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PLANO DE NEGÓCIOS

COLETA SELETIVA DE VIDRO

Campo Grande – MS

Janeiro de 2017
Etapas
1. SUMÁRIO EXECUTIVO ......................................................................................................... 1
1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócios .......................................... 1
1.2 Dados do empreendedor, experiência profissional e atribuições ....................... 2
1.3 Dados do empreendimento.......................................................................................... 2
1.4 Missão e visão da empresa.......................................................................................... 3
1.5 Setores de atividades.................................................................................................... 3
1.6 Forma jurídica e enquadramento tributário .............................................................. 3
1.7 Capital social .................................................................................................................. 5
2. ANÁLISE DE MERCADO ...................................................................................................... 5
2.1 Supermercados ..................................................................................................................... 5
2.2 Restaurantes e conveniências............................................................................................. 7
2.3 Auto vidros............................................................................................................................. 8
3. PLANO DE MARKETING .....................................................................................................13
3.1 Descrições dos principais produtos e serviços .................................................................13
3.1.1 Preço ..............................................................................................................................14
3.1.2 Preço de venda advento dos custos da empresa ......................................................15
3.1.3 Preço de venda advento dos preços concorrentes....................................................15
3.2 Estratégias promocionais ....................................................................................................17
3.3 Estruturas de comercialização ............................................................................................18
3.4 Localização do negócio .......................................................................................................18
4. PLANO OPERACIONAL .......................................................................................................19
4.1 Layout CSV ..........................................................................................................................19
4.2 Layout ideal ..........................................................................................................................20
4.3 Processo Operacional .........................................................................................................21
4.4 Especificações técnicas do maquinário .............................................................................24
4.5 Capacidade produtiva ..........................................................................................................26
4.5.1 Capacidade instalada ...................................................................................................26
4.5.2 Capacidade disponível .................................................................................................27
4.5.3 Capacidade efetiva .......................................................................................................27
4.6 Necessidade de pessoal .....................................................................................................29
5. PLANO FINANCEIRO ...........................................................................................................31
5.1 Estimativa dos investimentos fixos ...............................................................................31
5.2 Capital de giro ......................................................................................................................33
5.2.1 Estoque inicial ...............................................................................................................33
5.2.2 Caixa Mínimo ................................................................................................................33
5.3 Investimentos pré-operacionais ..........................................................................................35
5.4 Investimento total (resumo).................................................................................................36
5.5 Estimativa do faturamento mensal .....................................................................................37
5.6 Estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações ........38
5.7 Estimativa dos custos de comercialização ........................................................................39
5.8 Apuração do custo dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas ............................40
5.9 Estimativa dos custos de mão de obra ..............................................................................40
5.10 Estimativa do custo de depreciação ................................................................................42
5.11 Estimativa dos custos fixos operacionais mensais .........................................................43
5.12 Demonstrativos de resultados ..........................................................................................45
5.13 Indicadores de viabilidade.................................................................................................45
5.13.1 Ponto de equilíbrio ......................................................................................................45
5.13.2 Lucratividade ...............................................................................................................46
5.13.3 Rentabilidade ..............................................................................................................47
5.13.4 Prazo de retorno do investimento .............................................................................47
6. Construção de cenários ......................................................................................................48
7. Avaliação Estratégica ..........................................................................................................50
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1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócios

Os principais pontos do Plano de Negócios sobre a Coleta Seletiva de Vidro


são os seguintes:

• Análise de mercado:
o Estudo dos clientes: apresenta as principais características dos
clientes, explicando como o produto ou serviço oferecido se encaixa a
cada uma delas;
o Estudo dos concorrentes: apresenta as principais empresas que atuam
no mesmo segmento, comparando também o produto ou serviço
oferecido;
o Estudo dos fornecedores: apresenta os principais fornecedores de
matéria-prima e ferramentas necessários para a empresa de Coleta
Seletiva de Vidro.
• Plano de Marketing: apresenta o planejamento das ações para atuar no
mercado escolhido, sendo assim uma ferramenta de gestão que auxilia na
manutenção da competitividade. Nesse Plano de Negócios, será composto
pelos tópicos:
o Descrição dos principais produtos e serviços;
o Preço;
o Localização do negócio;
o Estrutura de comercialização;
o Estratégias promocionais.
• Plano Operacional: apresenta a estruturação da empresa sob o ponto de vista
físico, englobando os pontos:
o Layout ou arranjo físico;
o Capacidade produtiva, comercial e de prestação de serviços;
o Processos operacionais;
o Necessidade de pessoal.
• Plano Financeiro – Investimento Total: apresenta as necessidades de
recursos monetários ligadas ao ciclo operacional, possibilitando gerenciar
melhor o capital. Os itens são:
o Investimentos (estrutura);
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o Estimativa dos investimentos fixos;


o Capital de giro;
o Investimento total (resumo);
o Estimativa do faturamento mensal;
o Estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e
terceirizações;
o Estimativa dos custos de comercialização;
o Estimativa dos custos com mão-de-obra;
o Estimativa do custo com depreciação;
o Estimativa dos custos fixos operacionais mensais;
o Demonstrativo de resultados;
o Indicadores de viabilidade;
o Ponto de equilíbrio;
o Lucratividade;
o Rentabilidade;
o Prazo de retorno do investimento;
o Construção de cenários.

1.2 Dados do empreendedor, experiência profissional e atribuições


• Empreendedor: Fagner Pereira da Silva;
• Experiência profissional: não possui experiência com coleta seletiva;
• Atribuições: proprietário, o qual gerenciará a empresa, terá contato direto com
os clientes e fechará parcerias.

1.3 Dados do empreendimento


• Empresa: Coleta Seletiva de Vidro – CSV;
• Endereço:
• Cidade – Estado: Campo Grande – MS;
• Contato:
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1.4 Missão e visão da empresa


• Missão
Por meio da coleta seletiva de vidro, auxiliar outras empresas a respeitar as
leis, oferecendo um serviço com qualidade e preço justo, além, de promover o
comércio local, e conscientizar a população sobre o respeito ao meio ambiente.

• Visão

Ser referência em Campo Grande-MS quanto a coleta seletiva de vidro em


restaurantes, bares e conveniências, mercados e empresa de autopeças e
autovidro.

1.5 Setores de atividades

O setor de atividades é onde a empresa atua, sendo classificado em:


• Agropecuária: negócios cuja atividade principal diz respeito ao cultivo do solo
para a produção de vegetais e/ou para criação e tratamento de animais.
• Indústria: transforma matéria-prima em produtos acabados com o auxílio de
maquínas ou manualmente, englobando desde o artesanato até a produção
de instrumentos eletrônicos.
• Comércio: vende mercadorias diretamente ao consumidor (varejista) ou
compram do fabricante para vender para o varejo (atacadista).
• Prestação de serviços: oferece o próprio trabalho ao consumidor.

A empresa de Coleta Seletiva de Vidro (CSV) atuará no setor de prestação de


serviços, tendo como foco a logística reversa de resíduos vítreos de empresas de
Campo Grande-MS. Dentre suas atividades estão:
• Coleta: transporte dos resíduos do ponto de coleta até o local de recepção
dos resíduos;
• Classificação: separar por cor e tipo;
• Armazenagem: manter em locais separados as cores e tipos de vidro.

