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FICHAMENTO INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

Sociologia - Anthony Giddens, capítulo 5.

NOME: LUDMILA SAMARA SANTOS COSTA


TURMA: 04
MATRÍCULA: 231038161

Gênero e sexualidade:

A questão sobre gênero é abordada no capítulo como algo que já nos é imposto desde o
nascimento, de modo que, quando avançamos a idade, parece errado que as pessoas se sintam
diferentes. É o caso de muitas pessoas da comunidade LGBTQIA+ tentarem levar uma vida dentro
dos padrões cis-heteronormativos por não conseguirem perceber que não são como os outros ou
por medo das reações sociais.

Toda nossa existência, desde o nascimento, se baseia em nosso gênero, desde coisas mais
superficiais como nossas roupas e brinquedos, até a aspectos mais profundos e importantes, como o
nosso comportamento, gestos e até tom de voz. Todos os dias os indivíduos perpetuam padrões
sociais ligados ao gênero, indo de pequenas ações enraizadas na estrutura social até atos mais
nocivos que custam a vida de pessoas diariamente.

É importante discutir a diferença entre sexo biológico e e gênero. O primeiro se refere


àquele que nascemos portando, enquanto o segundo é desenvolvido e construído socialmente. É na
fase da infância, a partir da socialização, o indivíduo absorve normas comportamentais que a
sociedade impõe e aprende a “se portar como homem” ou “como mulher”. Essas diferenças de
gênero são determinadas culturalmente e não biologicamente já que homens e mulheres são
socializados de forma diferente.

Essa disparidade na socialização se dá de modo que desde a infância, meninos são ensinados
a serem fortes e viris, não podem demonstrar fraqueza ou vulnerabilidade e devem proteger a
mulher, enquanto as meninas são condicionadas a serem delicadas e parecerem frágeis,
demonstrando submissão em relação aos homens e a se dedicarem aos afazeres domésticos. E se,
não só na infância, a pessoa não se porta de acordo com essas relações protegidas socialmente, ela
é fortemente reprimida e pode até mesmo sofrer consequências físicas por conta disso. Desse
modo, essa rígida imposição limita a capacidade do ser humano de se expressar e de ser livre para
modificar de maneira positiva essas expectativas sociais sobre os papéis de gênero.

É importante que dentro de uma sociedade o ser humano tenha a capacidade e a liberdade
para atribuir ao nosso corpo o significado que desejarmos, construindo e reconstruindo nossos
copos conforme nos sentimos confortáveis, seja sobre coisas mais supérfluas como um piercing ou
tatuagem, até a procedimentos cirúrgicos que nos faça sentir melhor consigo mesmos. Assim, é
nota-se que o corpo humano não é algo imutável, ele está sujeito às ações e mudanças conforme a
vontade individual em diferentes contextos sociais e deve ser respeitado independente de suas
identificações ou atrações sexuais.

O gênero é visto, em quase todas as sociedades como uma forma de estratificação social,
sendo visto como um fator determinante na estruturação de oportunidades e tem forte influência
nas instituições sociais da família e Estado, por exemplo, e, embora os papéis sociais destinados às
mulheres variem de cultura para cultura, não se conhece nenhuma sociedade em que as mulheres
têm mais poder que os homens, de modo que esses papéis destinados aos homens são muito mais
valorizados e recompensados do que aqueles exercícios pelas mulheres, mesmo que essas tarefas
sejam iguais, o homem sempre receberá maior mérito por ela.

Outro agravante na desigualdade de gênero é o fato de que mulheres são ensinadas desde criança
sobre os supostos cuidados maternos que elas terão de ter, através de bonecas e brinquedos que
impõem esse papel de “mãe de família” e “cuidadora do lar” dados ainda quando crianças, as
mulheres estão sempre inseridas no contexto da maternidade e, até mesmo, não têm suas vontades
respeitadas quando optam por não terem filhos. No caso das que têm filhos, as mulheres sempre
são as que assumem a responsabilidade de se ocupar inteiramente com a educação e cuidado dos
filhos, enquanto os homens estão trabalhando e construindo suas carreiras e se dedicando às suas
vidas profissionais. Essa divisão no trabalho levou as mulheres a ocuparem posições desiguais em
termos de poder em relação ao homem.

