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DA JUSTIÇA
JOHN RAWLS
(1921-2002)
MANUAL PENSAR
COMO CONSTRUIR UMA SOCIEDADE 10 pp.156 a 169.
JUSTA?
A TEORIA DA JUSTIÇA PROPOSTA POR
RAWLS FOI CONSIDERADA A TEORIA
POLÍTICA MAIS IMPORTANTE DO
SÉCULO XX
O QUE SERÁ Igualdade ou
JUSTO? Equidade?
O QUE SERÁ Igualdade ou
JUSTO? Equidade?
LEITURA DOS TEXTOS DO
MANUAL PÁG.156
No mundo atual, perante tantas diferenças sociais e tendo
em conta a reclamação de igualdade para todos, como se
podem criar as condições para que todos possam usufruir dos
direitos em pé de igualdade?
A QUESTÃO
CENTRAL EM MANUAL pág.156
RAWLS
A JUSTIÇA ENTRE A
LIBERDADE INDIVIDUAL E A
JUSTIÇA SOCIAL
RAWLS
UTILITARISTA?
EQUIDADE:
IDEAL DE UMA SOCIEDADE JUSTA QUE
VISA A IGUALDADE DE
OPORTUNIDADES ATRAVÉS DE UMA
DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL DA RIQUEZA
princípio da diferença
e princípio da igualdade de oportunidades
OS PRINCÍPIOS DE
JUSTIÇA COMO MANUAL PÁGs
158 e 159
EQUIDADE
1. PRINCÍPIO DA IGUAL
LIBERDADE
Há um conjunto de liberdades e direitos fundamentais que deve ser
garantido a todos os indivíduos. O estado deve garantir a todos os
indivíduos a oportunidade de terem acesso, da mesma forma, aos
direitos que lhes garantem as liberdades básicas: a liberdade política,
o direito à liberdade de expressão, de voto, de consciência e
pensamento, propriedade privada, educação, direito à integridade
física, à defesa e proteção…
Princípios b)
As desigualdades económicas e sociais devem
de Justiça Princípio Princípio
estar ligadas a postos e posições acessíveis a
de da da
todos em condições de justa igualdade de
acordo igualdade oportunida
oportunidades.
com a sua De de justa
prioridade Oportuni-
dades ou
Princípio
da a) A sociedade deve promover a distribuição
Oportuni- Princípio igual da riqueza, exceto se a existência de
dade da desigualdades económicas e sociais gerar os
Justa diferença maiores benefícios para os menos favorecidos.
O CENÁRIO
HIPOTÉTICO
O EXERCÍCIO
PROPOSTO POR RAWLS
PARA NOS COBRIRMOS
COM UM VÉU DE
IGNORÂNCIA
COMO CRIAR,
ENTÃO, PRINCÍPIOS MANUAL PÁG 157
DE JUSTIÇA JUSTOS?
O CENÁRIO HIPOTÉTICO
todos sejam imparciais e não tomem decisões com base nos seus
interesses pessoais.
O CENÁRIO HIPOTÉTICO
na sociedade.
Devido ao véu de ignorância, todas as partes contratantes se
encontram em situação de simetria e equidade na escolha
dos princípios de justiça, pelo que ninguém conhece os
fatores que poderiam permitir a obtenção de vantagens
especiais, nomeadamente as características e objetivos
pessoais, as vantagens ou desvantagens naturais e sociais.
Nesta situação desconhecemos as características particulares
que nos levariam a ser parciais.
DISCRIMINAÇÃO
POSITIVA
Confundimos muitas vezes igualdade com igualitarismo. Assim, insurgimo-nos
contra o facto de uns ganharem mais do que outros ou terem regalias que nem
todos têm. Em que ficamos? É justo que todos ganhem o mesmo? É justo que
todos trabalhem o mesmo número de horas? Na verdade, a defesa de critérios
de igualdade, a fim de garantir a justiça, não significa a defesa de um
igualitarismo entre os seres humanos. Rawls reconhece que numa sociedade
de total igualdade nasceria inevitavelmente a injustiça. Porquê? Se todos
ganhassem o mesmo, independentemente do que produzissem ou do seu
empenho e iniciativa, não haveria estímulo nem motivação para fazer mais e
melhor. E, nesse caso, a produtividade nivelar-se-ia pelo mínimo, o que
resultaria no prejuízo de todos.
A TEORIA DA
JUSTIÇA IGUALDADE E
IGUALITARISMO
RAWLS
Segundo o utilitarismo, uma ação maximiza a felicidade, não
importa se esta é distribuída de maneira igual ou desigual.
Grandes desníveis entre ricos e pobres parecem em princípio
justificados, embora, na prática, o utilitarismo prefira uma
distribuição mais igual. O utilitarismo entende, por isso, que é
permissível impor sacrifícios a uns poucos em benefício das
vantagens usufruídas por um maior número. Defende, assim,
que a perda de liberdade de alguns se justifica sempre que
proporciona, à luz do princípio da utilidade, o maior bem para
o maior número.
