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PRINCÍPIO DA IGUALDADE VERSUS COTAS

Autores: Vitor Manoel Oliveira Souza,


Graduando em Direito pela Faculdade Maurício de Nassau – UNINASSAU de Vitória da
Conquista/BA;
e-mail: vitorm.souzza@outlook.com.

1 INTRODUÇÃO

A desigualdade social é um tema de extrema importância que está presente nos


debates contemporâneos. A falta de equilíbrio entre grupos de pessoas ou coisas é o que gera
a necessidade de políticas públicas. Embora a Constituição Federal brasileira assegure a
igualdade, na realidade vemos que isso não é alcançado. Para combater a desigualdade, são
necessárias políticas públicas, tanto a curto como a longo prazo, para que seja possível
alcançar o equilíbrio almejado.
As políticas públicas de curto prazo são medidas implementadas para atender as
necessidades imediatas. Embora não resolvam as desigualdades enraizadas, são uma forma de
trazer uma igualdade para a sociedade no momento, como as cotas. As políticas públicas de
longo prazo são aquelas que são implantadas, mas os resultados só são vistos no futuro, como
as escolas públicas. Infelizmente, a realidade é que as escolas públicas não entregam um
ensino igual às escolas particulares, o que acarreta em resultados abaixo do esperado e
continuamos com a desigualdade entre os povos.
Para alcançar a igualdade, é necessário que os desiguais sejam tratados na medida de
suas desigualdades. Isso significa que os iguais devem ser tratados como iguais e os desiguais
como desiguais. As cotas são uma maneira de igualar os povos para alcançarmos a igualdade
de fato. As cotas servem para trazer uma compensação em relação a acontecimentos do
passado que deixaram marcas negativas na sociedade e que, na contemporaneidade, fazem
com que esses povos não tenham a acessibilidade que outros têm.
Portanto, é importante entender que as desigualdades existentes no Brasil são, na
grande maioria, enraizadas por conta de acontecimentos do passado e que nada foi feito para
que esses povos discriminados tivessem ingressado na sociedade. É necessário que as
políticas públicas sejam implementadas para que seja possível trazer justiça social e uma
sociedade mais igualitária.

2 O PRINCÍPIO DA IGUALDADE

A expressão aristotélica “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os


desiguais, na proporção de sua desigualdade”, é comumente utilizada para explicar o princípio
da igualdade. Este é, inclusive, segundo boa parte da teoria jurídica, um dos fundamentos de
um Estado Democrático de Direito.
Isto é, o princípio da igualdade é um dos princípios basilares do direito brasileiro, visto
que, estruturam não apenas normas que visam a sua garantia, mas também a sua efetivação
diante das desigualdades contextuais.
A jurista Flávia Piovesan alega que a igualdade é um imperativo ético, político e
jurídico. Ela é essencial para a realização dos direitos humanos e para a construção de uma
sociedade mais justa e solidária. (Artigo “A Igualdade como Imperativo Ético, Político e
Jurídico”, 2018)
O artigo quinto, caput, da Constituição Federal de 1988 dispõe que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade.
Ainda, o inciso I do artigo em questão fala que homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição, ou seja, é assegurada a igualdade entre
homens e mulheres perante a lei. Assim, é vedada a discriminação de qualquer pessoa em
função do seu sexo.
Com isso, é interessante ressaltar que o princípio da igualdade deve ser aplicado com
isonomia, que tem por objetivo a equidade, ou seja, visa aplicação da lei de maneira justa
considerando as diferenças sociais existentes no Brasil.
Dessa maneira, observamos que o artigo quinto da CF, fala especificamente sobre o
princípio da igualdade. É relatado que os cidadãos gozam de tratamento igualitário pela lei,
assim, são vedadas as diferenciações, ainda, tem por finalidade limitar a atuação do legislador,
do intérprete ou autoridade pública e do particular.
O princípio da igualdade atua em duas vertentes que são perante a lei e na lei. Dessa
forma, por igualdade perante a lei compreende-se o dever de aplicar o direito no caso concreto
e igualdade na lei pressupõe que as normas jurídicas não devem conhecer distinções, exceto
em casos constitucionalmente autorizados.
Flávia Piovesan fala que a igualdade exige o reconhecimento da diversidade e o
respeito às diferenças. Ela não significa tratar todos os indivíduos da mesma forma, mas sim
garantir que todos tenham as mesmas oportunidades e o mesmo acesso aos direitos
fundamentais. (Entrevista à Revista Veja, 2020)
O princípio da igualdade é um valor fundamental na ordem jurídica brasileira,
garantido pela Constituição Federal de 1988. Ele estabelece que todos os indivíduos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, e que cabe ao Estado garantir a
igualdade de oportunidades para todos. No entanto, o uso de cotas raciais em universidades e
concursos públicos tem sido objeto de debate e questionamentos jurídicos, especialmente em
relação ao cumprimento do princípio da igualdade.
Por um lado, defensores das cotas argumentam que elas são uma medida necessária
para corrigir as desigualdades históricas e estruturais enfrentadas por grupos socialmente
discriminados, como negros e indígenas. Afirmam que a simples aplicação do princípio da
igualdade formal não é suficiente para garantir a igualdade material e que, portanto, é preciso
adotar políticas afirmativas para garantir o acesso desses grupos a oportunidades que lhes
foram historicamente negadas.
Por outro lado, críticos das cotas argumentam que elas violam o princípio da
igualdade, pois estabelecem critérios de seleção baseados em raça ou etnia, o que seria uma
forma de discriminação positiva. Eles afirmam que o Estado deveria tratar todos os indivíduos
da mesma forma, independentemente de sua origem ou identidade racial, e que as cotas criam
privilégios injustos para alguns grupos em detrimento de outros.
A problematização em torno do princípio da igualdade e das cotas raciais envolve,
portanto, questões complexas e controversas sobre a relação entre igualdade formal e
material, a legitimidade do uso de critérios de seleção baseados em raça ou etnia, e o papel do
Estado na promoção da igualdade. É preciso considerar as diferentes perspectivas e
argumentos envolvidos nesse debate para se chegar a uma compreensão mais aprofundada e
justa sobre o tema.

