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Título

QUEM É O SUJEITO BASEADO NO GÊNERO?


Autor: Mestrando Marcos José Tomaz
Orientação: Professora Dra. LEILANE SERRATINE GRUBBA

Resumo
O Presente artigo tem por finalidade, identificar o sujeito que é tratado na Lei
Maria da Penha, e quais são as medidas que essa lei prevê para essas vítimas,
ainda identificar quais os procedimentos que o Judiciário e o Legislativo
propõem como mecanismos protetivos para o sujeito que a lei é destinada.

Palavra Chave: Sujeito, Gênero, lei Maria da Penha

1 Introdução.
Este trabalho tem por objetivo discutir sobre o tema feminicídio que é tratado
na lei Maria da Penha e identificar quais são os sujeitos baseados no gênero e
quais são as garantias de ação protetiva implementada pelo estado também
identificar os mecanismos que assegurem a proteção às vítimas.

Definiu-se também fazer um percurso para saber quais são as medidas para
coibir tais ações praticado com as pessoas ditas jeito do gênero feminino ou
que se identifique como sujeito performático feminino. o tema traz à tona a
temática que perpassa anos de discussão sobre o assunto da condição das
agressões sofridas geralmente no âmbito familiar ou de trabalho que procura
sempre deixar a mulher numa posição de inferioridade. Essa condição ainda se
perpetuam nos dias de hoje. Mas projeto vai procurar discutir mas é
profundamente quais as medidas que hoje o judiciário e o legislativo estão
realizando para adequar forma ei equitativa ações e que abordem soluções
para para um público diverso, pois sabemos que a maioria das vítimas são de
mulheres periféricas negras e que muitas das vezes não tem acesso a serviços
de proteção para que possam começar uma nova vida e se manterem seguras
de seus agressores também temos que considerar que hoje possuímos outros
indivíduos que também sofre o mesmo tipo de agressão na condição do
feminino que ainda carecem não olhar mais específico da legislação como no
caso da população LGBTQI+ sendo assim tentaremos traçar uma abordagem
que problematize essa questão de como a legislação deva te um olhar mais
abrangente para os tempos atuais.

Problema.

Quem é esse sujeito que sofre as agressões?

2 OBJETIVO

Entender o porquê ainda se perpetua as agressões ao gênero de


representação feminina.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração deste trabalho foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o
tema nos artigos acadêmicos científicos, livros e em sites do governo federal e
da conjur disponíveis on-line e impressas, reunindo e comparando os
diferentes dados encontrados nas fontes de consulta e listando os principais
fatores que falam sobre a questão do sujeito de gênero vitima de agressão
elencado pela lei Maria da Penha.

