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Aula 06

Banco do Brasil (Escriturário-Agente


Comercial) Conhecimentos Bancários -
2021 (Pós-Edital)

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 06

13 de Julho de 2021
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 06

Sumário

1 - Regimes de Câmbio ...................................................................................................................................... 1

1.1 - Regime De Câmbio Fixo......................................................................................................................... 4

1.2 - Regime de Câmbio Flexível ................................................................................................................... 6

1.3 - Regimes Intermediários .......................................................................................................................... 6

1.4 - Regimes de Câmbio e Expectativas ....................................................................................................... 7

2 - Autorizados ................................................................................................................................................... 9

3 - Principais Operações .................................................................................................................................. 11

3.1 - Operações Manuais ............................................................................................................................. 13

3.2 - Operações de Remessa ....................................................................................................................... 14

3.3 - Contrato de Câmbio ............................................................................................................................ 15

3.4 - Operações com Ouro ........................................................................................................................... 16

3.5 - SISCOMEX............................................................................................................................................ 17

3.6 - Financiamento à Importação e à Exportação: Repasses de Recursos do Bndes .................................. 18

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 19

Resumo .............................................................................................................................................................. 29

1 - REGIMES DE CÂMBIO
Já vimos que o Balanço de Pagamentos registra as transações entres os residentes e não residentes de
certo país em determinado período de tempo. Exportadores e poupadores ofertam divisas estrangeiras em

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troca de moeda nacional, ao passo que importadores e devedores/investidores demandam a moeda


internacional em troca de moeda nacional.

As transações devem ser cotadas e listadas de uma maneira padrão, ou seja, através de alguma unidade
monetária de referência, independentemente de qual moeda for liquidada a operação. Afinal o exportador
não pode contabilizar mercadorias no BP. Como de praxe, a moeda padrão para a realização de transações
entre residentes e não residentes é o padrão é o dólar americano (US$).

Define-se como taxa de câmbio o preço da moeda nacional em termos de moeda estrangeira. Isto é, com
quantas unidades monetárias de moeda doméstica podemos compram uma unidade de moeda estrangeira.
Algebricamente, pode-se representar da seguinte maneira:

𝑹$
𝑬=
𝑼𝑺$

A expressão acima representa a taxa de câmbio nominal (E) que mede o preço do Real (R$) em Dólares (US$).

No entanto, o que nos interessa é a taxa de câmbio real, ou seja, aquela que mede a variação da taxa de
câmbio considerando também a variação de preços, tanto na economia interna, como na economia externa.
Vejamos:

𝑸
𝜽=𝑬 ×
𝑷

A taxa de câmbio real (θ) é função da taxa de câmbio nominal (E) multiplicada pela razão entre o índice de
preços externo (Q) e o índice de preços interno (P). Ou seja, a elevação do índice de preços interno provoca
valorização da taxa real de câmbio, ao passo que o aumento da taxa de preços externa provoca
desvalorização da taxa.

Este resultado é bem intuitivo. Se considerarmos que a taxa de câmbio nominal valorizou, ou seja, o Real
ficou mais valorizado em relação ao Dólar, os preços cotados em Real se tornaram mais caros em Dólar. O
mesmo acontece se os preços internos, cotados em Real, aumentam devido à inflação. Do mesmo modo, o
aumento de preços externos, cotados em Dólar, permite que os produtos cotados em Real se tornem mais
baratos em moeda externa.

Este é o efeito da variação de preços entre países, que deve ser visto conjuntamente. Pois, caso os preços
internos aumentem em 10% e os externos no mesmo montante, os preços relativos entre os produtos se
mantiveram, ou seja, o câmbio real não variou, mantendo-se tudo o mais constante.

A relação que deve ficar na mente de todos:

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Vejamos o exemplo na expressão, considerando que o câmbio apresentou desvalorização nominal de 10%
(E=1,10), a inflação interna foi de 5% (Q=1,05) e a inflação externa foi de 2% (P=1,02):

𝑸
𝜽=𝑬 ×
𝑷
𝟏, 𝟎𝟐
𝜽 = 𝟏, 𝟏 ×
𝟏, 𝟎𝟓

𝜽 = 𝟏, 𝟎𝟔𝟖𝟓

Neste caso, a desvalorização real do cambio foi de 6,85%, um valor distinto da desvalorização nominal em
função da variação no índice de preços dos países.

Já devidamente apresentada a diferença entre taxa de câmbio nominal e taxa de câmbio real, podemos
passar aos regimes de câmbio.

VARIAÇAO NA TAXA DE CÂMBIO E O SALDO DO BP

Antes de entrarmos nos regimes de câmbio, façamos uma observação sobre a variação no
câmbio e a variação no saldo do BP. Lembrando que, a taxa de câmbio deve ser entendida
como a taxa real!

NÃO ESQUEÇAM DESTAS RELAÇÕES:

- A desvalorização da taxa de câmbio deixa os produtos produzidos no exterior mais caros


em relação aos produzidos internamente.

- Neste caso, há uma tendência de desestimulo às importações, ao passo que as


exportações são favorecidas.

- O aumento das exportações e a diminuição das importações provoca saldo positivo no


BP.

- O saldo positivo no BP, tudo o mais constante, provoca valorização da taxa cambial, ou
melhora nos termos de troca do país

Por melhora nos termos de troca, deve-se entender que os preços dos bens internos se
valorizaram em termos de preços internacionais.

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Obs: A relação entre a desvalorização real do câmbio e o aumento das exportações,


explicada acima, é derivada pela Condição Marshall-Lerner. Caso este nome apareça na
prova, já sabemos do que se trata!

1.1 - Regime De Câmbio Fixo

No regime de câmbio fixo, a Autoridade Monetária se compromete a comprar e vender a moeda


internacional de referência a um preço fixo anunciado, considerado como o valor do câmbio.

Como já foi mencionado nesta aula, a oferta e a demanda de divisas é realizada no mercado de câmbio e
intermediada pela Autoridade Monetária. O Banco Central compra as divisas internacionais ofertadas pelos
exportadores e poupadores e as oferta aos importadores e devedores (investidores). Até aqui tudo tranquilo!

A Autoridade Monetária se
Regime de compromete a comprar e
Considerado como o valor
vender a moeda internacional
câmbio fixo do câmbio
de referência a um preço fixo
anunciado

No regime de câmbio fixo, independentemente dos saldos apurados no Balanço de Pagamentos, a


Autoridade Monetária realiza esta operação ao mesmo preço, trocando sempre moeda nacional por
internacional na mesma relação.

Não é necessário ser nenhum gênio para perceber que este modelo tem um certo limite. Afinal, déficits
sucessivos no BP resultam em escassez de divisas internacionais, o que, em um mercado livre, provocaria a
desvalorização da moeda doméstica, aumento das exportações e redução das importações e posterior
equilíbrio no BP.

No entanto, o Banco Central literalmente banca esta conta, utilizando as reservas internacionais para “fechar
a conta” e equilibrar a oferta e a demanda entre as moedas no mercado cambial.

Vamos entender com um exemplo.

Supondo que em determinado período o Balanço de Pagamentos apresente déficit de R$ 1 mil. Ou seja, os
débitos com não residentes forma superiores aos créditos neste valor.

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Para manter a taxa de câmbio fixo, a Autoridade Monetária deve ofertar no mercado de divisas esta
quantidade que faltou para “fechar a conta” . Imaginando que o câmbio apresente cotação de 1 (1 dólar
adquire 1 real), a Autoridade Monetária deve disponibilizar US$ 1 mil para manter a cotação ao nível
anunciado. Geralmente, este valor faz parte das reservas internacionais.

O que nos remete a algo importante. A manutenção de taxas fixas de câmbio prescinde da atuação da
Autoridade Monetária e da existência de reservas internacionais para bancar eventuais déficits
apresentados no Balanço de Pagamentos.