1.6 Forma jurídica e enquadramento tributário


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A forma jurídica determina a maneira pela qual a empresa será tratada


perante a lei e seu relacionamento jurídico com terceiros, possuindo as seguintes
classificações:
a. Autônomo: profissionais que exercem profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou
colaboradores;
b. Microempreendedor Individual (MEI): fatura até R$ 60.000 por ano e não tem
participação em outra empresa como sócio ou titular;
c. Firma individual (EIRELI): constituída por uma pessoa titular da totalidade do
capital social, devidamente integralizado. Não exige sócio, não tem limites de
faturamento e nem limites de contratação;
d. Empresário individual: profissional que exerce atividade organizada para a
produção ou circulação de bens ou serviços;
e. Sociedade LTDA: composta por duas ou mais pessoas que se
responsabilizam solidariamente de forma limitada ao valor de suas quotas
pela integralização do capital social, sendo necessário um contrato social;
f. Sociedades Anônimas (S/A): grandes empresas, podendo ser de capital
fechado ou aberto, as de capital aberto tem ações comercializadas na bolsa
de valores.
Para realizar o enquadramento tributário, deve-se fazer uma análise tributária,
uma simulação do negócio dentro dos regimes:
a. Simples nacional: pode ser adotado para empresas que faturam até R$ 3,6
milhões/ano;
b. Lucro real: regime diferenciado, onde o lucro é tributado totalmente depois de
ter sido feita a apuração;
c. Lucro presumido: impostos baseados no lucro definido por uma tabela
específica, para empresas com faturamento de até R$ 48 milhões/ano.
Aconselha-se procurar um contador, consultor ou especialista para orientar na
escolha da melhor forma jurídica e enquadramento tributário pois, eles influenciarão
na escolha do melhor regime, o qual define as alíquotas a serem pagas de impostos.
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1.7 Capital social

O capital social é o valor, a integralizar ou integralizado, correspondente ao


investimento do titular, sócios ou acionistas para o início ou a manutenção do
negócio.
Na CSV, o capital social é constituído pelo investimento do titular, Fagner
Pereira da Silva e formado pelos bens descritos abaixo:
• Caminhão para transporte do vidro;
• Galpão de separação e armazenagem.
O total de investimento inicial avaliado para a abertura e funcionamento da
empresa é de R$ 207.017,19 (Duzentos e sete mil, dezessete reais e dezenove
centavos), considerando as máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos,
capital de giro e custos pré-operacionais.

2. ANÁLISE DE MERCADO
Serão abordados clientes na forma de pessoa jurídica, nos ramos de redes de
supermercados, restaurantes, conveniências e auto vidro, pois são os principais
geradores de vidros em Campo Grande. Conforme Lei Federal nº 12.305, é
responsabilidade do gerador, o gerenciamento de resíduos, isso inclui uma
destinação correta ao material gerado.
As embalagens de vidro, largamente utilizadas sob a forma de garrafas para
bebidas e de frascos para compotas ou conservas, são extremamente vantajosas do
ponto de vista da conservação do alimento, uma vez que são consideradas
totalmente inertes, não transmitindo qualquer odor ou sabor e não contaminando os
alimentos nelas contidos.

2.1 Supermercados
Os supermercados tanto geram resíduos de vidro (Figura 1) quanto podem
receber vidro de consumidores domésticos, na forma de ponto de coleta. Dessa
maneira, o material pode ser coletado diretamente nos supermercados, aumentando
a eficiência e criando uma imagem positiva em relação ao posicionamento
ambiental.
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Figura 1 – Locais onde os resíduos de supermercados são gerados

•Por acidentes
Dentro do •Por vandalismo de clientes
supermercado
•Por término de validade
•Por acidentes
No estoque
•Por término de validade

No transporte •Por acidentes

•Por consequência da atividade


No escritório comercial
•Por despedício
Outros locais - •Por consequência do uso
Banheiros, lixeiras,
•Por desperdício
etc

A Associação Sul-Matogrossense de Supermercados (AMAS) é uma


associação sem fins lucrativos, que tem como objetivos reunir os empresários que
exerçam o comércio de supermercados, prestando-lhes serviços que buscam o
desenvolvimento econômico-financeiro dos seus associados.
Os principais associados à AMAS em Campo Grande estão listados no
Quadro 1.

Quadro 1 – Supermercados associados à AMAS em Campo Grande


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São encontrados no Quadro 1 supermercados que possuem de 50 a 1500


funcionários, geralmente com mais de 10 anos atuantes no mercado. Sendo assim,
há diferença na demanda pela coleta de vidros, mesmo que todos geram resíduos,
existe uma quantidade muito superior em 2 ou 3 redes de supermercados que estão
em mais de uma região da cidade de Campo Grande. Atualmente, nenhum deles
possui serviço de coleta de vidro com encaminhamento para reutilização.

2.2 Restaurantes e conveniências


Os restaurantes geram diversos resíduos diariamente, principalmente
orgânicos, porém o vidro também é gerado na forma de cacos (embalados), copos,
frascos, garrafas e potes. Em um restaurante de médio porte foi realizado um
experimento a fim de obter a quantidade produzida de resíduo em cada uma das sub
áreas. Obtendo-se o resultado da tabela 1.

Tabela 1 - Quantidade (Kg) de resíduos vítreos no horário do almoço em um restaurante


comercial

Comparando a demanda de coleta de vidros em restaurantes e em


supermercados, demostra que a viabilidade em restaurantes é menor que de
supermercados, sendo necessário levar em consideração os grandes restaurantes e
a logística necessária para atendê-los. Na figura 2 há uma distribuição dos principais
restaurantes de Campo Grande.
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Figura 2 – Restaurantes em Campo Grande/MS

As conveniências se assemelham ao caso dos restaurantes, espalhadas pela


cidade. Entretanto a demanda pelo serviço de coleta de vidros é maior já que
existem diversas garrafas não retornáveis.
Em uma reportagem de 2016, de acordo com o WaterFootprint Network, as
Longnecks juntamente com as latas de alumínio são as principais embalagens
utilizadas para armazenamento da cerveja. Porém as Longnecks são as que
apresentão a maior preocupação por serem descartadas após o uso e o mercado
não demostrar interesse na reciclagem desse material. Por conta disso há uma
demanda maior nos bares e conveniências que poderiam conscientizar seus
clientes.

2.3 Auto vidros


A demanda por descarte adequado no ambiente de Auto vidros também tem
destaque por ser um ponto que trabalha exclusivamente com este material. Em
Campo Grande estão distribuídos na região central, conforme figura 3.
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Figura 3 – Auto vidros em Campo Grande/MS

o Concorrentes

Existem concorrentes diretos e indiretos. Os diretos são aqueles que


trabalham no mesmo ramo de negócio ou que já prestam o mesmo serviço. Já os
indiretos são locais que estão mais propensos a se tornar concorrentes diretos.

