Você está na página 1de 13

Igualdade e Discriminação

Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova

Ano letivo 2020/2021

Filosofia

Realizado por:

Maria Inês Santo Domingues nº16 10ºA

Maria Almeida nº17 10ºA

Rodrigo Antunes nº18 10ºA


Igualdade e Discriminação

Índice
Introdução 2

Igualdade e o Princípio de Igualdade 3

As transformações na Perspetiva de Igualdade 3

Igualdade Geométrica 4

Igualdade Aritmética 4

Teoria de John Rawls 5

Discriminação e Direitos Humanos 6

Holocausto – O maior episódio discriminatório da História 6

Princípio da não descriminação 7

Discriminação baseada na Etnia – Estatística ………………………………………8

Portugal Mais Igual 9

Conclusão 10

Web grafia 11

1
Igualdade e Discriminação

Introdução
Este trabalho realizado no âmbito da disciplina de filosofia, tem como objetivo
a abordagem do tema “Igualdade e Discriminação”.
A igualdade e a não discriminação são princípios fundamentais do direito
internacional dos direitos humanos. Qualquer indivíduo, sem distinção, tem
direito a usufruir de todos os direitos humanos, incluindo o direito a ser
tratado de forma igualitária perante a lei, bem como o direito à proteção
contra a discriminação.
De acordo com a situação económica de cada país podemos classificá-los
como países desenvolvidos ou países em vias de desenvolvimento. O s
países em vias de desenvolvimento possuem um desenvolvimento
ineficiente, quando comprados aos países desenvolvidos, o que acentua as
desigualdades socias entre os mais ricos e os mais pobres. Esta é uma das
grandes características dos países subdesenvolvidos.
Na atualidade, diversas discussões acerca das ideias sobre diversidade,
desigualdade e diferença, têm ocupado um espaço significativo em certos
setores da sociedade. Trata-se de uma discussão necessária sempre que se
pensa no respeito pelos Direitos Humanos fundamentais, na implementação
de políticas públicas, na construção de uma sociedade justa e na promoção
da cidadania de todos e quaisquer indivíduos.
Este trabalho tem como objetivo ter uma ideia contínua sobre aquelas que
foram e são atitudes discriminatórias, que constituem violações dos direitos

2
Igualdade e Discriminação
humanos na sociedade em que vivemos, e como a igualdade deve estar
presente em toda a sociedade.
Figura 1 – Desigualdades sociais ao nível mundial

Igualdade e o Princípio de Igualdade

A ideia de Igualdade teve origem na Ética e na Filosofia Clássica, mais


precisamente no conceito aristotélico de justiça distributiva.
Na atualidade, a igualdade define-se como a ausência de diferença.
Este é o princípio de organização social segundo o qual todos os cidadãos
devem ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades.

O princípio da Igualdade, consagrado no Artigo 13.º da Constituição da


República Portuguesa refere que:

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante


a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de
qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de
ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou
condição social.

Este é um dos princípios de maior relevância numa sociedade democrática,


essencial para o desenvolvimento da sociedade e para a participação plena
dos homens e mulheres enquanto pessoas.

As transformações na Perspetiva de Igualdade


A evolução da ideia de igualdade, sob a perspetiva do ser humano em
sociedade, deu-se através de duas grandes mudanças: a partir de uma
primeira ideia de que a desigualdade era uma característica natural entre os
seres humanos – desigualdade natural e, posteriormente, num entendimento
de que a desigualdade não era algo natural, dando origem à afirmação de
que “todos os humanos são iguais por natureza”.

3
Igualdade e Discriminação
Platão, ao analisar a desigualdade natural dos seres humanos, foi o primeiro
grande pensador a apresentar, com a devida importância, a conceção da
igualdade acerca do homem em sociedade. A crença de que uns haviam
nascido para comandar, por força da sua virtude e conhecimento, e que
outros para obedecer, foi o exemplo marcante de que a igualdade dos seres
humanos estava em debate nas obras de Platão, e posteriormente, de
Aristóteles. Essa convicção de desigualdade natural, sobreposta à
desigualdade social, culminou no impulso do pensamento e da escrita acerca
da igualdade, e, consequentemente, da desigualdade.

