com vista a garantir o bem-estar de toda a população, em especial dos mais
carenciados, o Estado põe em marcha um conjunto de medidas de natureza social (Ex: Saúde,
educação).
Económica: O Estado pode ainda intervir na economia com vista à sua estabilização e garantir
o seu bom funcionamento:
 Regulamentando a atividade económica;
 Assegurando o crescimento económico;
 Estimulando ou participando com a iniciativa privada no crescimento e no
desenvolvimento do país e das regiões.

SETOR PÚBLICO
a) Sector Público Administrativo (SPA)
SPA: Conjunto de serviços que o Estado presta no desempenho das suas actividades
tradicionais. Objectivo: Satisfação das necessidades colectivas, não visando qualquer obtenção
de lucro, tratando-se assim de serviços de interesse colectivo sem fins lucrativos. Ex: Educação
pública, defesa e segurança nacionais, saúde e justiça.
O SPA inclui:

Administração central: Engloba vários Ministérios e as respectivas secretarias de Estado, bem


como todas as entidades que estão sob a sua tutela;
Administração regional ou local: Órgãos das Regiões Autónomas dos Açores e Madeira assim
como as autarquias e os serviços autónomos de natureza local mais próximos dos interesses e
das necessidades das populações;
Segurança Social: Dispõe de um regime próprio e que é dotado de fundos e orçamento
próprios.

b) Setor Empresarial do Estado (SEE)


SEE: Tem por objetivo produzir B&S, com fins lucrativos, em setores considerados
fundamentais para a Economia e que não despertam interesse aos particulares, quer pela
pouca rentabilidade, quer pelos avultados custos de implementação.

• O SEE inclui:
Empresas públicas: Empresas onde o Estado ou outra entidade pública estadual pode exercer
uma influência dominante (deter a maioria do capital ou dos votos);
Empresas participadas: Empresas com uma participação permanente do Estado ou de outra
entidade pública estadual (que detenham mais de 10% do capital);
Empresas municipais, Intermunicipais e Metropolitanas: Organizações nas quais os municípios
possam exercer, direta ou indiretamente, uma influência dominante.

CONCLUSÃO: Nos últimos anos, o peso do SEE no PIBpm tem vindo a diminuir, em virtude do
processo de privatizações

A intervenção do Estado na atividade económica


3 Níveis de intervenção/conceções de Estado:

Estado liberal: Defende que o peso do Estado na atividade económica é mínimo;


Estado intervencionista: Defende a intervenção do Estado na atividade económica, embora
com moderação, para que o sector público não assuma um peso relativamente elevado na
economia;
Estado-providência: Defende a intervenção do Estado na atividade económica de forma a
corrigir eventuais falhas de mercado. Intervenção na esfera social, desenvolvendo um
esquema de proteção social até aí inexistente.

Evolução do papel do Estado:


Corrente Liberal Aspetos defendidos:
 Não intervenção do Estado na esfera económica;
 Propriedade privada dos meios de produção;
 Livre iniciativa e a livre concorrência;
 Liberdade das trocas entre as nações.

Papel do Estado:
 Garantir a segurança externa;
 Defender a ordem social e as liberdades individuais;
 Criar condições para garantir o bom funcionamento dos mercados;
 Participar apenas pontualmente na satisfação das necessidades colectivas quando a
iniciativa privada não o fizesse.

Estado intervencionista Papel do Estado:


 Estabilização da Economia;
 Redistribuição dos rendimentos;
 Fornecimento de bens primários a toda a população;
Os teóricos defendem que o Estado deverá ter um maior protagonismo na atividade
económica de forma a assegurar o bem-estar económico e social dos cidadãos.

Funções económicas e sociais do Estado


 Situações de ineficiência como fortes desigualdades económicas e sociais;
 Ocorrência de fenómenos como a inflação ou o desemprego.
 No desempenho das suas funções económicas e sociais, o Estado tem como objetivo
garantir: • Eficiência • Equidade • Estabilidade

A) Eficiência:

O funcionamento das economias mostra-nos que o mecanismo de mercado nem sempre


funciona como a solução mais eficiente, gerando-se ineficiências ou desperdícios, que
designamos normalmente por falhas de mercado.