Quadro 2 - Concorrentes indiretos Campo Grande


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Quadro 3 - Concorrentes diretos Campo Grande

o Fornecedores

Em um processo de coleta seletiva de vidro a matéria-prima é fornecida pelos


próprios cliente da empresa, estes podem ser identificados no item anterior. Com
relação as ferramentas e equipamentos é preciso entender as etapas do processo
para identificar o essencial para o funcionamento de uma empresa de coleta de
vidros.
Conforme o portal CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem) o
ciclo resumido de reciclagem do vidro segue as seguintes etapas:
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• O vidro é lavado em tanques com água, que após o processo é tratada


para ser reutilizada ou encaminhada para outra finalidade;
• O material passa por uma esteira ou mesa para realizar a última
separação de matérias que ainda sejam encontrados no vidro (metais, pedras,
plásticos, ou até mesmo vidros indesejáveis);
• O vidro passa por um triturador, que transforma as embalagens em
cacos de tamanho homogêneo que são encaminhados para uma peneira vibratória;
• Outra esteira leva o material para o eletroímã que separa metais ainda
existentes no vidro;
• O vidro é armazenado em silo ou tambores para abastecimento da
vidraria, que usa o material na composição de novas embalagens;
Sendo assim, separando cada fase do processo pode-se levantar os
seguintes equipamentos:
• Coleta
o Caminhão coletor;
o Uniforme Calça e Camisa;
o Bota; e
o Luva nitrílica
• Recebimento
o Caixotes/tambores;
o Carrinhos carregadores;
o Limpeza
o Tanques;
o Espátulas;
o Detergente;
o Luvas nitrílica;
o Estação de tratamento de água; e
o Carrinhos carregadores.
• Primeira catação de impurezas
o Esteira;
o Caixotes/lixeiras;
o Avental nitrílico;
o Luva pigmentada
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o Separação de cores e tipos


o Tambores/bombonas;
o Esteira; e
o Luva pigmentada
• Segunda catação de impurezas
o Esteira; e
o Eletroímã.
• Prensamento
o Triturador de vidro; e
o Tambores

Para as ferramentas e os equipamentos listados acima, segue o quadro


abaixo com os possíveis fornecedores:
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Quadro 4 - Fornecedores de equipamentos

3. PLANO DE MARKETING

3.1 Descrições dos principais produtos e serviços


O serviço oferecido pela empresa é o de coleta seletiva de resíduos vítreos
descartados pelas empresas de Campo Grande – MS. Este serviço envolve as
seguintes atividades:

• Coleta dos resíduos: de acordo com o acordado com as empresas


parceiras, realizar a coleta dos resíduos nas sedes das empresas que
os descartam ou receber os resíduos entregues por estas na sede da
empresa de coleta.
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• Classificação e separação de acordo com o tipo do vidro: análise visual


do tipo de vidro coletado e separação por tipo e cor.
• Limpeza: realizar limpeza dos materiais coletados conforme o
necessário.
• Armazenagem: armazenagem dos resíduos limpos e separados na
sede.
• Preparação para expedição e/ou entrega: arrumar resíduos para que
estes possam ser colocados no veículo de transporte, colocá-los no
mesmo e, se for utilizado veículo próprio, realizar o transporte até a
empresa de reciclagem.

Quadro 5 – Descrição dos produtos coletados e locais recomendados

O quadro 5 serve para monitorar pontos de coleta do vidro, ou seja, é possível


que pessoas residentes na cidade de Campo Grande – MS, ou de região próxima
possam levar o material reciclável até um desses pontos de coleta.

3.1.1 Preço
O preço de venda é um fator que influencia o cliente de diversas formas na
hora da compra de um produto, principalmente com o aumento da concorrência.
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Porém, é de extrema importância que o preço fixado dos produtos consiga


cobrir todas as despesas e gastos, ocasionando ao cliente vantagens sem perder a
lucratividade da empresa. Para isto, deve-se ter uma estrutura criteriosa de definição
de preço e mantê-la atualizada conforme as flutuações de mercado.

3.1.2 Preço de venda advento dos custos da empresa


Antes de adentrar a este ponto, faz-se necessária a apresentação de alguns
conceitos básicos:

• Custo unitário por produto: valor gasto para aquisição de uma unidade do
produto. Deve-se inserir o valor da aquisição do produto, além de custos
adicionais com gasolina ou taxas de entrega, ligações, juros, etc.
• Despesas fixas: despesas mensais indiretas que devem ser consideradas,
como gastos com luz, água, internet, aluguel, contador, advogado, etc.
• Margem de lucro: margem de lucro mínima estabelecida que seja obtida com
a venda de certa quantidade do produto.

A margem de lucro é estabelecida a critério do proprietário, mas recomenda-


se que ela se situe entre 5 a 30%. Quando estabelecidos todos os valores, o cálculo
deve ser realizado conforme a equação:

CU
PV = ∗ 100
100% − DF + ML %

3.1.3 Preço de venda advento dos preços concorrentes


É possível obter o preço de venda do produto por meio de pesquisa de preço
de venda dos concorrentes. Como a coleta seletiva de vidros junto à reciclagem do
material ainda não existe na cidade de Campo Grande – MS, os preços obtidos são
de concorrentes de outros estados, dentre eles estão: São Paulo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Santa Catarina e Goiás.

A associação sem fins lucrativos Compromisso Empresarial para Reciclagem


(Cempre) informa os preços de venda dos recicláveis praticados por programas de
coleta seletiva em vários estados a partir de informações passadas pelas mesmas
(tabela 2). Os preços são dados em reais por tonelada.
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Tabela 2 – Preço de venda do vidro em outros estados

Fonte: Adaptado Cempre (2016).


Tabela 3 – Preço da venda de caco de vidro por região

Fonte: Adaptado Cempre (2016).

Após análise dos preços, elabora-se uma média para base do preço de venda.
De acordo com a tabela 2, a média do preço de venda do vidro é de R$ 126,17 por
tonelada, ou R$ 0,126 por quilo.
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A tabela 3 demonstra o preço médio de venda por região brasileira. Percebe-se


que o caco de vidro vendido na região Sul é 5,26% menor do que na região Sudeste,
por isso o preço de venda média entre as duas regiões é de R$ 0,105.

3.2 Estratégias promocionais


Para que as empresas que necessitam realizar descarte de vidros em
Campo Grande saibam do serviço de coleta oferecido, pode ser enviada uma
correspondência a estas, por meio físico ou eletrônico, as informando da existência
da mesma e explicando a importância de direcionar esses resíduos para a
reciclagem e os benefícios que podem ser obtidos com isto. Podem também ser
firmadas parcerias com associações comerciais para facilitar a divulgação.
A comunicação com as empresas de reciclagem deve ser feita de maneira
mais pessoal, para que possam ser firmadas parcerias e assinados contratos que
beneficiem todos os envolvidos.
Como estratégia de promoção fundamental, a empresa precisa de um nome
comercial e um logotipo. O logotipo precisa ser elaborado de acordo com a missão e
visão da empresa citados no sumário executivo. Um principal símbolo observado por
outras empresas com o mesmo serviço, é o símbolo da reciclagem conforme a figura
4. Além disso, logos com cores em tom verde são as mais recomendadas.

Figura 4 – Símbolo com as três setas representando a reciclagem

Fonte: Vector recyclesymbol (2017).


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3.3 Estruturas de comercialização


A coleta dos resíduos vítreos pode se dar através da entrega feita pelas
empresas que os descartam na sede da empresa ou do recolhimento nas sedes
destas empresas, se isso for considerado viável.
A entrega destes resíduos as empresas de reciclagem pode acontecer em
veículos próprios, por transportadoras ou por veículos das empresas de reciclagem,
se estes forem disponibilizados.
Encarando os consumidores do serviço como sendo as empresas que
deverão descartar seus resíduos vítreos, um exemplo de canal de distribuição seria
utilizar caminhões para coletar este material em cada local, tendo sempre uma lista
dos clientes que serão atendidos no dia, de modo a otimizar as rotas percorridas
pelos motoristas.

Devem-se firmar parcerias com cada uma destas empresas-clientes, e um


modo de realizar isto é mostrando a redução de custos que as mesmas terão ao
descartarem corretamente seu material, ao invés de arcarem com possíveis multas.

Não são necessários vendedores para firmar estas parcerias, uma vez que
não existe um produto para venda, apenas um serviço de coleta, que pode ser
oficializado diretamente com o responsável pela CSV.

Realizada a captação em cada local, os caminhões retornariam para a CSV e


depositariam os vidros coletados para que estes sejam devidamente separados e
armazenados.