Em geral, as taxas de câmbio fixo favorecem a tomada de decisões por parte dos agentes econômicos
envolvidos nas transações internacionais. Sabendo o valor de troca entre moeda doméstica e internacional,
os exportadores, por exemplo, sabem o valor da receita em moeda doméstica de suas vendas no resto do
mundo, assim como os importadores podem planejar melhor as aquisições internacionais, cotadas a valor
doméstico.

Por hora, conhecendo a expressão da taxa real de câmbio, devemos também “ter na veia” que, mesmo que
a taxa nominal for fixa, a taxa real pode sofrer variações devido às mudanças nos preços nacional e
internacional.

Já vimos que, dada um aumento nos preços internacionais, a taxa de câmbio se desvaloriza, tornando mais
barato os bens domésticos em relação aos externos.

O mesmo efeito ocorre no câmbio fixo. E isto é muito relevante: no câmbio fixo, o que é “imutável” é a taxa
nominal de câmbio; a taxa real, por sua vez, pode variar e com certeza irá variar!

No Quadro abaixo é analisado um caso específico de câmbio predominantemente fixo: o padrão ouro.

O PADRÃO-OURO

O padrão-ouro, sistema de câmbio vigente até o início do século passado, foi formalmente
teorizado no séc. XVIII por David Hume.

O padrão-ouro previa que a moeda fiduciária de determinado país deveria ser convertida
internamente a um preço fixo em ouro. Por exemplo, os EUA poderiam trocar US$ 10 por
grama de ouro e a Inglaterra poderia converter 5 libras esterlinas para cada grama de ouro.

Ao passo que a taxa de câmbio interna (moeda nacional versus ouro) é fixa, a taxa de
câmbio internacional (dólar versus libra) é flexível, de acordo com a oferta em demanda do
mercado de divisas. No entanto, como cada país deve converter necessariamente sua
moeda em ouro a uma taxa fixa, na prática a taxa de câmbio internacional também era fixa:
em nosso exemplo, 2 dólares adquirem 1 libra.

Isto torna o padrão-ouro um interessante exemplo de câmbio predominantemente fixo,


mas não totalmente.

Outras características sobre o padrão-ouro merecem menção. Para manter a


conversibilidade entre a moeda doméstica e o ouro, a oferta monetária deve ser

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proporcional ao estoque de ouro. Ademais, deve-se considerar que o nível de preços é


função da oferta monetária.

Deste modo, imagine que o país ‘A’ obtenha um saldo negativo no BP. Para quitar as
obrigações com o resto mundo, ‘A’ deve utilizar suas reservas em ouro, tendo em vista que
suas operações financeiras e comerciais não o permitiram. Como resultado, o estoque de
ouro é reduzido.

Consequentemente, como a oferta monetária é uma função do estoque de ouro, os meios


de pagamento também se reduzem, assim como o nível de preços da economia (há
deflação).

Considerando nossa expressão de taxa real de câmbio, uma redução da inflação interna
resulta em desvalorização real da taxa de câmbio e posterior saldo do BP. O movimento
termina quando o BP se encontra em equilíbrio novamente.

1.2 - Regime de Câmbio Flexível

O regime de câmbio flexível nada mais é do que resultado da pura e simples oscilação da oferta e demanda
de divisas no mercado de câmbio. A Autoridade Monetária não desempenha qualquer papel, a não ser
registrar e contabilizar as operações.

Como já citado várias vezes, exportadores e poupadores ofertam as divisas internacionais, e importadores e
devedores (investidores) as demandam, O equilíbrio no BP é realizado automaticamente.

A determinação da taxa de câmbio está a cargo do mercado e denota o resultado dos fluxos de transações
entre residentes e não residentes.

Assim, déficits no BP evidenciam escassez de dólares no mercado interno. Com menos dólares em relação à
moeda doméstica, o dólar valoriza-se frente à moeda interna, ou seja, ocorre desvalorização cambial. Do
mesmo modo, saldos positivos no BP resultam em excesso de dólares frente à moeda doméstica e,
consequentemente, valorização da taxa do câmbio.

1.3 - Regimes Intermediários

Já analisamos os dois extremos: puramente flexível e puramente fixo.

No entanto, considerando as dificuldades apresentadas pelos dois regimes cambiais, variantes surgiram.
Seguem algumas delas:

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a) Flutuação suja (dirty floating) – regime cambial mais comumente utilizado na atualidade. É uma
variação do regime de câmbio flexível, ou seja, o regime é primordialmente flexível desde que movimentos
especulativos não comprometam a variação “justa” do câmbio. Caso o câmbio se desvie deste valor justo,
ou, ao menos, justificável, a Autoridade Monetária intervém no mercado para conter a volatilidade ou
apreciação/depreciação. O objetivo é tornar as movimentações do câmbio mais suave, de modo que as torne
mais previsíveis aos agentes econômicos. Portanto, o regime de flutuação suja prevê intervenções
esporádicas no cambio pelo Banco Central com o objetivo de tornar as oscilação do câmbio menos brusca,
pois tal fato pode trazer incertezas aos agentes econômicos e prejudicar a atividade econômica.
b) Bandas Cambiais – o regime de bandas cambiais é um mix de câmbio flutuante e câmbio fixo.
Variável, pois permite que o câmbio oscile ao sabor das forças de mercado. Fixo, pois a variação é feita dentro
um espaço permitido, não mais que este.

Caso o câmbio atinja o limite mínimo da banda, a Autoridade Monetária compra moeda estrangeira, com o
objetivo de apreciá-la. Do contrário, vende, com finalidade oposta.

O regime de bandas pode ser graficamente apresentado da forma que segue, sendo E+ a cotação máxima
do câmbio (momento de venda da moeda internacional), E- a cotação mínima (momento de compra da
moeda estrangeira) e ΔE a variação do câmbio:

E+

ΔE

E-

c) Taxa Real de Câmbio Fixo – como já vimos no início deste tópico sobre regimes cambiais, a variação
da taxa real de câmbio é medida pela variação da taxa nominal menos o excesso da inflação interna sobre a
inflação externa. Para manter a taxa real de câmbio fixa, a taxa nominal deve variar de acordo com a
diferença entre a variação de preços interna e externa. Esta política cambial foi adotada no Brasil em diversos
momentos, e ficou conhecida como “Minidesvalorizações”.

1.4 - Regimes de Câmbio e Expectativas

Chegamos ao último, mas não menos importante, tópico sobre regimes cambiais.

As expectativas podem influenciar a variação cambial em todos os regimes adotados.

Neste tópico analisaremos os dois casos principais:

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a) Expectativas e Câmbio fixo

No regime de câmbio fixo, as expectativas operam no sentido da credibilidade dos agentes sobre o regime.
Caso esperem desvalorização do câmbio, ela irá correr; caso entendam que o câmbio irá valorizar, assim
acontecerá.

Vejamos um exemplo: você é um exportador e não acredita que seu País conseguirá manter o câmbio fixo
por muito tempo. Afinal, as reservas já estão se esgotando, o País não anda lá muito bem, os termos de troca
têm piorado, o Presidente não é muito simpático. Enfim, o sistema não apresenta credibilidade.

Você como exportador e interessado em maximizar o valor recebido em suas vendas pensa o seguinte: posso
retardar o embarque de alguns produtos vendidos, pois como o câmbio provavelmente irá depreciar, irei
faturar mais em moeda doméstica fazendo a mesma venda.

No entanto, todos pensam a mesma coisa. O resultado: a expectativa de desvalorização cambial agrava a
entrada de divisas, devido ao retardamento de exportações, e complica ainda mais a conversão entre as
moedas pela Autoridade Monetária.