Falhas de mercado: • Concorrência imperfeitos • Externalidades • Bens públicos

Concorrência imperfeita Por vezes verifica-se a existência de situações de concorrência


imperfeita e, para que o mercado funcione de forma eficiente, é necessária a concorrência.
Assim, o Estado deve intervir de forma a repor a concorrência ou a evitar a concentração,
promulgando leis antimonopólio (anti-trust), limitando assim o poder do monopólio ou
evitando a sua formação.

Externalidades Existem externalidades positivas e negativas. No caso de uma externalidade


negativa, o custo social da produção ou do consumo do bem é superior ao seu custo
económico. Neste caso, o Estado deverá intervir desincentivando a sua produção ou o seu
consumo, aplicando impostos ou restrições. No caso de uma externalidade positiva, o custo
social da produção ou do consumo é inferior ao seu custo económico. Assim, para incentivar a
sua produção ou o seu consumo, o Estado deverá intervir, subsidiando esse bem ou dando
incentivos de ordem fiscal.

B) Equidade: A repartição primária do rendimento gera desigualdades económicas que se


transformam também em desigualdades sociais, sendo estas indesejáveis; assim, para evitar
este tipo de situações, o Estado, orientado por princípios de justiça social, deverá garantir uma
maior equidade entre os cidadãos, efectuando assim, uma redistribuição dos rendimentos,
através da aplicação de impostos progressivos e subsídios.

C) Estabilidade: As economias reguladas pela livre iniciativa e pelo mercado verificam


situações de instabilidade como o forte desemprego, aumento dos preços, encerramento de
empresas e quebras de produção. Assim, o Estado deverá intervir de forma a prevenir
situações de instabilidade ou a minimizar os seus efeitos sobre a vida económica e social, isto
é, garantir a estabilidade, através de medidas de combate ao desemprego, criação de
emprego, combate à inflação ou para equilibrar as contas externas.

Instrumentos de intervenção económica e social do Estado


Instrumentos de intervenção do Estado: São os meios que este utiliza para alcançar os
objetivos pretendidos e que foram previamente fixados. Instrumentos de intervenção:

 Planeamento;
 Políticas económicas e sociais

A) PLANEAMENTO Horizontes de planeamento:


 Curto prazo (CP)
 Médio prazo (MP) Articulados entre si
 Longo prazo (LP)

ORÇAMENTO DO ESTADO
3 Elementos do OE:

 Económico: O OE constitui uma previsão anual das receitas e das despesas do Estado;
 Político: O OE tem que ser aprovado anualmente pela Assembleia da República;
 Jurídico: O OE apresenta-se sob a forma de lei

a) Receitas Públicas Origens/Fontes da receita


Origens/Fontes das receitas:
 Coactivas/Tributárias: Provenientes dos impostos, taxas e multas. É a fonte mais
importante de todas devido aos impostos;
 Patrimoniais: Rendimentos gerados pelo património de que o Estado é proprietário;
 Creditícias: Contração de empréstimos (Famílias, instituições nacionais ou
estrangeiras)

Imposto ≠ Taxa ≠ Multa:


Impostos: São prestações pecuniárias pagas coercivamente ao Estado pelas famílias e pelas
empresas de forma unilateral e sem contrapartida imediata e sem caráter de sanção (punição).

 Diretos: Incidem diretamente sobre os rendimentos ou o património dos agentes


económicos;
 Indiretos: Incidem sobre o consumo ou despesa efetuada.

• NOTA: Os impostos indiretos são socialmente mais injustos do que os diretos porque
tributam igualmente ricos e pobres. Exemplos de impostos diretos:

 IRS: Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares;


 IRC: Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas;
 ISD: Imposto sobre Sucessões e Doações.

Exemplos de impostos indiretos:

 IVA: Imposto sobre o Valor Acrescentado;


 ISP: Imposto sobre Produtos Petrolíferos;
 ISV: Imposto sobre Veículos;
 IT: Imposto de Consumo sobre Tabaco;
 ABA: Imposto sobre Álcool e as Bebidas Alcoólicas;
 IS: Imposto de Selo;
 IUC: Imposto Único de Circulação.
Taxa: São pagamentos efectuados pelas famílias e empresas, ao Estado, em troca de utilização
de um serviço, ou seja, difere do imposto pois tem uma contrapartida imediata e não é paga
de forma unilateral.