3.4 Localização do negócio


A sede da empresa deve ser implantada em local de fácil acesso para entrega
de vidros e também para o recolhimento pela empresa de reciclagem ou envio para
a mesma.
Para definir a localização do negócio, é necessário localizar os fornecedores e
os clientes da empresa de coleta e reciclagem de vidro. Como os fornecedores
também são considerados clientes, será utilizado a Quadro 1 - Supermercados
associados a AMAS em Campo Grande.
Por meio da técnica do centro de gravidade, a melhor opção de localização do
negócio será entre os bairros: Amambai, Vila Alba e Vila Planalto.
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Figura 5 – Área com melhor localização demarcada

4. PLANO OPERACIONAL

4.1 Layout CSV


O layout, ou arranjo físico, em empresas, é o modo como é mostrado a
disposição do espaço interno, desde a parte administrativa até a parte de linhas de
produção.
Os cacos da CSV serão, inicialmente, revendidos sem beneficiamento
completo, por este motivo recebem o nome de “cacos sujos”. Seu preço de mercado
é inferior ao do produto devidamente tratado e limpo, desta maneira, após esta
apresentação, será também mostrado um modelo considerado ideal para tratamento
de cacos de vidro, com maquinário adequado.
Este arranjo físico não possui maquinário, logo sua disposição se dará
apenas na parte de descarregamento do material, armazenagem do mesmo e, por
fim, sua venda. O processo irá iniciar-se com a chegada dos caminhões de coleta,
descarregando os vidros em cada uma das 4 baias disponíveis, sempre de
respeitando as características físicas do material em questão.
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Figura 6 – Disposição terreno CSV

O terreno mostrado na figura 6 é uma representação aproximada do espaço a


ser utilizado, contando ainda com uma área de expansão para instalação do
maquinário descrito no Layout Ideal. As medidas do mesmo são 40m x 40m e a
escala aproximada do desenho é de 1:285.

4.2 Layout ideal


O layout ideal escolhido para esta unidade de reciclagem, será o mesmo
adotado pelo “Manual de Reciclagem do Vidro”, da ABIVIDRO (Associação Técnica
Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro). É um modelo simples e em linha, o
que faz com que o fluxo da produção tenha foco no produto (os cacos de vidro se
movimentarão no decorrer do processo, passando por todo o maquinário
necessário).
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Figura 7 – Layout das máquinas

Figura 8 – Legenda Layout Ideal

4.3 Processo Operacional


Um processo operacional pode ser definido como o conjunto de atividades
sequenciais necessárias para que pessoas e/ou máquinas trabalhem para a
produção de um produto ou serviço. Para a coleta da CSV, com base no layout
ideal, as etapas são apresentadas no fluxograma abaixo:
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Figura 9 – Fluxograma do Layout Ideal

1. Coleta: os caminhões da CSV coletarão o vidro vazio armazenado


pelos parceiros, periodicamente;
2. Descarga do caminhão: os vidros coletados são descarregados nas
baias para aguardar a triagem inicial;
3. Triagem inicial: etapa em que os funcionários realizarão a separação
por:

Cores:
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• Âmbar;
• Verde;
• Branco;
Características:
• Liso;
• Ondulado.
4. Trituração: os vidros são colocados no triturador por meio de um funil,
para a segurança dos funcionários. Os grãos devem ter tamanho
superior a 15 mm e o triturador deve sempre ser limpo antes de se
colocar um tipo diferente de vidro;
5. Lavagem: o vidro segue pela esteira de movimentação até o tanque de
lavagem, com dimensões aproximadas de 1,5 m x 2,0 m x 1,0 m.Este
tanque deve conter uma peneira para evitar que a água e os grânulos
menores de 15 mm sigam no processo;
5.1. Armazenagem de água: o caco de vidro é limpo, e a água é
armazenada e reutilizada para evitar desperdícios.
6. Separação por eletroímã: ao sair do tanque, os cacos passam por um
eletroímã, instalado acima da esteira, para separar possíveis partes
metálicas que se encontram misturadas ao produto de interesse;
7. Triagem final: ao passarem pelo ímã, os cacos continuarão seguindo
pela esteira, agora passando pela triagem final feita por funcionários
devidamente equipados com os Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) necessários, para separar quaisquer produtos estranhos que
ainda possam estar misturados;
7.1. Armazenagem de rejeitos: os rejeitos são jogados em
tambores específicos próximos à esteira para posterior
destinação, evitando movimentações desnecessárias.
8. Estocagem: feita a última triagem, os cacos estarão prontos para
serem estocados, aguardando apenas o momento de expedição. O
estoque pode se dar em barris de ferro com capacidade de 200 kg em
média, com vedação apropriada para que os cacos não fiquem
expostos às intempéries.
9. Expedição (opcional): a CSV poderá optar por realizar o transporte do
vidro tratado da empresa até o local indicado por seus clientes. Para
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isso, será necessário que o vidro estocado seja devidamente embalado


e transportado, geralmente por meio rodoviário, sendo necessários, no
mínimo, mais um caminhão e um motorista.

4.4 Especificações técnicas do maquinário


Os principais equipamentos necessários para o processo são listados a
seguir, juntamente com uma exemplificação breve de maquinário e suas
características técnicas:

• Máquina Trituradora:
Fabricante: Lippel
Modelo: TVL 103
Produção: 120 garrafas/min – 1.500 a 3.000 kg/h ou m³/h
Abertura de alimentação: 370 x 220 mm
Potência do Motor: Siemens 3 KW
Redução do Volume: > 75 %
Tamanho dos Cacos: 6 – 50 mm
Ruído: < 80 db
Dimensões: 780 mm x 590 mm x 1477 mm
Peso: 300 kg

Figura 10 – Exemplo de Máquina Trituradora


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• Esteira de Movimentação:
Fabricante: Lemaqui
Potência: Definida no pedido
Comprimento: Definido no pedido
Largura: 800 ou 1000 mm
Altura mínima: 700 mm
Tipo de lona: Poliéster dupla lisa de 8 mm
Voltagem: Definida no pedido
Pintura: Eletrostática EPÓXI
Velocidade: 0 a 15 m/min
Moto redutor: Acoplado com proteções
Estrutura: Aço SAE 1020 com 3,75 mm de espessura

Figura 11 - Exemplo de esteira de Movimentação

• Eletroímã:

Fabricante: Inbras
Modelo: SP-6116 MC-2
Versão de limpeza: Manual
Peso aprox.: 91 kg
Dimensões: 406 mm x 127 mm x 330 mm
26

Figura 12 – Exemplo de eletroímã

4.5 Capacidade produtiva


A capacidade produtiva é a quantidade máxima de produção ou serviços
prestados pela empresa em um determinado período de tempo. Ao calcular a
capacidade produtiva é possível reduzir custos, aumentar a qualidade e aproveitar
da melhor forma recursos físicos e humanos. Ela pode ser dividida em capacidade
instalada, disponível e efetiva.

Para calcular os tipos de capacidade será considerada a capacidade de


produção da máquina trituradora, uma vez que ela seria o gargalo do processo de
quebrar o vidro em cacos, ou seja, é o ponto que limita o desempenho, criando
ociosidade ou filas de espera nas outras máquinas.

4.5.1 Capacidade instalada


A capacidade instalada é a capacidade máxima de produção ao se trabalhar
ininterruptamente sem considerar nenhuma perda. Esta é uma medida hipotética
pois é impossível os equipamentos trabalharem sem parar.

Assim, a capacidade produtiva da CSV será de:

• 30 dias por mês x 24 horas por dia x 3.000 kg por hora

Resultando em:

• 2.160.000 kg de vidro processado por mês.