Na prática, as receitas em divisas internacionais, necessárias para a manutenção do câmbio fixo, não são
realizadas. A desvalorização que poderia ocorrer dentro de certo tempo pode ocorrer antes do previsto.
Portanto, caso haja uma expectativa de desvalorização do câmbio fixo, por mais que a Autoridade Monetária
procure adiar o “dia D”, ele certamente ocorrerá!

No Brasil, um bom exemplo é a desvalorização do Real em 1999. Devido aos receios inflacionários (passagem
da desvalorização do Real aos preços) e à eleição que se avizinhava, o Governo FHC retardou ao máximo a
desvalorização e o real sofreu diversos ataques especulativos, até que em janeiro de 1999 a desvalorização
foi iniciada. O episódio ficou conhecido como Efeito Samba (dá para imaginar o quanto nossa moeda dançou
devido à piora das expectativas!).

b) Expectativas e Câmbio flutuante

No caso de câmbio puramente flexível a história é um pouco diferente.

Vamos supor novamente o caso do País ‘A’. Imagine que ele adote câmbio flutuante e atraia o interesse de
investidores internacionais, que ingressam com recursos, elevando o saldo de capitais autônomos.

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A moeda doméstica irá se valorizar, beneficiando o setor importador, em detrimento do setor exportador,
que muitas vezes pode ser o principal setor da economia. O resultado será de provável retração econômica,
em face dos movimentos de capitais internacionais.

A lógica do capital financeiro é aplicar seus recursos no país que fornece os maiores rendimentos, os quais
que podem ser calculados da seguinte maneira:

𝑬𝟎 (𝟏 + 𝒊)
𝒗=
𝑬𝟏 (𝟏 + 𝒊´)

A expressão acima pode assim ser entendida: o patrimônio após a aplicação no exterior (v) pode ser
calculado através da diferença entre a taxa de juros interna (i) sobre a taxa de juros externa (i´) mais a
variação da taxa de cambial entre o momento da aplicação (E0) e o saque da mesma (E1).

E a conclusão pode ser assim expressa: ao investidor estrangeiro é mais rentável aplicar em um país caso a
taxa de juros interna supere a taxa de juros externa em valor superior à taxa de desvalorização cambial
percebida no período de aplicação.

A lógica é simples.

Poupadores procuram os melhores rendimentos para suas aplicações. Caso encontrem no País ‘A’, é para lá
que irão (considerando que o fluxo de capitais é livre). Muitos realizam o mesmo movimento, intensificando
a entrada de capitais autônomos em ‘A’ e contribuindo para a valorização da taxa de câmbio.

Quanto mais valorizada a taxa, melhor para os investidores, e “pior” para ‘A’, considerando que a taxa de
juros interna e externa se mantenham constantes.

O raciocínio contrário é análogo: quanto maior a expectativa de desvalorização cambial, menor a entrada de
capitais no País ‘A’, o que, tudo o mais constante, intensifica a desvalorização cambial e contribui para o
setor exportador maximizar suas receitas, bem como para a elevação dos saldos positivos em transações
correntes.

2 - AUTORIZADOS
Bom, é evidente que as instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio apresentam singular
relevância.

Afinal, as operações no Brasil não podem ser praticadas livremente pelos indivíduos e empresas sem a
participação de instituição autorizada pelo Bacen.

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Oficialmente, você não pode se dirigir ao seu colega (que possui dólares) e comprar dele estas divisas.
Obviamente que isto pode ser feito mediante a vontade de ambos, no entanto estas transações são
chamadas de paralelas, ou seja, fora do mercado oficial de câmbio.

A Resolução 3.568 de 2008 do Banco Central regulamenta o mercado de câmbio no Brasil, afirmando que as
pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar
transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, sendo contraparte
na operação agente autorizado a operar no mercado de câmbio.

A ideia do normativo é clara. Qualquer pessoa (jurídica e física) pode comprar e vender moeda estrangeria
ou realizar transferências internacionais em reais, sem limite de valor, desde que o faça com a intermediação
de agente autorizado a operar no mercado de câmbio.

Mas, quem são estes agentes autorizados? Adicionalmente, que tipo de operações estão autorizados a
realizar?

Vejamos:

✓ Bancos e a Caixa Econômica Federal ➔ Todas as operações do mercado de câmbio.


✓ Bancos de desenvolvimento e sociedades de crédito, financiamento e investimento ➔ Operações
específicas autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
✓ Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários e sociedades corretoras de câmbio ➔ Operações de câmbio com clientes para liquidação pronta
de até US$300.000,00, ou valor equivalente em outras moedas;
✓ Agências de turismo: compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de
viagem relativos a viagens internacionais.

As instituições estão em preto e as transações marcadas em lilás.

Os bancos e a CEF estão autorizados a realizar todas as operações no mercado de câmbio.

Já os bancos de desenvolvimento, assim como as sociedades de crédito, financiamento e investimento


(financeiras) estão autorizados a operar no mercado de câmbio em operações específicas a serem
autorizadas pelo BACEN.

As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores


mobiliários e sociedades corretoras de câmbio estão autorizadas a efetivar operações por conta de seus
clientes em até 100 mil dólares.

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Por exemplo, digamos que uma sociedade corretora receba uma ordem de compra de determinada ação no
exterior. Desta forma, ela mesma pode realizar a operação de câmbio, em até US$ 100 mil, e liquidar a
compra de seu cliente fora do país. Caso a transação exceda este valor, a operação de câmbio deve ser
realizada em algum banco comercial ou múltiplo (os quais não possuem limitação de valor).

Por fim, as agências de turismo estão também autorizadas a realizar operações de câmbio. Podem comprar
e vender moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais.
Ou seja, as transações cambiais estão limitadas sua natureza social, que são as viagens internacionais.

Para ser autorizada a operar no mercado de câmbio, a instituição financeira deve (i) indicar diretor
responsável pelas operações relacionadas ao mercado de câmbio e (ii) apresentar projeto, indicando, no
mínimo, os objetivos operacionais básicos.

Este ponto é autoexplicativo. Não obstante, o Banco Central pode cassar, cancelar ou revogar as autorizações
concedidas a estas instituições, o que nos permite concluir que as autorizações, uma vez obtidas, não duram
para sempre.

Por exemplo, caso a instituição autorizada não realize operação de câmbio por período de 180 dias, a
autorização pode ser cassada.

Já sabendo da dinâmica do mercado e das instituições autorizadas, resta saber das operações praticadas no
mercado de câmbio.

3 - PRINCIPAIS OPERAÇÕES
Basicamente há três principais maneiras de se operar com câmbio, de acordo com a natureza da operação,
que reflete o ponto de vista da instituição autorizada a operar no mercado cambial:

✓ Compra: Acontece quando a instituição compra moeda internacional em troca de moeda nacional.
Quando você se dirige a um banco e deseja trocar seus dólares por reais, você realiza uma operação de
compra.

Apesar de parecer um contrassenso (afinal, você está comprando reais em troca de dólares), a denominação
da troca é originada pelo ponto de vista da instituição cambial, que compra moeda internacional em troca
de reais.

As operações de compra são típicas quando ocorre exportação. O exportador recebe em moeda
internacional e se dirige a uma instituição autorizada para troca-las por moeda doméstica. Isto é, o banco
compra moeda externa em troca de moeda interna.

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✓ Venda: Aqui ocorre o contrário. A instituição vende divisa internacional e recebe em troca moeda
doméstica. É o que acontece quando você, por exemplo, viaja ao exterior. Precisando de moeda
internacional se dirige ao banco, oferecendo reais em troca de dólares. A instituição autorizada te vende
moeda externa em troca de moeda interna.
✓ Arbitragem: A operação de arbitragem não envolve, em nenhuma das pontas da negociação, moeda
doméstica. Acontece quando uma instituição autorizada troca uma moeda internacional por outra moeda
também internacional. Por exemplo, quando ocorre a troca de dólares por euros.

