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TIPOLOGIA TEXTUAL

TIPOLOGIA TEXTUAL
DISSERTAÇÃO
Dissertar significa expor algum assunto. Dependendo da maneira como o esse assunto seja
abordado, a dissertação poder ser expositiva ou argumentativa.

DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA
Apresenta informações sobre assuntos, expõe, explica, reflete ideias de modo objetivo, impar-
cial. O autor é o porta-voz de uma opinião, ou seja, a intenção é expor fatos, dados estatísticos,
informações científicas, argumentos de autoridades etc. Este tipo de texto pode ter duas aborda-
gens: Estudo de Caso (em que é apresentada uma solução para a situação hipotética apresentada)
e Questão Teórica (em que é preciso apresentar conceitos, normas, regras, diretrizes de um deter-
minado conteúdo).
Exemplo de texto expositivo:
Em resposta à investigação da ONU que apontou racismo sistêmico na polícia do Brasil em um
relatório publicado na segunda-feira, o Itamaraty disse estar “firmemente comprometido” com o
combate ao “racismo, à discriminação racial, à xenofobia e outras intolerâncias religiosas”. A diplo-
macia brasileira afirmou que a discriminação racial na ação policial “não pode ser tolerada”, apesar
de ressaltar que o “trabalho árduo” dos agentes de segurança deve ser valorizado e reconhecido.
“Reconhecemos e lamentamos que no Brasil, como em muitos outros países, casos de vio-
lência contra pessoas afrodescendentes continuem a acontecer (...). Condenamos qualquer ato
de violência, incluindo os perpetrados por forças policiais ou por empresas de segurança privada”,
afirmou o Ministério. “A discriminação racial na ação policial não pode ser tolerada. Nossas socie-
dades esperam e merecem os mais elevados padrões morais dos agentes de segurança do Estado.”
Logo em seguida, contudo, o posicionamento ressaltou a necessidade de “valorizar e reconhe-
cer” o “trabalho árduo, compromisso e profissionalismo” dos agentes de segurança. O governo,
disse o comunicado, tem dado atenção a ações preventivas, tais como medidas para promover a
inclusão social e a conscientização, mas não as especificou.
(https://oglobo.globo.com)

DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
Defende uma tese (ideia, ponto de vista) por meio de estratégias argumentativas. Tem a inten-
ção de persuadir (convencer) o interlocutor. Em geral, há o predomínio da linguagem denotativa,
de conectores de causa-efeito, de verbos no presente.
Vejamos agora um exemplo do tipo argumentativo.
“Era para esse país tá pegando fogo”. Disse o rapper Emicida quando o músico Evaldo dos Santos
Rosa foi executado com 80 tiros por militares no Rio de Janeiro em abril de 2019. Mas não pegou.
Na época, houve certa repercussão nas redes e alguns poucos atos. Depois, o Brasil viu morrer de
forma covarde a menina Ágatha Félix em setembro de 2019 pelas mãos da polícia em uma operação.
De novo, manifestação pelas redes e protestos em sua maioria no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para não ir muito longe, ano passado, mais um homicídio. João Pedro, de 14 anos, baleado
dentro de casa em São Gonçalo em mais uma operação de policiais do estado do Rio de Janeiro
em meio à pandemia. Depois, a triste morte de Miguel, de apenas 5 anos, abandonado em um
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elevador pela patroa da mãe, empregada doméstica, em Pernambuco. Pela primeira vez, o país
“pegou fogo”, mas inflamado por um acontecimento de fora, o assassinato de George Floyd por
policiais norte-americanos que provocou um levante nos Estados Unidos para denunciar a violência
policial e o racismo estrutural no país.
Os atos nos EUA fizeram com que o mundo inteiro falasse sobre o assunto e também saísse às
ruas. Nunca antes o Brasil tinha dado tanto destaque para a temática como agora. O que é extre-
mamente válido. Mas entristece o fato de que esse é um tema vivenciado diariamente no Brasil
e que a gente só foi capaz de reconhecer quando o viu no outro, quando sentiu a dor do outro.
A sensação é que muitas vezes, mesmo que isso venha diminuindo, não choramos e não nos
revoltamos pelo que acontece no nosso quintal, com os nossos. Isso é resultado de um outro pro-
blema no Brasil. A falta de conhecimento da própria história é que nos faz perpetuar mitos, como o
da democracia racial de um país miscigenado. Mas, não se engane, a miscigenação no Brasil envolve
estupro e uma ideologia da elite entre os séculos 19 e 20 de embranquecimento da população com
a imigração europeia. Isso não está nos livros pedagógicos, claro.
Outro problema clássico do não conhecimento da nossa história é acharmos que o Brasil é
menos racista que países como Estados Unidos. Isso porque lá existia uma segregação nítida entre
negros e brancos, que eram divididos em espaços nas cidades, nos ônibus, nos bebedouros e até
nos banheiros. Aqui, a segregação aconteceu de forma velada, com os ex-escravos sendo jogados
na sociedade sem as mesmas oportunidades e com destino às favelas.
Que com esse momento impulsionado pelas manifestações nos Estados Unidos, a gente con-
siga olhar para o Brasil e ver que temos uma série de problemas que envolvem o racismo. Um tema
que há anos o país joga para debaixo do tapete. E simplesmente não dá mais. Temos que discutir o
racismo, mas mais do que isso, temos que enfrentá-lo de uma vez por todas. Porque vidas negras
realmente importam.
(Adriana Izel – Correio Braziliense)

Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer que o leitor/ouvinte tome conhecimento de
informações ou interpretações dos fatos, tem caráter expositivo e podemos classificá-lo como expositivo.
Quando as interpretações expostas pelo texto dissertativo vão mais além nas intenções e buscam explicita-
mente convencer o leitor/ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto como argumentativo
(COROA , 2008b, p. 121).
Vale mencionar que, muitas, vezes, nos editais, não fica claro se o texto será expositivo ou
argumentativo. Quando isso ocorrer, o candidato deve analisar as provas anteriores para traçar o
perfil da banca examinadora. Mas não se preocupe, pois a estrutura de ambos é igual, ou seja, os
dois tipos de texto devem conter introdução, desenvolvimento e conclusão. Além disso, no primeiro
parágrafo, deve haver a apresentação da ideia central que será desenvolvida.
Veja a proposta a seguir:
Foi recentemente publicado no Americam Journal of Preventive Medicine um estudo com
adultos jovens, de 19 a 32 anos de idade, apontando que quanto maior o tempo dispendido em
mídias sociais de relacionamento, maior a sensação de solidão das pessoas. Além disso, esse estudo
demonstrou também que quanto maior a frequência de uso, maior a sensação de isolamento social.
(Adaptado de: ESCOBAR, Ana. Disponível em: http://g1.globo.com)

Com base nas ideias do texto acima, redija uma dissertação sobre o tema:
Isolamento social na era da comunicação virtual
A partir da proposta apresentada, pode-se inferir que o examinador quer saber o ponto de
vista (opinião) do candidato em relação ao assunto. A intenção é que seja apontado o que ele pensa
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a respeito do tema, e não que ele apresente de forma objetiva informações a fim de esclarecer
determinado assunto. Então, resta claro que a dissertação terá caráter argumentativo.
Agora veja a proposta seguinte:
A segurança jurídica tem muita relação com a ideia de respeito à boa-fé. Se a administração
adotou determinada interpretação como a correta e a aplicou a casos concretos, não pode depois vir
a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os mesmos foram praticados com base em errônea
interpretação. Se o administrado teve reconhecido determinado direito com base em interpreta-
ção adotada em caráter uniforme para toda a administração, é evidente que a sua boa-fé deve ser
respeitada. Se a lei deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, por
respeito ao princípio da segurança jurídica, não é admissível que os direitos do administrado fiquem
flutuando ao sabor de interpretações jurídicas variáveis no tempo.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. p. 85 (com adaptações).

Considerando que o texto apresentado tem caráter estritamente motivador, elabore uma
dissertação a respeito dos atos administrativos e da segurança jurídica no direito administrativo
brasileiro, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
1. os elementos de validade do ato administrativo e os critérios para sua convalidação; [valor:
14,00 pontos]
2. distinção entre ato administrativo nulo, anulável e inexistente; [valor: 10,00 pontos]
3. o controle exercido de ofício pela administração pública sobre os seus atos e o dever de agir
e de prestar contas. [valor: 14,00 pontos]
Considerando o tema proposto e os tópicos apresentados, pode-se perceber que o candidato
deve, necessariamente, produzir um texto expositivo, já que o examinador avaliará o conhecimento
técnico dele sobre o assunto, e não o seu ponto de vista, a sua opinião. Para isso, deverá fundamen-
tar suas ideias por meio de leis, doutrina, jurisprudência, citação de uma autoridade no assunto.
ORIENTAÇÕES PARA
O TEXTO DEFINITIVO
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ORIENTAÇÕES PARA O TEXTO DEFINITIVO


