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Muito embora possam ser observados diversos avanços femininos na atualidade, essa
diferença social pode ser ainda vista em diversas situações, em que a remuneração das
mulheres é inferior a dos homens, mesmo que elas ocupem exatamente o mesmo
posto de trabalho. Além dessa discriminação salarial, no mercado de trabalho também
é possível observar segregação ocupacional, ou seja, atividades em que as mulheres
não são bem aceitas.
A Carta da ONU faz referência expressa a “direitos iguais para homens e mulheres”,
Destaca-se que essa Carta foi publicada numa época em que apenas 30 dos 51
Estados-membros signatários reconheciam a igualdade entre o voto de mulheres e
homens, ou permitiam que mulheres assumissem funções públicas. Contudo, esse foi
o primeiro documento legal de caráter internacional a tratar da igualdade entre todos
os seres humanos, apontando o sexo como base para discriminação.
Aula 3
Esse reforço do princípio da igualdade pode ser visto como um a intenção clara e forte
de demonstrar que nenhuma desigualdade será tolerada pelo sistema constitucional.
Nesse viés surgem os direitos da diversidade, reforçado pelo comando do art. 3o,
inciso IV, que determina que é objetivo do Estado brasileiro “promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais quer outras formas
de discriminação”. O inciso I fala em “construir uma sociedade livre, justa e solidária”,
revelando uma abertura clara ao acolhimento.
O problema surge quando essa distinção ocorre de forma injustificada, ao ser dado um
tratamento diferenciado a uma pessoa, cuja diferença dos demais em nada justifica
esse comportamento. Nesse sentido, haverá discriminação social quando
observarmos, num grupo ou numa sociedade, que um grupo específico recebe
tratamento diferente e desigual em relação aos outros, lesando os direitos das pessoas
desse grupo, seja pela privação de vantagens a que teria direito, seja sobrecarregando-
as de obrigações indevidas.
Para resolver esse paradoxo, o princípio da igualdade precisa ser redimensionado para
considerar os tratamentos desiguais, como formas de incluir setores sociais
desfavorecidos.
Isso nos remete à percepção de que é necessário acomodar as diferenças, sejam elas
culturais ou sociais, sem que isso implique uma igualização forçada.