Igualdade Geométrica
A igualdade geométrica é a conceção de igualdade que Aristóteles entendia
como a correta para a sociedade grega. Na análise da igualdade, Aristóteles
partia do pressuposto da existência de diferenças naturais entre pessoas,
que permitia uma hierarquização já instalada na própria natureza, afirmando
que as leis poderiam visar o interesse das “melhores pessoas”. Sendo assim,
para Aristóteles há uma hierarquia entre as pessoas, sendo umas por
natureza, melhores que as outras. Esta considera que os indivíduos têm
diversos valores e, por isso, a distribuição será proporcional a esse valor.

Aristóteles vincula a igualdade geométrica ao conceito de justiça, que é uma


das virtudes que descreve. Baseando-se na igualdade geométrica, Aristóteles
associa esta igualdade à justiça distributiva, sendo aquela que consiste em
dar a cada um conforme o seu valor. A igualdade geométrica trata de
qualidade.

Igualdade Aritmética
A igualdade aritmética vinculava-se à justiça corretiva, sendo aquela em que
há necessidade de uma equivalência entre a retribuição e a sua causa.

4
Igualdade e Discriminação
Sendo assim, pode-se dizer que a igualdade aritmética considera os
indivíduos com valores iguais e assim distribui os benefícios de forma igual. A
igualdade aritmética trata de quantidade.

“DEVEMOS TRATAR IGUALMENTE OS IGUAIS E DESIGUALMENTE


OS DESIGUAIS, NA MEDIDA DE SUA DESIGUALDADE”
ARISTÓTELES

Figura 2 – Aristóteles

Teoria de John Rawls


A justiça social baseia-se no compromisso público com os princípios da
igualdade, distribuição, redistribuição e respeito pela diversidade. Numa
sociedade onde haja justiça social, os direitos humanos encontram-se
assegurados e as classes sociais mais desfavorecidas contam com
oportunidades de desenvolvimento.

John Rawls foi um filósofo norte-americano, sendo considerado o filósofo


político mais importante do século XX. Este propôs um novo conceito de
justiça baseado numa nova interpretação de contrato social. Segundo este, a
liberdade é um valor fundamental, assim como a igualde também.

Uma sociedade justa é uma sociedade que não põe em causa as liberdades
básicas iguais para todos nem a igualdade de oportunidades. Para que isto
seja possível, deve-se seguir os seguintes
três princípios: O princípio da liberdade
igual, o princípio de igualdade de
oportunidades e o princípio da diferença.
Cabe destacar a importância do princípio
da diferença, que tem como propósito
regular e corrigir as desigualdades ao
defender que a riqueza deve ser distribuída

5
Igualdade e Discriminação
de forma desigual desde que essa desigualdade permita que os menos
favorecidos fiquem o melhor possível.

Este princípio corresponde ao modo como Rawls entende por equidade. A


equidade equivale a uma distribuição desigual dos bens básicos que deve
favorecer quem se encontra numa situação economicamente desfavorecida.

A igualdade tal como a conhecemos é apenas formal e diferente da


igualdade material defendida pela equidade que entende como
justo proporcionar resultados iguais para pessoas diferentes tratando os
diferentes de maneira diferente.

Discriminação e Direitos Humanos


Figura 3 – Diferença
A ética é a área da filosofia que estuda o comportamento entre
humano. Um dos
igualdade e equidade
problemas com maior relevância na ética é a discriminação, uma vez que se
trata de um comportamento que levanta várias objeções práticas, não só para
o indivíduo, como também para a sociedade.

No âmbito filosófico, para se tratar deste tema, a primeira questão a ser


levantada é a seguinte: O que é ou em que consiste a discriminação?

Discriminar alguém consiste em impedir esse individuo de exercer os seus


direitos como ser humanos, exercendo distinção, exclusão, restrição ou
preferência baseada na raça, cor, na origem nacional ou étnica que tenha
como finalidade ou como efeito
destruir ou comprometer o
reconhecimento, em condições de
igualdade, das liberdades
fundamentais dos domínios
políticos, económico, social e
cultural, ou em qualquer outro
domínio da vida pública.