2.1 DIREITOS HUMANOS

Os Direitos Humanos são um conjunto de direitos e garantias fundamentais, inerentes


a todas as pessoas, que buscam proteger e promover a dignidade e o valor intrínseco de cada
ser humano, independentemente de sua raça, gênero, religião, nacionalidade ou qualquer outra
característica pessoal. Dentre esses direitos, está o direito à igualdade, que busca garantir que
todas as pessoas sejam tratadas de forma justa e equitativa, sem discriminação ou preconceito.
O direito da igualdade está previsto em diversos instrumentos internacionais de
Direitos Humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma que
"todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos", e a Convenção
Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que proíbe a
discriminação por motivos de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
No Brasil, o direito da igualdade está previsto na Constituição Federal de 1988, que
estabelece que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", e que "é
garantido o direito de igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".
No entanto, apesar das garantias constitucionais e internacionais, a desigualdade
persiste em muitas áreas da sociedade, como no acesso à educação, saúde, moradia, emprego
e justiça. A discriminação racial, de gênero e de outras formas continua sendo um problema
grave em todo o mundo, e é necessário que haja uma atuação constante para garantir o
respeito aos Direitos Humanos e ao direito da igualdade.

A interseccionalidade é uma abordagem fundamental para a promoção da


igualdade, pois reconhece que as pessoas podem ser discriminadas e
oprimidas de diferentes maneiras, em virtude de suas múltiplas identidades.
É preciso levar em consideração essa complexidade para construir políticas
públicas e práticas sociais que sejam realmente inclusivas e respeitem a
diversidade. (Piovesan, 2020)

Assim, é fundamental que as políticas públicas e as práticas cotidianas busquem


promover a igualdade de oportunidades e o respeito à diversidade, garantindo o acesso de
todas as pessoas a direitos e serviços básicos, e combatendo a discriminação em todas as suas
formas. O direito da igualdade é um pilar fundamental dos Direitos Humanos, e deve ser
promovido e protegido por todos os setores da sociedade.

2.2 DESIGUALDADE

A desigualdade é um fenômeno social que se refere à distribuição desigual de


recursos, oportunidades e benefícios entre as pessoas e grupos em uma sociedade. Essa
distribuição desigual pode ser influenciada por vários fatores, como classe social, raça,
gênero, orientação sexual, idade, entre outros.
A desigualdade pode ter efeitos negativos significativos na vida das pessoas e na
sociedade em geral. Por exemplo, a desigualdade econômica pode resultar em pobreza, falta
de acesso a recursos básicos como saúde e educação, e até mesmo conflitos sociais. A
desigualdade de gênero pode resultar em discriminação no mercado de trabalho e na limitação
do acesso das mulheres a posições de poder e liderança. A desigualdade racial pode resultar
em discriminação e marginalização de minorias étnicas.