ORIENTAÇÕES IMPORTANTES
a) Não use a 1ª pessoa do singular: os textos formais exigem a impessoalização da linguagem.
Isso significa que, às vezes, é necessário omitir os agentes do discurso e as diversas vozes que com-
põem um texto. Então, empregue a terceira pessoa do singular ou do plural.
Exemplos:
Eu acredito que a pena de morte deve ser aplicada em casos de crimes hediondos. (Incorreto)
Acredita-se que a pena de morte deve ser aplicada em casos de crimes hediondos. (Correto)
Devemos analisar alguns fatores que contribuem para esse problema. (Incorreto)
Alguns fatores que contribuem para esse problema devem ser analisados. (Correto)
Atenção! A primeira pessoa do plural deve ser um sujeito socialmente considerado, como em “Nós (brasileiros)
devemos entender que o voto é uma importante ferramenta para se alcançar uma mudança.” Não empregue de
forma indiscriminada.
Como impessoalizar a linguagem do texto dissertativo-argumentativo?
ͫ Oculte o agente:
Para deixar o discurso mais objetivo, prefira por ocultar o agente sempre que possível. Isso
pode ser feito por meio de expressões como: é importante, é preciso, é indispensável, é urgente,
é crucial, é necessário, já que elas não revelam o agente da ação.
Exemplos:
É necessário discutir alguns aspectos relacionados a essa temática.
É essencial investir em educação para minimizar tais problemas.
ͫ Indetermine o sujeito:
Indeterminar o sujeito também é uma estratégia de ocultar o agente da ação verbal. A melhor
forma de empregar essa técnica é por meio do pronome indeterminador do sujeito (se).
Exemplos:
Muito se tem discutido sobre a redução da maioridade penal.
Acredita-se que a desigualdade social contribui para o aumento da violência.
ͫ Empregue a voz passiva:
Na voz passiva, o sujeito da oração torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo
fato verbal. Empregá-la é um recurso que também oculta o agente da ação.
Exemplos:
Devem ser analisados alguns fatores que contribuem para o aumento da violência.
Medidas devem ser tomadas para a pacificação da sociedade.
b) Jamais se dirija ao leitor: o leitor é o examinador e o candidato não deve estabelecer um
diálogo com ele.
c) Não use gírias; clichês, provérbios e citações sem critério, você pode acabar errando o autor
da expressão (o que pega muito mal), ou até mesmo usá-la fora de contexto, o que pode direcionar
ORIENTAÇÕES PARA O TEXTO DEFINITIVO 3

a sua redação para um lado que não quer. Os ditados populares empobrecem o texto. Os exami-
nadores não gostam de ver o senso comum se repetindo.
Ex.: Desde os primórdios da humanidade; fechar com chave de ouro.
d) Evite a construção de períodos longos: pode prejudicar a clareza textual. Além disso, procure
escrever na ordem direta.
e) Respeite as margens da folha de redação: não ultrapasse o limite estipulado na folha do
texto definitivo.
f) Não use corretivo: se errar alguma palavra, risque (com um traço apenas) e prossiga. Não
use parênteses nem a palavra “digo”.
Ex.: A sociadade sociedade deve se conscientizar do seu papel.
g) Evite algarismos, a não ser que se trate de anos, décadas, séculos ou referências a textos
legais (artigos, decretos, etc.).
h) A letra deve ser legível: pode ser letra cursiva ou de imprensa. Não se esqueça de fazer a
distinção entre maiúscula e minúscula.
i) Cuidado com a separação silábica.
Translineação: é a divisão das palavras no fim da linha. Leve em conta não apenas critérios de
correção gramatical, mas também recomendações estilísticas (estética textual).
1) Não se isola sílaba formal apenas por uma vogal.
2) Não se isola elemento cacofônico.
3) Na partição de palavras hifenizadas, recomenda-se repetir o hífen na linha seguinte.

j) Não use as palavras generalizadoras, afinal sempre há uma exceção, um exemplo contrário
ou algo assim.
Ex.: “Todos jogam lixo no chão” ou “Ninguém faria isso” ou “Isso jamais vai acontecer, é
impossível.”
k) Não invente dados estatísticos, pesquisas, mentiras convincentes.
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l) Não use a ironia. A ironia é uma figura de linguagem que não deve ser utilizada no texto
dissertativo-argumentativo. Nele nada deve ficar subentendido. A escrita deve ser sempre clara,
sem nada oculto e de forma argumentativa.
m) Não é uma boa ideia usar palavras rebuscadas. Seu texto pode ficar sem fluência e clareza,
dificultando a compreensão do corretor. Lembre-se: linguagem formal não é sinônimo de linguagem
complicada.
Ex.: Hodiernamente, mister, mormente, dessarte etc.
n) Evite estrangeirismo: empregar palavras estrangeiras em meio à nossa língua de forma
desnecessária. Não é necessário fazer isso se há no português uma palavra correspondente que
pode ser usada.
Ex.: Stress em vez de estresse.
o) Não se utilize de pergunta retórica.
Pergunta retórica: é uma interrogação que não tem como objetivo obter uma resposta, mas
sim estimular a reflexão do indivíduo sobre determinado assunto.

TÍTULO
O título só é obrigatório se for solicitado nas instruções da prova de redação.
Pode ser que a Banca examinadora deixe o espaço para o título, nesse caso, ele também é
obrigatório.
Se puser o título e não for obrigatório (não for exigido), não receberá mais pontos por isso e
só terá pontos descontados se contiver algum erro nele.
Caso se esqueça de colocar título quando for obrigatório, a redação não será anulada, mas
poderá ter pontos (poucos) descontados.
Dicas:
ͫ Nunca utilize tema como título.
ͫ Não coloque ponto final.
ͫ Não escreva todas as palavras com letra maiúscula.
ͫ Não pule linha depois do título;
ͫ Construa-o quando terminar o texto.

TEMAS E TEXTOS MOTIVADORES


Os textos motivadores - um grupo de textos apresentados junto à proposta de redação - têm a
função de situar o candidato acerca do tema proposto, fornecendo elementos que possam ajudá-lo
a refletir sobre o assunto abordado. Esses textos servem para estimular ideias para o desenvolvi-
mento do tema e são úteis por ajudar a manter o foco temático.
O papel dos textos motivadores da prova de redação é o de motivar, inspirar e contextualizar o candidato em
relação ao tema proposta.
Esses textos não estão ali por acaso, então devem ser utilizados, e podem evitar que o candi-
dato escreva uma redação genérica. Contudo, não podem ser copiados, pois as provas que contêm
cópias terão as linhas desconsideradas e podem, quando em excesso, levar à nota zero.
ORIENTAÇÕES PARA O TEXTO DEFINITIVO 5

Então, a intenção não é que o aluno reproduza as informações contidas nos textos motivado-
res. O que se deseja é que o candidato leia os textos, interprete-os e reelabore-os, interligando-os
à sua discussão. Assim sendo, o ideal é retirar de cada texto motivador as ideias principais e que
podem ser utilizadas na sua produção escrita.
Leia todos com atenção e não se esqueça de procurar estabelecer uma relação entre eles, ou seja, busque os
pontos em comum e os conecte de uma maneira que defina argumentos consistentes para sua redação. Escreva
as principais ideias em forma de tópicos e com as suas palavras.
Se o aluno não souber nada sobre a temática apresentada, os textos motivadores podem ser um ótimo suporte.
Além dos dados expostos, esses textos também provocam a reflexão sobre outros aspectos do problema e
jamais devem ser ignorados.
DISSERTAÇAO
EXPOSITIVA
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DISSERTAÇAO EXPOSITIVA
A dissertação expositiva tende à simples exposição de ideias, de informações, de definições e
de conceitos, sem necessidade de um forte convencimento do leitor.
Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer que o leitor/ouvinte tome conhecimento de
informações ou interpretações dos fatos, tem caráter expositivo e podemos classificá-lo como expositivo.
(COROA , 2008b, p. 121).

ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO-EXPOSITIVO


ͫ Na introdução, há a apresentação do tema (parágrafo mais curto). Como não há tese, o
candidato deve fazer a apresentação do tema (ideia central do texto).
ͫ Tipos de introdução:
» Definição: tem por objetivo expor uma definição, uma ideia, uma expressão. Para
isso, é importante ter como referência os sentidos expostos em dicionários, leis,
doutrinas, etc.
» Paráfrase: é uma reescritura do tema e dos tópicos apresentados na proposta de
redação. Não pode haver alteração de sentido e deve ser respeitada a simetria
(paralelismo) sintática e semântica.
» Citações e estatísticas: neste tipo de introdução, o candidato traz uma frase (citação)
de algum especialista no assunto, ou estatísticas a respeito do tema. Importante
tomar cuidado para não trazer citações “vazias”, que não sejam relacionadas ao
assunto, e também se preocupar em fazer uma análise a respeito das estatísticas
trazidas, para que elas não fiquem deslocadas.
ͫ No desenvolvimento, há a apresentação de informações sobre assuntos, exposição, expli-
cação de ideias de modo objetivo, fundamentação por meio de leis, citação de autores,
exemplos etc. Segundo fulano de tal, ...; Segundo a Lei Tal,..., Conforme entendimento do
STF, ... Em outras palavras, há presença de dados polifônicos. Não há opinião do candi-
dato aqui, e sim apresentação do seu conhecimento técnico sobre determinado assunto.

ELEMENTOS COESIVOS PARA INCIAR OS PARÁGRAFOS DE


DESENVOLVIMENTO
A primeira delas ...
A primeira dessas questões ... 1º PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO
O primeiro desses pontos ...
Em primeiro lugar, ...
Outra questão importante é...
Também é de suma importância ... 2º PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO
O segundo dos aspectos ...
Além disso, ...
Em segundo lugar, ...
DISSERTAÇAO EXPOSITIVA 3

Há de se considerar também, ...