6
Igualdade e Discriminação
A fim de garantir o respeito e defender a dignidade de todos os indivíduos,
sem distinção, foi criada a Declaração Universal de Direitos Humanos, um
documento elaborado em 1948, três anos após a Segunda Guerra Mundial.
Qualquer indivíduo que pratica um ato discriminatório, vai contra ao artigo 7º
da Declaração, que prevê:

“TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI E TÊM DIREITO, SEM QUALQUER


DISTINÇÃO, A IGUAL PROTEÇÃO DA LEI. TODOS TÊM DIREITO A IGUAL
PROTEÇÃO CONTRA
QUALQUER DISCRIMINAÇÃO
QUE VIOLE A PRESENTE
DECLARAÇÃO E CONTRA
QUALQUER INCITAMENTO A
TAL DISCRIMINAÇÃO.”

Holocausto - O maior
episódio discriminatório da
História
O Holocausto foi um dos
acontecimentos mais
marcantes do século XX.
Estima-se que tenham perdido
a vida aproximadamente 6 milhões de Judeus. Este episódio mostra a
importância da reflexão acerca do problema iminente da discriminação
racial e o cumprimento e respeito dos Direitos Humanos Universais.

Milhões de Judeus viram negados progressivamente todos os seus direitos


e garantias fundamentais por questões étnicas e religiosas diferenciadas, o
que faz com que a reflexão acerca desta temática seja de extrema
relevância, por não ser admissível, nos dias atuais, qualquer espécie de
conduta antissemita. Cabe lembrar que a dignidade humana, e o direito à
liberdade e igualdade constituem uma das bases sólidas do Estado
Democrático e Social de Direito. O negro episódio do Holocausto, contribuiu
para a materialização dos direitos fundamentais, em várias constituições
pelo mundo. São normas dotadas de inalterabilidade. A cultura destes
direitos fundamentais está intimamente relacionada com o Holocausto,
principalmente na formatação de políticas e princípios que estritam o

7
Igualdade e Discriminação
cumprimento e respeito pelas diversidades culturais, políticas, religiosas e

étnicas mundiais.

Princípio da não discriminação

Este princípio baseia-se na igualdade de todos, sendo uma consequência


lógica da igual dignidade de ser humano.
O objetivo do princípio da não discriminação consiste em permitir a todos os
indivíduos uma perspetiva equitativa e justa de acesso às oportunidades
disponíveis numa sociedade. Este princípio significa essencialmente que os
indivíduos em situações semelhantes, deverão receber tratamento idêntico e
não ser tratados de forma menos favorável, devido a uma determinada
característica que possuam.

Em geral, a convenção adota uma posição universal e esforça-se por proibir


todas as formas de discriminação. Garantir o respeito pelos direitos humanos
e liberdades fundamentais para todos constitui um dos objetivos das Nações
Unidas, conforme está sagrado na Carta Universal dos Direitos Humanos. O
direito à não discriminação e à proibição da discriminação constituem
igualmente princípios essenciais consagrados na Carta, em referência.

Discriminação baseada na Etnia – Estatística


A discriminação de base racial e étnica é uma preocupação para a maioria
dos Estados-membros, sendo por isso alvo de alguma monitorização ao nível
das experiências reportadas de discriminação de imigrantes e minorias
étnicas residentes na Europa.

Mobilizam-se neste Destaque Estatístico os dados do mais recente inquérito


acerca da integração e discriminação de imigrantes e minorias residentes nos
vários países da União Europeia - Inquérito sobre Minorias e Discriminação
na União Europeia, promovido pela Agência da União Europeia para os
Direitos Fundamentais. Os grupos selecionados de imigrantes incluíram os
imigrantes da Turquia, Norte de África, África Subsaariana e Ásia (do Sul).

8
Igualdade e Discriminação
A origem étnica e a origem de imigração constituem as principais causas de
discriminação. Os grupos que mais sofrem de discriminação em razão da sua
etnia ou origem imigratória são os naturais do Norte de África (31%).

Prevalência da discriminação baseada na etnia nos imigrantes africanos subsarianos e seus


descendentes

Fonte: https://www.om.acm.gov.pt/

A taxa de discriminação para os respondentes de segunda geração de


africanos da África Subsaariana em Portugal é mais do dobro do que a dos
respondentes da primeira geração (32% versus 15%).