COMPRA: compra moeda


internacional em troca de
moeda nacional.

Principais maneiras de
se operar com câmbio

ARBITRAGEM: troca uma


VENDA: vende divisa
moeda internacional por
internacional e recebe em
outra moeda também
troca moeda doméstica.
internacional.

Como já oportunamente (e exaustivamente) citado, as trocas cambiais são derivadas principalmente das
exportações, importações e transações financeiras.

Desta forma, o exportador, ao receber em dólares, precisa de reais para realizar suas transações no mercado
interno. Assim, dirige-se ao banco e realiza uma operação de compra. O importador, realiza o procedimento
inverso: necessitando de dólares para pagar suas compras internacionais, dirige-se ao banco e realiza uma
operação de venda, pois o banco vende a ele as divisas necessárias.

O mesmo acontece com operações financeiras. Digamos, por exemplo, que determinado investidor
internacional deseja comprar ações de empresas brasileiras negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo
(BM&FBOVESPA). Ele necessita trocar seus dólares por reais, realizando uma operação de compra na
instituição nacional autorizada. Afinal, no Brasil não se pode liquidar transações em dólares, mas tão
somente em reais.

É evidente que nem todas as transações cambiais são liquidadas em espécie. Ou seja, nem sempre a troca
entre uma moeda e outra é feita através da efetiva troca entre as moedas.

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Desta forma, é possível classificar as trocas da maneira como são feitas, conforme segue abaixo:

✓ Câmbio Manual: É a operação que envolve a compra e venda de moedas em espécie, ou seja,
quando a troca se efetua com moedas metálicas e/ou cédulas de dinheiro doméstico e de outros países.

Quando o turista se dirige à casa de câmbio necessitando de dólares em espécie, realiza uma operação de
câmbio manual. Mais precisamente, uma operação de venda de câmbio manual (pois a casa de câmbio está
vendendo moeda internacional a ele).

✓ Câmbio Sacado: É a operação que envolve documentos e/ou títulos representativos de moeda.
Neste tipo de operação se envolve a movimentação de conta bancária representativa de moeda, ou mesmo
de um título que represente um direito/dever valorizado em moeda internacional.

==14cab7==

Por exemplo, digamos que um exportador realize uma venda ao exterior no valor de US$ 10 milhões.
Evidentemente que ele não irá ao banco sacar todo este volume de dinheiro. Por isso, o exportador pode se
dirigir ao banco com o contrato de venda que possui e aquele valor a receber que possui em dólares será
creditado em sua conta em reais. O banco se encarrega de fazer a cobrança do valor no comprador no
exterior, assim como o câmbio entre as moedas.

Como visto, não há a troca de cédulas, mas sim crédito em conta.

Estes conhecimentos são suficientes para adentramos nas operações de câmbio em si.

Abaixo, seguem as modalidades das operações de câmbio.

3.1 - Operações Manuais

Já citamos a definição das operações manuais de câmbio. No entanto, ficou faltando (propositalmente) citar
quais transações são feitas com o câmbio manual.

Em geral são realizadas através da troca de moeda doméstica por dólar turismo ou através da troca de
moeda doméstica por traveller checks.

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A troca de moeda doméstica por dólar turismo é autoexplicativa. O interessado em viajar ao exterior se dirige
à instituição autorizada a operar com câmbio e adquire o dólar turismo, em troca do valor correspondente
em reais.

A cotação dólar turismo é diferente do câmbio comercial (dólar comercial) para permitir o ganho da
sociedade de câmbio. Ou seja, a instituição pode adquirir dólar na cotação comercial (pagando mais barato)
e vendê-lo na cotação turismo, que é mais cara. Esta diferença origina o ganho da instituição.

Os traveller checks constituem outra importante forma de operação manual de câmbio. Chamados, em
português, de cheques de viagem, correspondem a um saldo depositado em moeda estrangeira.

Ou seja, caso o adquirente prefira levar os cheques de viagem (que também assumem a forma de cartão
magnético), podem depositar o valor correspondente em determinada conta e sacar estes valores no
exterior.

O cartão magnético, forma mais recente de traveller checks, pode ser creditado no Brasil em moeda
internacional (por exemplo, em dólares) e, na medida em que o adquirente efetua suas compras no exterior,
o saldo vai sendo debitado do cartão.

Mesmo os débitos efetuados em país que não utiliza o dólar como moeda corrente podem ser feitos com
cartões com créditos em dólar. No momento da compra é feito o câmbio entre o dólar e a moeda loca.

É muito semelhante a um celular pré-pago, cujo saldo é creditado para que as ligações possam ser efetuadas
posteriormente.

3.2 - Operações de Remessa

As operações de remessa são realizadas através de ordens (como as feitas pela internet), em que o banco
nacional vende divisas internacionais a outro banco situado no exterior.

Desta forma, caso você queria transferir, digamos, US$ 1 mil a um parente no exterior, pode se dirigir ao
banco que possui conta.

O banco debita de sua conta o valor correspondente em reais mais as taxas incidentes na operação e envia
estes valores ao banco de destino situado no exterior, onde seu familiar pode sacá-lo.

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As remessas adquiriram singular importância a partir da autorização concedida pelo CMN para remessas
de pequeno valor (até US$ 10 mil, ou equivalente em outra moeda) que podem ser realizadas em
correspondentes bancários (agências do correio/casas lotéricas). O mesmo vale para as agências de turismo,
hotéis, pousadas e afins.

Estas remessas podem ser feitas, por exemplo, com a finalidade de remeter valores ao exterior entre
pessoas físicas. É o caso do filho que trabalha fora do país e envia valores a sua família mensalmente.

Ele pode converter seus valores em Reais já no exterior e remetê-los para o Brasil. Assim, não se faz
necessária a conversão cambial no Brasil, pois ela já foi feita no exterior.

O mesmo acontece com pessoas jurídicas que precisam fazer remessas do exterior ao Brasil. Imagine o caso
do exportador, que recebe em dólares em outro país. Ele pode fazer a conversão lá fora e trazer seus recursos
já em Reais ao Brasil.

Adicionalmente, há a possibilidade de realização de remessas do exterior ao Brasil

Apenas um comentário. Aqui há a movimentação de valores em contas correntes, pelo que a operação é
considerada de câmbio sacado.

3.3 - Contrato de Câmbio

O objetivo principal do contrato de câmbio é a compra e venda de moeda estrangeira, cuja entrega da
moeda corresponde à liquidação do contrato.

O contrato de câmbio é um importante instrumento na realização de importações e exportações. Através


do contrato de câmbio se estabelecem as características e as condições sob as quais se realiza a operação de
câmbio entre o vendedor e o comprador de divisas nas operações comerciais internacionais.

Vamos usar o exemplo do exportador.

O exportador realiza uma venda de bens a outra pessoa situada no exterior e pactua a negociação através
de um contrato mercantil, no qual há as condições da venda, entrega do produto e recebimento.

Bom, como a venda foi feita ao exterior, ela foi cotada em moeda internacional. Geralmente, como em todos
os exemplos da aula, a venda é cotada em dólares norte-americanos (US$).

No entanto, o exportador não pode transitar com dólares no Brasil. Também não é viável que ele vá
pessoalmente ao exterior receber o valor da venda e o traga ao Brasil para realizar o câmbio.

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Desta forma, ele pode se dirigir ao banco e apresentar o contrato de venda que pactuou. Com base nas
condições deste contrato ele firma um contrato de câmbio com a instituição financeira, no qual esta compra
os dólares que ele recebeu em troca de reais.

O valor pago pelo comprador, situado no exterior, é depositado em outro banco, o qual transfere os
valores ao banco brasileiro.

