Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE DIREITO
A igualdade nem sempre foi vista como um direito, pelo contrário, no transcorrer da história
humana houve lutas e reivindicações como forma de combater as desigualdades sociais
vigentes. Períodos históricos como a escravização de africanos e o próprio Nazismo,
demonstram uma consciência social de atribuição de maior valorização de determinadas
culturas e populações em detrimento de outras.
Foi necessário um grande aprofundamento teórico e filosófico para que a natureza substancial
do homem fosse definida, e, assim, desmitificar as diferenças de ordem biológica ou cultural
percebendo que todos são iguais como seres humanos em sua essência. Porém, mesmo que
vários pensadores e intelectuais defendessem a igualdade substancial dos indivíduos sua real
efetivação foi a partir da criação das constituições no Período Moderno.
Um dos maiores avanços do direito formal ocorreu na Revolução Francesa que foi a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, estabelecendo que, “os homens
nascem e permanecem livres e iguais em direitos” em seu art. 1º. Esses ideais se difundiram
em outros continentes revolucionando, assim, a perspectiva do direito sobre a igualdade dos
indivíduos. Atualmente, mesmo tendo esse direito resguardado na Constituição Brasileira, não
se tem sua efetivação na perspectiva material dos sujeitos, se limitando apenas ao âmbito
formal da Lei.
De acordo com a Constituição Federal, o princípio da igualdade está previsto no artigo 5º, que
diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Esta igualdade é
chamada de formal. De acordo com ela, é vetado que os legisladores criem ou editem leis que
a violem. O princípio da igualdade garante o tratamento igualitário de acordo com a lei para
os cidadãos.
A igualdade formal é a prevista pela lei e sem privilégios do poder legislativo, de eficácia
plena e aplicabilidade imediata, entretanto, não iguala os desiguais. A igualdade material ou
Substancial é a correção de desigualdades sociais, por intermédio de ações afirmativas
públicas, adotadas através da coerência racional, em favor de determinados grupos, sem que
isso configure a violação ao princípio da igualdade
Uma vez que, o princípio da igualdade estabelece que os desiguais devem ser tratados como
desiguais. Em vista disto, essas ações são voltadas a situações econômicas, sociais e políticas
que vigoraram durante anos.
Um exemplo desse princípio é a Lei n° 12.990/2014 que determina a reserva de 20% das
vagas oferecidas em concurso da administração federal, seja destinada ao público negro, que
foram escravizados durante anos e sofrem as mazelas da escravidão.