4 HIPÓTESE

O sujeito de baixa escolaridade,

O sujeito de baixa renda,

Influência do abuso de álcool, tabagismo e drogas ilícitas,


5 O SUJEITO VÍTIMA DO FEMINICÍDIO

5.1 A CULTURA E A ELABORAÇÃO DAS LEIS

No livro a Violência contra a mulher: um olhar do Ministério Público brasileiro,


produzido pelo Conselho Nacional do Ministério Público e publicado em 2018,
faz um apanhado sobre as relações referente a cultura e a tradição dos povos
formam as normas, as leis, gerando direitos e obrigações, não havendo a
existência de uma sociedade sem regras, cabendo ao Estado organizar a vida
em sociedade, visando à proteção dos indivíduos.
As normas e leis são criadas com o objetivo de organizar e disciplinar os
conflitos surgidos em decorrência das condutas humanas. Cabe ao Estado, ao
surgir um conflito, intervir, regulamentando condutas reprováveis para aquela
sociedade, e cabe aos indivíduos aprender a viver em sociedade e respeitar as
regras oriundas do Poder Público, sob pena de lhes ser imposta alguma
sanção.
Entende-se por indivíduos homens e mulheres, mas nem sempre foi assim. As
leis foram criadas por homens brancos, para homens brancos, excluindo-se as
mulheres e os negros. Faralli, trata do assunto afirmando que “o direito não é
masculino por estrutura e vocação, e sim por ser historicamente elaborado por
homens”. As mulheres não tinham força de voz, e os negros eram tão somente
propriedade, motivo pelo qual não eram considerados cidadãos e não votavam.
As mulheres eram vistas como seres fracos, não só fisicamente, mas
emocionalmente também. “Entre os povos antigos e em muitas religiões, não
só no padrão judeu-cristão, fala-se da fraqueza de caráter, da debilidade física
e mental da mulher para justificar e exigir a submissão feminina”.
Não havia a ideia de que mulheres poderiam ter direitos, pois todas as
declarações de direitos humanos têm como ideal o homem ocidental, rico,
branco e sadio, deixando de refletir a experiência e as dificuldades vivenciadas
pelas mulheres, cuja tutela de direitos acabou por ser ignorada.
Nas sociedades mais primitivas, os homens usavam a força física, visando à
sobrevivência e à defesa da comunidade. As mulheres eram consideradas
como membros menos importantes do grupo, vez que a elas era destinado tão
somente a criação dos filhos e as tarefas domésticas.
Na era primitiva, no início da civilização, houve o molde do homem como o
macho protetor e provedor. Foi o início da sociedade patriarcal, onde o homem
exercia não só sobre as mulheres, mas também sobre toda a família seu poder
de superioridade.
Já Scott, retrata a hierarquia existente no século 18 entre homens, negros e
mulheres como “diferenças de nascimento, de posição, de status social entre
homens não eram levadas em consideração naquele momento; diferenças de
riqueza, cor e gênero sim”.
Ainda no século, com o surgimento das teorias iluministas, ocorreram os
primeiros questionamentos sobre a exclusão das mulheres (brancas) enquanto
cidadãs, vez que tinham as mesmas capacidades morais e de raciocínio que os
homens brancos. Tal ideia foi bastante moderna para a época, porém ainda
havia, além da hierarquia de homens brancos ricos, homens brancos pobres,
homens negros e mulheres, estas em último grau de hierarquia, ainda sendo
classificadas como mulheres brancas e mulheres negras.
Embora tenha se iniciado no século 18, com o advento do iluminismo, a
concepção de que as mulheres teriam a mesma capacidade de raciocínio que
os homens, esta ideia não foi aceita pela maioria dos “homens das luzes”, tais
como filósofos e escritores, que consideravam a mulher ideal como sendo
aquela silenciosa, modesta, casta, tradicional, subvernientes, vindo a condenar
mulheres independentes e poderosas.
A antropóloga Viveiros menciona, ainda, o domínio dos homens negros sobre
mulheres negras, ratificando o grau de hierarquia que coloca as mulheres
negras em último grau de igualdade, enfatizando que “muitos homens
afroamericanos chegaram a crer que a masculinidade e a autoridade
masculina sobre as mulheres eram parte essencial de sua libertação”.
A dominação dos homens, independentemente da cor e raça, é realizada sobre
as mulheres de forma contínua para que essas tenham ciência e anuência da
divisão do trabalho que executam, de sua função na sociedade, havendo
percepção de como deve ser o seu comportamento, o que acabam aceitando,
de forma inconsciente, sendo tais atitudes fomentadas de forma habitual pela
família e após por toda a sociedade.
Uma das formas de dominação do homem sobre a mulher é por meio da
violência, não só física, mas psicológica também, coagindo a liberdade de
pensamento, reflexão, de decisão e buscando o constrangimento, a diminuição,
a renegação, fazendo com que a mulher abdique de si, demonstrando a
supremacia do ser superior, no caso o homem, não importando sua raça, cor
ou padrão social.
A tentativa de dominação do masculino sobre o feminino é ato contínuo, porém
em tempos atuais há a aplicação do princípio da igualdade, não havendo
diferenciação entre os sexos, raça, cor ou credo.