Há de se considerar, por último, ... 3º PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO
O terceiro dos aspectos, ...
ͫ A conclusão é opcional. Se construir um parágrafo conclusivo, haverá a retomada da
ideia central.
» Síntese: consiste em sintetizar as ideias que foram abordadas ao longo da dissertação,
confirmando a ideia central que aparece na introdução do texto.

ELEMENTOS COESIVOS PARA INCIAR O ÚLTIMO PARÁGRAFO


Por fim, ...
Por último, ...
Finalmente, ...
Em último lugar, ...

COMO FUNDAMENTAR AS IDEIAS


São várias as formas de fundamentar a ideia central do parágrafo de desenvolvimento. As mais
comuns são a explicação e a exemplificação. Normalmente a banca já solicita que tipo de funda-
mentação ela deseja que o candidato apresente (por exemplo, explique e exemplifique).
Explicação: apresenta um conceito, uma definição. Essa é a ferramenta mais comum.
Exemplo: ilustra o tópico frasal. Pode vir depois de uma explicação. Não há problema algum
utilizar mais de uma estratégia.
Comparação: enumera elementos semelhantes ou diferentes.

PROPOSTA DE DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA


Na trajetória da administração pública brasileira, destacam-se o modelo burocrático, associado
ao poder racional-legal, e o modelo gerencialista, representado pela nova administração pública.
Discorra sobre os seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos:
1 contextos em que esses modelos surgiram; [valor: 9,00 pontos]
2 propósito de cada um desses modelos; [valor: 9,00 pontos]
3 princípios e práticas norteadores (apresente, ao menos, três para cada modelo). [valor:
20,00 pontos]
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, importante documento elabo-
rado pelo Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado no ano de 1995, evidencia
a existência de três modelos de gestão da administração pública: a patrimonialista, a burocrática
e a gerencial.
Esses modelos de administração evoluíram ao longo do histórico político-social brasileiro sem
que nenhum desses tenha sido totalmente desconsiderado. O burocrático surgiu como oposição
a um tipo de administração patrimonialista, que era altamente dependente da figura pessoal do
governante e, assim, inseguro para a manutenção do patrimônio do Estado. O gerencialista, fre-
quentemente associado à nova administração pública no Brasil, por sua vez, surgiu em oposição
aos resultados insatisfatórios obtidos com a adoção das práticas associadas ao modelo burocrático
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formalismo excessivo, baixa produtividade e elevado índice de insatisfação dos cidadãos quanto
aos serviços públicos ofertados.
Cumpre destacar também que cada um deles tinha um propósito. A fim de garantir eficiência
administrativa, o burocrático promoveu a centralização de atividades, pautando-se em formalismo,
clareza nas definições hierárquicas, meritocracia, racionalidade impessoal, regras formais padro-
nizadas, igualdade de tratamento de casos semelhantes e clareza na definição das relações de
subordinação. Já o gerencialista é uma iniciativa gerada com o propósito de promover descentra-
lização das atividades do Estado, autonomia para a gestão e ênfase na qualidade da prestação de
serviços públicos por meio da incorporação de práticas típicas da gestão corporativa com busca da
eficiência administrativa. Destaca-se, ainda, sua intenção de reduzir custos e tornar mais eficiente
a administração dos serviços sob a responsabilidade do Estado.
Por fim, é importante destacar os princípios e práticas norteadores das duas gestões. Para o
modelo burocrático destacam-se, entre outros: foco no cumprimento de responsabilidades pelos
agentes administrativos, obediência dos agentes às regras e procedimentos, adoção de sistemas
administrativos formalizados como estratégia para combater o nepotismo e a corrupção. Para o
modelo gerencial, destacam-se, entre outros: alcance de resultados valorizados pela sociedade,
promoção de accountability e transparência nas ações do Estado, aumento da qualidade percebida
para os serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado, promoção de concorrência
para serviços públicos, com oferta de escolha para os usuários.
PLANEJAMENTO DO
TEXTO
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PLANEJAMENTO DO TEXTO
A dissertação argumentativa tem o objetivo de convencer o leitor sobre uma tese, por meio
de fortes articulações lógicas entre os significados.
Quando as interpretações expostas pelo texto dissertativo vão mais além nas intenções e buscam explicita-
mente convencer o leitor/ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto como argumentativo
(COROA, 2008b, p. 121).

COMO PLANEJAR A REDAÇÃO?


O primeiro passo é, após a leitura do(s) texto(s) motivador(es), é fazer um Brainstorm (tem-
pestade de ideias).
Depois disso, o candidato deve definir o modo de apresentação dos seus argumentos, de
acordo com a tema a ser debatido. Por exemplo, pode apresentar as causas do problema, causas
e consequências ou oposição de aspectos (positivos e negativos).
Não há uma única fórmula para elaborar um texto dissertativo-argumentativo. É importante
ter em mente que a sua tarefa é discutir o tema proposto, por meio de argumentos que defendam
seu ponto de vista.
ͫ Elabore perguntas relacionadas ao assunto: O que penso sobre isso? Qual a minha opinião
sobre isso?
ͫ Pense num problema relacionado ao tema. Isso facilita o desenvolvimento do tema.
ͫ Questione por que esse problema acontece. Por quê?
ͫ Você pode apontar também as consequências desse problema. Quais as consequências
disso?
ͫ Pode também, dependendo do tema, questionar os pontos positivos e negativos.
ͫ Qual a solução para esse problema?
ESQUEMA
O que eu penso sobre isso? TESE
Quais as causas disso? Quais as consequências disso? Quais os pontos negativos e positivos disso?
ARGUMENTOS
O que pode ser feito para resolver o problema? PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

EXEMPLO
Tema: O conservadorismo na sociedade contemporânea
Brainstorm: manutenção das instituições sociais tradicionais, família, religião, individualismo,
rejeição da igualdade, crise política, capitalismo, violência, insegurança.
O que eu penso sobre isso?
R.: O conservadorismo vem crescendo nos dias de hoje no Brasil e no mundo.
Por quê?
planejamento do texto 3

R.: Por questões políticas (crise política), por causa das novas formas de consumo e de produção
de informação, por causa da insegurança e desordem.
Quais os efeitos (consequências) disso?
R.: Aprofundamento da polarização política; declínio considerável na qualidade da democracia;
retrocesso em relação a direitos coletivos.
O que pode ser feito para resolver o problema?
R.: Não será tarefa fácil encontrar formas de proteger os valores democráticos num contexto
de polarização política, fragmentação ideológica e transformações econômico-sociais.
ESTRUTURA DA
DISSERTAÇÃO
ARGUMENTATIVA
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ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA


INTRODUÇÃO
É todo o primeiro parágrafo do texto. Nele será contextualizado assunto e apresentada a tese
que será defendida sobre ele.
A importância da introdução é evidente, pois é ela que determina o tom do texto, o encami-
nhamento do desenvolvimento e sua estrutura. Então, ela deve ser vista como um compromisso
que o autor assume com o restante do desenvolvimento.

TIPOS DE INTRODUÇÃO
Definição: tem por objetivo expor uma definição, uma ideia, uma expressão. Para isso, é
importante ter como referência os sentidos expostos em dicionários, obras literárias etc. Este tipo
de introdução é muito utilizado em textos expositivos.
O conservadorismo é um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais
tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião −, além dos usos, costumes, tradições
e convenções. Enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo
de movimentos revolucionários e de políticas progressistas. Sob essa ótica, percebe-se que no Brasil
e no mundo essa onda conservadora vem se expandindo.
Roteiro: tem por objetivo apresentar ao leitor o roteiro que será seguido durante o desen-
volvimento do seu texto; assim, ao citar o roteiro na introdução, o autor deve segui-lo até o final,
para que não haja incoerências.
Em virtude da onda de conservadorismo que o Brasil vive na atualidade, tornam-se comuns
as discussões sobre direitos coletivos. Nesse cenário, é importante analisar as causas do conserva-
dorismo moderno e os reflexos dele nos direitos da coletividade.
Alusão histórica: representa um tipo de introdução em que um fato passado se relaciona de
algum modo a um fato presente, servindo de ponto de reflexão, seja pelas semelhanças entre eles,
seja pelas diferenças.
Por ter pecado nos excessos do liberalismo, a Revolução Francesa foi talvez a que mais contri-
buiu com o surgimento do conservadorismo. Do mesmo modo, no Brasil esse mesmo processo volta
a emergir depois de anos de governo liberal no poder.
Citações e estatísticas: neste tipo de introdução, o candidato traz uma frase (citação) de
algum especialista no assunto, ou estatísticas a respeito do tema. Importante tomar cuidado para
não trazer citações “vazias”, que não sejam relacionadas ao assunto, e se preocupar em fazer uma
análise a respeito das estatísticas trazidas, para que elas não fiquem deslocadas.
O Brasil, e o mundo de modo geral, vem vivendo uma onda crescente de conservadorismo. De
acordo com Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, a proporção da população aderente
a fundamentos conservadores sobre a vida em sociedade avançou de 49%, em 2010, para 54%, em
2017, e se aproximou de 55% no ano passado. Nesse âmbito, podem-se analisar as razões para esse
problemática e as consequência dela para os direitos coletivos.
DICA PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO
Como são muitas opções, para você não ficar perdido(a), vamos focar em uma delas? Que tal a roteiro?
Apresentação do tema;
Apresentação da tese;
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 3

Apresentação dos argumentos.