A desigualdade é uma violação dos direitos humanos, pois nega às pessoas o


acesso aos bens e serviços básicos necessários para uma vida digna. É
preciso reconhecer que as desigualdades sociais são produzidas e
reproduzidas por políticas e práticas discriminatórias, que afetam
especialmente as pessoas em situação de vulnerabilidade. (Piovesan, 2016)

Combater a desigualdade é uma tarefa importante e urgente para construir uma


sociedade mais justa e igualitária. Isso envolve a criação de políticas e programas que visam a
promover a igualdade de oportunidades, bem como a eliminação de preconceitos e
discriminações sistêmicas em todas as áreas da sociedade. É também importante criar um
diálogo aberto e construtivo sobre a desigualdade, para aumentar a conscientização e
promover mudanças positivas.

2.2.1 Desigualdade Racial

A desigualdade racial é um problema estrutural e histórico no Brasil, que se reflete em


todas as áreas da sociedade, como saúde, educação, mercado de trabalho e justiça. Apesar de
ser um país reconhecido internacionalmente pela sua diversidade étnica e cultural, o racismo
estrutural ainda é um problema grave que afeta a vida de milhões de brasileiros.
As estatísticas mostram que a população negra no Brasil enfrenta desigualdades
significativas em comparação com a população branca. Por exemplo, os negros têm maior
probabilidade de viver em condições de pobreza, de não ter acesso à educação de qualidade e
de estar sujeitos a maiores taxas de violência e morte violenta. No mercado de trabalho, os
negros também enfrentam discriminação e têm menos oportunidades de emprego e salários
mais baixos em comparação com os brancos.
Essas desigualdades são resultado de séculos de racismo estrutural e discriminação,
desde a escravidão até os dias atuais. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a
escravidão, em 1888, e, desde então, a população negra enfrenta barreiras para o acesso a
direitos e recursos básicos, como educação, saúde, habitação e trabalho.
Para combater a desigualdade racial no Brasil, é necessário adotar políticas públicas
que promovam a inclusão e a igualdade de oportunidades, além de medidas para combater o
racismo estrutural e a discriminação racial. Isso inclui ações afirmativas, como cotas raciais
em universidades e concursos públicos, bem como programas de combate ao racismo nas
instituições públicas e privadas. É também importante fomentar o diálogo e a conscientização
sobre a questão racial, promovendo a diversidade e o respeito à cultura e história dos povos
afrodescendentes.

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS

Políticas públicas são ações e programas implementados pelo governo para resolver
problemas sociais, econômicos ou políticos e promover o bem-estar geral da população. As
políticas públicas podem abranger uma ampla gama de áreas, desde educação, saúde e
habitação até segurança pública, meio ambiente e desenvolvimento econômico.
As políticas públicas podem ser criadas e implementadas em diferentes níveis
governamentais, incluindo o federal, estadual e municipal. Elas são elaboradas e
implementadas por meio de leis, decretos, regulamentos e programas, que estabelecem as
diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados.
As políticas públicas são importantes porque elas ajudam a promover o bem-estar e a
qualidade de vida da população, além de criar um ambiente mais justo e equitativo. Elas
também podem ser usadas para corrigir desigualdades sociais, promover a igualdade de
oportunidades e melhorar a eficiência e eficácia dos serviços públicos.
Algumas das principais áreas em que as políticas públicas podem ter um impacto
significativo incluem saúde, educação, segurança pública, habitação, transporte e meio
ambiente. Para garantir o sucesso de uma política pública, é importante que ela seja bem
planejada, com objetivos claros e mensuráveis, e que seja implementada de forma eficiente e
transparente.
As políticas públicas devem ser baseadas em evidências e na consulta à população e às
partes interessadas, para garantir que as soluções propostas sejam adequadas e relevantes para
as necessidades da sociedade. Além disso, é importante que as políticas públicas sejam
monitoradas e avaliadas regularmente, para garantir que estejam alcançando seus objetivos e
que os recursos públicos sejam usados de forma eficiente e eficaz.
3 COTAS