27

4.5.2 Capacidade disponível


A capacidade disponível é a capacidade projetada do sistema, supondo que
os subsistemas funcionem normalmente e considerando o tempo de funcionamento
da empresa, ou seja, seu horário comercial.

Dessa forma, se a CSV ficar aberta todos os dias da semana, durante dois
turnos de 4 horas ou 8 horas por dia, a capacidade disponível será de:

• 30 dias por mês x 8 horas por dia x 3.000 kg por hora

Resultando em:

• 720.000 kg de vidro processado por mês.

Ressaltando que a CSV funcionará todos os dias semana por causa das
conveniências, restaurantes e bares que possuem maior movimento nos fins de
semana, o que leva a mais descarte de garrafas de vidro.

Caso necessário, consegue-se aumentar a capacidade disponível de duas


formas:

• Aumento da capacidade instalada, ou seja, adicionar outra máquina


trituradora ao processo;
• Aumento de turnos de trabalho, seja trabalhando horas extras ou
contratando novos funcionários para esses períodos a mais.

Para o cálculo de novos turnos de trabalho pode-se considerar o grau de


disponibilidade da máquina trituradora. O grau de disponibilidade é um índice
percentual da capacidade disponível pela capacidade instalada. No caso da CSV, o
grau de disponibilidade será de:
.
• 100
. .

Resultando em, aproximadamente:

• 33,33% de disponibilidade.

4.5.3 Capacidade efetiva


A capacidade efetiva é a capacidade disponível menos as perdas planejadas,
as quais são as perdas que se sabe que acontecerão, por exemplo, o tempo de
28

manutenção preventiva periódica dos equipamentos, o tempo de troca de turno,


entre outros.

No caso da CSV as perdas planejadas incluem:

• Manutenção preventiva:
o Uma vez por semana com parada de 1 hora, resultando em 4 horas
por mês;
• Troca de tipo de vidro a ser processado:
Aqui serão consideradas as cores do vidro (âmbar, verde e branco), assim,
seriam pelo menos três trocas de meia hora toda semana, resultando em 6
horas por mês;

Essas são as principais perdas planejadas a serem consideradas. A auditoria


de qualidade na CSV não interromperia o processo de trituração do vidro uma vez
que a mesma aconteceria de maneira visual pois o caco fora do padrão é de simples
identificação durante o processo. A troca de turno também não acarreta perda
significativa, pois ambos os períodos seriam cobertos pelo mesmo colaborador, o
qual apenas faria a pausa para o almoço.

Logo, a capacidade efetiva será de:

• (4 horas por mês + 6 horas por mês) x 3.000 kg por hora

Resultando em:

• 30.000 kg por mês de vidro não triturado.

Agora pode-se calcular o grau de utilização, o qual é um índice da capacidade


efetiva pela nominal, demonstrando a porcentagem de uso da capacidade
disponível. Na CSV, o grau de utilização é de:

30.000
1− 100
720.000

Resultando, aproximadamente, em:

• 95,83% de utilização da capacidade disponível.

Esse valor de utilização é alto e tem um bom significado, indicando que o


processo está sendo bem aproveitado. Isso considerando que a máquina trituradora
está funcionando em sua capacidade máxima.
29

4.6 Necessidade de pessoal


Um dos fatores cruciais para determinação da capacidade da empresa de
processar sua matéria-prima e atender seus clientes é a alocação adequada de
recursos humanos em cada etapa.

1. Coleta:
− Para a coleta, sugere-se 2 caminhões f4000 com capacidade de
3t cada, capazes de coletar entre 180t a 360t por mês (1 ou 2
turnos);
− Cada caminhão apresenta 1 motorista e 1 auxiliar;
− Os caminhões devem chegar na empresa em horários
alternados e a cada 2h, programando a hora de saída de acordo
com a região da cidade em que forem coletar;
− Nos períodos de alta demanda (feriados e festas) pode se fazer
necessário um outro caminhão para atender o possível aumento
da demanda;
− Recursos Humanos necessários: 2 pessoas/caminhão;
2. Descarga do caminhão:
− Não apresenta necessidade exclusiva de pessoal, não sendo
contabilizada na conta final;
− Para atender a demanda máxima prevista de 300 t mensais
(informação fornecida pelo cliente), ocorrerão 6 chegadas de
caminhões por dia (2 turnos), correspondendo a 2,5t/caminhão
(equivalente a aproximadamente 13 barris/caminhão);
− Recursos Humanos necessários:3 pessoas - 1 auxiliar de
cada caminhão que chega e 2 da triagem inicial;
3. Triagem inicial:
− Por ser uma tarefa simples e repetitiva, a triagem demanda
atenção e agilidade na separação dos materiais;
− Recursos Humanos necessários: 2 pessoas;
4. Trituração:
− Etapa prioritariamente automatizada, sendo necessário carregar
a máquina, supervisioná-la e realizar sua limpeza na troca de
materiais a serem triturados;
30

− Recursos Humanos necessários: 1 pessoa;

5. Lavagem e 5.1 Armazenagem de água:


− Necessidade de controle de esteira, movimentação da peneira e
armazenagem de água para reaproveitamento;
− Recursos Humanos necessários: 2 pessoas;

6. Separação por eletroímã, 7.Triagem final e 7.1 Armazenagem de rejeitos:


− Prioritariamente operação e supervisão do eletroímã;
− Última inspeção visual, separação manual de possível rejeito em
um tambor próximo à linha de produção;
− Recursos Humanos necessários: 1 pessoa;
7. Estocagem:
− Controle de estoque, manutenção da qualidade do espaço de
estocagem, controle de expedição aos clientes;
− Recursos Humanos necessários: 1 pessoa;

Portanto, considerando as atividades de cada etapa e a rotatividade de


funcionários na linha de produção, a recomendação de pessoas para o
funcionamento do processo é:

Quadro 6 – Necessidade de pessoal

NECESSIDADE DE PESSOAL
ETAPA QUADRO EFETIVO
Coleta, descarga de caminhões e triagem 6
Trituração 1
Lavagem e armazenagem de água 2
Separação por eletroímã, triagem final e armazenagem de rejeitos 1
Estocagem 1
TOTAL 11
31

5. PLANO FINANCEIRO
5.1 Estimativa dos investimentos fixos

O investimento fixo corresponde a todos os bens que são necessários para


que o negócio possa funcionar da maneira apropriada. Para o levantamento de
todos os bens, foi utilizado como base o plano operacional descrito anteriormente,
considerando o layout ideal proposto.
Para a pesquisa do preço, utilizaram-se como base os fornecedores
apresentados na análise de mercado, procurando sempre os preços mais atrativos
com produtos de qualidade e, de preferência, os fornecedores que se encontram em
Campo Grande, e se em cidades diferentes, os com frete grátis.
Para as máquinas e equipamentos principais com especificações técnicas foi
solicitado orçamento nos sites dos fornecedores, mas em alguns casos não houve
respostas, utilizando-se assim um preço médio do produto a ser adquirido.
Em relação aos veículos que serão necessários para o bom funcionamento do
negócio, foi sugerido um caminhão F4000, e o preço apresentado é de um veículo
usado do ano 2005.
No tabela 4, estão relacionados os equipamentos, máquinas, móveis,
utensílios, ferramentas e veículos a serem adquiridos, a quantidade necessária, o
valor de cada um e o total a ser desembolsado.
32

Tabela 4 – Estimativa dos investimentos fixos


33

5.2 Capital de giro

5.2.1 Estoque inicial

O estoque inicial corresponde aos itens indispensáveis para a fabricação do


produto fim da empresa. As matéria-prima necessária para a transformação do vidro
inteiro em vidro triturado limpo é apenas a água, não sendo necessário então um
estoque mínimo.