MODELOS DE APRESENTAÇÃO DO TEMA


Vejamos alguns modelos de apresentação do tema – primeiro passo para iniciar a introdução.
Não há dúvida de que as discussões sobre __________ atestam a relevância da questão na
atualidade.
Pode-se atestar a relevância de __________ pelas constantes discussões que a questão tem
suscitado.
Em virtude da atualidade e relevância da questão, tornam-se a cada dia mais comuns as dis-
cussões acerca de __________.
__________ é uma questão social preocupante que vai de encontro a quaisquer avanços que
a sociedade tenha conquistado.
O passar dos anos parece não ter apontado caminhos para que se solucionasse __________.
__________ se torna a cada dia mais flagrante em nossa sociedade e pouco se tem feito para
contê-lo (la) de forma eficaz.
Agora que já apresentamos o tema, é importante nos posicionarmos em relação a ele, ou seja,
precisamos de uma tese (opinião).
Tema: O conservadorismo na sociedade contemporânea
O que eu penso sobre isso? => TESE
R.: O conservadorismo é um problema e vem crescendo nos dias de hoje no Brasil e no mundo.
Por que isso ocorre? => ARGUMENTOS
R.: Por questões econômicas, por ascensão das redes sociais e de novas formas de consumo
e de produção de informação.
Quais os efeitos (consequências) disso? => ARGUMENTOS
R.: Aprofundamento da polarização política; declínio considerável na qualidade da democracia;
retrocesso em relação a direitos coletivos.
O que pode ser feito para resolver o problema? => CONCLUSÃO
R.: Não será tarefa fácil encontrar formas de proteger os valores democráticos num contexto
de polarização política, fragmentação ideológica e transformações econômico-sociais.

EXEMPLOS DE INTRODUÇÃO
Introdução roteiro
Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea
atestam a relevância da questão na atualidade (1). O crescimento dessa ideologia política e social
é um entrave para se conquistarem avanços (2), já que causa polarização e retrocesso em direitos
coletivos (3).
(1) Apresentação do tema.
(2) Apresentação da tese.
(3) Argumentos.
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Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea


atestam a relevância da questão na atualidade (1). O crescimento dessa ideologia política e social
no Brasil e no mundo é um entrave para avançar em diversas áreas (2). Para analisar essa questão,
é importante que se discutam suas causas (3).
(1) Apresentação do tema.
(2) Apresentação da tese.
(3) Argumentos.
Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea
atestam a relevância da questão na atualidade (1). Essa ideologia política e social vem crescendo
no Brasil e no mundo (2). Para analisar essa questão, é importante que se discutam seus pontos
positivos e negativos (3).
(1) Apresentação do tema.
(2) Apresentação da tese.
(3) Argumentos.
Introdução definição
Conservadorismo é uma postura política e social que busca promover a manutenção de valo-
res, práticas e instituições tradicionais (1). Essa ideologia vem crescendo no Brasil, e no mundo,
dificultando avanços na esfera política e social (2).
(1) Definição.
(2) Apresentação da tese.
Existem várias formas de se fazer uma introdução. A roteiro é uma das mais fácies. Vamos ver
agora outra forma de estruturar a introdução.
Supondo que o tema seja “os reflexos do uso da internet nas relações de trabalho”, precisamos
começar a redação apresentando tema. Em seguida, não se esqueça de pensar na tese (opinião).
Não há dúvida de que a internet faz parte da sociedade moderna e está inserida na cultura
atual.
Aqui está a apresentação do tema. Precisamos apresentar a tese.
O que penso sobre isso?
R.: A internet possui pontos positivos e negativos.
Qual ponto positivo?
R.: Permitiu a criação de novas profissões.
Qual ponto negativo?
R.: Fez com que o trabalhador ficasse disponível mesmo fora do horário do expediente.
Não há dúvida de que a internet faz parte da sociedade moderna e está inserida na cultura
atual, inclusive nas relações de trabalho. Dependendo de como ela seja usada, pode trazer impactos
positivos ou negativos. Seu principal ponto positivo é o fato de contribuir para a criação de novas
profissões, entretanto, como ponto negativo, faz com que o trabalhador fique disponível mesmo
fora do horário de expediente.
Apresentação do tema.
Identificação do problema e tese (opinião)
Apresentação dos argumentos.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 5

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Escolha um ponto positivo e um ponto negativo para discorrer nos parágrafos de
desenvolvimento. Você deverá comprová-los nesses parágrafos. Não enumere vários aspectos positivos e vários
aspectos negativos. Apresentação do tema

RESUMO
ESTRUTURA DA
DISSERTAÇÃO
ARGUMENTATIVA
2

ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA


DESENVOLVIMENTO
Você viu que a introdução apresenta as ideias que vão originar os (dois) parágrafos de
desenvolvimento.
O desenvolvimento é o parágrafo que vai desenvolver a ideia apresentada junto com a tese no
parágrafo de introdução. Essa ideia aparece na primeira frase do parágrafo, ou seja, no tópico frasal.
Ela será a ideia central do parágrafo de desenvolvimento. Depois do tópico frasal (introdução), há
a comprovação dessa ideia (desenvolvimento) e, por fim, o fechamento do parágrafo (conclusão).
Em outras palavras, o parágrafo é uma unidade de informação construída a partir de uma
ideia-núcleo, materializada no tópico frasal, que, por sua vez, deve ser muito claro e adequada-
mente desenvolvido. Um bom parágrafo não pode incluir elementos que não estejam contidos na
ideia-núcleo.
Um parágrafo deve apresentar as seguintes qualidades:
ͫ ser completo;
ͫ ter unidade;
ͫ apresentar organização;
ͫ ter coerência.

COMO COMPROVAR OS ARGUMENTOS?


Os diversos argumentos deverão ser sustentados com exemplos e provas que os validem,
tornando-os indiscutíveis, como:
ͫ Exemplos: consiste na apresentação de exemplos, retirados da própria realidade ou advin-
dos de diferentes áreas do conhecimento.
ͫ Enumeração de fatos: apresentação sucessiva de várias informações ou elementos
necessários à compreensão do argumento desenvolvido.
ͫ Causa e efeito: funciona como justificativa para afirmações feitas ao longo do texto. Ao
explicar os porquês e as consequências da temática em questão, pode-se confirmar as
ideias expressas pela tese.
ͫ Dados estatísticos: apresentação de dados e as fontes para comprovar o que se afirmou.
ͫ Citações de autores renomados: baseia-se na reprodução de ideias ou informações
apreendidas a partir de estudo de textos de outros autores.

EXEMPLOS
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: para contextualizar, por exem-
plo, a exemplo de, a título de exemplificação, como acontece no caso.
‘O treinamento recebido pelos agentes de segurança pública contribui para a persistência no
racismo nas instituições policiais. Ilustra isso o caso de George Floyd, que foi asfixiado até a morte
por policial norte-americano, e do menino João Pedro, que foi morto a tiros dentro de casa numa
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 3

comunidade do Rio de Janeiro. Diante disso, fica claro que os agentes são treinados para identificar
como “inimigo” um perfil – o negro.’

ENUMERAÇÃO
“A sociedade, cada vez mais entregue à hipocrisia política e populista daqueles que estimu-
lam a violência como resposta pública ao medo e ao crime, ignora que não há lugar seguro para as
mulheres no país. Elas são mortas dentro e fora de casa, violentadas no transporte público, agredidas
nas ruas e nos espaços de educação e lazer. A violência compõe um cotidiano perverso sustentado
por relações sociais profundamente machistas.”

CAUSA E EFEITO
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: porque, já que, visto que,
graças a, em virtude de, como reflexo disso, assim, consequentemente, isso se dá porque.
“Episódios de preconceito religioso são recorrentes no contexto histórico nacional. Arrastan-
do-se do período escravocrata até hodiernamente, religiões de origem africana, como a Umbanda
e o Candomblé, são vítimas de preconceito. Consequentemente, essa discriminação nefasta impõe
restrições aos praticantes, sendo estes muitas vezes atacados de forma homicida. Tal contexto
exemplifica a proporção alcançada pela intolerância religiosa, além de exaltar a necessidade de
propostas resolutivas.”

DADOS ESTATÍSTICOS
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: segundo, conforme, de acordo
com
“Não há dúvidas de que, mesmo com os avanços nessa luta, ainda são altos os índices de
violência contra a mulher. De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas
houve um aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a
baixa eficiência dos mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as
mulheres e a Lei Maria da Penha.”
Vamos relembrar a introdução apresentada anteriormente.
Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea
atestam a relevância da questão na atualidade. O crescimento dessa ideologia política e social é um
entrave para se conquistarem avanços, já que causa polarização e retrocesso em direitos coletivos.
No desenvolvimento, você deverá explicar o seguinte:
No 2º parágrafo: comprovar por que o crescimento do conservadorismo gera polarização. => 1º argumento
No 3º parágrafo: comprovar por que o crescimento do conservadorismo gera retrocesso em direitos coletivos.
=> 2º argumento
Inicialmente, é importante destacar que o Brasil vem vivendo, desde as manifestações de 2013,
um processo de polarização política (1). Com a recente crise política do Brasil, ganhou força um
discurso ultraconservador, antipetista, e, consequentemente, fez surgir, também, o outro extremo.
A expansão de uma extrema direita levou à expansão de uma extrema esquerda, aprofundando
o processo de polarização (2). Com isso, o crescimento de extremos faz sobrar pouco espaço para
negociação, diálogo e tolerância, o que impede qualquer avanço social (3).
(1) Tópico frasal
(2) Estratégia argumentativa (causa e efeito)
4

(3) Conclusão
Vale frisar também que tal setor conservador defende questões que vão de encontro a avan-
ços na área dos direitos humanos (1). Debates sobre legalização do aborto, igualdade de gênero,
criminalização da homofobia, cotas raciais não são estimulados por esse grupo, enquanto a redu-
ção da maioridade penal e aplicação da pena de morte ganham força (2). Assim, o crescimento do
conservadorismo, além de um retrocesso político, acarreta uma involução de direitos coletivos (3).
(1) Tópico frasal
(2) Estratégia argumentativa (enumeração)
Apresentação da ideia central
(3) Conclusão do parágrafo: argumento.

