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TIPOLOGIA TEXTUAL
DISSERTAÇÃO
Dissertar significa expor algum assunto. Dependendo da maneira como o esse assunto seja
abordado, a dissertação poder ser expositiva ou argumentativa.
DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA
Apresenta informações sobre assuntos, expõe, explica, reflete ideias de modo objetivo, impar-
cial. O autor é o porta-voz de uma opinião, ou seja, a intenção é expor fatos, dados estatísticos,
informações científicas, argumentos de autoridades etc. Este tipo de texto pode ter duas aborda-
gens: Estudo de Caso (em que é apresentada uma solução para a situação hipotética apresentada)
e Questão Teórica (em que é preciso apresentar conceitos, normas, regras, diretrizes de um deter-
minado conteúdo).
Exemplo de texto expositivo:
Em resposta à investigação da ONU que apontou racismo sistêmico na polícia do Brasil em um
relatório publicado na segunda-feira, o Itamaraty disse estar “firmemente comprometido” com o
combate ao “racismo, à discriminação racial, à xenofobia e outras intolerâncias religiosas”. A diplo-
macia brasileira afirmou que a discriminação racial na ação policial “não pode ser tolerada”, apesar
de ressaltar que o “trabalho árduo” dos agentes de segurança deve ser valorizado e reconhecido.
“Reconhecemos e lamentamos que no Brasil, como em muitos outros países, casos de vio-
lência contra pessoas afrodescendentes continuem a acontecer (...). Condenamos qualquer ato
de violência, incluindo os perpetrados por forças policiais ou por empresas de segurança privada”,
afirmou o Ministério. “A discriminação racial na ação policial não pode ser tolerada. Nossas socie-
dades esperam e merecem os mais elevados padrões morais dos agentes de segurança do Estado.”
Logo em seguida, contudo, o posicionamento ressaltou a necessidade de “valorizar e reconhe-
cer” o “trabalho árduo, compromisso e profissionalismo” dos agentes de segurança. O governo,
disse o comunicado, tem dado atenção a ações preventivas, tais como medidas para promover a
inclusão social e a conscientização, mas não as especificou.
(https://oglobo.globo.com)
DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
Defende uma tese (ideia, ponto de vista) por meio de estratégias argumentativas. Tem a inten-
ção de persuadir (convencer) o interlocutor. Em geral, há o predomínio da linguagem denotativa,
de conectores de causa-efeito, de verbos no presente.
Vejamos agora um exemplo do tipo argumentativo.
“Era para esse país tá pegando fogo”. Disse o rapper Emicida quando o músico Evaldo dos Santos
Rosa foi executado com 80 tiros por militares no Rio de Janeiro em abril de 2019. Mas não pegou.
Na época, houve certa repercussão nas redes e alguns poucos atos. Depois, o Brasil viu morrer de
forma covarde a menina Ágatha Félix em setembro de 2019 pelas mãos da polícia em uma operação.
De novo, manifestação pelas redes e protestos em sua maioria no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para não ir muito longe, ano passado, mais um homicídio. João Pedro, de 14 anos, baleado
dentro de casa em São Gonçalo em mais uma operação de policiais do estado do Rio de Janeiro
em meio à pandemia. Depois, a triste morte de Miguel, de apenas 5 anos, abandonado em um
TIPOLOGIA TEXTUAL 3
elevador pela patroa da mãe, empregada doméstica, em Pernambuco. Pela primeira vez, o país
“pegou fogo”, mas inflamado por um acontecimento de fora, o assassinato de George Floyd por
policiais norte-americanos que provocou um levante nos Estados Unidos para denunciar a violência
policial e o racismo estrutural no país.
Os atos nos EUA fizeram com que o mundo inteiro falasse sobre o assunto e também saísse às
ruas. Nunca antes o Brasil tinha dado tanto destaque para a temática como agora. O que é extre-
mamente válido. Mas entristece o fato de que esse é um tema vivenciado diariamente no Brasil
e que a gente só foi capaz de reconhecer quando o viu no outro, quando sentiu a dor do outro.
A sensação é que muitas vezes, mesmo que isso venha diminuindo, não choramos e não nos
revoltamos pelo que acontece no nosso quintal, com os nossos. Isso é resultado de um outro pro-
blema no Brasil. A falta de conhecimento da própria história é que nos faz perpetuar mitos, como o
da democracia racial de um país miscigenado. Mas, não se engane, a miscigenação no Brasil envolve
estupro e uma ideologia da elite entre os séculos 19 e 20 de embranquecimento da população com
a imigração europeia. Isso não está nos livros pedagógicos, claro.
Outro problema clássico do não conhecimento da nossa história é acharmos que o Brasil é
menos racista que países como Estados Unidos. Isso porque lá existia uma segregação nítida entre
negros e brancos, que eram divididos em espaços nas cidades, nos ônibus, nos bebedouros e até
nos banheiros. Aqui, a segregação aconteceu de forma velada, com os ex-escravos sendo jogados
na sociedade sem as mesmas oportunidades e com destino às favelas.