5.2.2 Caixa Mínimo


O caixa mínimo é a reserva em dinheiro necessária para que a empresa seja
capaz de cobrir os custos de suas operações iniciais até que as contas a receber de
clientes entrem no caixa.
Para o caso da CSV, o fornecedor da matéria-prima (vidro) será o
responsável pelo caixa inicial da empresa, uma vez que a atividade de coleta de
vidros se iniciará somente a partir do primeiro pagamento deste serviço.
A tabela 5 apresenta uma estimativa do prazo médio concedido aos clientes
para que estes efetuem o pagamento do serviço de coleta de vidros. Para a política
de vendas da empresa, estimou-se que 60% dos pagamentos dos fornecedores de
vidro serão feitos à vista, 25% dentro de 15 dias e 15%, em 30 dias. Isso quer dizer
que os clientes têm, em média, 8 dias para pagar pelo serviço de coleta de vidros.

Tabela 5 - Contas a receber - Cálculo do prazo médio de vendas - Coleta de vidro

Média
Prazo médio de vendas
% Número de dias Ponderada
(coleta de vidro)
em dias
à vista 60% 0 0
à prazo (1) 25% 15 3,8
à prazo (2) 15% 30 4,5
Prazo médio total 8,25

O prazo para o pagamento do vidro triturado seguirá a mesma lógica, e é dado pela
tabela 6. A estimativa é que 40% dos pagamentos sejam efetuados à vista, e 60%
em um prazo de 30 dias.
34

Tabela 6 – Fornecedores – Cálculo do prazo médio de compras

Média
Prazo médio de vendas
% Número de dias Ponderada
(vidro triturado)
em dias
à vista 60% 0 0
à prazo (1) 40% 30 12
Prazo médio total 12

O tempo de permanência da matéria-prima nos estoques da empresa será


definido pela capacidade de processamento das etapas subsequentes à coleta do
vidro. Para esta estimativa, esse tempo de permanência será considerado zero,
indicando que assim que a matéria-prima chegar na empresa, já será processada. A
tabela 7 abaixo compreende a diferença entre os recursos da empresa que se
encontram fora do seu caixa e os recursos de terceiros no caixa da empresa,
pertencentes aos fornecedores. O resultado de 20 dias significa que o caixa da
empresa necessitará de dinheiro durante este tempo, até receber dos clientes e
pagar suas contas.

Tabela 7 – Necessidade líquida de capital de giro em dias

Número de dias
Recursos da empresa fora do seu caixa
1. Contas a Receber - prazo médio de vendas 20
2. Estoques - necessidade média de estoques -
Subtotal 1 (item 1 + 2) 20
Recursos de terceiros no caixa da empresa
3. Fornecedores - prazo médio de compras -
Subtotal 2 -
Necessidade Líquida de Capital de Giro em Dias
20
(Subtotal 1 - Subtotal 2)

O caixa mínimo necessário, portanto, será a multiplicação da necessidade de


capital de giro em dias pelo custo total diário da empresa, conforme apresentado na
tabela 8.
35

Tabela 8 – Caixa Mínimo

1. Custo fixo mensal R$ 37.391,92


2. Custo variável mensal R$ 16.400,50
3. Custo total da empresa R$ 53.792,41
4. Custo total diário (item 3 ÷ 30 dias) R$ 1.793,08
5. Necessidade Líquida de Capital de Giro em dias 20
Total Caixa Mínimo R$ 35.861,61

5.3 Investimentos pré-operacionais


Os investimentos pré-operacionais relacionados são gastos realizados antes
do início das atividades das empresas.
1. Despesas de legalização são contabilizadas todos os custos para
abertura da empresa;
2. Obras civis e reformas serão desconsideradas devido à empresa não
possuir estabelecimento físico;
3. Projetos de estudo de abertura da empresa que são modelo plano de
negócios e viabilidade econômico-financeira;
4. Máquinas e equipamentos foram considerados as máquinas citadas no
Plano Operacional, e os equipamentos foram considerados EPIs e
uniformes;
5. Veículos não foram considerados, pois a empresa parceira fornecerá
os caminhões para coleta;
6. Divulgação considerou-se entregas de projetos impressos para os
mercados que são associados a AMAS, com possibilidade de divulgar
também por email;
7. Cursos e treinamentos foram considerados que não haverá gasto. Ao
comprar a máquina ou equipamento em empresas de nomes
renomados, esta é obrigada a fornecer o manual e o treinamento, caso
necessário;
8. Outras despesas não há.
36

Tabela 9 - Investimentos pré-operacionais

5.4 Investimento total (resumo)


O investimento total a ser investido no negócio, é a somatório dos
investimentos fixos, financeiros e pré-operacionais, que está descrito na tabela 10 a
seguir.

Tabela 10 – Investimento Total (Resumo)

Também deve ser avaliado se o capital para criação da empresa será feito a
partir de recursos próprios (investimentos dos proprietários) ou também de recursos
de terceiros (pessoas externas ou instituições financeiras). Caso haja os dois tipos
de capitais envolvidos, é interessante que seja criado um quadro que apresente a
proporção de cada investidor.
É muito importante levar em consideração onde e como o proprietário
buscará esses recursos para abertura do negócio. Se for o caso de não ter o capital
37

em mãos e for necessário recorrer a bancos para financiamento, é muito importante


procurar saber quais são as linhas disponíveis de créditos para pequenas empresas
e também pedir orientações ao gerente do banco sobre as taxas de juros,
documentações necessárias, garantias, entre outras informações. Visto que a
empresa não conseguirá arcar com um financiamento ou que o capital disponível
não é suficiente, o interessante é se possível diminuir a capacidade produtiva para
diminuição dos investimentos iniciais e/ou adiar a data de abertura da empresa.

5.5 Estimativa do faturamento mensal


A estimativa de faturamento mensal da empresa de CSV em Campo Grande
– MS é composto pela quantidade de vidro que a empresa consegue reciclar
multiplicado pelo preço de venda R$ 0,126 (tópico 3.2).
A quantidade estimada é supondo que a empresa trabalhará com a
capacidade máxima disponível menos as manutenções programas, totalizando em
690.000 kg de vidro por mês, calculada no tópico 4.3. Outra questão é a
sazonalidade do produto, os meses de dezembro a março possuem maior
quantidade de vidros devido às festas recorrentes destes meses.
Deve se elaborar um breve estudo de planejamento e controle da produção
assim que a empresa obter certo período de funcionamento. Dessa forma, a
empresa consegue planejar as demandas dos anos posteriores, seguido da
sazonalidade das vendas.
Tabela 11 – Estimativa de faturamento mensal da empresa de CSV
38