Desigualdade social é a diferença existente entre diferentes classes sociais que leva em
consideração fatores econômicos, educacionais e culturais. Hodiernamente, a desigualdade é
um dos maiores problemas enfrentados pelos países.
O sistema de opressão da sociedade brasileira desilustra as minorias, portanto, muitas
vezes, os mesmos não chegam à universidade, dado que, acham que esse espaço não lhes
convém, que é inatingível. Todavia, após a lei de cotas estamos acompanhando esse cenário
mudar.
O problema histórico das oportunidades injustas acompanhou minorias como os
negros mesmo após a abolição da escravatura, uma vez que, o Estado não ofereceu condições
mínimas de sobrevivência, nem por meio de políticas públicas como moradia e trabalho ou
mesmo oportunidade de atingir os mesmos, o que fez a desigualdade persistir até hoje.
Assim, é aparente que as políticas afirmativas como as cotas são de suma importância
para a sociedade, vez que, gera inclusão. Pois, quanto mais minorias ingressarem na faculdade
e concluírem seus estudos, mais oportunidades terão no mercado de trabalho e,
consequentemente, uma vida mais segura e confortável.
As cotas são políticas públicas destinada a dar prioridade a determinados grupos que
sofrem com as desigualdades sociais por raça, gênero ou deficiência. O objetivo é
proporcionar um acesso mais igualitário a oportunidades decentes.
Como já mencionado, a desigualdade vem de um processo histórico que foi enraizado
no nosso pais e por conta disse hoje temos uma realidade que no Brasil, que é um pais
majoritariamente negro mas que raramente o vemos em profissões que necessitam de
faculdade, como medico, advogado etc.
As cotas são reservas para determinados grupos minoritários, a Lei de Cotas (Lei
12.711/2012) garante que vagas sejam reservadas para negros, indígenas e deficientes em
instituições de ensino superior. Com isso, quando se adota o sistema de cotas em um processo
seletivo, uma porcentagem das vagas é reservada para pessoas desses grupos.
Posto isto, é visível que o sistema de cotas garante o acesso desses grupos minoritários
ao processo seletivo de instituições de ensino superior, por meio de programas como Sisu,
ProUni, Fies ou até mesmo vestibular próprio da faculdade que adere. Ainda, as cotas podem
garantir vagas para concursos públicos.
A Lei representa uma forma de ação afirmativa, isto é, ações ou medidas especiais ou
temporárias tomadas pelo Estado, de forma espontânea ou compulsória, com o objetivo de
eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo igualdade de oportunidades e
tratamento, e compensando as consequências da discriminação.
Logo, vemos que a lei busca promover a diversidade e o pluralismo nos contextos
acadêmicos, como forma de reduzir as desigualdades socioeconômicas, e também representar
as populações negras, indígenas, deficientes, de baixa renda e públicas no ensino superior
conforme afirma o artigo 1 e parágrafo único.

Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao


Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso
nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por
cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o
ensino médio em escolas públicas.
Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste
artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes
oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um
salário-mínimo e meio) per capita.

Dessa maneira, as faculdades públicas oferecem um sistema de cota dupla: uma parte
das vagas reservadas para alunos de escolas públicas, independentemente da raça, e uma parte
para alunos de escolas públicas que se identificam como pretos, pardos ou de outra raça.
Isto é, as vagas destinadas à cota (50% do total de vagas de uma instituição) serão
subdivididas, metade para alunos de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou
inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas
com renda familiar superior a um salário mínimo e meio.
Em ambos os casos, também é considerado o percentual mínimo correspondente ao
conjunto da população negra, parda e indígena do estado, segundo o último censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Decreto nº 7.824/2012 estabelece as condições gerais de permanência, estabelece o
acompanhamento sistemático da permanência e normas transitórias para as instituições
federais de ensino superior. Existe também, o Regulamento Normativo n.º 18/2012 do
Ministério da Educação, que estabelece os conceitos básicos da legislação aplicável, estipula
o método e a fórmula de cálculo das reservas, estipula as condições de candidatura reservados
e estabelece um regime de preenchimento das mesmas.
A fiscalização ficará a cargo de uma comissão formada por representantes do
Ministério da Educação, da Secretaria de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial
(Seppir) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), com representantes de outros órgãos e
entidades também envolvendo a sociedade civil.