Que com esse momento impulsionado pelas manifestações nos Estados Unidos, a gente con-
siga olhar para o Brasil e ver que temos uma série de problemas que envolvem o racismo. Um tema
que há anos o país joga para debaixo do tapete. E simplesmente não dá mais. Temos que discutir o
racismo, mas mais do que isso, temos que enfrentá-lo de uma vez por todas. Porque vidas negras
realmente importam.
(Adriana Izel – Correio Braziliense)
Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer que o leitor/ouvinte tome conhecimento de
informações ou interpretações dos fatos, tem caráter expositivo e podemos classificá-lo como expositivo.
Quando as interpretações expostas pelo texto dissertativo vão mais além nas intenções e buscam explicita-
mente convencer o leitor/ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto como argumentativo
(COROA , 2008b, p. 121).
Vale mencionar que, muitas, vezes, nos editais, não fica claro se o texto será expositivo ou
argumentativo. Quando isso ocorrer, o candidato deve analisar as provas anteriores para traçar o
perfil da banca examinadora. Mas não se preocupe, pois a estrutura de ambos é igual, ou seja, os
dois tipos de texto devem conter introdução, desenvolvimento e conclusão. Além disso, no primeiro
parágrafo, deve haver a apresentação da ideia central que será desenvolvida.
Veja a proposta a seguir:
Foi recentemente publicado no Americam Journal of Preventive Medicine um estudo com
adultos jovens, de 19 a 32 anos de idade, apontando que quanto maior o tempo dispendido em
mídias sociais de relacionamento, maior a sensação de solidão das pessoas. Além disso, esse estudo
demonstrou também que quanto maior a frequência de uso, maior a sensação de isolamento social.
(Adaptado de: ESCOBAR, Ana. Disponível em: http://g1.globo.com)
Com base nas ideias do texto acima, redija uma dissertação sobre o tema:
Isolamento social na era da comunicação virtual
A partir da proposta apresentada, pode-se inferir que o examinador quer saber o ponto de
vista (opinião) do candidato em relação ao assunto. A intenção é que seja apontado o que ele pensa
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a respeito do tema, e não que ele apresente de forma objetiva informações a fim de esclarecer
determinado assunto. Então, resta claro que a dissertação terá caráter argumentativo.
Agora veja a proposta seguinte:
A segurança jurídica tem muita relação com a ideia de respeito à boa-fé. Se a administração
adotou determinada interpretação como a correta e a aplicou a casos concretos, não pode depois vir
a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os mesmos foram praticados com base em errônea
interpretação. Se o administrado teve reconhecido determinado direito com base em interpreta-
ção adotada em caráter uniforme para toda a administração, é evidente que a sua boa-fé deve ser
respeitada. Se a lei deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, por
respeito ao princípio da segurança jurídica, não é admissível que os direitos do administrado fiquem
flutuando ao sabor de interpretações jurídicas variáveis no tempo.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. p. 85 (com adaptações).
Considerando que o texto apresentado tem caráter estritamente motivador, elabore uma
dissertação a respeito dos atos administrativos e da segurança jurídica no direito administrativo
brasileiro, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
1. os elementos de validade do ato administrativo e os critérios para sua convalidação; [valor:
14,00 pontos]
2. distinção entre ato administrativo nulo, anulável e inexistente; [valor: 10,00 pontos]
3. o controle exercido de ofício pela administração pública sobre os seus atos e o dever de agir
e de prestar contas. [valor: 14,00 pontos]
Considerando o tema proposto e os tópicos apresentados, pode-se perceber que o candidato
deve, necessariamente, produzir um texto expositivo, já que o examinador avaliará o conhecimento
técnico dele sobre o assunto, e não o seu ponto de vista, a sua opinião. Para isso, deverá fundamen-
tar suas ideias por meio de leis, doutrina, jurisprudência, citação de uma autoridade no assunto.
ORIENTAÇÕES PARA
O TEXTO DEFINITIVO
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a sua redação para um lado que não quer. Os ditados populares empobrecem o texto. Os exami-
nadores não gostam de ver o senso comum se repetindo.
Ex.: Desde os primórdios da humanidade; fechar com chave de ouro.
d) Evite a construção de períodos longos: pode prejudicar a clareza textual. Além disso, procure
escrever na ordem direta.
e) Respeite as margens da folha de redação: não ultrapasse o limite estipulado na folha do
texto definitivo.
f) Não use corretivo: se errar alguma palavra, risque (com um traço apenas) e prossiga. Não
use parênteses nem a palavra “digo”.
Ex.: A sociadade sociedade deve se conscientizar do seu papel.
g) Evite algarismos, a não ser que se trate de anos, décadas, séculos ou referências a textos
legais (artigos, decretos, etc.).
h) A letra deve ser legível: pode ser letra cursiva ou de imprensa. Não se esqueça de fazer a
distinção entre maiúscula e minúscula.
i) Cuidado com a separação silábica.
Translineação: é a divisão das palavras no fim da linha. Leve em conta não apenas critérios de
correção gramatical, mas também recomendações estilísticas (estética textual).
