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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASILIA – FACNET

BACHARELADO EM DIREITO

AYNOAN CARVALHO LEAL

DIREITO À IGUALDADE:
(EDUCAÇÃO, SAÚDE, CONDIÇÕES DE TRABALHO, ETC)

TAGUATINGA – DF
2020
AYNOAN CARVALHO LEAL

DIREITO À IGUALDADE:
(EDUCAÇÃO, SAÚDE, CONDIÇÕES DE TRABALHO E ETC)

Trabalho apresentado ao curso de Direito da


Faculdade Anhanguera de Brasília – FACNET
a ser realizado como diretriz parcial de nota
para a Disciplina de Teoria Geral do Direito
Constitucional, sob orientação do Professor.
Dr. Sérgio Zoghbi Castelo Branco.

TAGUATINGA – DF
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 04

2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE........................ 05

3 – APLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS DA IGUALDADE NO BRASIL......... 06

4 – CONCLUSÃO................................................................................................ 08

5 – REFERÊNCIAS............................................................................................. 09
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1. INTRODUÇÃO

Designa-se ao presente trabalho o objetivo de denotar os aspectos históricos,


jurídicos e sociais que compõem a criação, imposição e evolução de um dos
principais fundamentos do Direito que perdurou durante séculos como foco de
defesa social e continua sendo completamente indispensável: o Princípio da
Igualdade.

O mesmo perdura por defender o valor de justiça e equanimidade para todos


e representar a base para se atingir o estado Democrático de Direito. Portanto, será
pautado, inicialmente, por um panorama histórico-filosófico, demonstrando a
ascensão de tal conceito na sociedade.

Por conseguinte, haverá plena demonstração da forma em que o almejo pela


equidade sofreu diferentes atribuições e questionamentos, subdividindo-se em
características distintas, no que tange seus ideais e aplicações.

Em seguida, haverá um mapeamento de como tal fundamento passou a ser


positivado no território nacional na forma contemporânea em que se concretiza na
mesma. Enfatizará, dessa forma, a maneira desarmoniosa em que é empregado e
as dificuldades enfrentadas.

O trabalho exposto possui total proeminência para o estudo concreto do


componente curricular denominado Teoria geral do Direito Constitucional e tem
como objetivo apresentar, englobando suas principais peculiaridades e
problemáticas, as diretrizes do direito à igualdade, buscando a indagação mais
importante: Será mesmo, o direito igualitário, efetivo em sociedade?

Ademais, o presente enunciado possui referencial bibliográfico refutado em


livros, artigos e trabalhos acadêmicos e será difundido por meio de citações e
colocações dedutivas.
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2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE

É fato que a desigualdade regia estoicamente a sociedade, com visíveis


demonstrações de hierarquia e submissão, não existindo qualquer efervescência por
anular as mazelas vigentes. A partir da observação seguida de insatisfação com tal
modelo social, surge um pensamento importante com o filósofo grego Aristóteles
(2008, p. 96) conhecido como Igualdade Distributiva, que se respalda na finalidade
de dar a cada um conforme o seu valor, pois, deveria haver uma parcela distinta
distribuída proporcionalmente a pessoas distintas. Dando início ao célebre conceito
de que: “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”.

Contudo, foi com o ideal revolucionário do escritor e filósofo iluminista Jean-


Jacques Rousseau (1712-1778), que se firmou o insigne evento histórico
denominado Revolução Francesa (1789) e se desenvolveu a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, cujo teor era fundamentado no ativo anseio por
mudanças sociais. A Declaração revolucionária foi o primeiro documento que
positivou os Direitos Fundamentais dos seres humanos e se converteu em símbolo
da Universalização dos mesmos ao propor o conceito e a prática do Princípio da
Igualdade.

Os fundamentos difundidos nesse direcionamento de princípios serviram


como modelo para as demais Constituições promulgadas posteriormente. Inclusive,
em âmbito nacional, com a Constituição Federal do Brasil de 1988, que assegura em
seu Preâmbulo:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em assembleia Nacional


Constituinte para instituir um estado democrático para instituir um Estado
democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça (...) promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
Constituição da República Federativa do Brasil.

E também em seu Artigo 5° (2016, p. 9):


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Todos são Iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (...).

Ainda que, positive em seu ordenamento jurídico e o tenha como parte dos
direitos fundamentados no jusnaturalismo, existe a necessidade efetiva de se
propiciar aos indivíduos considerados vulneráveis um tratamento especial com o
intuito de aproximá-los dos demais e, à vista disso, consolidar a característica
material de igualdade.

3. APLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS DA IGUALDADE NO BRASIL

Propõe-se, no Brasil, a garantia dos direitos fundamentais e equidade a todos


os cidadãos, instigando trazer à diligência o objetivo material. Como precedido na
referência de Dirley da Cunha Jr. (2014, p. 539):

Não se contentou com a igualdade formal. Foi mais além, para também
consagrar a igualdade material, na medida em que elegeu como objetivo
fundamental do Estado erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades
sociais e regionais (Art. 3º, IV da CF/88). Nesse passo, a Constituição
preocupou-se em garantir a todos a igualdade de oportunidades, abrindo um
especial espaço para adoção de ações afirmativas, que consistem num
conjunto de medidas administrativas e legislativas de políticas públicas que
visam compensar desigualdades históricas decorrentes da marginalização
social.

Consequentemente, surge a busca pela valorização de determinados grupos


descriminados pela sociedade, as denominadas “minorias”, firmando a teoria
Aristotélica. As mesmas foram eixo de defesa nacional nos casos de ações
afirmativas como: Estatuto do Idoso (Lei nº 8.069/91), Lei Maria da Penha (Lei nº
11.340/06 de defesa da mulher) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
10.741/03). Portanto, pode-se dizer que avançamos lentamente em direção à
Equidade social e Democracia.

Conquanto, ainda há um longo percurso a se ultrapassar para a execução


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absoluta de tal conquista, dado que, existem diversas demonstrações de


desigualdades sociais hodiernas a serem eliminadas ou apaziguadas. Pode-se citar,
preliminarmente, o direito à igualdade na educação.

A despeito dos esforços do Estado para assegurar a graduação pública aos


estudantes desfavorecidos (como o sistema de cotas), não é suficiente para
transpassar a crise e o desmazelo com o Ensino público Superior e Básico brasileiro
atualmente, o que desvaloriza a formação de milhares de jovens. Em contrapartida,
o Ensino Particular brasileiro possui uma ótima classificação mundial, segundo o
Pisa (Programme for International Student Assessment).

Outro ponto relevante na sociedade brasileira seria a desigualdade na área da


saúde. Ocorrendo a mesma resolução adepta da educação, onde os ricos se
beneficiam com condições equivalentes ao seu padrão de vida em detrimento dos
pobres que usufruem do Sistema de saúde pública. Como exemplo, é valido
mencionar o momento atual de crise no Sistema brasileiro de saúde evidenciado
pela Pandemia de Covid-19 (Coronavírus) como estopim da discrepância pública.

Outrossim, sucede-se as desigualdades destacadas um complemento: a


desigualdade relativa às condições de trabalho. Seja pela gritante diferença de
posições e remuneração entre homens e mulheres, ou pela justificativa, infelizmente
costumeira acerca da cor da pele.
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4. CONCLUSÃO

A partir dos fatos supracitados, infere-se que o princípio da Igualdade vem


acompanhando a civilização há muito tempo, se tornando um marco histórico da
democracia e base dos Direitos humanos.

Ademais, tal conceito sofreu devidas modificações, e assumiu a dinâmica de


ser dividido em duas características: a formal (de que todos devem ser tratados da
mesma maneira) e a material (a necessidade de distribuição proporcional indicada
inicialmente com o reconhecimento das desigualdades naturais, pois, os vulneráveis
devem receber um tratamento especial no intuito de aproximá-los hierarquicamente
dos mais beneficiados).

Assim, o Estado deve conciliar tais formas para alcançar a equidade e, por
conseguinte, atingir a real democracia, realizando enfim o anseio de colocar
efetivamente em prática os direitos fundamentais prometidos aos indivíduos.
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5. REFERÊNCIAS

ARANTES, Eduardo. Desigualdade social: a medicina de ricos e pobres. Beecorp –


bem-estar corporativo, 2019. Disponível em:
<https://beecorp.com.br/blog/desigualdade-na-saude/ >, Acesso em: 04 out. 2020.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: ______. Metafísica, Ética a Nicômaco,


Poética. São Paulo: Abril, 1984. p. 49-236. (Coleção Os Pensadores).

CONSTITUIÇÃO da República federativa do Brasil de 1988. Planalto, 2020.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm > ,
Acesso em: 04 out. 2020.

FAVORETTI, Jaciely. A igualdade para todos. Boletim científico, 2012. Disponível


em: <http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/boletim-n-39-julho-dezembro-
de-2012/a-igualdade-para-todos/at_download/file>, Acesso em: 04 de outubro de
2020.

IGNACIO, Julia. Igualdade, Equidade e Justiça social: o que significam?. Politize!,


2020. Disponível em: <https://www.politize.com.br/igualdade-equidade-e-justica-
social/amp/ >, Acesso em: 04 out. 2020.

SILVA, Fernando Muniz. O princípio da igualdade. Âmbito jurídico, 2010.


Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-
principio-da-igualdade/>, Acesso em : 04 out. 2020.

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