Desta forma, os valores transitam através de instituições financeiras intermediárias e o exportador recebe
através do banco situado no Brasil, e não do importador.

Nos contratos de câmbio, o exportador pode realizar a chamada contratação prévia total do câmbio. Isto é,
antes mesmo do embarque da mercadoria que vendeu ao exterior, ele fecha a cotação cambial e, quase
sempre, recebe os valores antecipados. Obviamente que, além do serviço de intermediação e realização do
câmbio, a instituição financeira irá cobrar uma taxa de juros relativa ao desconto do título.

É possível afirmar que, além do contrato de câmbio, há outro contrato de crédito implícito na operação. A
instituição ganhou pelos dois contratos.

Do mesmo modo, ele pode realizar a contratação parcial prévia do contrato, ou mesmo a contratação
posterior (total ou parcial) do contrato. Na primeira, recebe apenas parte da venda antecipadamente. Na
segunda, recebe total ou parcialmente os valores do contrato de exportação posteriormente ao embarque
da mercadoria.

3.4 - Operações com Ouro

As operações com ouro são realizadas no mercado de câmbio apenas por instituições autorizadas a operar
no mercado de câmbio integrantes do Sistema Financeiro Nacional e correspondem à:

 compra de ouro-ativo financeiro da própria instituição;


 compra ou de venda de ouro do ou ao Banco Central do Brasil com essa finalidade;
 compra ou de venda de ouro-instrumento cambial entre as instituições constantes
do caput; ou
 arbitragem com outra instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional ou com
instituição do exterior, na forma da regulamentação cambial.

O que precisamos ter em mente nessas transações é que o ouro, nesses casos, é considerado um ativo
financeiro capaz de liquidar transações realizadas no mercado de câmbio. É por isso que o ouro, nesses casos,
é chamado de “ouro-instrumento cambial”.

Uma vez incorporado à posição de câmbio da instituição, o ouro somente pode ser negociado com outra
instituição integrante do sistema financeiro autorizada a operar no mercado de câmbio, com instituição
externa ou com o Banco Central do Brasil, observadas as mesmas condições estabelecidas para a negociação
de moeda estrangeira.

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3.5 - SISCOMEX

Por fim, temos que entender o que é o SISCOMEX.

O Sistema Integrado de Comércio Exterior é a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro


que integra as atividades afins do Departamento de Comércio Exterior (DECEX), da Secretaria da Receita
Federal (SRF) e do Banco Central no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das
operações de exportação e importação.

O conceito é muito simples e valioso. Quando realizada uma operação de comércio exterior
(exportação/importação) há diferentes procedimentos burocráticos a serem realizados.

Por exemplo, há a necessidade de desembaraço aduaneiro pela SRF, pois sobre os bens transacionados
incidem taxas e impostos. Há a necessidade de realização de uma operação cambial, convertendo moeda
internacional em doméstica, ou o inverso – tal operação é autorizada pelo BACEN.

Bom, seria ótimo se tão somente 1 documento validasse todas estas operações, não é? Pois bem, é
exatamente isto que ocorre no SISCOMEX.

Através dos registros eletrônicos que realiza, permite desburocratizar, reduzir custos e elevar a eficiência
com a emissão de tão somente 1 documento que certifica todos os processos necessários para se
exportar/importar. O documento de exportação é chamado de Registro de Exportação - RE; o de importação,
de Declaração de Importação – DI.

O grande atrativo do SISCOMEX é “ligar” todos os envolvidos, como bancos que realizam câmbio, a Receita
Federal, que certifica o pagamento de tributos incidentes, entre outros.

Estão autorizados a operar no SISCOMEX:

✓ Agências do BB que operam comércio exterior


✓ Agências de bancos que operam em câmbio
✓ Sociedades de Câmbio
✓ Despachantes Aduaneiros
✓ Estabelecimento do Exportador/Importador, observadas as limitações colocadas
✓ Salas de contribuintes da SRF.

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Estão autorizados a
operar no
SISCOMEX

Estabelecimento
Agências de do
Agências do BB Salas de
bancos que Sociedades de Despachantes Exportador/Import
que operam contribuintes da
operam em Câmbio Aduaneiros ador, observadas
comércio exterior SRF.
câmbio as limitações
colocadas

3.6 - Financiamento à Importação e à Exportação: Repasses de


Recursos do Bndes

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social possui linhas de financiamento a exportações e


importações. A intenção do BNDES com estes financiamentos é fomentar a área de comércio exterior e a
internacionalização de empresas com custos e prazos diferenciados.

Entre as ações implementadas, destacam-se o aumento da competitividade internacional da produção


brasileira de bens e serviços de maior valor agregado e o crescente estímulo à ação de empresas brasileiras
na América do Sul, ampliando laços comerciais estratégicos.

Abaixo, seguem os programas atualmente em vigor neste sentido:

• BNDES EXIM

Financiamento à produção de bens e de serviços brasileiros destinados à exportação e à comercialização


destes itens no exterior.

Na fase pré-embarque da mercadoria, empresas produtoras e exportadoras, de qualquer porte, constituídas


sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no País podem solicitar o financiamento,
ressaltando que empresas de pequeno porte possuem condições mais vantajosas em relação às taxas de
juros vigentes. A ideia deste tipo de operação é adiantar recursos ao produtor exportador, no total de até
90% da receita de exportação, dependendo do produto ou serviço, antes mesmo deles estarem prontos para
embarque (ou até mesmo fabricados).

Na fase pós-embarque, o BNDES apoia a comercialização, no exterior, de bens e serviços brasileiros por meio
do produto BNDES nas seguintes modalidades:

✓ Supplier’s credit: a colaboração financeira consiste no refinanciamento ao exportador e ocorre por


meio da apresentação ao BNDES de títulos ou documentos do principal e juros do financiamento concedido
pelo exportador ao importador. Esses títulos são descontados pelo BNDES, sendo o resultado do desconto
liberado à empresa exportadora;

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✓ Buyer’s credit: nessas operações, os contratos de financiamento são estabelecidos diretamente entre
o BNDES e a empresa importadora, com interveniência do exportador. As operações são analisadas caso a
caso, podendo atender estruturas específicas de garantia e desembolso. Por terem condições diferenciadas
e envolverem diretamente o importador, possuem custo relativo mais elevado que a modalidade supplier’s
credit, além de possuírem prazo de análise mais longo.
• BNDES FINEM

Financiamento, de valor superior a R$ 20 milhões, a projetos de implantação, expansão e modernização de


empreendimentos. A atuação do BNDES, no âmbito do Finem, para apoio à inserção internacional é realizada
através das seguintes linhas de financiamento:

✓ Apoio à internacionalização: Tem como objetivo estimular a inserção e o fortalecimento de empresas


com participação de capital nacional no mercado internacional através do apoio à aquisição de ativos e à
realização de projetos ou investimentos no exterior, desde que contribuam para o desenvolvimento
econômico e social do País. Os itens a serem financiados
1 são: (i) participação societária; (ii) aquisição,
implantação, ampliação ou modernização de unidades produtivas, canais de comercialização e/ou centros
de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no exterior.
✓ Aquisição de bens de capital: Tem como objetivo apoiar a aquisição de bens de capital associada a
planos de investimentos apresentados ao BNDES. O financiamento dos bens de capital pode ser realizado
nas condições financeiras descritas nesta página ou pela linha de financiamento específica do
empreendimento apoiado, caso esta tenha condições mais vantajosas para o cliente e a critério do BNDES.
Os bens que podem ser financiados são: aquisição de máquinas, equipamentos e bens de informática e
automação, associada a planos de investimentos apresentados ao BNDES, de forma isolada ou vinculada a
projetos.

QUESTÕES COMENTADAS
CESPE - Ana (FUNPRESP)/FUNPRESP/Investimentos/2016

Julgue o item subsequente, com relação à taxa de câmbio e aos regimes cambiais.