1) Não se isola sílaba formal apenas por uma vogal.
2) Não se isola elemento cacofônico.
3) Na partição de palavras hifenizadas, recomenda-se repetir o hífen na linha seguinte.
j) Não use as palavras generalizadoras, afinal sempre há uma exceção, um exemplo contrário
ou algo assim.
Ex.: “Todos jogam lixo no chão” ou “Ninguém faria isso” ou “Isso jamais vai acontecer, é
impossível.”
k) Não invente dados estatísticos, pesquisas, mentiras convincentes.
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l) Não use a ironia. A ironia é uma figura de linguagem que não deve ser utilizada no texto
dissertativo-argumentativo. Nele nada deve ficar subentendido. A escrita deve ser sempre clara,
sem nada oculto e de forma argumentativa.
m) Não é uma boa ideia usar palavras rebuscadas. Seu texto pode ficar sem fluência e clareza,
dificultando a compreensão do corretor. Lembre-se: linguagem formal não é sinônimo de linguagem
complicada.
Ex.: Hodiernamente, mister, mormente, dessarte etc.
n) Evite estrangeirismo: empregar palavras estrangeiras em meio à nossa língua de forma
desnecessária. Não é necessário fazer isso se há no português uma palavra correspondente que
pode ser usada.
Ex.: Stress em vez de estresse.
o) Não se utilize de pergunta retórica.
Pergunta retórica: é uma interrogação que não tem como objetivo obter uma resposta, mas
sim estimular a reflexão do indivíduo sobre determinado assunto.
TÍTULO
O título só é obrigatório se for solicitado nas instruções da prova de redação.
Pode ser que a Banca examinadora deixe o espaço para o título, nesse caso, ele também é
obrigatório.
Se puser o título e não for obrigatório (não for exigido), não receberá mais pontos por isso e
só terá pontos descontados se contiver algum erro nele.
Caso se esqueça de colocar título quando for obrigatório, a redação não será anulada, mas
poderá ter pontos (poucos) descontados.
Dicas:
ͫ Nunca utilize tema como título.
ͫ Não coloque ponto final.
ͫ Não escreva todas as palavras com letra maiúscula.
ͫ Não pule linha depois do título;
ͫ Construa-o quando terminar o texto.
Então, a intenção não é que o aluno reproduza as informações contidas nos textos motivado-
res. O que se deseja é que o candidato leia os textos, interprete-os e reelabore-os, interligando-os
à sua discussão. Assim sendo, o ideal é retirar de cada texto motivador as ideias principais e que
podem ser utilizadas na sua produção escrita.
Leia todos com atenção e não se esqueça de procurar estabelecer uma relação entre eles, ou seja, busque os
pontos em comum e os conecte de uma maneira que defina argumentos consistentes para sua redação. Escreva
as principais ideias em forma de tópicos e com as suas palavras.
Se o aluno não souber nada sobre a temática apresentada, os textos motivadores podem ser um ótimo suporte.
Além dos dados expostos, esses textos também provocam a reflexão sobre outros aspectos do problema e
jamais devem ser ignorados.
DISSERTAÇAO
EXPOSITIVA
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DISSERTAÇAO EXPOSITIVA
A dissertação expositiva tende à simples exposição de ideias, de informações, de definições e
de conceitos, sem necessidade de um forte convencimento do leitor.
Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer que o leitor/ouvinte tome conhecimento de
informações ou interpretações dos fatos, tem caráter expositivo e podemos classificá-lo como expositivo.
(COROA , 2008b, p. 121).
formalismo excessivo, baixa produtividade e elevado índice de insatisfação dos cidadãos quanto
aos serviços públicos ofertados.
Cumpre destacar também que cada um deles tinha um propósito. A fim de garantir eficiência
administrativa, o burocrático promoveu a centralização de atividades, pautando-se em formalismo,
clareza nas definições hierárquicas, meritocracia, racionalidade impessoal, regras formais padro-
nizadas, igualdade de tratamento de casos semelhantes e clareza na definição das relações de
subordinação. Já o gerencialista é uma iniciativa gerada com o propósito de promover descentra-
lização das atividades do Estado, autonomia para a gestão e ênfase na qualidade da prestação de
serviços públicos por meio da incorporação de práticas típicas da gestão corporativa com busca da
eficiência administrativa. Destaca-se, ainda, sua intenção de reduzir custos e tornar mais eficiente
a administração dos serviços sob a responsabilidade do Estado.
Por fim, é importante destacar os princípios e práticas norteadores das duas gestões. Para o
modelo burocrático destacam-se, entre outros: foco no cumprimento de responsabilidades pelos
agentes administrativos, obediência dos agentes às regras e procedimentos, adoção de sistemas
administrativos formalizados como estratégia para combater o nepotismo e a corrupção. Para o
modelo gerencial, destacam-se, entre outros: alcance de resultados valorizados pela sociedade,
promoção de accountability e transparência nas ações do Estado, aumento da qualidade percebida
para os serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado, promoção de concorrência
para serviços públicos, com oferta de escolha para os usuários.