Multa: São prestações pagas ao Estado pelas famílias e empresas de forma unilateral e sem
contrapartida imediata mas com carácter de sanção (punição).

Critérios de Classificação de receitas públicas:

Tipos de saldo orçamental


 Saldo orçamental corrente: Envolve as receitas correntes e as despesas correntes;
 Saldo orçamental de capital: Envolve as receitas de capital e as despesas de capital;
 Saldo global efetivo: Envolve as receitas totais e as despesas totais, excluindo os
activos e passivos financeiros (recurso a empréstimos contraídos (receitas) ou
reembolso de empréstimos concedidos (despesas));
 Saldo orçamental primário: Envolve o saldo global mas deduzindo a despesa relativa a
juros e outros encargos da dívida público

Dívida pública:
Valor total de obrigações, faturas e outros títulos por liquidar por parte do Estado.
Significado do saldo orçamental: O Estado influencia o comportamento dos A.E. e da
actividade económica através de Receitas:

 Impostos diretos: Atuam diretamente na repartição dos rendimentos, gerando um


nivelamento dos rendimentos e atuam, de igual modo, no consumo, na poupança e no
investimento;
 Impostos indiretos: Recaem sobre os bens e serviços transacionados no mercado,
estimulando ou retraindo o seu consumo, a sua produção e a sua oferta.

Despesas:

O aumento das despesas correntes do Estado traduz, geralmente, um impacto positivo:

 Aumento dos vencimentos dos funcionários públicos ou contratação de mais


funcionários o que aumentará o total do rendimento;
 Aumento das despesas em bens de consumo e de capital o que provocará maior
volume de produção de bens das empresas fornecedoras;
 Aumento das transferências para as famílias que aumentará o rendimento, o
consumo e a poupança.

POLÍTICAS ECONÓMICAS E SOCIAIS


 Políticas económicas e sociais: Conjunto de atuações desenvolvidas pelo Estado nas
esferas económica e social com vista a atingir objectivos previamente fixados.
 Política Económica: Toda a acão geral, consciente, coerente e finalizada, empreendida
pelo Estado no domínio da economia, isto é, aplicada à produção, ao comércio, ao
consumo e à formação de capital (investimento).
 Política Social: Conjunto de medidas do Estado com vista à garantia dos bens e serviços
essenciais ao bem-estar e promoção da igualdade económico-social.

Ao definir políticas económico-sociais


Estado pretende garantir:

 Eficiência;
 Equidade;
 Estabilidade.

Fases de construção de uma política económica:

 Finalidades;
 Objetivos;
 Instrumentos;
 Avaliação.

Políticas conjunturais: Políticas de curto prazo que se destinam a corrigir desequilíbrios que se
vão gerando na economia (corrigir desvios que possam por em causa os objectivos de longo
prazo traçados). Pode usar-se, por exemplo, a subida da taxa de juro para combater a inflação.
Políticas estruturais: Políticas de médio ou longo prazo que pretendem alterar as condições de
funcionamento da economia, como por exemplo para promover o crescimento económico

Exemplos de políticas económicas:


Política monetária;
Objetivos:
 Garantir a estabilidade dos preços;
 Assegurar o crescimento económico e o emprego;
 Atuar sobre o crescimento da massa monetária em circulação (liquidez).

Instrumentos:
 Enquadramento do crédito: Limitando ou expandindo o volume de crédito a conceder
quer ao consumo quer à produção ou utilizar a taxa de juro;
 Operações de mercado aberto: Compra ou venda de títulos da dívida pública,
diminuindo ou aumentando a quantidade de moeda em circulação;
 Reservas obrigatórias: Reduzir a reserva monetária aumentando a massa monetária
em circulação.

Política orçamental;
Objetivos:

Satisfação das necessidades coletivas: Assegurar a satisfação de necessidades que, pela sua
natureza, não podem ser oferecidas pela iniciativa privada;
Redistribuição do rendimento: Corrigir as desigualdades provocadas pela repartição do
rendimento efetuada pelo mercado através de uma redistribuição;
Estabilização e dinamização da economia: Estabilizar a atividade económica e promover o
crescimento económico.