RESUMO
COESÃO TEXTUAL
2

COESÃO TEXTUAL
COESÃO REFERENCIAL
É um recurso coesivo que ocorre quando um termo (ou expressão) remete a ouro termo (ou
expressão).

REMISSÃO INTRATEXTUAL (PARA DENTRO DO TEXTO) – ENDÓFORA


O que foi mencionado anteriormente é chamado de referente textual, enquanto o termo que
o remete é denominado de referenciador.
Ex.: Maria saiu cedo de casa esta manhã. Ela foi trabalhar e mais tarde irá à aula de dança.
Nesse exemplo, o termo “ela” retoma o termo citado anteriormente “Maria”, evitando, assim,
a repetição desnecessária.
Essa remissão textual pode ser feita de várias formas. Quando a referência é feita a algum
elemento já mencionado no texto anteriormente, ocorre a anáfora. Quando a referência aponta
para frente, ou seja, o referente textual surge após o elemento coesivo, ocorre a catáfora.
Ex.: “De uma coisa tenho certeza: essa narrativa mexerá com uma coisa delicada: a criação
de uma pessoa inteira que na certa está tão viva quanto eu. Cuidai dela porque meu poder é só
mostrá-la para que vós a reconheçais na rua, andando de leve por causa da esvoaçada magreza.” (A
hora da estrela de Clarice Lispector) => Os pronomes destacados têm como referente “uma pessoa
inteira”, então ocorreu anáfora.
Ex.: “Há três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade”.
(Buda) => A expressão “três coisas” tem como referente “sol, a lua e a verdade”. O referente aparece
depois do referenciador, por isso ocorreu catáfora.
Como evitar a repetição problemática de palavras? Muitos são os processos usados com essa
finalidade, podendo ser reunidos em: substituição, omissão, redução e ampliação.
a) Substituição
» Substituição por um termo de conteúdo mais geral (hiperônimo)
» Ex.: O carro atropelou o cachorro e o motorista não parou para cuidar do animal.
» Substituição por um sinônimo ou quase sinônimo
» Ex.: Mais cinco presos fugiram da cadeia de Bangu. Os detentos foram recapturados
nas redondezas.
» Substituição por um pronome pessoal
» Ex.: A sociedade atribui ao Estado o dever de preservar o meio ambiente, mas se
esquece de que ela também é responsável por isso.
» Substituição por pronomes demonstrativos
» Ex.: Os romanos e os gregos criaram as bases da cultura ocidental, os estes no ter-
reno teórico; aqueles, no prático.
» E necessária a punição mais severa para crimes de corrupção. Essa ideia agrada a
uns e desagrada a outros.
» Isto ajudaria a minimizar a crise econômica: o fim da disputa política.
COESÃO TEXTUAL 3

» Substituição por pronome relativo


» Ex.: Há muito preconceito com os idosos, que / os quais enfrentam dificuldade para
ingressar no mercado de trabalho.
O pronome relativo ONDE deve ser empregado para retomar a ideia de lugar.
Os deficientes físicos encontram dificuldades de locomoção nos espaços públicos, onde não encontram
rampas de acesso, elevadores, banheiros adaptados, etc.
Só no Império, em 1832, onde surgiu o Código de Processo Penal do Império, iniciou-se a sistematização das
ações do Ministério Público.
Com o passar dos anos, perceberam-se muitas mudanças em relação ao conceito de velhice, onde refletiu
diretamente no mercado de trabalho.
» Substituição por um nome (nominalização)
» Ex.: Verificaram-se as urnas eletrônicas e a verificação constatou que não houve
fraude.
Atenção! É importante ressaltar que essa lista de substituição não exaustiva, ou seja, existem outros tipos
de substituição. Aqui estão os mais relevantes para concurso públicos.
b) Omissão
Ex.: O professor passou o dia preparando os materiais. (?) Resolveu tomar uma cerveja para
relaxar.
c) Redução
Ex.: O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) condenou o ex-governador do Rio de Janeiro por compra
de votos. O TRE encontrou provas de que ele comprovou nas eleições de 2016.
d) Ampliação
Ex.: Comprei uma casa ano passado. Essa bela casa foi reformada e hoje custa o dobro.
COESÃO TEXTUAL
2

COESÃO TEXTUAL
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão do texto.
Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as informações do
texto possam ser articuladas e relacionadas. Dessa forma, o autor do texto evita falta de coesão,
assegurando a articulação entre as ideias e argumentos e, sobretudo, coerência textual. Você
deve relembrar a conjunções e locuções conjuntivas (subordinativas e coordenativas) e seus
valor semânticos. Vejamos alguns.
Adição: além disso, além desse fator, outro aspecto importante, vale lembrar também, etc.
Oposição: por outro lado, em contrapartida, entretanto, contudo, mas, apesar disso, embora,
etc.
Explicação: pois, porque, já que, visto que, na medida em que, etc.
Conclusão: portanto, por conseguinte, diante disso, diante do exposto, assim, etc.
Ex.: “Não obstante, ao lado dele a crioula roncava, de papo para o ar, gorda, estrompada
de serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e gordura podre. Mas João
Romão nem dava por ela; só o que ele via e sentia era todo aquele voluptuoso mundo inaces-
sível vir descendo para a terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, acentuando-se.”
“Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no
entanto, era a única idéia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de coçar mais viva-
mente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços:” (O Cortiço de Aluísio Azevedo)

ELEMENTOS COESIVO ENTRE OS PARÁGRAFOS


A primeira delas ...
A primeira dessas questões ... 1º PARÁ� GRAFO DE DESENVOLVIMENTO
O primeiro desses pontos ...
Em primeiro lugar, ...
Inicialmente, ...
Primeiramente, ...
Outra questão importante é...
Também é de suma importância ... 2º PARÁ� GRAFO DE DESENVOLVIMENTO
O segundo dos aspectos ...
Além disso, ...
Em segundo lugar, ...
Posteriormente, ...
Há de se considerar também, ...
Há de se considerar, por último, ... 3º PARÁ� GRAFO DE DESENVOLVIMENTO
COESÃO TEXTUAL 3

O terceiro dos aspectos, ...


Portanto, ...
Assim, ...
Por conseguinte, ... PARÁ� GRAFO DE CONCLUSÃ� O
Diante do exposto, ...
Diante disso, ....
Cuidado! EVITE!
 Conclui-se que, concluímos, pode-se concluir, etc.
 Diante dos argumentos supracitados, ...
 Diante do exposto acima, ...
 Diante do que foi apresentado nos parágrafos anteriores, ...

ELEMENTOS COESIVOS DENTRO DOS PARÁGRAFOS


(LIGAR SOS PERÍODOS)
Para unir o primeiro período ao segundo: nesse contexto, nesse sentido, nesse viés, sob
essa ótica, sob essa perspectiva, considerando isso, levando isso em consideração.
Para explicar a ideia anterior: Isso porque, isso se dá porque, explica isso o fato, etc.
Para acrescentar uma informação: além disso, outro fator, também explica isso, etc.
Para apresentar exemplo: exemplifica isso, um exemplo disso é, para contextualizar, etc.
Para fechar o parágrafo: portanto, desse modo, dessa maneira, diante disso, assim, por
conseguinte, então, etc.
4
ESTRUTURA DOS
PERÍODOS
2