PLANEJAMENTO DO
TEXTO
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PLANEJAMENTO DO TEXTO
A dissertação argumentativa tem o objetivo de convencer o leitor sobre uma tese, por meio
de fortes articulações lógicas entre os significados.
Quando as interpretações expostas pelo texto dissertativo vão mais além nas intenções e buscam explicita-
mente convencer o leitor/ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto como argumentativo
(COROA, 2008b, p. 121).
EXEMPLO
Tema: O conservadorismo na sociedade contemporânea
Brainstorm: manutenção das instituições sociais tradicionais, família, religião, individualismo,
rejeição da igualdade, crise política, capitalismo, violência, insegurança.
O que eu penso sobre isso?
R.: O conservadorismo vem crescendo nos dias de hoje no Brasil e no mundo.
Por quê?
planejamento do texto 3
R.: Por questões políticas (crise política), por causa das novas formas de consumo e de produção
de informação, por causa da insegurança e desordem.
Quais os efeitos (consequências) disso?
R.: Aprofundamento da polarização política; declínio considerável na qualidade da democracia;
retrocesso em relação a direitos coletivos.
O que pode ser feito para resolver o problema?
R.: Não será tarefa fácil encontrar formas de proteger os valores democráticos num contexto
de polarização política, fragmentação ideológica e transformações econômico-sociais.
ESTRUTURA DA
DISSERTAÇÃO
ARGUMENTATIVA
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TIPOS DE INTRODUÇÃO
Definição: tem por objetivo expor uma definição, uma ideia, uma expressão. Para isso, é
importante ter como referência os sentidos expostos em dicionários, obras literárias etc. Este tipo
de introdução é muito utilizado em textos expositivos.
O conservadorismo é um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais
tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião −, além dos usos, costumes, tradições
e convenções. Enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo
de movimentos revolucionários e de políticas progressistas. Sob essa ótica, percebe-se que no Brasil
e no mundo essa onda conservadora vem se expandindo.
Roteiro: tem por objetivo apresentar ao leitor o roteiro que será seguido durante o desen-
volvimento do seu texto; assim, ao citar o roteiro na introdução, o autor deve segui-lo até o final,
para que não haja incoerências.
Em virtude da onda de conservadorismo que o Brasil vive na atualidade, tornam-se comuns
as discussões sobre direitos coletivos. Nesse cenário, é importante analisar as causas do conserva-
dorismo moderno e os reflexos dele nos direitos da coletividade.
Alusão histórica: representa um tipo de introdução em que um fato passado se relaciona de
algum modo a um fato presente, servindo de ponto de reflexão, seja pelas semelhanças entre eles,
seja pelas diferenças.
Por ter pecado nos excessos do liberalismo, a Revolução Francesa foi talvez a que mais contri-
buiu com o surgimento do conservadorismo. Do mesmo modo, no Brasil esse mesmo processo volta
a emergir depois de anos de governo liberal no poder.
Citações e estatísticas: neste tipo de introdução, o candidato traz uma frase (citação) de
algum especialista no assunto, ou estatísticas a respeito do tema. Importante tomar cuidado para
não trazer citações “vazias”, que não sejam relacionadas ao assunto, e se preocupar em fazer uma
análise a respeito das estatísticas trazidas, para que elas não fiquem deslocadas.
O Brasil, e o mundo de modo geral, vem vivendo uma onda crescente de conservadorismo. De
acordo com Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, a proporção da população aderente
a fundamentos conservadores sobre a vida em sociedade avançou de 49%, em 2010, para 54%, em
2017, e se aproximou de 55% no ano passado. Nesse âmbito, podem-se analisar as razões para esse
problemática e as consequência dela para os direitos coletivos.
DICA PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO
Como são muitas opções, para você não ficar perdido(a), vamos focar em uma delas? Que tal a roteiro?
Apresentação do tema;
Apresentação da tese;
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 3
EXEMPLOS DE INTRODUÇÃO
Introdução roteiro
Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea
atestam a relevância da questão na atualidade (1). O crescimento dessa ideologia política e social
é um entrave para se conquistarem avanços (2), já que causa polarização e retrocesso em direitos
coletivos (3).
(1) Apresentação do tema.
(2) Apresentação da tese.
(3) Argumentos.
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Escolha um ponto positivo e um ponto negativo para discorrer nos parágrafos de
desenvolvimento. Você deverá comprová-los nesses parágrafos. Não enumere vários aspectos positivos e vários
aspectos negativos. Apresentação do tema
RESUMO
ESTRUTURA DA
DISSERTAÇÃO
ARGUMENTATIVA
2
EXEMPLOS
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: para contextualizar, por exem-
plo, a exemplo de, a título de exemplificação, como acontece no caso.
‘O treinamento recebido pelos agentes de segurança pública contribui para a persistência no
racismo nas instituições policiais. Ilustra isso o caso de George Floyd, que foi asfixiado até a morte
por policial norte-americano, e do menino João Pedro, que foi morto a tiros dentro de casa numa
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 3
comunidade do Rio de Janeiro. Diante disso, fica claro que os agentes são treinados para identificar
como “inimigo” um perfil – o negro.’