Instrumentos:
 Manipulação das receitas: Através dos impostos diretos (que atuam diretamente na
repartição dos rendimentos gerando o seu nivelamento) e dos impostos indiretos (que
recaem sobre os B&S transacionados estimulando ou retraindo o seu consumo,
produção e oferta);
 Manipulação das despesas: Traduz-se, normalmente, num impacto positivo, através
do aumento dos salários públicos ou contratação de mais, aumento das despesas em
bens de consumo e capital ou aumento das transferências para as famílias.

Política fiscal;
É a política mais importante de todas, na medida em que, privadas de recursos financeiros, as
autoridades não poderiam executar nenhuma das suas políticas.
Objetivos:
 Obter verbas: Satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades
públicas; • Redistribuição dos rendimentos: Correcção da desigual repartição dos
rendimentos primários (através de impostos progressivos);
 Controlar diferentes variáveis económicas: Regulação económica capaz de influenciar
o consumo e de incentivar a poupança;
 Influenciar a organização empresarial: Orientação da forma de organização das
empresas.

Instrumento:
 Impostos. Objetivos da tributação (cobrança) dos impostos:
 Apenas obter receitas – Impostos fiscais;
 Obter receitas e atingir outras finalidades – Impostos extrafiscais.

Política de preços.
Controlar o preço de venda de alguns bens da economia.
Objetivos:
 Combate à inflação;
 Maior justiça social, através do controlo de bens considerados essenciais.
Instrumentos:
 Atribuição de subsídios aos produtos;
 Congelamento dos preços;
 Fixação de preços máximos;
Relação com a política de rendimentos e com a política de redistribuição dos rendimentos:
A política de preços está relacionada com a política de rendimentos pois os preços dos bens
prendem-se com o poder de compra dos consumidores, ou seja, o aumento dos preços
influencia negativamente a repartição dos rendimentos. Deste modo, fala-se em política de
redistribuição dos rendimentos

Exemplos de políticas sociais:

 Política de educação;
 Política de saúde;

Política de redistribuição de rendimentos

Objetivo:
 Promoção da equidade social: Actuando na repartição dos rendimentos de forma a
diminuir as desigualdades verificadas e assegurando um nível de bem-estar adequado
às famílias de menores rendimentos. Instrumentos:
 Carga fiscal: Aplicando impostos progressivos cuja recolha será utilizada na
disponibilização de serviços às famílias mais carenciadas;
 Fixação do salário mínimo: Assegurando uma remuneração mínima do fator trabalho,
protegendo os trabalhadores menos qualificados ou desempregados;
 Fixação de preços: Controlando os preços dos bens de grande consumo com o
objectivo de proteger as camadas de rendimentos menos elevados;
 Sistema de Segurança Social: Recolhendo fundos que serão transferidos para as
famílias sob a forma de subsídios como o de desemprego, o de doença, o de invalidez,
o abono de família ou as pensões de reforma

Política de combate ao desemprego

Política de combate ao desemprego: Porque o desemprego é o principal fator de exclusão


social, é considerado um dos problemas mais graves da actualidade.

Problemas do desemprego:

 Encargo para a sociedade: Sendo o desemprego indemnizado, pesa sobre a população


activa e empresas, uma vez que são elas que pagam os impostos e as contribuições
sociais donde sai esse dinheiro;
 Provoca a subida dos preços: Uma vez que os desempregados, não contribuindo para a
produção e continuando a consumir, tornam os bens escassos e aumentam o seu valor
de troca;
 Mercado negro de trabalho: Na medida em que os desempregados, apesar de
subsidiados, baixam os seus rendimentos e as empresas, pouco escrupulosas e na
ânsia de reduzirem os seus encargos sociais, aliciam-se a trabalhar em situação ilegal.
Objetivos:

 Reduzir o desemprego existente;


 Prevenir e evitar o desemprego. Para atingir os objectivos, o Estado lança políticas
conjunturais e estruturais, sendo estas últimas mais importantes. Instrumentos:
 Aumento da escolaridade e sua adaptação às necessidades reais da economia;
 Formação profissional contínua;
 Incentivos às empresas;
 Fomento de obras públicas;
 Diminuição da idade da reforma.

As entidades interessadas no combate ao desemprego são:

 Estado;
 Trabalhadores;
 Empresas.

CONCLUSÃO: Para atingir um determinado objetivo pode optar-se pela utilização de uma
determinada política, embora existam outras que poderiam ser utilizadas. No entanto, a opção
por uma delas poderá ter a ver com o contexto económico e social do país ou com os efeitos
colaterais que poderá provocar. Assim, é habitual em política económica associarem-se várias
políticas económicas.