ESTRUTURA DOS PERÍODOS


O QUE É UM PERÍODO?
Perí�odo é uma frase constituí�da de uma ou mais orações.
O perí�odo pode ser:
Simples: quando constituí�do de apenas uma oração (oração absoluta);
Composto: quando constituí�do de mais de uma oração
» Por subordinação;
» Por coordenação;
» Por subordinação e coordenação.
Vejamos alguns exemplos:
A polícia sabia que havia drogas na Rocinha.
Serão encontradas soluções quando todos se mobilizarem.
A solução para a crise que afeta o Brasil está no combate à corrupção.
Todos sabiam a verdade, mas negaram.
É importante que se apresentem propostas de solução e coloquem-nas em prática.
Dicas!
Entre os fatores linguísticos que podem dificultar a compreensão de um
texto, estão as estruturas sintáticas complexas, ou seja, os períodos lon-
gos. Esse tipo de construção geralmente deixa o leitor perdido em meio a
tantas ideias, e, por isso, deve ser evitado.
Nos textos não literários, é importante que você opte por construções sin-
táticas simples, pois neles a comunicação deve acontecer da maneira mais
clara e objetiva possível.
Os períodos curtos diminuem consideravelmente o risco de possíveis pro-
blemas com conjunções, vírgulas e concordâncias.
Exemplo de parágrafos com períodos longos e sem clareza:
Muitos questionamentos são levantados para tentar entender o motivo que leva os policiais
à corrupção. O desvio de armas, por exemplo, deixam a corporação policial desprotegida, assim,
dificultando a ação policial, a troca de informações entre policiais desonestos e os bandidos
facilitam a fuga dos mesmo que por sua vez ficam impunes e continuam praticando atos crimi-
nosos na maioria das vezes levam a morte dos cidadãos de bem, o índice do narcotráfico tam-
bém tem apresentado aumento, isso porque, os próprios policiais vendem e compram drogas.
“Chegaram instruções repletas de recomendações para que os participantes do congresso
, que, por sinal, acabou não se realizando por causa de fortes chuvas, que inundaram a cidade
e paralisaram todos os meios de comunicação.”
“O homem que tenta mostrar a todos que a corrida armamentista que se trava entre as
grandes potências é uma loucura.”
A que conclusão podemos chegar?
estrutura dos períodos 3

Devemos preferir perí�odos curtos (construções sintáticas simples) a perí�odos longos


(construções sintáticas complexas).
É� muito mais difí�cil de cometer erros gramaticais (concordância, pontuação, conjunções)
quando construí�mos as orações na ordem direta (sujeito antes do predicado).
Prefira a ordem direta
Sujeito > verbo > complementos verbais > adjuntos adverbiais
Sujeito > verbo de ligação > predicativo
Sujeito > verbo intransitivo > adjunto adverbial
Os polí�ticos compravam votos sorrateiramente.
Os bandidos agiam despreocupados porque tinham certeza da impunidade.
Agiam despreocupados os bandidos porque tinham certeza da impunidade.
Despreocupados, os bandidos agiam porque tinham certeza da impunidade.
Os bandidos, porque tinham certeza da impunidade, agiam despreocupados.
4
ESTRUTURA
DAS QUESTÕES
DISCURSIVAS –
CESPE
2

ESTRUTURA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS – CESPE


ENTENDENDO O EDITAL
DA PROVA DISCURSIVA:
A prova discursiva valerá XX pontos e consistirá na redação de texto dissertativo, de até 30
linhas, a respeito de temas relacionados aos objetos de avaliação ou com base em tema formulado
pela banca examinadora.
A prova discursiva avaliará o conteúdo: conhecimento do tema, capacidade de expressão na
modalidade escrita e uso das normas do registro formal culto da Língua Portuguesa. O candidato
deverá produzir, com base em temas formulados pela banca examinadora, texto dissertativo, pri-
mando pela coerência e pela coesão.
A prova discursiva será corrigida conforme os critérios a seguir:
a) a apresentação e a estrutura textuais e o desenvolvimento do tema totalizarão a nota rela-
tiva ao domínio do conteúdo (NC), cuja pontuação máxima será limitada ao valor de XX pontos;
b) a avaliação do domínio da modalidade escrita totalizará o número de erros (NE) do can-
didato, considerando-se aspectos tais como: ortografia, morfossintaxe e propriedade vocabular;
c) será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito
fora do local apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima de linhas estabelecida nos subitens
10.2 e 10.3 deste edital;
d) será calculada, então, para cada candidato, a nota na prova discursiva (NPD), como sendo
NPD = NC - 2 × NE ÷ TL, em que TL corresponde ao número de linhas efetivamente escritas pelo
candidato na prova discursiva;
e) se NPD < 0, então considerar-se-á NPD = 0.
Observação: em geral, a banca Cespe utiliza essa fórmula para calcular a nota da prova dis-
cursiva, mas pode haver uma pequena variação (NC - 4 × NE ÷ TL, por exemplo).
Fique ligado(a): “O candidato deve ser capaz de estruturar o seu texto em conformidade com os padrões gerais
da tipologia textual dissertativa, respeitando os fatores de textualidade essenciais, com coesão e coerência”.
Esse foi um comentário publicado pela banca no padrão de resposta de um de seus concursos. Fique atento(a) à
estrutura.

EXEMPLOS DE QUESTÕES DISCURSIVAS


ESTRUTURA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS – CESPE 3
4
ESTRUTURA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS – CESPE 5
6

COMO ESTRUTURAR SEU TEXTO?


ͫ Faça uma introdução apresentando o tema.
ͫ Em seguida, faça um parágrafo para cada tópico.
ͫ Provavelmente, não haverá espaço para um parágrafo conclusivo. Então, inicie o último
parágrafo com um elemento coesivo, como: “por fim” ou “por último”.

DICAS PARA CONSTRUIR A INTRODUÇÃO


Em relação ao (tema), é importante destacar alguns aspectos relacionados. Nesse sentido,
discute-se (apresentação dos tópicos).
Diante da reflexão sobre (tema), é necessário atentar para alguns aspectos relacionados a esse
assunto. Considerando esse contexto, examina-se (tópicos).
As discussões a respeito de (tema) atestam a relevância do assunto na atualidade. Nesse
sentido, é fundamental ressaltar alguns aspectos relacionados a essa temática, são eles: (tópicos).

COMO CONSTRUIR O DESENVOLVIMENTO?


ͫ Tópico frasal: ideia-núcleo (introdução).
ͫ Comprovação da ideia-núcleo (desenvolvimento).
ͫ Fechamento do parágrafo (conclusão).
Um bom parágrafo não pode incluir elementos que não estejam contidos na ideia-núcleo. Um
parágrafo deve apresentar as seguintes qualidades:
ͫ ser completo;
ͫ ter unidade;
ͫ apresentar organização;
ͫ ter coerência.
CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO DAS
BANCAS
2

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS BANCAS


BANCA CESPE
Aspectos Macroestruturais:
1. Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura
textual (organização das ideais em texto estruturado).
2. Desenvolvimento do tema: tópicos da proposta:
» Aspectos Microestruturais.
» Ortografia.
» Morfossintaxe.
» Propriedade vocabular.
Quando forem apresentados tópicos, deve-se construir 1 (um) parágrafo para cada tópico.

BANCA FCC
O candidato deverá desenvolver texto dissertativo a partir de proposta única, sobre assunto de
interesse geral. Considerando que o texto é único, os itens discriminados a seguir serão avaliados
em estreita correlação:
ͫ Conteúdo: até 40 (quarenta) pontos:
» perspectiva adotada no tratamento do tema;
» capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;
» consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.
Obs.: a nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra abordagem tangencial, parcial
ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.
ͫ Estrutura: até 30 (trinta) pontos:
» respeito ao gênero solicitado;
» progressão textual e encadeamento de ideias;
» articulação de frases e parágrafos (coesão textual).
ͫ Expressão: até 30 (trinta) pontos:
A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas de acordo com
sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita considerando-se:
» desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido para o
cargo/área/especialidade;
» adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;
» domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática
de orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pon-
tuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal;
uso de tempos e modos verbais; e grafia e acentuação.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS BANCAS 3

BANCA CESGRANRIO
A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir:
ͫ adequação ao tema proposto;
ͫ adequação ao tipo de texto solicitado;
ͫ emprego apropriado de mecanismos de coesão (referenciação, sequenciação e demar-
cação das partes do texto);
ͫ capacidade de selecionar, organizar e relacionar de forma coerente argumentos perti-
nentes ao tema proposto; e
ͫ pleno domínio da modalidade escrita da norma-padrão (adequação vocabular, ortografia,
morfologia, sintaxe de concordância, de regência e de colocação).

BANCA VUNESP
Na avaliação da Prova Dissertativa (Parte II), serão considerados os critérios a seguir:
ͫ Tema: considera-se se o texto do candidato atende ao tema proposto. A fuga completa
ao tema proposto é motivo suficiente para que a redação não seja corrigida em qualquer
outro de seus aspectos, recebendo nota 0 (zero).
ͫ Estrutura (gênero/tipo de texto e coerência): consideram-se aqui, conjuntamente, os
aspectos referentes ao gênero/tipo de texto proposto e à coerência das ideias. A fuga
completa ao gênero/tipo de texto é motivo suficiente para que a redação não seja cor-
rigida em qualquer outro de seus aspectos, recebendo nota 0 (zero). Avalia-se aqui como
o candidato sustenta sua tese em termos argumentativos e como essa argumentação
está organizada, considerando-se a macroestrutura do texto dissertativo (introdução,
desenvolvimento e conclusão). No gênero/tipo de texto, avalia-se também o tipo de
interlocução construída: por se tratar de uma dissertação, deve-se prezar pela objetivi-
dade. Sendo assim, o uso de primeira pessoa do singular e de segunda pessoa (singular
e plural) poderão ser penalizados. Será considerado aspecto negativo a referência direta
à situação imediata de produção textual (ex.: como afirma o autor do primeiro texto/da
coletânea/do texto I; como solicitado nesta prova/proposta de redação). Em relação à
coerência, será observada, além da pertinência dos argumentos mobilizados para a def-
esa do ponto de vista, a capacidade do candidato de encadear as ideias de forma lógica
e coerente (progressão textual). Serão considerados aspectos negativos a presença de
contradições entre as ideias, a falta de partes da macroestrutura dissertativa, a falta de
desenvolvimento das ideias ou a presença de conclusões não decorrentes do que foi
previamente exposto.
ͫ Expressão (coesão e modalidade): consideram-se neste item os aspectos referentes à
coesão textual e ao domínio da norma-padrão da língua portuguesa. Na coesão, avalia-se
a utilização dos recursos coesivos da língua (anáforas, catáforas, substituições, conjunções
etc.), de modo a tornar a relação entre frases e períodos e entre os parágrafos do texto
mais clara e precisa. Serão considerados aspectos negativos as quebras entre frases ou
parágrafos e o emprego inadequado de recursos coesivos. Em relação à modalidade, serão
examinados os aspectos gramaticais, como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação,
4

bem como a escolha lexical (precisão vocabular) e o grau de formalidade/informalidade


expressa em palavras e expressões.