A depreciação do peso argentino frente ao real pode reduzir as exportações dos produtos brasileiros para
a Argentina, desconsiderados os efeitos da inflação nos dois países.

Comentários

A depreciação de uma moeda frente a outra (do peso em relação ao real, por exemplo) reduz o preço, em
moeda estrangeira (no caso, real) dos bens domésticos (no caso, bens argentinos). Assim, as exportações
destes bens são incentivadas.

Gabarito: Certo

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(CESPE-UnB/Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA/2008)

As crises cambiais da década passada mostraram que a única opção viável de regime cambial para países
emergentes são as chamadas posições extremas: flutuação total ou âncora ultra-rígida, do tipo currency
board.

Comentários

Atualmente, o regime cambial de flutuação suja apresenta alternativa aos modelos apresentados pela
questão, além de se situar entre os modelos extremos. Por conta disso e da eficácia empírica que
apresentam, são utilizados na atualidade.

Gabarito: ERRADO

(CESPE-UnB/Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA/2008)


4
Regimes de câmbio fixo são mais adequados para tentativas de controle da inflação, enquanto regimes de
câmbio flutuante se adequam mais a correções de preços relativos em situação de choques externos.

Comentários

A questão faz uma importante observação. O regime de câmbio fixo, ao passo que mantém a cotação
cambial, não permite que possíveis desvalorizações cambiais sejam repassadas aos preços (fenômeno
conhecido como pass through), o que ajuda no controle da inflação.

Por sua vez, o regime flutuante é mais eficaz para adequar os preços relativos, através da variação da moeda
doméstica em relação à moeda externa.

Gabarito: CERTO

CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/

Considerando que, ao se analisar a formação de preços no mercado cambial, constata-se a existência de


dois tipos básicos e de diversos tipos intermediários de regimes cambiais, julgue (C ou E) o item a seguir.

No sistema conhecido como crawling band, fixa-se uma faixa dentro da qual a cotação da moeda pode
flutuar livremente; o piso e o teto não podem ser alterados durante todo o período em que o sistema for
adotado.

Comentários

Esta questão é bastante simples, mas você pode se complicar em função do termo utilizado pelo CESPE.

A crawling band é regime cambial conhecido como banda cambial. Lembrando, é aquele regime
intermediário no qual o Banco Central fixa uma banda como limites superior e inferior no qual a taxa de
câmbio pode oscilar livremente.

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Uma questão importante que precisar ser gravada é que a banda cambial deve ser atualizada
periodicamente, geralmente para refletir o diferencial de preços entre os países.

Portanto, a questão está errada ao afirmar que o piso e o teto não podem ser alterados durante todo o
período em que o sistema for adotado.

Gabarito: ERRADO

CESPE - Analista (FUNPRESP)/Investimentos/2016

Julgue o item subsequente, com relação à taxa de câmbio e aos regimes cambiais.

A depreciação do peso argentino frente ao real pode reduzir as exportações dos produtos brasileiros para
a Argentina, desconsiderados os efeitos da inflação nos dois países.

Comentários c

Questão direta.

O valor entre duas moedas é dado pela taxa de câmbio entre elas. Assim, ao considerarmos a taxa de câmbio
peso-real, estabelecemos o valor que determinada de quantidade de Pesos “compra” 1 Real. Por exemplo,
a taxa de câmbio de 3,00 significa que 3 Pesos compram 1 Real.

Se esta taxa desvalorizar (passando de 3 para 4, por exemplo) é necessário mais Pesos para comprar o mesmo
1 Real. Neste caso, o Real está se valorizando, sendo que exportações brasileiras à Argentina ficam mais
caras.

Portanto, a depreciação do peso argentino frente ao real pode reduzir as exportações dos produtos
brasileiros para a Argentina, desconsiderados os efeitos da inflação nos dois países, pois o Real está ficando
mais “caro” em relação ao Peso.

GABARITO: CERTO

(CESGRANRIO - Analista (FINEP)/Análise Estratégica em Ciência, Tecnologia e Inovação/2014)

Em certo país, o governo adota um regime cambial de variação administrada da taxa de câmbio. Suponha
que a economia esteja em pleno emprego e que haja uma desvalorização cambial da moeda doméstica
em relação à estrangeira.

Nesse caso, a inflação interna tenderia a acelerar devido a vários possíveis canais de transmissão, entre os
quais NÃO se inclui o(a)

a) aumento da demanda externa pelos produtos e serviços produzidos no país.

b) aumento da taxa de desemprego devido ao aumento das importações.

c) aumento dos preços internos dos produtos com preços formados internacionalmente.

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d) redução da oferta interna de produtos e serviços importados.

e) indexação de preços de bens domésticos atrelada à variação cambial.

Comentários

Em uma situação como a descrita pela questão (economia em pleno emprego com flutuação administrada
do câmbio), uma desvalorização cambial da moeda doméstica em relação à estrangeira promoveria uma
elevação no preço das importações. Em linhas gerais, os produtos importados ficariam mais caros que os
produtos nacionais. Como a economia está em pleno emprego (todos os fatores de produção estão
empregados), não há excedente de bens nacionais passíveis de substituírem os bens importados. Ou seja, o
aumento nos preços dos produtos importados em função da desvalorização será repassado aos
consumidores, evidenciando uma tendência à elevação nos preços.

Apenas a Letra B contém uma explicação não satisfatória para este fato. Como foi afirmado acima, a
economia está em pleno emprego, com o emprego a de todos os fatores de produção e demanda de todos os
bens internamente produzidos. A elevação no preço dos importados não substitui a demanda por estes bens;
em outras palavras, os importados não promovem desemprego internamente.

Perceba, adicionalmente, que a informação sobre o câmbio administrado não afeta a resolução da questão.
O importante a notar é que houve desvalorização cambial.

Gabarito: LETRA B.

FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Economista/2015

Com o aumento do peso de determinados parceiros comerciais de um país, a taxa de câmbio indica uma
desvalorização no caso desses parceiros terem moedas mais fortes em relação a esse país analisado,
ceteris paribus. Essa descrição reflete o conceito de:

a) paridade absoluta do poder de compra;

b) paridade relativa do poder de compra;

c) taxa de câmbio nominal;

d) taxa de câmbio real;

e) taxa de câmbio efetiva.

Comentários

Questão complementar sobre regimes de câmbio.

Segundo o Manual de Economia da USP:

“Outro conceito importante relativo à taxa de câmbio é a chamada taxa de câmbio efetiva. Como vimos, a
taxa de câmbio nominal estabelece uma cotação entre duas moedas, e a taxa de câmbio real o preço relativo

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do produto de dois países expressos na mesma moeda. Entretanto, um país não possui, em geral, um único
parceiro comercial, mas vários. O Brasil transaciona com os países do Mercosul, da Comunidade Econômica
Europeia, com os EUA, o Japão e vários outros países. Ao calcularmos a taxa real de câmbio, deveríamos
considerar a relação de preços com todos os parceiros comerciais. É isso que a taxa de câmbio efetiva busca
medir, ao ponderar as diversas taxas reais de câmbio, de acordo com a importância dos parceiros
comerciais.” (grifos meus)

Já é possível afirmar que a questão refere-se à taxa de câmbio efetiva, presente na alternativa E. Este
conceito é pouco cobrado em provas de concursos e, por isto, não está presente na parte teórica da aula.
Mas, apenas lembre deste conceito que já é amplamente suficiente para provas de concursos.

Abaixo, vamos analisar o erro das demais alternativas:

a) A paridade absoluta do poder de compra é um conceito entendido no âmbito da lei do preço único, que
afirma que produtos homogêneos devem ter o mesmo custo nos diferentes mercados, quando expressos na
b
mesma moeda.