5.6 Estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e


terceirizações
Os gastos com matéria-prima e embalagem são classificados como custos
variáveis numa indústria, assim como as mercadorias em um comércio. Ou seja, os
custos varáveis são um tipo de custo que varia conforme o volume produzido ou
vendido. No caso da CSV considerou-se como custos variáveis a água e produtos
de limpeza para lavar os cacos de vidros, a energia envolvida na linha de produção
e combustível utilizado na coleta do vidro. Foi considerado que não haverá gastos
com embalagens.
Os custos variáveis são estimados na tabela 9. Em média, uma indústria
fabricante de vidro consome 1 m3 de água por tonelada de vidro produzido. A
reciclagem do vidro reduz esse valor em 10%. Portanto, na CSV, considerando a
produção efetiva, a produção de 621 toneladas de cacos de vidro consumirá em
torno de 621 m3 de água. A alíquota para consumo de água acima de 10 m3 é de
R$18,28, no estado de Mato Grosso do Sul. Dessa forma, a conta de água está
estimada em R$ 11.351,88.
A energia elétrica foi calculada baseada no consumo, em kW, da máquina
trituradora, do motor da esteira e do eletroímã. As máquinas funcionarão 8h/dia
durante 22 dias no mês. O total estimado de gasto com energia elétrica é de R$
909,87, utilizando a tarifa B3 industrial de R$0,49925 da Energisa.
Para o cálculo do combustível, foi estimada uma rota de 128km/dia/caminhão
para a coleta do vidro. Esse número considerou uma jornada de trabalho de 8h do
motorista, sendo 4h dirigindo e 4h parado, coletando o material. A quilometragem
rodada por dia, a uma velocidade média de 32 km/h, é de 128 km. O preço mais alto
de diesel encontrado em Campo Grande-MS é de R$2,92. No total, o estimado com
combustível, levando em conta que a CSV possuirá dois caminhões, será de
R$2.740,91.
Para o caso da CSV, foi considerado mais viável economicamente a
contratação de um mecânico industrial, ao invés da terceirização deste serviço.
Portanto, o valor de manutenção que consta na tabela 9 diz respeito a troca de
peças de equipamentos.
39

Tabela 12 – Custos Variáveis

Descrição Custo Total Mensal (R$)


Água R$11.351,88
Energia Elétrica R$909,87
Combustível R$2.740,91
Manutenção de Máquinas e
R$900,00
Equipamentos
Total R$15.902,66

Para o cálculo do custo unitário foi utilizado o valor do custo total variável
mensal de R$15.902.66 e divido por 22 dias de trabalho mensal, resultando em um
custo variável diário de R$722,85. Utilizando do faturamento mensal estimado de
690.000 Kg, obtemos a quantidade diária de vidro que deve ser triturada, de 31.363
Kg. Então, o custo do quilo do vidro triturado e limpo, resulta na divisão do valor do
custo variável diário pela quantidade produzida, sendo então de R$0,021.

5.7 Estimativa dos custos de comercialização


A CSV poderá optar pelo SIMPLES Nacional - Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições, uma vez que é classificada como uma
empresa de reciclagem e uma EPP (Empresa de Pequeno Porte). Isso é válido,
desde que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse a R$ 3.600.000,00
(três milhões e seiscentos mil reais) e respeitando os demais requisitos previstos na
Lei. Além disso, a empresa pagará o Imposto Sobre Serviço (ISS), de competência
municipal.
No regime do Simples Nacional, a empresa pagará os seguintes
impostos:IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);CSLL (contribuição social
sobre o lucro);PIS (programa de integração social);COFINS (contribuição para o
financiamento da seguridade social);ICMS (imposto sobre circulação de °3,CSV se
encaixa, conforme tabela de faturamento apresentada anteriormente (tabela 11).
Os custos de comercialização também incluem as comissões dos vendedores
e representantes, que incidem diretamente sobre as vendas. No entanto, a empresa
não trabalhará com comissões e pagará apenas o salário fixo dos colaboradores.
40

Tabela 13 – Estimativa dos Custos de Comercialização

5.8 Apuração do custo dos materiais diretos e/ou mercadorias


vendidas
O custo dos materiais diretos ou das mercadorias vendidas representa o
valor que deverá ser baixado dos estoques pela sua venda efetiva. No caso,
obtemos esse valor multiplicando o custo unitário (R$0,021) pela quantidade
estimada de venda mensal ( 690.000 kg de vidro), resultando em R$15.902,66.

5.9 Estimativa dos custos de mão de obra

Para o cálculo dos custos da mão de obra é necessário determinar quais as


incidências sociais (INSS, FGTS normal e FGTS/Rescisão) e trabalhistas (Provisões
de Férias, 13º salário e Descanso Semanal Remunerado - DSR) sobre os valores
das remunerações pagas. O cálculo dos encargos sociais e trabalhistas (tabela 14)
foi feito sobre um salário de mensalista, em uma empresa optante pelo Simples
Nacional.
41

Tabela 14 – Encargos Sociais e Trabalhistas

Encargos Sociais e Trabalhistas % %

Encargos Trabalhistas

13º salário 8%
Férias 11%

Encargos Sociais

INSS 0%
SAT/RAT 0%
Salário Educação 0%
INCRA/SENAI/SESI/SEBRAE 0%
FGTS 8%
FGTS/Provisão de Multa para Rescisão 4%
Total Previdenciário 12%
Previdenciário sem 13º e Férias 2,33%

Total 33,77%

A tabela 15 apresenta o número de recursos humanos para cada função na


fábrica. Os salários de motorista, auxiliar de caminhão e auxiliar administrativo foram
calculados com base no piso salarial para as categorias. As demais funções
receberão o salário médio pago por empresas de pequeno porte. Os salários
somados aos encargos dos treze funcionários resultam em um total de R$23.277,00.

Considerando que a CSV é uma empresa de pequeno porte (EPP), torna-se


mais viável economicamente a contratação de um mecânico industrial ao invés de
contratar uma empresa terceirizada para a manutenção das máquinas. Outra
vantagem é a disponibilidade do funcionário em casos de imprevistos, para atuar na
manutenção corretiva.
42

Tabela 15 – Estimativa dos Custos com Mão-de-Obra

(%) de
Nº de Salário Mensal Encargos
Função Encargos Total (R$)
empregados (R$) Sociais (R$)
Sociais
Motorista de Caminhão 2 R$ 1.673,00 33,77% R$ 564,97 R$ 4.475,94
Ajudante de Caminhão 2 R$ 1.206,00 33,77% R$ 407,27 R$ 3.226,53
Operador da Triagem 2 R$ 1.100,00 33,77% R$ 371,47 R$ 2.942,94
Operador da Máquina de Trituração 1 R$ 1.458,57 33,77% R$ 492,56 R$ 1.951,13
Operador de lavagem do vidro e
2 R$ 1.000,00 33,77% R$ 337,70 R$ 2.675,40
armazenamento de água
Operador para separação por
eletroímã, triagem final e 1 R$ 1.458,57 33,77% R$ 492,56 R$ 1.951,13
armazenagem de rejeitos
Estoquista 1 R$ 1.100,00 33,77% R$ 371,47 R$ 1.471,47
Auxiliar Administrativo 1 R$ 1.500,00 33,77% R$ 506,55 R$ 2.006,55
Mecânico Industrial 1 R$ 1.925,62 33,77% R$ 650,28 R$ 2.575,90
Total 13 R$ 12.421,76 - R$ 3.038,00 R$ 23.277,00

5.10 Estimativa do custo de depreciação


Máquinas, equipamentos e ferramentas se desgastam com o passar dos
anos, sendo necessário a reposição destas. Para o cálculo da depreciação desses
ativos, é necessário a relação de todas as máquinas, equipamentos e ferramentas,
já listados nos investimentos fixos para abertura do negócio. Após isso, foi
observado a vida útil de cada item, onde foi utilizado a tabela de taxa de depreciação
disponibilizada pela Receita Federal, e calculado a depreciação anual e mensal. A
tabela 16 apresenta a depreciação dos ativos da empresa.
43

Tabela 16 – Depreciação das máquinas, equipamentos e ferramentas

Apesar de ser um custo e influenciar na formação do preço, a depreciação


não representa um desembolso (saída de dinheiro do caixa da empresa). Entretanto,
dependendo da situação financeira e das estratégias do negócio, pode-se fazer uma
reserva para troca do bem ao final de sua vida útil. O caminhão F400 foi cotado num
preço de um veículo já usado, sendo assim, sua vida útil pode ser considerada
menor por possuir maior custo de manutenção.