ENUMERAÇÃO
“A sociedade, cada vez mais entregue à hipocrisia política e populista daqueles que estimu-
lam a violência como resposta pública ao medo e ao crime, ignora que não há lugar seguro para as
mulheres no país. Elas são mortas dentro e fora de casa, violentadas no transporte público, agredidas
nas ruas e nos espaços de educação e lazer. A violência compõe um cotidiano perverso sustentado
por relações sociais profundamente machistas.”
CAUSA E EFEITO
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: porque, já que, visto que,
graças a, em virtude de, como reflexo disso, assim, consequentemente, isso se dá porque.
“Episódios de preconceito religioso são recorrentes no contexto histórico nacional. Arrastan-
do-se do período escravocrata até hodiernamente, religiões de origem africana, como a Umbanda
e o Candomblé, são vítimas de preconceito. Consequentemente, essa discriminação nefasta impõe
restrições aos praticantes, sendo estes muitas vezes atacados de forma homicida. Tal contexto
exemplifica a proporção alcançada pela intolerância religiosa, além de exaltar a necessidade de
propostas resolutivas.”
DADOS ESTATÍSTICOS
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo: segundo, conforme, de acordo
com
“Não há dúvidas de que, mesmo com os avanços nessa luta, ainda são altos os índices de
violência contra a mulher. De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas
houve um aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a
baixa eficiência dos mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as
mulheres e a Lei Maria da Penha.”
Vamos relembrar a introdução apresentada anteriormente.
Não há dúvida de que as discussões sobre o conservadorismo na sociedade contemporânea
atestam a relevância da questão na atualidade. O crescimento dessa ideologia política e social é um
entrave para se conquistarem avanços, já que causa polarização e retrocesso em direitos coletivos.
No desenvolvimento, você deverá explicar o seguinte:
No 2º parágrafo: comprovar por que o crescimento do conservadorismo gera polarização. => 1º argumento
No 3º parágrafo: comprovar por que o crescimento do conservadorismo gera retrocesso em direitos coletivos.
=> 2º argumento
Inicialmente, é importante destacar que o Brasil vem vivendo, desde as manifestações de 2013,
um processo de polarização política (1). Com a recente crise política do Brasil, ganhou força um
discurso ultraconservador, antipetista, e, consequentemente, fez surgir, também, o outro extremo.
A expansão de uma extrema direita levou à expansão de uma extrema esquerda, aprofundando
o processo de polarização (2). Com isso, o crescimento de extremos faz sobrar pouco espaço para
negociação, diálogo e tolerância, o que impede qualquer avanço social (3).
(1) Tópico frasal
(2) Estratégia argumentativa (causa e efeito)
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(3) Conclusão
Vale frisar também que tal setor conservador defende questões que vão de encontro a avan-
ços na área dos direitos humanos (1). Debates sobre legalização do aborto, igualdade de gênero,
criminalização da homofobia, cotas raciais não são estimulados por esse grupo, enquanto a redu-
ção da maioridade penal e aplicação da pena de morte ganham força (2). Assim, o crescimento do
conservadorismo, além de um retrocesso político, acarreta uma involução de direitos coletivos (3).
(1) Tópico frasal
(2) Estratégia argumentativa (enumeração)
Apresentação da ideia central
(3) Conclusão do parágrafo: argumento.
RESUMO
COESÃO TEXTUAL
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COESÃO TEXTUAL
COESÃO REFERENCIAL
É um recurso coesivo que ocorre quando um termo (ou expressão) remete a ouro termo (ou
expressão).
COESÃO TEXTUAL
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão do texto.
Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as informações do
texto possam ser articuladas e relacionadas. Dessa forma, o autor do texto evita falta de coesão,
assegurando a articulação entre as ideias e argumentos e, sobretudo, coerência textual. Você
deve relembrar a conjunções e locuções conjuntivas (subordinativas e coordenativas) e seus
valor semânticos. Vejamos alguns.
Adição: além disso, além desse fator, outro aspecto importante, vale lembrar também, etc.
Oposição: por outro lado, em contrapartida, entretanto, contudo, mas, apesar disso, embora,
etc.
Explicação: pois, porque, já que, visto que, na medida em que, etc.
Conclusão: portanto, por conseguinte, diante disso, diante do exposto, assim, etc.
Ex.: “Não obstante, ao lado dele a crioula roncava, de papo para o ar, gorda, estrompada
de serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e gordura podre. Mas João
Romão nem dava por ela; só o que ele via e sentia era todo aquele voluptuoso mundo inaces-
sível vir descendo para a terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, acentuando-se.”
“Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no
entanto, era a única idéia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de coçar mais viva-
mente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços:” (O Cortiço de Aluísio Azevedo)
BANCA FCC
O candidato deverá desenvolver texto dissertativo a partir de proposta única, sobre assunto de
interesse geral. Considerando que o texto é único, os itens discriminados a seguir serão avaliados
em estreita correlação:
ͫ Conteúdo: até 40 (quarenta) pontos:
» perspectiva adotada no tratamento do tema;
» capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;
» consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.