Desta forma, a paridade absoluta do poder de compra indica que, quando medido na mesma moeda, o preço
de um bem deve igualar-se entre diferentes países.

b) O conceito de paridade relativa da paridade do poder de compra explica o motivo das variações da taxa
nominal de câmbio como função da variação nos preços domésticos e externos. Isto é, a paridade relativa
afirma que a variação da taxa de câmbio nominal será igual a variação dos preços internos menos a variação
dos preços externos (se os preços internos são maiores que os externos, a taxa de câmbio irá se desvalorizar;
se os preços externos são maiores que os internos, a taxa de câmbio irá valorizar).

c) Como vimos, a taxa nominal de câmbio simplesmente estabelece a cotação entre duas moedas.

d) Como vimos, a taxa de câmbio real expressa a cotação entre as moedas e considera, adicionalmente, a
inflação nos países em questão.

Gabarito: LETRA E.

(FCC - Escriturário (BB)/2011)

No mercado de câmbio, estão autorizados a operar como agente

a) as associações de poupança e empréstimo.

b) as cooperativas de crédito.

c) as empresas de arrendamento mercantil.

d) as agências de fomento.

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e) os bancos múltiplos.

Comentários

Adiante veremos as particularidades de cada instituição citada acima.

No entanto, os bancos múltiplos são os únicos autorizados a operar no mercado de câmbio, dentre as
instituições citadas. Já citamos na aula passada suas funções, e veremos a frente ainda mais. Mas, sabemos
que os bancos múltiplos podem operar com diversas carteiras, como a de banco comercial, sociedade de
crédito e banco de investimento. Desta forma, podem também operar em operações de câmbio.

GABARITO: LETRA E.

(FCC - Escriturário (BB)/2010)

7
No mercado de câmbio no Brasil são realizadas operações

a) no mercado à vista apenas por pessoa jurídica.

b) pelos agentes autorizados pelo Banco Central do Brasil.

c) dispensadas da regulamentação e fiscalização pelo Banco Central do Brasil.

d) no segmento flutuante, relativas a importação e exportação de mercadorias e serviços.

e) de troca de moeda nacional exclusivamente pelo dólar norte-americano ou vice-versa.

Comentários

Vamos ver as alternativas:

a) As operações no mercado à vista são feitas por pessoas jurídicas e físicas. É só pensar no exemplo dos
turistas que, quando viajam ao exterior, necessitam de moeda externa para pagar suas transações fora do
país.

b) Item correto! Como o Bacen supervisiona o mercado de câmbio, as instituições que nele operam devem
estar autorizadas pelo Bacen

c) Como já citado, o Bacen fiscaliza e supervisiona este mercado.

d) Como veremos adiante, as operações sao realizadas no regime de câmbio flutuante, fixo e sujo,
dependendo da escolha de política cambial realizada pelo país.

e) As operações de câmbio são feitas entre moedas conversíveis. Ou seja, troca-se reais por diversas outras
moedas internacionais, entre elas o dólar.

GABARITO: LETRA B

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(FCC - Escriturário (BB)/2011)

No regime de câmbio flutuante, o Banco Central do Brasil atua no mercado de câmbio,

a) nele intervindo com o objetivo de evitar oscilações bruscas nas cotações.

b) desvalorizando a taxa de câmbio com o objetivo de reduzir o cupom cambial.

c) determinando a taxa de câmbio com o objetivo de incentivar as exportações.

d) fixando a taxa de câmbio com o objetivo de estimular captações externas.

e) livremente, dentro da banda cambial por ele estabelecida e divulgada.

Comentários

Esta questão foi colocada na Aula para demonstrar como as bancas erram.

Como já citamos, no regime de câmbio flutuante o Bacen não atua, pois a taxa de câmbio é determinada
livremente pelo mercado. O próprio nome sugere este tipo de comportamento.

Mas, surpreendentemente, nenhuma das alternativas contém este conceito. Todas consideram a atuação
do Banco Central no mercado, inclusive a alternativa A, que foi considerada a correta.

A alternativa A estaria correta se a questão fizesse referência ao câmbio sujo, que veremos adiante.

Portanto, relembrem do seguinte:

No regime de câmbio flutuante NÃO há intervenção da Autoridade Monetária no mercado para determinar
a taxa de câmbio, pois ela é função da interação entre os agentes de mercados.

Gabarito: LETRA A (mas, nenhuma das alternativas está correta).

CESPE - Escriturário (BB)/2007/3

O preço do dólar influencia a economia brasileira em geral e o mercado de capitais em particular. Acerca
do mercado de câmbio e do mercado de capitais, julgue o item que se segue.

As taxas de câmbio praticadas no Brasil são definidas pelo BACEN

Comentários

Não! As taxas são definidas pelo mercado, o que configura a taxa como flutuante. Se definida pelo Bacen,
seria considerada fixa.

Gabarito: ERRADO.

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CESPE/BB/2009

As sociedades corretoras de câmbio podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por
quotas de responsabilidade limitada. Na denominação social das sociedades corretoras de câmbio, deve,
obrigatoriamente, constar a expressão Corretora de câmbio. Acerca das corretoras de câmbio, julgue os
itens a seguir.

As sociedades corretoras de câmbio têm por objeto social exclusivamente a intermediação em operações
de câmbio, não contemplando, portanto, a prática de operações no mercado de câmbio de taxas
flutuantes.

Comentários

Esta questão está um pouco desatualizada, mas é importante observamos algumas de suas características.

Até 2005 havia dois mercados de câmbio no País: Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes e o Mercado de
Câmbio de Taxas Livres

As sociedades de câmbio, ou seja, aquelas autorizadas a operar no mercado de câmbio podiam operar nos
dois mercados, o que caracteriza esta questão como errada.

Mas, é interessante fazer um paralelo com os dias atuais, pois as sociedades autorizadas a operar no mercado
de câmbio realizam, em sua maioria, operações por contra própria e, não somente, intermediam operações
de câmbio. As exceções estão elencadas acima.

Gabarito: ERRADO.

CESPE/BB/2009

As sociedades corretoras de câmbio são supervisionadas pela CVM.

Comentários

Questão muito simples.

O BACEN é o órgão supervisor do mercado de câmbio, pelo que supervisiona as sociedades autorizadas a
operar no mercado de câmbio

Gabarito: ERRADO.

FCC - Escriturário (BB)/2006

NÃO se refere a uma competência do Banco Central do Brasil:

a) exercer a fiscalização das instituições financeiras.

b) executar os serviços do meio circulante.

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c) emitir moeda-papel e moeda metálica.

d) receber os recolhimentos compulsórios.

e) fixar as diretrizes e normas da política cambial.

Comentários

Esta questão está no tópico sobre mercado de câmbio de propósito.

Apesar do BACEN operar no mercado de câmbio, seja no modelo de câmbio fixo, ou no de câmbio sujo, fixar
as diretrizes e normas da política cambial compete ao CMN.

Gabarito: LETRA E.

CESPE - Escriturário (BB)/2008

Bancos de câmbio são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio
e operações de crédito vinculadas às de câmbio. Com relação aos bancos de câmbio, julgue o item que se
segue.

Financiamentos à exportação e à importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio são exemplos


de operações de câmbio e/ou operações de crédito vinculadas às operações de câmbio.

Comentários

Como visto, é possível existir uma operação de crédito ligada à operação de câmbio. Quando o exportador
efetua a contratação prévia total do câmbio, por exemplo, ele pode adiantar os valores da venda para
financiar a produção do bem a ser exportado.

GABARITO: CERTO.

FCC - Escriturário (BB)/2006

O contrato de câmbio

a) é um ato unilateral e não oneroso.

b) tem por objetivo a compra ou a venda de moeda estrangeira.

c) implica a entrega de moeda estrangeira ao exportador.

d) não tem prazo limite para sua liquidação.

e) implica a concessão de bonificações ao importador.