3.1 COTAS RACIAIS

O Brasil se estruturou inteiramente no processo de escravidão e isso gerou vários


problemas sociais e uma grande desigualdade racial entre brancos e negros. No entanto,
durante muito tempo acreditou-se que essa desigualdade no Brasil não era tão grande como
em outros países. Dessa forma, acreditavam nessa afirmativa, pois, na época nos Estados
Unidos existia um regime de segregação em lei vigente e na África do sul existia o regime de
apartheid.
Dessa maneira, passou a surgir a ideia de que existia uma suposta democracia racial no
Brasil e essa crença foi muito divulgada no mundo todo. Essas ideias foram muito
influenciadas pelo Gilberto Freyre na obra Casa Grande Senzala onde ele falava:

Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da américa a que se constituiu


mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase
reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e
experiências dos povos atrasados pelos adiantados.

Assim, é perceptível que o autor entendia que o Brasil era miscigenado exatamente
pelo fato de não haver discriminação. Ainda, o autor que era um dos militantes contra o
racismo, trazia a ideia de que a melhor coisa que aconteceu no Brasil foi a mistura das raças e
que estávamos prestes a formar uma raça nova.
Posto isto, entendemos que Gilberto Freyre estava operando com os conceitos de raça,
povos atrasados, povos adiantados, superioridade, inferioridade, raça branca, raça negra etc. e
além disso, trazendo para o imaginário popular que não existia discriminação no pais
porquanto existia uma suposta democracia racial.
Com isso, surgiu um impasse, dado que, os brasileiros acreditavam que o racismo de
fato não afetava o país e quando achamos que não existe um problema não tentamos resolver.
Dessa maneira, o Brasil ficou tão conhecido como um país que não existia racismo que o
mundo inteiro achava que existia uma democracia racial no mesmo.
Com isso, a UNESCO, que é um órgão das nações unidas voltada para a ciência,
cultura e educação, em 1950, pós guerra, a qual a ONU havia entendido que um dos motivos
era discriminação, encomenda um estudo a respeito do racismo, para tentar compreender se
existe algum país onde há uma democracia racial e tentar identificar os elementos que esse
país tem para tentar aplicar em outros países, ou seja, a ideia era que o Brasil representava
esse país não racista e que ele deveria ser modelo para todos os outros países.
Logo, a UNESCO encomenda o estudo com dois grandes sociólogos entendedores do
assunto, que foi Florestan Fernandes e Roger Bastide, os quais fizeram um estudo amplo
sobre o tema e contaram com o apoio do movimento negro. Desse modo, logo quando
Florestan começa os seus estudos ele chega a conclusão que o Brasil é extremamente racista.
No entanto, o racismo no Brasil é diferente daquele que existia na África e nos Estados
Unidos, porque nesses países o racismo era declarado e no Brasil o racismo era velado.
Ainda, Florestan identifica que existe racismo porque existe desigualdade racial e
existe desigualdade racial porque não existe democracia. A abolição ocorreu em 1888.
Entretanto, após o processo de abolição não existiu nenhum tipo de política que auxiliasse as
pessoas negras a se inserirem dentro da sociedade.
Posto isto, a pesquisa do Florestan Fernandes fez com que o mesmo chegasse à
conclusão que em momento algum os as pessoas negras foram de alguma forma compensados
pelo processo de escravidão. Então, pode-se pensar que por isso tínhamos uma dívida
histórica, dado que, durante todo o processo histórico pós-abolição nada foi feito para inserir
os negros dentro da sociedade, de modo que eles foram jogados na marginalidade e isso
seguiu até que existiu um grande movimento negro.
Um grande nome da liderança negra é o André Rebouças, um engenheiro negro, muito
bem articulado, muito amigo Joaquim nabuco, que era uma pessoa com fortes influências, que
trouxe algumas sugestões, por exemplo, reforma agrária, a qual seria uma forma de
compensar os negros e conseguir inseri-los dentro da sociedade após o processo de
escravidão, entre outras, mas nada disso foi feito.
Com isso, o que aconteceu foi que os negros foram cada vez mais jogados para a
marginalidade, visto que, existia um projeto de imigração, que era um projeto de
branqueamento, logo, os negros não conseguiam emprego, pois trouxeram os imigrantes para
o Brasil e os mesmos ocuparam as vagas disponíveis.
Ainda, na época a ideologia era que o negro representava o atraso e o branco
representava o progresso. Desse modo, a empresas, comerciantes etc. não tinham interesse em
contratar um negro se havia um branco buscando também a mesma vaga. Então, na grande
maioria, o regime assalariado, os brancos quem ocupavam, posto que, as empresas,
comerciantes etc. não queriam empregar o negro que dias atrás era escravo.