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

6.1 VIOLENCIA CONTRA A MULHER – UM OLHAR DO MINISTÉRIO


PÚBLICO BRASILEIRO- CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO
PÚBLICO.

6.1.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência faz parte da humanidade desde os primórdios da civilização. Sobre


a raiz da violência, colhe-se o entendimento de Porto: “A violência é uma
constante na natureza humana desde a aurora do hem e, possivelmente, até o
crepúsculo da civilização, este triste atributo parece acompanhar passo a
passo a humanidade”.

A violência, tanto física como psicológica, pode ser vista como opressão, um
conflito de interesses entre o ser opressor e o oprimido, uma relação social de
hierarquia entre os sexos, de dominação e subalternidade. Há entre homens e
mulheres uma participação na sociedade não baseada na igualdade, mas sim
na hierarquia, sendo os homens os seres dominantes, enquanto as mulheres
são seres subalternos.

Conceituar o que seja violência é um tanto complexo na concepção de Lima42,


vez que ocorre o envolvimento de várias vertentes:

A violência é um fenômeno extremamente complexo que afunda suas raízes na


interação de muitos fatores biológicos, sociais, culturais, econômicos e políticos
cuja definição não pode ter exatidão científica, já que é uma questão de
apreciação. A noção do que são comportamentos aceitáveis e inaceitáveis, ou
do que constitui um dano, está influenciada pela cultura e submetida a uma
continua revisão à medida que os valores e as normas sociais evoluem.

A agressão contra a mulher é praticada desde o início da civilização, sendo a


idade média considerada como uma das épocas mais violentas. Os tribunais
civis e religiosos legitimavam os castigos físicos, a flagelação e as torturas
como algo normal, aceitável. Até a idade média quase não havia
questionamento sobre o direito que os homens tinham de agredir suas
mulheres.

A violência doméstica contra a mulher é herdada de um período histórico, em


que as mulheres eram posicionadas de modo submisso ao homem. O sexo
masculino era soberano, proprietário de suas filhas e esposas. A força física
era utilizada para dominar e educar as mulheres,

sendo tais agressões aceitas pela sociedade.

A violência contra a mulher não pode ser considerada como obra da natureza,
mas tão somente decorrente do processo de socialização. Os padrões
patriarcais e a sociedade determinaram que aos homens cabe o
comportamento agressivo, enquanto as mulheres devem ser dóceis e
submissas. Tais padrões foram ratificados pelos costumes de toda uma
sociedade, pela educação de seu povo e pelos meios de comunicação, que
reforçam a posição do ser masculino como tendo o poder de controlar as
mulheres.

Com a evolução cultural da sociedade, suas regras e costumes sofreram


alterações, e a violência contra a mulher deixa de ser aceita como era
anteriormente no século XIX. Houve uma mudança, passando as leis e os
tribunais a castigarem os homens/maridos que espancassem suas mulheres,
deixando de reconhecer a legitimidade sobre tais agressões.

No Brasil, o Código Penal, datado de 1940 e ainda em vigor, até pouco tempo
atrás ainda refletia o modo como a mulher era vista pela sociedade, sendo
considerada a mulher “decente” como mulher “honesta”, e não havia legislação
específica para crimes contra a violência doméstica.

A violência doméstica passou a ser considerada crime no Brasil no ano de


2006, com a lei conhecida como Maria da Penha, vindo a alterar o Código
Penal e o processo penal. A violência contra a mulher deixou de ser invisível, e
a prática do ato violento passou a ser punida, embora ainda haja muito a
evoluir no âmbito da legislação criminal, principalmente no momento da correta
aplicação da lei.

A Lei Maria da Penha visa à sua atuação e aplicação nos casos envolvendo
violência por parte de quem tenha sido cônjuge ou que tenha tido qualquer
ligação de afetividade, mesmo que não tenha tido coabitação ou convivência.
Busca punir aquele que, por meio da violência física ou psicológica, tenta se
manter dominante sobre o ser feminino.

