BACHARELADO EM DIREITO
LIBERDADE DE GÊNERO
Contexto histórico
Situação Atual
Mesmo com todos os avanços incríveis que a sociedade teve no último século em
várias questões sociais ocorre que a liberdade de gênero é constantemente ameaçada,
tanto no Brasil e em outros países, a liberdade de ter uma opinião, de ter uma
sexualidade, de ter um gênero é ameaçada. E esta falta de liberdade fere os direitos
humanos e os direitos Constitucionais estabelecidos que possuem a responsabilidade
de garantir a liberdade do povo brasileiro. Entretanto esta responsabilidade é
“empurrada” de ente em ente, de setor em setor, em um processo de marginalização
que degrada e fere a lei máxima do país, e é um dos principais fatores para a
disseminação e o fortalecimento do preconceito e das disparidades entre os gêneros.
Deste modo, por não admitir a liberdade entre os gêneros acarreta em
desdobramentos que implicam em problemas sociais mais graves, como a violência, e
também massacra a dignidade da pessoa humana. Deste modo, fica claro que é
imprescindível compreender, assimilar e defender o que é gênero, não só porque isto
é moralmente correto, mas também porque o gênero é o reflexo do que cada ser
humano é e faz em uma sociedade.
A liberdade deve ser respeitada como o direito de ordem fundamental que está é, e
que está prevista na Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu primeiro
artigo. E também a liberdade se encontra abordada na Constituição Federal de 1988,
que promulgou artigos que discorrem sobre a cidadania e a dignidade da pessoa
humana.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade entre os gêneros. De acordo com
informações da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), em 2014, as
trabalhadoras brasileiras recebem aproximadamente 27% menos do que os homens,
mesmo desempenhando funções similares ou até idênticas. O âmbito profissional é
apenas um dos vários exemplos de desigualdade de gênero que acontecem no nosso
país e que contribuem para esse abismo de desigualdade.
Preconceitos X Direitos
O dia 18 de junho de 2018 também entrará para essa história: após mais de dez anos
de elaboração, a OMS divulgou a nova versão da CID – a CID-11 – que será
apresentada à Assembleia Mundial de Saúde em maio de 2019 e entrará em vigor no
início de 2022. Nessa versão, a transexualidade deixa de ser considerada um
“transtorno” para ser classificada como uma "condição", a "incongruência de gênero" -
"uma incongruência marcada e persistente entre o gênero que um indivíduo
experimenta e o sexo ao qual ele foi designado". Além disso, deixa de estar incluída na
lista de "distúrbios mentais" e passa a integrar uma nova categoria - "condições
relacionadas à saúde sexual".
Apesar dessa história e da Declaração Universal dos Direitos Humanos ser explícita
quanto à universalidade desses direitos, relatores das Nações Unidas e especialistas
internacionais em direitos humanos pronunciaram-se recentemente lembrando que
em 72 países ainda existem leis que criminalizam relações homossexuais e expressões
de gênero e que apenas um terço das nações contam com legislação para proteger
indivíduos da discriminação por orientação sexual e cerca de 10% têm mecanismos
legislativos para proteger da discriminação por identidade de gênero.
Segundo os especialistas, “a discriminação contra as pessoas LGBT alimenta a espiral
de violência a que elas estão sujeitas diariamente e cria um ambiente favorável à sua
exclusão de oportunidades em todas as facetas da vida, incluindo educação e
participação política e cívica, contribuindo para a instabilidade econômica, a falta de
moradia e saúde debilitada”. Este momento, no qual se celebra os 70 anos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos e 40 anos do movimento brasileiro em
favor dos direitos de LGBT, convida a um balanço.
A maior parte da produção científica brasileira sobre LGBT focaliza o HIV e aids, único
tema sobre o qual há produção sistemática e regular de dados epidemiológicos. O
segundo maior tema é o da discriminação e violência, que aparece articulado à
vulnerabilidade individual e social para a infecção pelo HIV, mas também para outros
agravos à saúde, incluindo depressão, ideação e tentativas de suicídio, abuso de
substâncias e, ainda, dificuldades de acesso a cuidados e serviços de saúde.
Esforços de pesquisa acompanharam e possibilitaram a construção de políticas
públicas de combate à violência contra LGBT na década passada e indicam
consistentemente percentuais de vitimização e de reconhecimento de preconceitos ou
condutas discriminatórias contudo, não há produção e divulgação sistemática ao longo
do tempo de dados oficiais sobre discriminação e agressões contra LGBT no Brasil.
No início dos anos 2010, pesquisadores e ativistas LGBT chamavam atenção para as
dificuldades de converter políticas públicas em legislação e para o escopo
efetivamente alcançado pelas políticas direcionadas a LGBT, vistas como
“fragmentárias, pontuais e periféricas” As tentativas pela via do Legislativo em âmbito
federal têm sido malsucedidas, vide a proposta de inserir a não discriminação por
“orientação sexual” na Constituição Federal de 1988 e outros pleitos que atravessaram
as décadas de 1990 e 2000 e acabaram arquivados, como a definição de crimes
resultantes de discriminação ou preconceito relativos a orientação sexual e identidade
de gênero ou o reconhecimento legal das uniões entre pessoas de mesmo sexo.
Ainda que tais avanços tenham transformado positivamente a vida de LGBT no país, a
primeira metade da década de 2010 foi marcada pela morosidade da agenda de
direitos dessa população no âmbito federal e pela intensificação dos investimentos na
reversão de direitos. Têm se multiplicado projetos de lei que propõem excluir uniões
homoafetivas do rol das entidades familiares reconhecidas pelo Estado brasileiro,
restringir a possibilidade de uso de nome social por pessoas transexuais ou travestis,
ou mesmo que favorecem possibilidades de oferta de terapias de reversão sexual.
Legislação
http://jornalnoroeste.com/pagina/colunas/ideologia-de-genero-uma-
violacao-a-liberdade-de-escolha, acesso no dia 10/11/2021.
https://juridicocerto.com/p/almeida-e-osorio-ad/artigos/a-busca-pela-
igualdade-de-generos-o-contexto-historico-de-busca-das-mulheres-pela-isonomia-
com-fulcro-na-garantia-do-art-5o-caput-e-inciso-i-da-constituicao-federal-de-1988-e-a-
proibicao-do-retrocesso-dos-direitos-ja-garantidos-2486, acesso no dia 10/11/2021.
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-de-genero.htm,
acesso no dia 10/11/2021.
https://www.jornaljurid.com.br/doutrina/constitucional/o-direito-a-
liberdade-de-genero-reflexoes-em-uma-sociedade-heteronormatizada, acesso no dia
11/11/2021.
https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/os-direitos-lgbt-no-brasil/,
acesso no dia 11/11/2021.