Posto isto, é perceptível que esse fator histórico impacta na realidade de hoje e pensar
que os arranjos sociais que nós temos hoje não tem nada a ver com o passado é ignorância,
pois, é nítido que na época não existia democracia racial e ainda que com o passar do tempo
teve melhora ainda não foi atingido uma democracia racial no Brasil.
Segundo o censo de 2010 existia mais de 190 bilhões de brasileiros e de acordo o
IBGE de 2016 51% da população brasileira corresponde aos negros, isto é, mais da metade da
população é negra e ainda sim o Brasil não é um país democrático racialmente e por isso algo
deve ser feito.
Uma possível solução para amenizar esse impasse de desigualdade racial seria a
aplicação de cotas, que é uma política de curto prazo, o que é extremamente necessário, dado
que, igualdade racial é um direito e quando tratamos de direito é algo que precisamos ter no
agora e não podemos esperar. As políticas de curto prazo são necessárias para efetivar a
democracia racial, no entanto, deve ser aplicada em conjunto com políticas públicas de longo
prazo, pois somente com a aplicação do conjunto de políticas públicas conseguimos de fato
alcançar a democracia.
Desse modo, as cotas estão relacionadas a uma porcentagem de vagas tanto no ensino
superior quanto relacionado ao emprego público. Segundo José Jorge de Carvalho que é
grande estudioso de cotas no Brasil, um dos pioneiros responsáveis pela adoção de cotas
Universidade de Brasília e professor da mesma, afirma que o primeiro país a adotar as cotas
foi a Índia, graças ao líder dos Daletis, em 1948. Logo depois, em 1960, os Estados Unidos
também adotaram o programa de cotas
No Brasil, a lei de cotas sociais foi sancionada em 2012. Todavia, a UFRJ já em nos
anos 2000 iniciou a aplicação de cotas sociais em seus vestibulares. Ainda, a UNB começou a
aplicar as cotas raciais em 2004, sendo a pioneira no caso das cotas raciais.
Em 1995, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência e iniciou o
debate de necessidade de uma reparação do povo negro. O ex-presidente sociólogo, estudou
essa relação da democracia racial e considerou importante fazer e promover algumas políticas
para que o Brasil conseguisse alcançar a democracia racial.
No entanto, somente no governo seguinte, em 2003, governo Lula, que foi criado uma
secretaria para a promoção da igualdade racial, ou seja, compreendeu-se que deveria existir
um órgão para tentar aplicar medidas que trouxesse de fato uma democracia racial.
Logo, o intuito da secretaria é aplicar políticas que tragam uma maior igualdade entre
as raças, podemos pensar em várias medidas, mas como já mencionado, é importante que
façam medidas de longo prazo, dado que normalmente as medidas de longo prazo são mais
eficientes, mas também, é importante a medida de curto prazo, como as cotas raciais.
Quando falamos em democracia estamos falando de direitos e temos que ter todos os
povos representados, então se há um país com vários tipos de povos os mesmos devem ocupar
todos os cargos existentes e não apenas um determinado, o que não ocorre no Brasil. Dessa
forma, uma maneira de forçar essa mudança de cenário e fazer com que esse cenário seja mais
representativo tanto nos cargos públicos como nas instituições de ensino superior, que seria o
caso cotas.
As ações afirmativas estão ligadas a uma discriminação, mas é uma discriminação ao
contrário. A ideia da democracia é que todos sejam iguais perante a lei, mas na prática essa
igualdade nem sempre acontece, dado que, existem problemas históricos, preconceitos etc.
Assim, compreende-se que deve ser realizado uma discriminação ao contrário, também
chamada de discriminação positiva para corrigir essas desigualdades e trazer uma igualdade
na prática.
O principal teórico, professor da Harvard, filósofo contemporâneo, John Rawls,
explana sobre as medidas compensatórias, a questão da justiça etc. Inclusive, foi um dos
apoiadores das cotas quando implantada nos Estados Unidos.
Dessa maneira, o teórico traz a questão do mérito, uma vez que, uma pessoa com
maior pontuação que a pessoa beneficiária das cotas por vezes não consegue a vaga, mas o
cotista sim. Todavia, a ideia das cotas é uma compreensão de que são realidades diferentes da
pessoa cotista e do não cotista, pois a realidade da pessoa que faz o ensino público e a
realidade da pessoa que estuda em instituição privada não são as mesmas.
Ainda, o que se observa é que o ensino público decai muito se comparado ao
particular. Logo, a adoção das cotas é o aceite desse fato, a entrada dos alunos deve ser
meritocrata mas que eles concorram entre si, isto é, já que a situação dos alunos cotistas e dos
alunos não cotistas são diferentes para haver meritocracia deve ser segregado para assim
haver uma concorrência justa.