Nesse caso o legislador tratou também de evitar a barganha, a “troca” de uma


cesta básica ou dinheiro ou multa pela agressão praticada contra a mulher
naquelas circunstâncias já referidas no início, e Moreira cita interessante
afirmação de Janaína Paschoal, para quem “tão humilhante como buscar a
punição de seu agressor e vê-lo sair vitorioso doando uma única cesta básica,
muita vez comprada pela própria vítima, é ver o Estado desconsiderar a sua
vontade”.

A Violência contra a mulher- Cíntia Liara Engel

A violência, seja ela ocorrida em âmbito familiar ou comunitário, perpetrada ou tolerada pelo Estado, é
compreendida como um dos principais obstáculos para a garantia dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais de mulheres e meninas.

Anterior a lei Maria da Penha o senado já havia se pronunciado em relação a


outros sujeitos que também são vítimas de discriminação e violência e como as
mulheres também carecem de medidas protetivas e programas de apoio social
bem como de apoio a saúde mental e física, e a mesma sofreu alterações para
atender a esse grupo de sujeitos.
Vejamos o a lei diz.

O Congresso Nacional decreta:

Altera a Lei 7.716, de 5 de janeiro de1989, para incluir na referida legislação os


crimes de discriminação ou preconceito de orientação sexual e/ou identidade
de gênero.

Art. 1 o Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de


preconceito em razão da identidade de gênero e/ou orientação sexual.

Art. 2° A ementa da Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com a


seguinte redação: "Define os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, identidade de
gênero e/ou orientação sexual (NR);

Art. 3° Os artigos 1°, 3°, 4° e 20 da Lei 7.716, de 1989, passam a vigorar da


seguinte forma: "Art. 1 o Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião,
procedência nacional, identidade de gênero e/ou orientação sexual. (NR)";

"Art.3 .......................................................................................................... .

Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação


de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, identidade de gênero e/ou
orientação sexual, obstar a promoção funcional.

......................................................................................................... "(NR)

"Art.4° ........................................................................................................ .

§ 1 o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação ou


preconceito de raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica, identidade
de gênero e/ou orientação sexual:

"Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de 'raça, cor,


etnia, religião, procedência nacional, identidade de gênero e/ou orientação
sexual. ................................................................... (NR)"

Art. 4° Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.


Qual foi a justificativa do senado para a elaboração desta lei?

A violência contra pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais,


Transgêneros e lntersexuais é uma perversidade que vem recrudescendo na
sociedade brasileira.

Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas- ONU, de


todos os atentados aos cidadãos LGBT no mundo, 54% deles são acometidos
no Brasil, índice que classifica o país em primeiro lugar na violação do direito à
vida da população LGBT, há 6 anos, com a estimativa de um assassinato a
cada 26 horas.

Em 2017, a travesti Dandara dos Santos foi agredida com chutes e golpes de
pedra e pau. Durante as agressões, os assassinos fizeram imagens divulgadas
covardemente nas redes sociais. Tais imagens retrataram a tortura por ela
sofrida. Em seguida, a vítima foi assassinada com disparo de arma de fogo na
face, como ocorrem em 82% dos crimes contra as pessoas travestis e
transexuais, sendo característica a desfiguração, segundo dados da ABGL T,
Rede Trans, Andra e demais ONGs nacionais brasileiras.

Com tamanha crueldade não podemos mais compactuar. É inadmissível que a


vida de brasileiros e brasileiras seja dizimada em razão da orientação sexual
e/ou da identidade de gênero dos cidadãos.