Obs.: a nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra abordagem tangencial, parcial
ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.
ͫ Estrutura: até 30 (trinta) pontos:
» respeito ao gênero solicitado;
» progressão textual e encadeamento de ideias;
» articulação de frases e parágrafos (coesão textual).
ͫ Expressão: até 30 (trinta) pontos:
A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas de acordo com
sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita considerando-se:
» desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido para o
cargo/área/especialidade;
» adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;
» domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática
de orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pon-
tuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal;
uso de tempos e modos verbais; e grafia e acentuação.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS BANCAS 3
BANCA CESGRANRIO
A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir:
ͫ adequação ao tema proposto;
ͫ adequação ao tipo de texto solicitado;
ͫ emprego apropriado de mecanismos de coesão (referenciação, sequenciação e demar-
cação das partes do texto);
ͫ capacidade de selecionar, organizar e relacionar de forma coerente argumentos perti-
nentes ao tema proposto; e
ͫ pleno domínio da modalidade escrita da norma-padrão (adequação vocabular, ortografia,
morfologia, sintaxe de concordância, de regência e de colocação).
BANCA VUNESP
Na avaliação da Prova Dissertativa (Parte II), serão considerados os critérios a seguir:
ͫ Tema: considera-se se o texto do candidato atende ao tema proposto. A fuga completa
ao tema proposto é motivo suficiente para que a redação não seja corrigida em qualquer
outro de seus aspectos, recebendo nota 0 (zero).
ͫ Estrutura (gênero/tipo de texto e coerência): consideram-se aqui, conjuntamente, os
aspectos referentes ao gênero/tipo de texto proposto e à coerência das ideias. A fuga
completa ao gênero/tipo de texto é motivo suficiente para que a redação não seja cor-
rigida em qualquer outro de seus aspectos, recebendo nota 0 (zero). Avalia-se aqui como
o candidato sustenta sua tese em termos argumentativos e como essa argumentação
está organizada, considerando-se a macroestrutura do texto dissertativo (introdução,
desenvolvimento e conclusão). No gênero/tipo de texto, avalia-se também o tipo de
interlocução construída: por se tratar de uma dissertação, deve-se prezar pela objetivi-
dade. Sendo assim, o uso de primeira pessoa do singular e de segunda pessoa (singular
e plural) poderão ser penalizados. Será considerado aspecto negativo a referência direta
à situação imediata de produção textual (ex.: como afirma o autor do primeiro texto/da
coletânea/do texto I; como solicitado nesta prova/proposta de redação). Em relação à
coerência, será observada, além da pertinência dos argumentos mobilizados para a def-
esa do ponto de vista, a capacidade do candidato de encadear as ideias de forma lógica
e coerente (progressão textual). Serão considerados aspectos negativos a presença de
contradições entre as ideias, a falta de partes da macroestrutura dissertativa, a falta de
desenvolvimento das ideias ou a presença de conclusões não decorrentes do que foi
previamente exposto.
ͫ Expressão (coesão e modalidade): consideram-se neste item os aspectos referentes à
coesão textual e ao domínio da norma-padrão da língua portuguesa. Na coesão, avalia-se
a utilização dos recursos coesivos da língua (anáforas, catáforas, substituições, conjunções
etc.), de modo a tornar a relação entre frases e períodos e entre os parágrafos do texto
mais clara e precisa. Serão considerados aspectos negativos as quebras entre frases ou
parágrafos e o emprego inadequado de recursos coesivos. Em relação à modalidade, serão
examinados os aspectos gramaticais, como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação,
4
BANCA IBFC
Para o desenvolvimento da Redação, o candidato deverá redigir, observando os critérios de
correção estabelecidos no quadro abaixo:
Critérios de Correção:
1 Conhecimento do tema (cobertura dos tópicos apresentados: domínio e interrelação entre
os conceitos centrais do tema proposto).
2 Habilidade argumentativa (atualização, originalidade e relevância das informações).
3 Sequência lógica e de organização do pensamento (introdução, desenvolvimento e consi-
derações finais).
4 Coerência e Coesão (pontuação, continuidade e progressão de ideias, uso apropriado de
articuladores).
5 Morfossintaxe (relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, regência verbal e
nominal, organização e estruturação dos períodos e orações, emprego dos tempos e modos verbais
e colocação de pronome).
6 Acentuação e ortografia.
BANCA FGV
Na avaliação da Prova Escrita Discursiva, a redação será corrigida segundo os critérios a seguir:
PARTE 1 – ESTRUTURA TEXTUAL GLOBAL:
(A) ABORDAGEM DO TEMA:
Considera a capacidade de o candidato selecionar argumentos convenientes, dentro do perfil
esperado, assim como a boa seleção desses argumentos.
(B) PROGRESSÃO TEXTUAL:
Considera a capacidade de o candidato mostrar coesão e coerência entre os parágrafos com-
ponentes do texto por ele redigido, assim como a distribuição do tema por uma evolução adequada
de suas partes.