No capítulo citado, é mencionada uma abordagem funcionalista que busca explicar a natureza da
desigualdade de gênero à nível da sociedade, algumas características dessa abordagem são:

1) Essa teoria vê a sociedade como um sistema de partes interligadas que, se estiverem em


equilíbrio, geram uma solidariedade social;
2) Fundamenta seu pensamento na teoria de que essas diferenças de gênero contribuem para
a estabilidade e integração social. Por conta disso, foi fortemente criticada por negligenciar
os conflitos sociais para pregarem uma visão conservadora do mundo social;
3) Os pensadores dessa escola afirmam que a divisão do trabalho tem uma base biológica nas
diferenças naturais. Homens e mulheres desempenham tarefas para as quais têm uma
vocação biológica;

Com o aparecimento dessa teoria, surgiram muitas outras que a rebatiam e mostravam sua
problemática, como a abordagem feminista. O movimento feminista busca entender a origem
dessas desigualdades e tenta superá-las e, embora as feministas lutem pela mesma causa, o
movimento se fragmentou em diferentes tentativas de explicar as raízes da desigualdade, como no
capitalismo, no patriarcado, no racismo, etc. Portanto, aqui estão 3 das principais perspectivas
feministas:

1) Feminismo Liberal: Procura explicações para as desigualdades de gênero nos


comportamentos sociais e culturais, não veem a subordinação das mulheres como um
problema estrutural, mas em outros fatores externos como o sexismo. Tendem a buscar
igualdade através da legislação ou outros meios democráticos. Pretendem fazer parte do
sistema e inserir suas normas gradualmente. Embora tenham contribuído para o progresso
da igualdade de gênero, alguns críticos afirmam que as feministas liberais não entendem
propriamente as origens das desigualdades e não reconhecem a natureza estrutural de tais
problemas, além de dizerem que elas pregam que as mulheres devem viver no sistema que
as oprimem.
2) Feminismo Radical: acreditam que os homens além de serem responsáveis pelos problemas
enfrentados pelas mulheres, também se beneficiam com isso. A análise do patriarcado é seu
foco principal. Veem a família como uma fonte primária de opressão pois está relacionada às
tarefas domésticas atribuídas às mulheres. Há divergências quanto a base do patriarcado,
mas a maioria acredita que ele é baseado na apropriação do corpo e da sexualidade das
mulheres, afirmando que os homens controlam o papel das mulheres na reprodução e
educação dos filhos, de modo que a emancipação feminina só será possível com abolição da
família e das relações de poder que a caracterizam. Além disso, argumentam que os homens
impõem padrões de beleza e conceitos de sexualidade que buscam afirmar um determinado
tipo de feminilidade. Elas não acreditam na libertação da opressão através de medidas
progressivas, de modo que isso só poderá ocorrer com a destruição do patriarcado por
completo.
3) Feminismo negro: essa corrente de pensamento surgiu após as mulheres negras se darem
conta que as lutas do feminismo eram protagonizadas apenas por mulheres brancas, não
considerando as divisões étnicas e raciais entre as mulheres. É um fato de que toda opressão
contra o feminino é problemática, mas as mulheres negras viram uma emergência em criar
uma vertente que tratasse especificamente dos problemas enfrentados pelas mulheres
negras. O feminismo negro dá ênfase ao passado escravocrata e segregacionista da
sociedade e as mazelas deixadas por ele, de modo que perceberam que as mulheres eram
discriminadas por conta de sua raça e não pelo gênero.

Porém, mesmo que as questões relativas à masculinidade fossem vistas como simples, com o passar
do tempo, os sociólogos passaram a estudar com mais afinco sobre como se constroem as
identidades masculinas e o impacto que os papeis socialmente impostos causam no comportamento
dos homens. Principalmente sobre homens homo e transsexuais, as imposições de gênero também
causam problemas pois espera-se que eles se comportem de forma máscula e livre de fraquezas, e
até o ato de expressar seus sentimentos é repudiado.

Já enquanto a sexualidade, também é importante debater sobre a influência negativa da sociedade


nesse quesito. A homossexualidade, por exemplo, em grande parte das sociedades não é bem-vista
e nem aceita, sendo considerada até mesmo crime em alguns lugares. Essa intolerância generalizada
se dá por conta das fortes influências do cristianismo na população.

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