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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE DIREITO

Carla Aniely Rocha Monteiro, Emily Souza de Oliveira

Maria Luana Santos Melo, Kelly Suzane Santos de Moura.

Professor: Dr. Eduardo Lima de Matos

Disciplina: Direito e Legislação Social – T01

PRINCÍPIO DA IGUALDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A igualdade nem sempre foi vista como um direito, pelo contrário, no transcorrer da história
humana houve lutas e reivindicações como forma de combater as desigualdades sociais
vigentes. Períodos históricos como a escravização de africanos e o próprio Nazismo,
demonstram uma consciência social de atribuição de maior valorização de determinadas
culturas e populações em detrimento de outras.

O surgimento do conceito de igualdade se dá no cristianismo onde se afirma que o homem foi


criado como imagem e semelhança de Deus, e sendo assim, não há porque fazer distinção
entre pessoas. Como também, a concepção de igualdade foi difundida em grande escala por
meio dos ideais iluministas que exaltava as liberdades e os valores individuais. Durante o
desenvolvimento industrial na Europa os escritos de Marx trouxeram uma nova concepção de
igualdade, sendo ela não apenas formal, mas também material.

Foi necessário um grande aprofundamento teórico e filosófico para que a natureza substancial
do homem fosse definida, e, assim, desmitificar as diferenças de ordem biológica ou cultural
percebendo que todos são iguais como seres humanos em sua essência. Porém, mesmo que
vários pensadores e intelectuais defendessem a igualdade substancial dos indivíduos sua real
efetivação foi a partir da criação das constituições no Período Moderno.

Um dos maiores avanços do direito formal ocorreu na Revolução Francesa que foi a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, estabelecendo que, “os homens
nascem e permanecem livres e iguais em direitos” em seu art. 1º. Esses ideais se difundiram
em outros continentes revolucionando, assim, a perspectiva do direito sobre a igualdade dos
indivíduos. Atualmente, mesmo tendo esse direito resguardado na Constituição Brasileira, não
se tem sua efetivação na perspectiva material dos sujeitos, se limitando apenas ao âmbito
formal da Lei.

O princípio da isonomia, também conhecido como princípio da igualdade, representa o


símbolo da democracia, pois indica um tratamento justo para os cidadãos. É essencial dentro
dos princípios constitucionais, porém complexo e para sua completa compreensão é
necessário entender o contexto cultural e histórico em que foi criado. Desde muito tempo,
esse princípio tem feito parte das antigas civilizações. Ao longo da história, foi muitas vezes
desrespeitado, assumindo um conceito errado, por entrar em atrito com os interesses das
classes dominantes.

De acordo com a Constituição Federal, o princípio da igualdade está previsto no artigo 5º, que
diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Esta igualdade é
chamada de formal. De acordo com ela, é vetado que os legisladores criem ou editem leis que
a violem. O princípio da igualdade garante o tratamento igualitário de acordo com a lei para
os cidadãos.

Dessa forma, o princípio da igualdade é de suma importância para concretização e aplicações


das legislações brasileiras que se dão para todos os cidadãos do país, visando sempre a justiça
quando torna duas pessoas diferentes, (no âmbito financeiro, social, religioso…). Sendo assim
fundamental para garantir que todos os indivíduos tenham acesso aos mesmos direitos e
oportunidades, independente de suas particularidades.
Segundo o princípio da igualdade, previsto no artigo 5°, I, da Constituição Federal, homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta constituição. A igualdade está
dividida entre Formal e Material ou Substancial.

A igualdade formal é a prevista pela lei e sem privilégios do poder legislativo, de eficácia
plena e aplicabilidade imediata, entretanto, não iguala os desiguais. A igualdade material ou
Substancial é a correção de desigualdades sociais, por intermédio de ações afirmativas
públicas, adotadas através da coerência racional, em favor de determinados grupos, sem que
isso configure a violação ao princípio da igualdade

Uma vez que, o princípio da igualdade estabelece que os desiguais devem ser tratados como
desiguais. Em vista disto, essas ações são voltadas a situações econômicas, sociais e políticas
que vigoraram durante anos.

Um exemplo desse princípio é a Lei n° 12.990/2014 que determina a reserva de 20% das
vagas oferecidas em concurso da administração federal, seja destinada ao público negro, que
foram escravizados durante anos e sofrem as mazelas da escravidão.

Ou seja, o princípio da igualdade de maneira geral, garante o acesso digno e realmente


igualitário a todos os direitos, em especial os direitos da pessoa humana descritos na CF,
assegurando que todos independente de raça, cor, gênero, etnia, que estejam em solo
brasileiro tenham acessos e sejam tratados sem diferenças e com equidade.
Referências

MARTINEZ, Anna Luiza Buchalla. A evolução do princípio da igualdade e sua


aplicação sob a ótica material na Constituição Federal. Revista Jus Navigandi,
ISSN 1518-4862, Teresina, ano 17, n. 3128, 24 jan. 2012. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/20924 > Acesso em: 4 jul. 2023.

MARIANO, Albertina. Advocacia Consultoria Jurídica. Princípio da


isonomia/igualdade. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 27, n.
6983, 14 ago. 2022. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/99685 > Acesso em:
30 jun. 2023.

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