O €URO e a disciplina orçamental


Considerações gerais sobre o €URO
O euro é a moeda única da União Europeia, partilhada por 19 dos 28 Estados-Membros. Foi
introduzida para transações não financeiras em 1999 e para todo o tipo de pagamentos em
2002, quando as moedas e as notas entraram em circulação.

O € comporta vantagens consideráveis para os consumidores europeus. Os viajantes são


poupados ao custo e ao incómodo de terem de cambiar moeda. Os compradores podem
comparar diretamente preços nos diferentes países. O Banco Central Europeu assegura a
estabilidade dos preços. De resto, o euro tornou-se uma das principais moedas de reserva, ao
lado do dólar. Durante a recente crise financeira, os países da área do euro mantiveram-se
protegidos da desvalorização concorrencial e dos ataques dos especuladores graças à moeda
comum.

A União Económica e Monetária [UEM] em três fases:


A primeira etapa, que teve início em 1 de julho de 1990, implicou:

 Total liberdade de circulação de capitais na UE (supressão dos controlos cambiais);


 Aumento dos fundos estruturais de modo a intensificar os esforços de eliminação dos
desequilíbrios entre regiões europeias;
 Convergência económica, através da supervisão multilateral das políticas económicas
dos Estados-Membros
A segunda etapa começou em 1 de janeiro de 1994 e implicou

 A criação do Instituto Monetário Europeu em Frankfurt, composto pelos governadores


dos bancos centrais dos países da UE;
 Tornar (ou manter) os bancos centrais nacionais independentes do controlo dos
governos;
 A introdução de regulamentação sobre a redução dos défices orçamentais.

A terceira etapa foi:

 o processo de nascimento do euro. Entre 1 de janeiro de 1999 e 1 de janeiro de 2002,


o euro foi progressivamente introduzido como a moeda comum dos países da UE
participantes (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda,
Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal). O Banco Central Europeu substituiu o
Instituto Monetário Europeu e passou a ser responsável pela política monetária, que é
definida e executada na nova divisa.
 Houve três países (a Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido) que, por motivos políticos e
técnicos, não aderiram ao euro quando este foi lançado. A Eslovénia aderiu à área do
euro em 2007, seguida de Chipre e de Malta em 2008, da Eslováquia em 2009, da
Estónia em 2011, da Letónia em 2014 e da Lituânia em 2015.
 A área do euro é, portanto, constituída por 19 países da UE, esperando-se que os
outros Estados-Membros venham a aderir logo que satisfaçam as condições
necessárias, à exceção dos países que obtiveram uma exceção durante as negociações
do Tratado.

Os critérios de convergência:
Para poder entrar na área do euro, cada Estado-Membro deve cumprir os cinco critérios de
convergência seguintes:

 Estabilidade dos preços: a taxa de inflação não pode ultrapassar em mais de 1,5
pontos percentuais a média dos três Estados-Membros que tenham a inflação mais
baixa;
 Taxas de juro: as taxas de juro a longo prazo não podem variar mais de 2 pontos
percentuais em relação à média das taxas dos três Estados-Membros com taxas mais
baixas;
 Défices: os défices públicos nacionais devem ser inferiores a 3% do PIB;
 Dívida pública: a dívida pública não pode exceder 60% do PIB;
 Estabilidade das taxas de câmbio: as taxas de câmbio deverão ter-se mantido dentro
da margem de flutuação autorizada durante os dois anos anteriores

Uma Região Autónoma tem de obedecer a todas as leis do país, incluindo o


Orçamento do Estado
 Sim. Uma região autónoma tem de obedecer às leis gerais do país, salvo em situações
particulares
 Quanto ao tratamento das questões de natureza económico-financeira entre as
regiões autónomas e o Governo da República, deve notar-se que o Orçamento do
Estado é válido em todo o país. Contudo, as regiões autónomas possuem orçamento
próprio, a aprovar pelas respectivas assembleias legislativas. O orçamento regional
deve respeitar a lei de enquadramento orçamental, nomeadamente as regras da
anualidade, do equilíbrio, da não consignação, do orçamento bruto, da especificação,
da unidade e da universalidade.

Você também pode gostar