Você está na página 1de 3

O que é o machismo?

O machismo pode ser definido como um “preconceito, que pode ser expresso
em comportamentos, ações e opiniões, negando a igualdade entre mulheres e
homens e reforçando as desigualdades de gênero”. Tal preconceito é baseado
na ideia de que mulheres e homens são naturalmente diferentes, na qual o
gênero masculino é valorizado em detrimento do feminino.

Essa ideia machista, presente na sociedade, de que as mulheres são


naturalmente inferiores, frágeis e delicadas, foi colocada muitas vezes como
uma questão biológica e defendida por pensadores como Aristóteles, no
entanto, não são verdadeiras.

Estereótipos que são criados pelo machismo sobre as mulheres, colocando-as


como “naturalmente sensíveis, fracas e destinadas às tarefas do cuidado. Ou
seja, atribui-se às mulheres as atividades ligadas à chamada esfera privada e,
ao contrário, diz-se que os homens seriam naturalmente racionais, fortes e
aptos para participar da vida pública da sociedade”.

A filósofa e escritora Simone de Beauvoir concluiu que essas ideias são


criadas socialmente e utilizadas para subjugar a mulher. Assim, via-se as
mulheres como mais frágeis e propensas a tarefas domésticas, pois isso era
ensinado a elas, como forma de manter os homens em seu papel dominante.

Simone escreveu o livro “O Segundo Sexo”, publicado em 1949 e que


continua atual ao explicar as opressões de gênero sofridas pelas mulheres. Sua
frase “Não se nasce mulher, se torna mulher”, faz referência a essa situação e
é uma das citações mais lembradas quando se fala sobre a construção social da
mulher.

Essa diferenciação está presente também na forma como a sociedade se refere


ao mundo, pois é comum que a humanidade utilize a palavra “homem” para
incluir o todo. Sobre isso, a filósofa escreveu “ele é o Sujeito, é o Absoluto:
ela é a Alteridade”, explicando a percepção dos gêneros na sociedade, ideia a
partir da qual tirou o nome do seu livro.

As causas do machismo

Quando se fala das causas do machismo, é difícil afirmar que existe


uma origem ou uma causa para essa forma de opressão. Mas a ideia
preconceituosa que percebe as mulheres como inferiores aos homens, o
machismo, é reflexo de construções históricas, sociais e culturais.

Com isso, essa forma de preconceito “colabora para que as mulheres fiquem
em desvantagens em diversos campos da vida social, tal como a participação
na vida econômica e na vida política”.

Apesar dos avanços na luta antimachista, ele segue muito presente na


sociedade. É importante ressaltar o fato de que “a sociedade patriarcal, ou
seja, a forma de organização social baseada na subordinação das mulheres em
relação aos homens, é muito antiga”.

Ela explica como essa formação social, ainda muito presente na sociedade
“baseia-se na ideia de um único modelo familiar (composto por homem,
mulher e prole) e divisão das tarefas entre homens e mulheres que colaboram
para a criar e reforçar estereótipos de gênero. Isso significa que as
expectativas sociais sobre os atributos e comportamentos que mulheres e
homens devem expressar anulam todas as possibilidades de expressão das
feminilidades e masculinidades que não estejam de acordo com o modelo”.

Mas, afinal, mulheres podem ser machistas?

Um questionamento comum a respeito desse assunto é se mulheres podem ser


machistas. É difícil afirmar que a parte oprimida tenha atitudes machistas,
pois as mulheres não são beneficiadas por esses estereótipos.

No entanto, ainda existem mulheres que reproduzem e colaboram para a


perpetuação do machismo, isso porque reproduzem comportamentos e
preconceitos que existem na sociedade e que são ensinados para elas desde a
infância.

Você também pode gostar