4 COTAS RACIAIS X PRINCÍPIO DA IGUALDADE

O Brasil é extremamente diversificado, assim dizendo, existe no nosso país uma


grande variedade de culturas antrópicas que convivem entre si e essa convivência de
indivíduos diferentes em relação à etnia, religião, orientação sexual, cultura, gênero, num
mesmo espaço deve ser harmoniosa e agradável para todos.
Como já mencionado o princípio da igualdade exige que as autoridades públicas
tratem todas as pessoas de forma igualitária perante a lei e proíbe a discriminação infundada,
sem prejuízo da imposição de tratamento diferenciado entre as pessoas quando houver
particularidades relevantes que exijam proteção.
Dessa forma, é perceptível que a lei traz um importante direito para sociedade, mas
entende também que os povos da sociedade tem suas particularidades, isto é, viveram
realidades diferentes e isso faz deles desiguais, pois as oportunidades não foram as mesmas,
ou seja, para haver um tratamento igual entre os mesmo devemos proteger os desiguais na
medida das suas desigualdades.
As cotas raciais é uma medida que vem com intuito de igualar os brancos e os negros,
pois, como já mencionado, existe um sistema de marginalização enraizado na cultura
brasileira que faz com que as oportunidades de uma pessoa branca e uma pessoa negra não
sejam as mesmas, na maioria das vezes tendem a ser melhor para as pessoas brancas.
Dessa maneira, se faz necessário as cotas raciais, pois não existe uma igualdade entre
brancos e negros no ingresso da universidade. Pesquisas mostram que é muito pequena a
parcela de universitários negros, o que na realidade deveria ser maioria comparada a
quantidade de pessoas negras no Brasil.
Dados da pesquisa nacional por amostra de domicílios continua (Pnad Continua), do
IBGE, feita no segundo semestre de 2022, mostram que 55,8 dos brasileiros são negros, isto é,
mais da metade da população existente no país.
A população do Brasil é mais da metade negra e quando as pesquisas mostram que a
minoria dos universitários são negros é que vemos quão grande é a desigualdade e como essas
pessoas estão tendo dificuldade para ingressar em um espaço que por lei também deveria ser
deles.
Após essas explanações é possível compreender que as cotas raciais não só não ferem
o princípio da igualdade como também traz igualdade para esse povo. Pois, já existe
desigualdade entre eles e as cotas são uma maneira de igualar os mesmos.
Dessa forma, as cotas raciais são medidas contra a desigualdade racial, vez que, foi
comprovado por meio de pesquisas que a minoria dos universitários era negros mesmo o
Brasil sendo um pais com população com maioria negra, com isso foi reservado uma
quantidade de vagas destinados aos negros.
Essa reserva de vaga é de suma importância, pois, não era por acaso que a minoria dos
universitários eram negros, mas era decorrente da dificuldade que os mesmos tinham de
ingresso, por isso, se fez necessário a criação da lei de cotas.
O site Quero Bolsa realizou um levantamento com dados de 2010 a 2019, que
mostrou que o número de estudantes negros no ensino superior cresceu quase 400%,
totalizando 38,15% dos matriculados. No entanto, o percentual ainda está abaixo de sua
representatividade no conjunto da população.
Com a promulgação da Lei de Cotas temos vagas destinadas as pessoas negras e com
isso reestabelecendo a igualdade entre brancos e negros, pois estamos dando a mesma
oportunidade a ambos, consequentemente aumentando a porcentagem de universitários
negros.
Assim, aumentando a diversidade dentro das universidades, sendo que, como já
mencionado, em um país que existe vários povos todos tem que estar presentes em todos os
espaços, como universidades, cargos etc. Em outras palavras, incluindo de fato diferentes
perspectivas culturais na sociedade.