BANCA IBFC
Para o desenvolvimento da Redação, o candidato deverá redigir, observando os critérios de
correção estabelecidos no quadro abaixo:
Critérios de Correção:
1 Conhecimento do tema (cobertura dos tópicos apresentados: domínio e interrelação entre
os conceitos centrais do tema proposto).
2 Habilidade argumentativa (atualização, originalidade e relevância das informações).
3 Sequência lógica e de organização do pensamento (introdução, desenvolvimento e consi-
derações finais).
4 Coerência e Coesão (pontuação, continuidade e progressão de ideias, uso apropriado de
articuladores).
5 Morfossintaxe (relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, regência verbal e
nominal, organização e estruturação dos períodos e orações, emprego dos tempos e modos verbais
e colocação de pronome).
6 Acentuação e ortografia.

BANCA FGV
Na avaliação da Prova Escrita Discursiva, a redação será corrigida segundo os critérios a seguir:
PARTE 1 – ESTRUTURA TEXTUAL GLOBAL:
(A) ABORDAGEM DO TEMA:
Considera a capacidade de o candidato selecionar argumentos convenientes, dentro do perfil
esperado, assim como a boa seleção desses argumentos.
(B) PROGRESSÃO TEXTUAL:
Considera a capacidade de o candidato mostrar coesão e coerência entre os parágrafos com-
ponentes do texto por ele redigido, assim como a distribuição do tema por uma evolução adequada
de suas partes.
PARTE 2 – CORREÇÃO GRAMATICAL:
A correção gramatical será considerada sob o aspecto da melhor expressão escrita do ponto
de vista comunicativo, ou seja, de sua adequação à situação comunicativa.
(A) SELEÇÃO VOCABULAR:
Considera problemas de inadequação vocabular, troca entre parônimos, emprego de pala-
vras gerais por específicas, emprego de vocábulos de variação linguística inadequada, marcas de
oralidade.
(B) NORMA CULTA:
Considera problemas gerais de construção frasal do ponto de vista comunicativo.
CORREÇÃO DE
REDAÇÃO – RUIM
2

CORREÇÃO DE REDAÇÃO – RUIM


REDAÇÃO 1
Tema: Inserção do menor infrator no mercado de trabalho.
Não há dúvida de que a criminalidade cresce a cada dia, os bandidos estão na sua zona de
conforto, a sociedade está com medo e a polícia, desmoralizada. Para resolver esse problema, são
necessárias duas medidas: projetos para que esses infratores saiam da criminalidade e aulas de
defesa pessoal para que a população não fique amedrontada.
O mercado de trabalho ultimamente vem se tornando concorrido. Pessoas com ensino médio
entravam no mercado de trabalho facilmente, mas hoje isso mudou. Para se encaixar no mercado
de trabalho atualmente, a pessoa tem que estar se capacitando, com cursos de informática, inglês,
cursos técnicos, entre outros. Quando não veem o mercado de trabalho aberto, alguns jovens
optam pela vida do crime. O ideal é se investir na educação de base para que, mais tarde, não se
tenha que investir em cadeia.
Moradores de comunidades dominadas pelo crime organizado se preocupam cada vez mais
ao sair de casa. As notícias dos jornais são de assaltos e mortes, o cidadão de bem não tem mais
liberdade para sair às ruas. A população deve se tornar mais forte e se unir contra bandidos, que
levam seu bem, conquistado com muito esforço, em apenas alguns segundos. Devem ser criados
projetos de defesa pessoa principalmente em comunidades carentes, com aulas de Muay Thai e
Jiu-Jítsu para que as pessoas de bem possam se defender.
Entretanto, é preciso ressaltar a urgência nas mudanças das leis para que se punam severa-
mente infratores e que comunidades tenham policiamento ostensivo mostrando aos infratores que
serão punidos se cometerem algum crime.

REDAÇÃO 2
Tema: A crise econômica e o agravamento da violência
Cenários de crise econômica são comuns durante a história de Estados modernos. Como
exemplo, tem-se a crise americana de 2008, a recessão grega de 2014 e a atual crise brasileira,
iniciada em 2013 e ainda em curso. As principais consequências da recessão econômica vigente
são os elevados níveis de desemprego e a redução dos investimentos públicos, consequências que
desencadeiam um dos mais preocupantes efeitos: o aumento da violência e criminalidade. Porém,
felizmente, há duas importantes medidas para tentar reverter esse cenário: a proteção do mercado
de trabalho e a continuidade dos investimentos em segurança.
É de suma importância evitar o aumento do desemprego, pois a queda da geração de renda
contribui diretamente com a elevação da violência. Com esse objetivo, em tempos de crise, fazem-se
necessárias ações que reduzam a burocracia existente nas relações de trabalho e no registro de
empreendimentos. Não menos importante é a elaboração de uma nova política tributária que não
penaliza as pequenas empresas, pois são essas as que, em conjunto, contratam a maior parte dos
trabalhadores existentes no mercado brasileiro.
Não menos importante é que o governo em crise não reduza seus investimentos em segu-
rança pública. Embora seja inegável a diminuição da arrecadação, o poder público, mesmo em
crise, despende de forma irresponsável recursos em áreas não essenciais tais como gastos com
publicidade, assessoria e consultoria política. Os recursos destinados às áreas supérfluas devem
ser remanejados para a segurança pública em ações como o aumento do efetivo policial e o inves-
timento em estrutura.
CORREÇÃO DE REDAÇÃO – RUIM 3

Da aliança entre o investimento em segurança e proteção ao emprego, será possível comba-


ter o aumento da violência de forma preventiva e repressiva. Será, portanto, imprescindível que o
cidadão brasileiro demande responsabilidade dos representantes do poder, acompanhando a forma
de agir do governo diante da crise econômica.
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CORREÇÃO DE REDAÇÃO – REGULAR


REDAÇÃO
TEMA: ERA DIGITAL DOS BANCOS
Bancos do futuro
Ao se falar sobre a era digital nos bancos, é importante discutir o quanto foi benéfico
para a sociedade em geral, trazendo mais praticidade e segurança no que se refere às soluções
de problemas. Nesse contexto, vale destacar: o mobile banking, os chatbots e o Pix.
Em primeiro lugar, é necessário falar do mobile banking, visto que a grande maioria da
população possui uma conta digital cadastrada no banco ou em seu aparelho celular. Sabendo
disso, pode-se perceber que já não se faz necessário estar em uma agência bancária, pois por
meio do aplicativo instalado terá acesso a todos os recursos do banco.
Face a isso, pode-se mencionar o atendimento por intermédio dos chatbots. Desse modo,
ficou muito prático para resolver problemas mais simples, tais como: solicitar uma segunda via
da fatura ou até mesmo bloquear o cartão de crédito ou débito, com isso o cliente evita ficar
horas em uma agência bancária.
Além disso, deve-se ressaltar que uma nova ferramenta foi acrescentada aos serviços
bancários, chamada de Pix, essa tecnologia foi apresentada em 2020. Logo se tornou muito útil
– utilizada para fazer transferências e pagamentos a qualquer hora do dia sem cobranças de
taxas.
A partir do que foi discutido, percebe-se, então, que à medida que a tecnologia vai
avançando as agências vão se atualizando para trazer mais benefícios e segurança aos clientes.

MUDE SUA VIDA!


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CORREÇÃO DE REDAÇÃO – BOA


REDAÇÃO 1
Tema: Inserção do idoso no mercado de trabalho.
Com o envelhecimento da população, muito se tem discutido sobre a inserção do idosos
no mercado de trabalho. Nesse contexto, vale destacar que ainda é um grande desafio para essa
população esse ingresso. A partir disso, é necessário que se reflita sobre os motivos que os
levam a voltar a trabalhar e quais as dificuldades que eles enfrentam.
É inegável o aumento das pessoas com mais de 60 anos na População Economicamente
Ativa brasileira. Muitos são os motivos pelos quais permanecem no mercado de trabalho ou
retornam a ele após a aposentadoria: necessidade de uma renda adicional, ocupação do tempo
ocioso, gosto pelo trabalho desenvolvido. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
constatou que quase 20% dos idosos aposentados no Brasil trabalham e entre os principais
motivos estão a necessidade de uma remuneração extra ou a vontade de permanecer ativo.
Porém, nem sempre é fácil essa parte da população reconquistar uma vaga no mercado
de trabalho. Os estereótipos sobre a velhice induzem a uma caracterização do “velho” como
incapaz e improdutivo. Além disso, os empregadores preferem os mais jovens, porque podem
pagar menos e confiam que os eles têm mais energia e ousadia. Dessa forma, o trabalhador
jovem tende a ser valorizado e o idoso entra em desvantagem.
Portanto, é indiscutível que, com o crescimento da população idosa, as pessoas com mais
de 60 anos estão voltando ao mercado de trabalho e é importante que se discutam formas para
que isso ocorra. Esse retorno contribui para a evolução da sociedade, reduzindo o número de
aposentados que necessitam de complementação de renda, ou até mesmo devolvendo sua
dignidade e apoio psicológico.