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 3°, como um dos


objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, a promoção do bem
de todos, sem preconceitos de origem, ração, sexo, cor idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

7 FUNDAMENTADO NA LEI MARIA DA PENHA 11.340/06

A lei Maria da Penha tem o seu conceito baseado na violência de gênero, deve
ser observado a caracterização referente a violência de gênero através do
olhar da lei Maria da Penha, pois ela não se aplica a qualquer tipo de agressão
contra a mulher, somente se recorrerá a sua aplicação, se estivermos diante de
violência de gênero, o que significa, para que haja incidência da lei Maria da
Penha é necessário que o agressor pratique violência contra a mulher por
razões de desprezo ao sexo feminino, portanto o elemento em particularidade
do que é violência de gênero não é qualquer agressão contra qualquer mulher
em qualquer contexto, o que vai caracterizar a incidência da lei Maria da Penha
será quando estivermos diante de uma violência de gênero, ou seja quando o
agressor agredir uma mulher por razões de desprezo ao sexo feminino com
razões de menosprezar a mulher daí se aplicará o que incide a lei Maria da
Penha. Para auxiliar na compreensão da aplicabilidade da lei11.340/06
podemos usar a sumula do Tribunal de Justiça de São Paulo que traz bem
exemplificado em seu corpo o que é a violência de gênero. A súmula do TJ de
São Paulo que é a súmula 114, apesar de ser de São Paulo pode ser
considerada como referência e de abrangência explicita a algo que é a
presente em todo o país, ela estabelece o seguinte para efeito de fixação de
competência em face da aplicação da lei 11.340/06 na definição de quem pode
ser o sujeito ativo da violência contra a mulher, não necessariamente somente
o homem será o sujeito ativo das agressões contra a mulher. Partindo deste
ponto de vista, então podemos perceber que é possível a aplicação da lei Maria
da Penha se uma mulher é agredida por uma outra mulher, desde que esteja
enquadrada em uma certa circunstância qual a configure como sujeito passivo
dessa violência. No que tange a lei Maria da penha, a figura passiva sempre o
sujeito do gênero feminino, portanto a partir disso percebo que numa relação
de gênero o homem não pode ser a vítima de violência doméstica e familiar no
contexto de aplicação da lei Maria da Penha, só a mulher é beneficiária dessa
lei, e que fique bem caracterizado que os vínculo vão estar compreendidos nas
relações domésticas, familiar ou de afetividade. Vale destacar que para a
aplicação da lei a convivência não há necessidade de as pessoas o agressor e
agredida tenham que morar juntos, não estarem morando juntos não significa
que não tenha havido uma convivência de afeto, desde que a violência seja
baseada no gênero e ainda a sumula 14 TJ explica o que é essa violência
baseada no gênero é o que vai definir a sua aplicação, uma relação de
dominação da mulher, a lei Maria da Penha incidirá no caso de uma agressão
de uma mulher contra outra, somente quando estiver diante de uma situação
em que uma mulher agride uma mulher por razões de sexo feminino
menosprezo a condição de mulher, que a vítima agredida esteja no âmbito de
abrangência da lei Maria da Penha. A lei Maria da Penha explica explicita quais
são as situações que podem caracterizar a sua aplicação, violência doméstica
e familiar contra a mulher seja dentro da sua unidade doméstica como está
previsto no artigo 5º que prevê que para os efeitos desta lei configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico e dano
moral ou patrimonial.

A lei Maria da Penha é uma lei que foi feita para proteger a mulher contra a
violência doméstica e familiar esta lei criou uma série de mecanismos para
impedir e para evitar que aconteçam essas ações de violência contra a mulher
e para auxiliar a mulher que está em situação de violência a sair dessa
condição. A lei Maria da Penha não foi editada tão espontaneamente assim
pelo Brasil, o Brasil foi pressionado, foi praticamente forçado a fazer esta lei
porque o Brasil assinou há muitos anos antes dessa lei, a convenção
Internacional dos direitos humanos, que protege a mulher contra a violência, e
nessa convenção Internacional o Brasil deveria adotar internamente leis e
mecanismos para garantir isso, mas o Brasil não tinha adotado até 2006 e em
razão de uma denúncia motivada por uma vítima de violência que tinha o nome
de Maria da Penha que foi uma vítima de violência, que deu causa à uma
denúncia contra o Brasil perante a convenção Internacional de direitos
humanos. Lá e eles entenderam que o Brasil deveria fazer o quanto antes uma
lei para que tomassem providências contra a violência contra a mulher. A partir
disto o Brasil finalmente tomou as providências e criou a lei Maria da Penha
para trazer essa proteção para as mulher contra a violência doméstica e
familiar.