PARTE 2 – CORREÇÃO GRAMATICAL:
A correção gramatical será considerada sob o aspecto da melhor expressão escrita do ponto
de vista comunicativo, ou seja, de sua adequação à situação comunicativa.
(A) SELEÇÃO VOCABULAR:
Considera problemas de inadequação vocabular, troca entre parônimos, emprego de pala-
vras gerais por específicas, emprego de vocábulos de variação linguística inadequada, marcas de
oralidade.
(B) NORMA CULTA:
Considera problemas gerais de construção frasal do ponto de vista comunicativo.
CORREÇÃO DE
REDAÇÃO – RUIM
2
REDAÇÃO 2
Tema: A crise econômica e o agravamento da violência
Cenários de crise econômica são comuns durante a história de Estados modernos. Como
exemplo, tem-se a crise americana de 2008, a recessão grega de 2014 e a atual crise brasileira,
iniciada em 2013 e ainda em curso. As principais consequências da recessão econômica vigente
são os elevados níveis de desemprego e a redução dos investimentos públicos, consequências que
desencadeiam um dos mais preocupantes efeitos: o aumento da violência e criminalidade. Porém,
felizmente, há duas importantes medidas para tentar reverter esse cenário: a proteção do mercado
de trabalho e a continuidade dos investimentos em segurança.
É de suma importância evitar o aumento do desemprego, pois a queda da geração de renda
contribui diretamente com a elevação da violência. Com esse objetivo, em tempos de crise, fazem-se
necessárias ações que reduzam a burocracia existente nas relações de trabalho e no registro de
empreendimentos. Não menos importante é a elaboração de uma nova política tributária que não
penaliza as pequenas empresas, pois são essas as que, em conjunto, contratam a maior parte dos
trabalhadores existentes no mercado brasileiro.
Não menos importante é que o governo em crise não reduza seus investimentos em segu-
rança pública. Embora seja inegável a diminuição da arrecadação, o poder público, mesmo em
crise, despende de forma irresponsável recursos em áreas não essenciais tais como gastos com
publicidade, assessoria e consultoria política. Os recursos destinados às áreas supérfluas devem
ser remanejados para a segurança pública em ações como o aumento do efetivo policial e o inves-
timento em estrutura.
CORREÇÃO DE REDAÇÃO – RUIM 3
REDAÇÃO 2
TEMA: Isolamento social na era da comunicação virtual
Não há dúvidas de que as redes sociais podem fortalecer relacionamentos preexistentes
e permitir que novas conexões sejam estabelecidas. Contudo, o uso excessivo da comunicação
virtual acarreta isolamento social, já que resta menos tempo para a interação real. Além disso,
tal uso permitiu que o trabalho invadisse os lares.
Vale ressalta, inicialmente, que a comunicação real tem dado lugar à virtual. Nesse
contexto, verifica-se que o contato por meio das redes sociais parece estar diminuindo o
convívio face a face. Assim, quem dispende muito tempo com uma infinidade de amigos virtuais
deixa de ter tempo para os amigos reais. Considerando isso, vários estudos tentam definir um
limite de "horas" para se passar plugado em redes sociais e afirmam que pessoas que
permanecem mais de duas horas conectado com os "amigos" virtuais podem ter o dobro de
chance de se sentir solitário.
Outro ponto relevante é que a internet permitiu o aumento do trabalho em casa sem
redução da jornada laboral normal. Isso se dá porque as mídias sociais facilitaram a
comunicação a distância e a qualquer hora. Então, é comum as pessoas continuarem tratando
dos assuntos relativos ao trabalho mesmo fora do horário de expediente, ou seja, esse limite de
tempo acaba se perdendo. Consequentemente, resta menos tempo para se comunicar com
filhos, companheiros, amigos, família. Além disso, à medida que se usa mais o celular, por
exemplo, para trabalhar, utiliza-se menos para falar com essas pessoas e o isolamento social
ocorre sem que percebam.
Portanto, é inegável que as redes sociais facilitaram a comunicação e fazem parte de nossa
vida. Entretanto, a frequência com que nos conectamos com nossas amizades virtuais merece
uma reflexão, já que o exagero pode levar ao afastamento do convívio real. O sentimento de
isolacionismo social e de solidão é um rápido e eficaz atalho para a depressão.
VERSÃO 1
No que se refere à mídia como ferramenta de propagação de informações, vale ressaltar que
é instrumento de conscientização e educação das massas. Sob essa perspectiva, necessário se faz
o zelo na propagação de informações, não a isentando da sua responsabilidade social. Então, na
difusão de conteúdo, deve encontrar seu verdadeiro sentido de indutora da cidadania, ou seja,
despertar no indivíduo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições,
pelo bem-estar da coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência crítica para uma
maior justeza na percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Já no que tange às alterações comportamentais da sociedade em função das informações
veiculadas na mídia, percebe-se que são inequívocos os efeitos nocivos da violência nos meios de
comunicação de massa nas interações sociais. Isso se dá devido à exibição excessiva de crimes ocor-
ridos, o que faz com que a população, principalmente dos grandes centros, altere sua percepção da
violência e, consequentemente, seu comportamento. Com isso, as pessoas passam a ter medo do
crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam seus hábitos, por exemplo, não conversar
no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madrugada, colocar alarmes, grades, cadeados ou
trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o trabalho ou para a escola.