5.11 Estimativa dos custos fixos operacionais mensais


Os custos fixos são aqueles que existem independente da variação no volume
de produção. A tabela 17 apresenta a estimativa destes custos para a CSV. A
depreciação já havia sido calculada e apresentada na tabela 16, e é acrescentada
aos custos fixos também, uma vez que as máquinas e equipamentos estarão
44

sempre presentes na fábrica e, com o tempo de uso, sua vida útil diminuirá. Os
salários e encargos também foram apresentados anteriormente (tabela 15), e
incidem sobre os gastos da empresa tanto no melhor quanto no pior cenário de
demanda e produção.
Os materiais de limpeza considerados incluem água sanitária, álcool,
aromatizante/purificador de ar, flanela, esponja, rodo, sabão, etc. Os materiais de
escritório são folha sulfite A4, toner para impressora, caneta, clips, grampeador,
envelope, corretivo, etc.

Tabela 17 – Estimativa dos Custos Fixos


45

5.12 Demonstrativos de resultados


Com as informações sobre as estimativas de faturamento e os custos totais
(fixos e variáveis), obtivemos o demonstrativo dos resultados (mensal), que pode ser
observado na tabela 18. Conclui-se que a empresa irá operar com lucro de
R$23.793,23.

Tabela 18 – Demonstrativo dos resultados mensal

5.13 Indicadores de viabilidade

5.13.1 Ponto de equilíbrio


O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar para
pagar todos os seus custos em um determinado período. Para o cálculo do PE
utilizamos os dados que se encontram no DRE (Item 5.12) e as seguintes fórmulas:

Custo Fixo Total


PE =
Índice da Margem de Contribuição ∗

(*) Observação

Receita Total − Custo Variável Total


Índice da Margem de Contribuição =
Receita Total
46

Valores Mensais:

Receita Total: R$ 86.940,00


Custo Variável Total: R$ 25.344,34
Custo Fixo Total: R$ 38.712,13

R$86.940,00 − R$25.344,34
Índice da Margem de Contribuição =
R$86.940,00

Índice da Margem de Contribuição = 0,70

R$38.712,13
PE =
0,70

PE = R$55.303,04

Assim, chegamos a conclusão que é necessário que a empresa tenha uma


receita total de R$53.131,41 por mês para cobrir todos os seus custos.

5.13.2 Lucratividade
A lucratividade é um indicador que mede o lucro líquido em relação às
vendas. É um dos principais indicadores econômicos das empresas, pois está
relacionado à sua competitividade. Para o calçudo da lucratividade foi utilizada da
seguinte equação:

Lucro Líquido
Lucratividade = x 100
Receita Total

Valores Mensais:

Receita Total: R$ 86.940,00


Lucro Líquido: R$ 22.883,53

R$22.883,53
Lucratividade = x 100
R$86.940,00

Lucratividade: 26,3%
47

Isso quer dizer que sob os R$86.940,00 de receita total “sobram”


R$22.430,56 na forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e impostos, o
que indica uma lucratividade de 25,8% ao mês.

5.13.3 Rentabilidade

É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital


investido aos sócios. É calculado através da divisão do lucro líquido pelo
investimento total. A rentabilidade deve ser comparada com índices praticados no
mercado financeiro.
Lucro Líquido
Rentabilidade = x 100
Investimento Total

Valores:
Lucro Líquido: R$ 274.602,36/ano
Investimento Total: R$ 204.017,19

R$274.602,36
Rentabilidade = x 100
R$204.017,19

Rentabilidade = 134,6 % ao ano

Isso significa que, a cada ano, o empresário recupera 134,6% do valor


investido através dos lucros obtidos no negócio.

5.13.4 Prazo de retorno do investimento


Assim como a rentabilidade, também é um indicador de atratividade. Indica o
tempo necessário para que o empreendedor recupere o que investiu em seu
negócio.

Investimento Total
Prazo de Retorno do Investimento =
Lucro Líquido

Valores:

Lucro Líquido: R$ 274.602,36/ano


48

Investimento Total: R$ 204.017,19

R$204.017,19
Prazo de Retorno do Investimento =
R$274.602,36

Prazo de Retorno do Investimento = 0,75 ano = 9 meses

6. Construção de cenários

Foram construídos 3 possíveis cenários, para justamente mostrar como


alterações nos investimentos iniciais ou nos cálculos do faturamento podem trazer
benefícios ou malefícios a organização.

• Cenário Provável
A receita total será reduzida, visto que a coleta de vidros é um serviço novo
em Campo Grande – MS, ou seja, sua aceitação não acontecerá de maneira súbita.
Supõe-se que a empresa trabalhará com 85% da sua capacidade disponível,
tornando a quantidade de vendas de 586.500kg de vidro por mês. A redução de 85%
no faturamento também impactou na mesma proporção os custos com mercadoria
vendidas e os impostos.
O cenário da economia do Brasil no início de 2016 era de que a 10% do valor
do produto se tornaria tributos. Considerando que a inflação sofre oscilação ao
decorrer dos anos e tem poder direto sobre os impostos, é possível que o atual valor
calculado possa mudar após a abertura da empresa. Porém, o valor calculado já é
baseado para o ano de 2017.
A área comercial é a responsável por captar os clientes da empresa, portanto
é fundamental que a empresa possa contratar funcionários de venda e pós-venda.
Segundo CATHO, o salário médio para um representante comercial é de R$
1.886,66.

• Cenário Pessimista

A alteração é feita na demanda de vidro triturado por mês, levando em


consideração que seria um negócio novo em Campo Grande- MS, e também que
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poderíamos não contar com as possíveis parcerias (AMAS), diminuindo assim a


quantidade de clientes e até tendo maiores custos em relação a captação de
mercados, restaurante e conveniência. Aqui, supõe-se que a empresa trabalharia
com 70 % da capacidade mensal, reduzindo para 483.000kg de vidro triturado
mensalmente. Como foi reduzido 70% do faturamento, também houve redução nos
custos com materiais diretos e impostos sobre vendas, além de também considerar
o salário de um representante comercial de R$1.866,66.

• Cenário Otimista

O cenário otimista tem como objetivo prever o melhor ambiente para a


empresa, onde as condições sejam as mais favoráveis. A CSV possui um potencial
parceiro que poderia ceder o galpão e os caminhões. Tomando-se como base a
tabela de estimativa dos investimentos fixos (tabela 4), desconsiderando o aluguel
do galpão, que seria cedido, o custo fixo reduziria 24%. Da mesma forma, o
investimento inicial, que considerava a compra dos dois caminhões seria 61%
menor, passando de R$164.857,29 para R$ 64.857,29. Essa redução alteraria no
resultado da empresa apenas em relação aos custos fixos totais, pois reduziria o
valor de depreciação com os caminhões e também eliminaria o aluguel e o IPTU,
reduzindo o custo fixo total da tabela 17 para R$ 27.028,80.

Tabela 19 – DRE – Cenários


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7. Avaliação Estratégica

A matriz F.O.F.A (Forças – Oportunidades – Fraquezas – Ameaças) é um


instrumento de análise simples e valioso. Seu objetivo é detectar pontos fortes e
fracos, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva, corrigindo
assim suas deficiências. Essa matriz é feita em quadrantes, onde, em cada
quadrado são registrados fatores positivos e negativos para a implantação do
negócio. A seguir temos a matriz F.O.F.A da empresa CSV, que foi elaborada com
as informações coletadas para o Plano de Negócios e conversas realizadas com o
idealizador desse projeto.

Figura 13 – Matriz F.O.F.A

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