Comentários

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Questão bem direta.

O contrato de câmbio tem por objeto a compra ou venda de moeda estrangeiro. O exportador entrega a
moeda internacional e o importador a demanda. Evidente que o contrato de câmbio tem prazo, pois o valor
da cotação cambial é variável.

Gabarito: LETRA B.

FCC - Escriturário (BB)/2006/1

A contratação do câmbio de exportação

a) deve ser feita obrigatoriamente após o embarque da mercadoria para o exterior.

b) fixa o valor da taxa de câmbio para esse contrato.

c) pode ser feita antes do embarque da mercadoria para o exterior, mas somente de forma parcial.

d) deve ser feita obrigatoriamente antes do embarque da mercadoria para o exterior, de forma a possibilitar
ao exportador obter financiamento com base no contrato.

e) equivale a uma compra e venda mercantil efetuada entre o banco e a empresa exportadora.

Comentários

Questão direta.

O principal objetivo do contrato de câmbio é fixar o valor da taxa de câmbio contratada para a operação.

Gabarito: LETRA B.

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RESUMO
 REGIMES DE CÂMBIO:
o O Balanço de Pagamentos registra as transações entres os residentes e não
residentes de certo país em determinado período de tempo.

o A moeda padrão para a realização de transações entre residentes e não residentes


é o padrão é o dólar americano (US$).

o Taxa de câmbio é o preço da moeda nacional em termos de moeda estrangeira.

𝑹$
o Algebricamente, pode-se representar da seguinte maneira: 𝑬 = 𝑼𝑺$

o O que nos interessa é a taxa de câmbio real, ou seja, aquela que mede a variação
da taxa de câmbio considerando também a variação de preços, tanto na economia
𝑸
interna, como na economia externa: 𝜽 = 𝑬 × 𝑷

o A taxa de câmbio real (θ) é função da taxa de câmbio nominal (E) multiplicada pela
razão entre o índice de preços externo (Q) e o índice de preços interno (P). Ou seja,
a elevação do índice de preços interno provoca valorização da taxa real de câmbio,
ao passo que o aumento da taxa de preços externa provoca desvalorização da taxa.

o Apresentada a diferença entre taxa de câmbio nominal e taxa de câmbio real,


podemos passar aos regimes de câmbio!

▪ Regime de Câmbio Fixo


o Autoridade Monetária se compromete a comprar e vender a moeda internacional
de referência a um preço fixo anunciado, considerado como o valor do câmbio.

o Este modelo tem um certo limite. Afinal, déficits sucessivos no BP resultam em


escassez de divisas internacionais, o que, em um mercado livre, provocaria a
desvalorização da moeda doméstica, aumento das exportações e redução das
importações e posterior equilíbrio no BP.

o Mas, o Banco Central literalmente banca esta conta! Como? Utilizando as reservas
internacionais para “fechar a conta” e equilibrar a oferta e a demanda entre as
moedas no mercado cambial.

▪ Regime de Câmbio Flexível


o É o resultado da pura e simples oscilação da oferta e demanda de divisas no
mercado de câmbio.

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o A Autoridade Monetária não desempenha qualquer papel, a não ser registrar e


contabilizar as operações.

▪ Regimes Intermediários
o Flutuação suja (dirty floating): mais utilizado atualmente. O regime é
primordialmente flexível desde que movimentos especulativos não comprometam
a variação “justa” do câmbio. Caso o câmbio se desvie deste valor justo, ou, ao
menos, justificável, a Autoridade Monetária intervém no mercado para conter a
volatilidade ou apreciação/depreciação.

o Bandas Cambiais: Variável, pois permite que o câmbio oscile ao sabor das forças de
mercado. Fixo, pois a variação é feita dentro um espaço permitido, não mais que
este. Caso o câmbio atinja o limite mínimo da banda, a Autoridade Monetária
compra moeda estrangeira, com o objetivo de apreciá-la. Do contrário, vende, com
finalidade oposta.

o Taxa Real de Câmbio Fixo: Para manter a taxa real de câmbio fixa, a taxa nominal
deve variar de acordo com a diferença entre a variação de preços interna e externa.

▪ Regimes de Câmbio e Expectativas: As expectativas podem influenciar a variação


cambial em todos os regimes adotados.
o Expectativas e Câmbio Fixo: Caso as expectativas esperem desvalorização do
câmbio, ela irá correr; caso entendam que o câmbio irá valorizar, assim acontecerá.

o Expectativas e Câmbio Flutuante: A lógica do capital financeiro é aplicar seus


recursos no país que fornece os maiores rendimentos, os quais que podem ser
𝑬𝟎 (𝟏+𝒊)
calculados da seguinte maneira: 𝒗 = 𝑬𝟏 (𝟏+𝒊´)

o A expressão acima pode assim ser entendida: o patrimônio após a aplicação no


exterior (v) pode ser calculado através da diferença entre a taxa de juros interna (i)
sobre a taxa de juros externa (i´) mais a variação da taxa de cambial entre o
momento da aplicação (E0) e o saque da mesma (E1).

o Ao investidor estrangeiro é mais rentável aplicar em um país caso a taxa de juros


interna supere a taxa de juros externa em valor superior à taxa de desvalorização
cambial percebida no período de aplicação.

 AUTORIZADOS
o As operações no Brasil não podem ser praticadas livremente pelos indivíduos e
empresas sem a participação de instituição autorizada pelo Bacen.
o Quem são os agentes autorizados?
1) Bancos e a Caixa Econômica Federal: Todas as operações do mercado de
câmbio.
2) Bancos de desenvolvimento e sociedades de crédito, financiamento e
investimento: Operações específicas autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

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3) Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades


distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:
Operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$300.000,00,
ou valor equivalente em outras moedas;
4) Agências de turismo: compra e venda de moeda estrangeira em espécie,
cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais.

 PRINCIPAIS OPERAÇÕES: compra (compra moeda internacional em troca de moeda nacional), venda
(vende divisa internacional e recebe em troca moeda doméstica) e arbitragem (troca uma moeda
internacional por outra moeda também internacional).

▪ Operações Manuais
o Em geral são realizadas através da troca de moeda doméstica por dólar turismo ou
através da troca de moeda doméstica por traveller checks.

▪ Operações de Remessa
o Realizadas através de ordens (como as feitas pela internet), em que o banco
nacional vende divisas internacionais a outro banco situado no exterior.

▪ Contrato de Câmbio
o O objetivo principal é a compra e venda de moeda estrangeira, cuja entrega da
moeda corresponde à liquidação do contrato.

▪ Operações com Ouro


o Operações:
1) compra de ouro-ativo financeiro da própria instituição;
2) compra ou de venda de ouro do ou ao Banco Central do Brasil com essa
finalidade;
3) compra ou de venda de ouro-instrumento cambial entre as instituições
constantes do caput; ou
4) arbitragem com outra instituição integrante do Sistema Financeiro.

o Nesses casos, o ouro é considerado um ativo financeiro capaz de liquidar


transações realizadas no mercado de câmbio.

▪ SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior.


o Quando realizada uma operação de comércio exterior (exportação/importação) há
diferentes procedimentos burocráticos a serem realizados.

o Através dos registros eletrônicos que realiza, permite desburocratizar, reduzir


custos e elevar a eficiência com a emissão de tão somente 1 documento que
certifica todos os processos necessários para se exportar/importar.

▪ Financiamento à Importação e à Esportação: Repasses de Recursos do BNDES


o O BNDES possui linhas de financiamento a exportações e importações.

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o A intenção do BNDES com estes financiamentos é fomentar a área de comércio


exterior e a internacionalização de empresas com custos e prazos diferenciados.

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