Portugal está entre os países onde a discriminação de base racial ainda se


verifica de forma acentuada, sendo um dos objetivos das entidades
responsáveis pela promoção da igualdade e não discriminação, que se
verifique uma diminuição da taxa de discriminação, não só em Portugal, mas
à escala global.

 A ONU instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional para a


Eliminação da Discriminação Racial, no sentido de sensibilizar a opinião
pública para o combate à discriminação racial e étnica.

Portugal Mais Igual - Estratégia Nacional Para a Igualdade e Não


Discriminação

9
Igualdade e Discriminação
A Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030
«Portugal + Igual», aprovada pelo Governo Constitucional a 8 de março de
2018, está publicada no Diário da República.

Reconhecendo a Igualdade e a Não Discriminação como condição para a


construção de um futuro sustentável para Portugal, o Governo Constitucional
definiu eixos e objetivos estratégicos até 2030.
Figura 5 – Portugal Mais Igual

Esta visão a longo prazo é traduzida nos seguintes três planos de ação que
definem medidas e metas concretas:

 Plano de Ação para a Igualdade entre Mulheres e Homens;


 Plano de Ação para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as
Mulheres e a Violência Doméstica;
 Plano de Ação para o Combate à Discriminação em razão da
Orientação Sexual, Identidade
e Expressão de Género, e
Características Sexuais.

Estes mecanismos promovem e


asseguram diretrizes para a
construção de um Estado
Democrático e Social de Direito.

Conclusão

Filosoficamente a igualdade e a não discriminação, passaram por


transformações progressivas ao longo da História. Da conceção da
desigualdade natural, até a procura pela efetivação da igualdade material,
passando pela igualdade natural, desigualdade civil e igualdade civil, este
tema sempre teve presente no decorrer do pensamento humano. Os
princípios da igualdade de tratamento e da não discriminação estão no centro
do modelo Social Europeu.

10
Igualdade e Discriminação
Conclui-se que a Democracia pressupõe uma pluralidade de indivíduos com
diversos planos de vida, e a igualdade exerce a função de possibilitar que
cada um realize as suas ambições no plano social, sem exclusão nem
distinção.

Numa sociedade onde haja justiça social, os direitos humanos encontram-se


assegurados e as classes sociais mais desfavorecidas contam com
oportunidades de desenvolvimento. Se a preocupação com a justiça social,
em ambiente de crescimento económico, nem sempre é uma prioridade na
agenda dos diversos governos, num clima de crise económica, mais
facilmente essa preocupação é reduzida.

Podemos identificar três vias pelas quais tal acontece. Em primeiro lugar, o
aumento do desemprego, os cortes salariais, a redução das prestações
sociais, o aumento dos impostos e dos custos de bens de primeira
necessidade contribuem para o empobrecimento daqueles que já se
encontravam no limiar da pobreza. Em segundo lugar, implica cortes em
áreas fundamentais de criação de igualdade de oportunidades, como a
educação, e pressupõe um aumento de custos no acesso a sistemas
fundamentais, como a saúde ou a justiça. Em terceiro lugar, estas medidas
afetarão mais gravemente aqueles que, sendo pobres, se encontram ainda
mais marginalizados na sociedade, como as mulheres, os imigrantes ilegais
ou indivíduos provenientes de países em vias de desenvolvimento. Neste
cenário, é fundamental, também, que a mobilização política contra a
exploração económica não silencie as reivindicações pelo reconhecimento
cultural, mas, antes, que haja um reforço da complementaridade entre estas
lutas, uma vez que, se a exploração aumenta a discriminação, a
discriminação favorece a exploração.

Os princípios de igualdade e não discriminação estão presentes na


constituição de todas as sociedades justas.

Web grafia:

11
Igualdade e Discriminação
https://core.ac.uk/download/pdf/268356504.pdf
https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_650835/lang--pt/index.htm
http://revista.zumbidospalmares.edu.br/images/stories/pdf/edicao-1/
igualdade-discriminacao.pdf
http://cite.gov.pt/pt/acite/dirdevtrab.html
file:///C:/Users/marti/Downloads/67804-Texto%20do%20artigo-89235-1-10-
20131125.pdf
ttps://www.om.acm.gov.pt/
https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/9509/1/TESE%20FINAL.pdf
https://clicnavegantes.com.br/colunas/igualdade-e-equidade-qual-a-diferenca/

12

Você também pode gostar