A constituição federal então criar mecanismos para coibir a violência doméstica


e familiar contra a mulher nos termos do parágrafo oitavo do artigo 226 da
Constituição federal da convenção sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação contra as mulheres conforme o que estava orientado pela
convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a
mulher, dispondo sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar
contra a mulher, alterando o código de processo penal o código penal e a lei de
execução penal e dando outras providências e estabelecendo medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e
familiar. Segundo a lei toda mulher independentemente de classe raça, etnia
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. A lei também
dispõe que serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício
efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação à educação à
cultura à moradia ao acesso, à justiça fazer ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

No parágrafo primeiro cita que o poder público desenvolverá políticas que


visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações
domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de
negligência discriminação exploração violência crueldade e opressão e no
parágrafo segundo indica que caberá à família, à sociedade e ao poder público
criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados
nesta lei artigo quarto na interpretação desta lei serão considerados os fins
sociais a que ela se destina e especialmente as condições peculiares das
mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Atualmente a lei sofreu algumas alterações que visão dar mais proteção a
vítima das agressões. Desse modo, houve a inclusão dos artigos 12 e 38 na
Lei Maria da Penha.

Que falam:

Artigo 12

“Art. 12 – Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à


integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida:

I – pela autoridade judicial;


II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou

III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia.’’

Em outras palavras, na ausência de delegado ou autoridade judicial, qualquer


policial poderá afastar o agressor da vítima e de seus dependentes. Porém, tal
afastamento deve ser comunicado ao juiz em até 24 horas.

Outra mudança é que não será concedida liberdade provisória ao preso em


nenhum caso.

Artigo 38

“Art. 38 – O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de


urgência.”

Todas as atitudes do agressor devem ser registradas pela autoridade judiciária


para compor um banco de dados e, assim, dar efetividade à fiscalização.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise bibliográfica do tema, torna-se evidente necessidade de se


efetivar as medidas de combate a violência contra o sujeito gênero ao qual a lei
Maria da Penha cita, nesse caso a mulher que está colocada como o sujeito
passivo. É necessário elaboração de políticas sociais, que atentem para o bem-
estar físico e psicológico das vítimas de uma relação abusiva, do apoio
institucional e da ampliação e acesso a programas existentes que efetivamente
consigam prevenir e identificar precocemente o problema, bem como oferecer
suporte e tratamento as vitimas.

REFERÊNCIA:

 https://blog.grancursosonline.com.br/lei-maria-da-penha , Pinto
José Carlos
 LEI MARIA DA PENHA E NORMAS CORRELATAS. – Brasília :
Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2019.
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20192022/2020/lei/L14022.h
tm
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm#:~:text=LEI%20N
%C2%BA%207.716%2C%20DE%205%20DE%20JANEIRO%20DE
%201989.&text=Define%20os%20crimes%20resultantes%20de,de
%20ra%C3%A7a%20ou%20de%20cor.
 QUANDO O SUJEITO ATIVO DA LEI MARIA DA PENHA É DO SEXO
FEMININO/ CONJUR, Denis Schlang Rodrigues Alves, 2015.
 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: um olhar do Ministério Público
brasileiro / Conselho Nacional do Ministério Público. – Brasília:
CNMP, 2018.

 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Cíntia Liara Engel


http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/10313

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