Quanto às possíveis intervenções para redução desses impactos na sociedade, é essencial que
as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão, podem evitar muitos embustes,
e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias experiências e conclusões, em vez de
serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes, com viés político. Dessa forma,
serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da realidade de cada um.
CORREÇÃO DE REDAÇÃO – CESPE 3
VERSÃO 2
Ao se falar sobre a violência e suas repercussões na mídia, alguns aspectos que norteiam essa
temática devem ser discutidos. Nesse contexto, podem-se levantar as seguintes questões: a mídia
como ferramenta na propagação de informações, as alterações comportamentais da sociedade em
função das informações veiculadas nesses meios e as possíveis intervenções para redução desses
impactos.
Em primeiro lugar, vale destacar a mídia como ferramenta de propagação de informações.
Nesse viés, os veículos de comunicação são instrumentos de conscientização e educação das massas,
sendo necessário zelar pela propagação de informações, não os isentando da sua responsabilidade
social. Então, na difusão de conteúdo, devem encontrar seu verdadeiro sentido de indutores da
cidadania, ou seja, despertar no indivíduo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento
das instituições, pelo bem-estar da coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência
crítica para uma maior justeza na percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Em segundo lugar, deve-se mencionar as alterações comportamentais da sociedade em função
das informações veiculadas na mídia. Diante disso, o cidadão é modelado pela própria sociedade, a
qual, para tal, se utiliza dos meios ao seu alcance, entre eles, a mídia. Nesse sentido, são inequívocos
os efeitos nocivos da violência nos meios de comunicação de massa nas interações sociais. Isso se
dá devido à exibição excessiva de crimes ocorridos, o que faz com que a população, principalmente
dos grandes centros, altere sua percepção da violência e, consequentemente, seu comportamento.
Com isso, as pessoas passam a ter medo do crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam
seus hábitos, por exemplo, não conversar no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madru-
gada, colocar alarmes, grades, cadeados ou trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o
trabalho ou para a escola.
Por fim, devem-se analisar as possíveis intervenções para redução desses impactos na socie-
dade. Dessa maneira, já que não há como censurar o que a mídia veicula, pois existe a liberdade
de imprensa, é essencial que as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão,
podem evitar muitos embustes, e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias expe-
riências e conclusões, em vez de serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes,
com viés político. Dessa forma, serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da
realidade de cada um.
VERSÃO 3
A violência sempre foi um tema muito discutido em nossa sociedade, e invariavelmente está
presente na agenda de debates. Com o aumento da criminalidade no cotidiano, surgem as con-
testações a respeito da exploração obsessiva dessa temática pelos meios de comunicação. Nesse
contexto, levanta-se a reflexão sobre o papel da mídia na propagação de informações e sua influência
no comportamento da sociedade. Com isso, pode-se pensar em intervenções para minimizar esse
impacto.
Em primeiro lugar, vale destacar que os veículos de comunicação são instrumentos de cons-
cientização e educação das massas. Sob essa perspectiva, necessário se faz o zelo na propagação
de informações, não os isentando da sua responsabilidade social. Então, na difusão de conteúdo,
devem encontrar seu verdadeiro sentido de indutores da cidadania, ou seja, despertar no indiví-
duo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições, pelo bem-estar da
coletividade e favorecer o desenvolvimento de uma consciência crítica para uma maior justeza na
percepção e discernimento dos bens comuns da sociedade.
Em segundo lugar, deve-se mencionar que o cidadão é modelado pela própria sociedade, a
qual, para tal, se utiliza dos meios ao seu alcance, entre eles, a mídia. Nesse sentido, são inequívocos
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os efeitos nocivos da violência nos meios de comunicação de massa nas interações sociais. Isso se
dá devido à exibição excessiva de crimes ocorridos, o que faz com que a população, principalmente
dos grandes centros, altere sua percepção da violência e, consequentemente, seu comportamento.
Com isso, as pessoas passam a ter medo do crime, como se a violência fosse onipresente, e mudam
seus hábitos, por exemplo, não conversar no portão de casa, evitar sair durante a noite e a madru-
gada, colocar alarmes, grades, cadeados ou trancas nas residências, mudar o trajeto diário para o
trabalho ou para a escola.
Por fim, entende-se que algumas ações podem ser tomadas para minimizar esses efeitos. Já
que não há como censurar o que a mídia veicula, pois existe a liberdade de imprensa, é essencial
que as pessoas busquem esclarecimento. Por meio de estudo e reflexão, podem evitar muitos
embustes, e assim formar realmente a opinião baseada nas próprias experiências e conclusões, em
vez de serem manipuladas pelas informações apresentadas, muitas vezes, com viés político. Dessa
forma, serão tomadas as atitudes que, de fato, são necessárias diante da realidade de cada um.