REDAÇÃO 2
TEMA: Isolamento social na era da comunicação virtual
Não há dúvidas de que as redes sociais podem fortalecer relacionamentos preexistentes
e permitir que novas conexões sejam estabelecidas. Contudo, o uso excessivo da comunicação
virtual acarreta isolamento social, já que resta menos tempo para a interação real. Além disso,
tal uso permitiu que o trabalho invadisse os lares.
Vale ressalta, inicialmente, que a comunicação real tem dado lugar à virtual. Nesse
contexto, verifica-se que o contato por meio das redes sociais parece estar diminuindo o
convívio face a face. Assim, quem dispende muito tempo com uma infinidade de amigos virtuais
deixa de ter tempo para os amigos reais. Considerando isso, vários estudos tentam definir um
limite de "horas" para se passar plugado em redes sociais e afirmam que pessoas que
permanecem mais de duas horas conectado com os "amigos" virtuais podem ter o dobro de
chance de se sentir solitário.
Outro ponto relevante é que a internet permitiu o aumento do trabalho em casa sem
redução da jornada laboral normal. Isso se dá porque as mídias sociais facilitaram a
comunicação a distância e a qualquer hora. Então, é comum as pessoas continuarem tratando
dos assuntos relativos ao trabalho mesmo fora do horário de expediente, ou seja, esse limite de
tempo acaba se perdendo. Consequentemente, resta menos tempo para se comunicar com
filhos, companheiros, amigos, família. Além disso, à medida que se usa mais o celular, por
exemplo, para trabalhar, utiliza-se menos para falar com essas pessoas e o isolamento social
ocorre sem que percebam.
Portanto, é inegável que as redes sociais facilitaram a comunicação e fazem parte de nossa
vida. Entretanto, a frequência com que nos conectamos com nossas amizades virtuais merece

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uma reflexão, já que o exagero pode levar ao afastamento do convívio real. O sentimento de
isolacionismo social e de solidão é um rápido e eficaz atalho para a depressão.

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CORREÇÃO DE
REDAÇÃO – CESPE
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CORREÇÃO DE REDAÇÃO – CESPE


PROPOSTA
Desde tempos remotos, populistas dominantes espetacularizavam a tragédia humana, para
tirar proveito do interesse que o macabro desperta nas pessoas. Fatos violentos, reais ou fictícios,
continuam sendo explorados como meio de atrair multidões, hoje, por intermédio da mídia, de
modo efusivo. Para uns, são evidentes os danos da violência nos meios de comunicação nas relações
sociais, restando discutir-se, então, a magnitude desses efeitos. Para outros, imputar à mídia a culpa
pela violência social não tem sentido; é desviar o foco do problema, para encobrir as verdadeiras
causas. A mídia é um recurso extraordinário conquistado pelo homem que deve, ele próprio, ter o
domínio total dessa maravilha e encontrar meios de inibir seus reflexos adversos, pela razão inteli-
gente, e estender o debate, exaustivamente, até que se viabilize um final feliz para esse filme cujo
papel principal cabe à própria sociedade.
Fonte: jus.com.br – com adaptações.
Considerando que o fragmento da notícia acima possui caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do tema a seguir:
A violência e suas repercussões na mídia
Ao longo de sua dissertação, desenvolva também os seguintes pontos:
1. A mídia como ferramenta de propagação de informações – valor: 6,50 pontos.
2. Alterações comportamentais da sociedade em função das informações veiculadas na mídia
– valor: 6,50 pontos.
3. Possíveis intervenções para redução desses impactos na sociedade – valor: 6,00 pontos.

VERSÃO 1
No que se refere à mídia como ferramenta de propagação de informações, vale ressaltar que
é instrumento de conscientização e educação das massas. Sob essa perspectiva, necessário se faz
o zelo na propagação de informações, não a isentando da sua responsabilidade social. Então, na
difusão de conteúdo, deve encontrar seu verdadeiro sentido de indutora da cidadania, ou seja,
despertar no indivíduo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições,
pelo bem-estar da coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência crítica para uma
maior justeza na percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Já no que tange às alterações comportamentais da sociedade em função das informações
veiculadas na mídia, percebe-se que são inequívocos os efeitos nocivos da violência nos meios de
comunicação de massa nas interações sociais. Isso se dá devido à exibição excessiva de crimes ocor-
ridos, o que faz com que a população, principalmente dos grandes centros, altere sua percepção da
violência e, consequentemente, seu comportamento. Com isso, as pessoas passam a ter medo do
crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam seus hábitos, por exemplo, não conversar
no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madrugada, colocar alarmes, grades, cadeados ou
trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o trabalho ou para a escola.
Quanto às possíveis intervenções para redução desses impactos na sociedade, é essencial que
as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão, podem evitar muitos embustes,
e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias experiências e conclusões, em vez de
serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes, com viés político. Dessa forma,
serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da realidade de cada um.
CORREÇÃO DE REDAÇÃO – CESPE 3

VERSÃO 2
Ao se falar sobre a violência e suas repercussões na mídia, alguns aspectos que norteiam essa
temática devem ser discutidos. Nesse contexto, podem-se levantar as seguintes questões: a mídia
como ferramenta na propagação de informações, as alterações comportamentais da sociedade em
função das informações veiculadas nesses meios e as possíveis intervenções para redução desses
impactos.
Em primeiro lugar, vale destacar a mídia como ferramenta de propagação de informações.
Nesse viés, os veículos de comunicação são instrumentos de conscientização e educação das massas,
sendo necessário zelar pela propagação de informações, não os isentando da sua responsabilidade
social. Então, na difusão de conteúdo, devem encontrar seu verdadeiro sentido de indutores da
cidadania, ou seja, despertar no indivíduo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento
das instituições, pelo bem-estar da coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência
crítica para uma maior justeza na percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Em segundo lugar, deve-se mencionar as alterações comportamentais da sociedade em função
das informações veiculadas na mídia. Diante disso, o cidadão é modelado pela própria sociedade, a
qual, para tal, se utiliza dos meios ao seu alcance, entre eles, a mídia. Nesse sentido, são inequívocos
os efeitos nocivos da violência nos meios de comunicação de massa nas interações sociais. Isso se
dá devido à exibição excessiva de crimes ocorridos, o que faz com que a população, principalmente
dos grandes centros, altere sua percepção da violência e, consequentemente, seu comportamento.
Com isso, as pessoas passam a ter medo do crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam
seus hábitos, por exemplo, não conversar no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madru-
gada, colocar alarmes, grades, cadeados ou trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o
trabalho ou para a escola.
Por fim, devem-se analisar as possíveis intervenções para redução desses impactos na socie-
dade. Dessa maneira, já que não há como censurar o que a mídia veicula, pois existe a liberdade
de imprensa, é essencial que as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão,
podem evitar muitos embustes, e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias expe-
riências e conclusões, em vez de serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes,
com viés político. Dessa forma, serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da
realidade de cada um.

VERSÃO 3
A violência sempre foi um tema muito discutido em nossa sociedade, e invariavelmente está
presente na agenda de debates. Com o aumento da criminalidade no cotidiano, surgem as con-
testações a respeito da exploração obsessiva dessa temática pelos meios de comunicação. Nesse
contexto, levanta-se a reflexão sobre o papel da mídia na propagação de informações e sua influência
no comportamento da sociedade. Com isso, pode-se pensar em intervenções para minimizar esse
impacto.
Em primeiro lugar, vale destacar que os veículos de comunicação são instrumentos de cons-
cientização e educação das massas. Sob essa perspectiva, necessário se faz o zelo na propagação
de informações, não os isentando da sua responsabilidade social. Então, na difusão de conteúdo,
devem encontrar seu verdadeiro sentido de indutores da cidadania, ou seja, despertar no indiví-
duo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições, pelo bem-estar da
coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência crítica para uma maior justeza na
percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Em segundo lugar, deve-se mencionar que o cidadão é modelado pela própria sociedade, a
qual, para tal, se utiliza dos meios ao seu alcance, entre eles, a mídia. Nesse sentido, são inequívocos
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os efeitos nocivos da violência nos meios de comunicação de massa nas interações sociais. Isso se
dá devido à exibição excessiva de crimes ocorridos, o que faz com que a população, principalmente
dos grandes centros, altere sua percepção da violência e, consequentemente, seu comportamento.
Com isso, as pessoas passam a ter medo do crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam
seus hábitos, por exemplo, não conversar no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madru-
gada, colocar alarmes, grades, cadeados ou trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o
trabalho ou para a escola.
Por fim, entende-se que algumas ações podem ser tomadas para minimizar esses efeitos. Já
que não há como censurar o que a mídia veicula, pois existe a liberdade de imprensa, é essencial
que as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão, podem evitar muitos
embustes, e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias experiências e conclusões, em
vez de serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes, com viés político. Dessa
forma, serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da realidade de cada um.

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