4.1 EFEITOS POSITIVOS DAS COTAS RACIAIS

A implementação de cotas raciais em universidades e em concursos públicos tem sido


uma das principais políticas públicas adotadas para promover a inclusão e a igualdade de
oportunidades para a população negra e indígena no Brasil. Após a adoção dessas políticas,
tem sido possível notar alguns avanços significativos em termos de acesso à educação e ao
mercado de trabalho.
Entre os avanços mais evidentes está o aumento no número de estudantes negros e
indígenas nas universidades públicas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, cerca de 50% dos estudantes de universidades
públicas no Brasil eram negros ou pardos, o que representa um aumento significativo em
relação a anos anteriores.
Além disso, a adoção de cotas raciais também tem levado a um aumento no número de
profissionais negros e indígenas em cargos de liderança e em carreiras que tradicionalmente
eram inacessíveis para essas populações. Isso tem contribuído para mudanças na percepção
social em relação a esses grupos, que historicamente foram discriminados e marginalizados.
A implementação de cotas raciais tem sido fundamental para garantir a inclusão e a
diversidade nas universidades e no mercado de trabalho, o que é essencial para a construção
de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, é importante destacar que ainda há
muito a ser feito para garantir a igualdade de oportunidades para todos, independentemente da
cor da pele ou da origem étnica. A luta contra o racismo estrutural deve ser uma preocupação
constante de toda a sociedade, e não apenas do Estado, para que possamos construir um país
mais justo e igualitário.

4.2 NECESSIDADE DAS COTAS RACIAIS

As cotas raciais são uma política pública que tem como objetivo corrigir
desigualdades históricas que afetam determinados grupos sociais, em especial a população
negra e indígena. Essa política busca promover a inclusão social e garantir que pessoas que
historicamente tiveram menos acesso a oportunidades, como o acesso à educação, tenham a
chance de conquistar espaços que antes lhes eram negados.
A necessidade das cotas raciais se dá em razão da desigualdade estrutural que afeta a
sociedade brasileira. O racismo e a discriminação racial são problemas históricos em nosso
país e têm impactos profundos no acesso das pessoas negras a oportunidades e recursos, como
educação, emprego e renda.
Assim, as cotas raciais surgem, portanto, como uma medida para enfrentar esses
problemas, ampliando o acesso de pessoas negras e indígenas a espaços de poder e a
oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Essa política busca garantir o
direito à igualdade de oportunidades, combatendo a discriminação e a exclusão social.
Dessa maneira, as cotas raciais são importantes porque, além de promoverem a
inclusão social, têm o potencial de transformar a sociedade, promovendo maior diversidade e
representatividade em diversos setores. Isso é fundamental para que a sociedade como um
todo possa se desenvolver de forma mais equilibrada, justa e democrática.
No entanto, é importante destacar que as cotas raciais não são uma solução definitiva
para a desigualdade e a discriminação racial, mas sim uma medida que contribui para o
enfrentamento desses problemas. Além das cotas, é necessário que outras políticas públicas
sejam adotadas, com o objetivo de enfrentar as raízes da desigualdade, como o racismo
estrutural e a exclusão social.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de conhecimento de todos que vivemos em um país antidemocrático, ou seja, não


existe uma igualdade entre todos os povos existentes no Brasil. Ainda, o Brasil é um país com
pluralidade étnica e cultural, além de ter um processo histórico que deixou enraizado diversos
impasses.
O sistema de marginalização é resultado da pós escravidão, quando não foi feito
nenhuma política para inserção dos negros na sociedade, isto é, não eram mais escravizados
mas foram excluídos. Em outras palavras, foram impedidos de fazer parte de determinados
grupos e ter acesso a direitos básicos, como saúde, educação e moradia.
Assim, conclui-se que é de extrema importância para o desenvolvimento do país a
agregação de todos os povos. Dessa maneira, o Estado deve fazer políticas públicas, em
especial a políticas públicas de curto prazo, como as cotas raciais, pois a igualdade é um
direito que deve existir de fato e não apenas no papel.
O Brasil é um país com desigualdades étnicas e culturais enraizadas historicamente. A
marginalização dos negros é resultado da falta de políticas de inclusão após a abolição da
escravidão, o que os privou de direitos básicos como saúde, educação e moradia. É crucial
que o Estado implemente políticas públicas de curto e longo prazo para promover a igualdade
racial e democracia no país. A Lei de Cotas é uma dessas políticas que ampliou a presença
dos estudantes negros nas universidades sem ferir a igualdade entre os estudantes. As cotas
raciais são inclusivas e democráticas e ajudam a combater o sistema de marginalização
existente no país.

REFERÊNCIAS

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