RAWLS
CRÍTICAS CONTRA O
UTILITARISMO
Rawls considera inegociável a igualdade de liberdades e direitos dos
cidadãos. Daí que não admita que as liberdades e os direitos dos cidadãos
estejam dependentes do cálculo utilitarista da felicidade geral. Ora, as
liberdades e os direitos são inegociáveis porque formam o núcleo inviolável
da pessoa. É este princípio de inviolabilidade da pessoa que está na base
da crítica de Rawls ao utilitarismo.
RAWLS
CRÍTICAS CONTRA O
UTILITARISMO
A ideia de Rawls foi precisamente desenvolver uma teoria política capaz de articular de
forma sistemática e coerente algumas das nossas intuições básicas sobre a justiça,
identificando os direitos e liberdades em que deve assentar qualquer sociedade que se
queira justa. E esta passou a ser a direção que, depois de Rawls, quase toda a filosofia
política acabou por seguir.
Apesar de Rawls ser um pensador muito influente, tal não significa que a teoria da
justiça de Rawls seja consensual. Na verdade, ele tem enfrentado algumas críticas,
mesmo de outros liberais como Rawls, que o consideram como um liberal igualitário.
MICHAEL
CRÍTICAS A SANDEL E
RAWLS ROBERT
NOZICK
O princípio da diferença é instável e não é possível cumpri-lo sem violar
direitos inalienáveis das pessoas. O princípio da diferença estabelece que as
desigualdades de distribuição da riqueza só são admissíveis se forem para o
benefício dos mais desfavorecidos. Mas, mesmo que as pessoas sejam todas
colocadas numa situação de igualdade ideal, elas acabarão por regressar
livremente a uma situação desigual (por exemplo, umas prefeririam investir e
trabalhar mais ao passo que outras prefeririam gozar os rendimentos e
trabalhar menos). Ora, de modo a repor o padrão de distribuição inicial, o
Estado teria de intervir constantemente, transferindo riqueza dos mais
favorecidos para os menos favorecidos. Mas, ao tirar a uns sem o seu
consentimento para distribuir por outros, o Estado estará a desrespeitar a
autonomia dos primeiros e a violar direitos inalienáveis das pessoas, pois
priva-as de usufruírem livremente do que apenas a elas legitimamente
pertence.
MICHAEL
CRÍTICAS A SANDEL E
RAWLS ROBERT
NOZICK
O princípio da diferença leva a subsidiar escolhas pessoais socialmente
discutíveis. De acordo com o princípio da diferença o Estado tem de intervir
de modo a eliminar desigualdades que não beneficiem os mais
desfavorecidos, independentemente das causas dessas desigualdades. Ora,
há muitos casos em que a situação desfavorável de algumas pessoas se
deve a opções de vida ou escolhas pessoais livres. Mas ao redistribuir a
riqueza por essas pessoas, o Estado estará a subsidiar e a
desresponsabilizar tais escolhas. Isto acontece porque o princípio da
diferença não faz qualquer distinção entre as escolhas das pessoas e as
circunstâncias que não dependem da sua vontade.
MICHAEL
CRÍTICAS A SANDEL E
RAWLS ROBERT
NOZICK
O princípio da diferença não permite compensar desvantagens naturais não
escolhidas pelas pessoas. A segunda parte do princípio da diferença
estabelece que só as desigualdades que resultam de uma igualdade de
oportunidades podem ser justas. Mas a igualdade de oportunidades prende-
se exclusivamente com as condições iniciais de acesso aos bens sociais
primários, deixando de lado circunstâncias infelizes que não resultam de
escolhas pessoais (por exemplo, alguém que contrai uma doença
parcialmente incapacitante ou até alguém que descobre não ter qualquer
talento) e das quais não são moralmente responsáveis. Não prevendo
qualquer compensação para estas pessoas, o princípio da oportunidade
justa, tal como Rawls o concebe, acaba por não impedir desigualdades das
quais as pessoas não são responsáveis, o que, intuitivamente, parece
injusto.
MICHAEL
CRÍTICAS A SANDEL E
RAWLS ROBERT
NOZICK
O princípio da diferença incentiva motivações injustas. Este princípio admite
que nem todas as desigualdades são indesejáveis, pois algumas
desigualdades são um incentivo para as pessoas mais capazes e talentosas
produzirem mais e, com isso, a aumentar a riqueza total disponível. A ideia é
que isso acaba por beneficiar todos, pois haverá uma maior parcela de riqueza
para redistribuir. Contudo, se as pessoas capazes e talentosas concordarem
realmente com o princípio da diferença — isto é, se estiverem realmente
interessadas em promover a justiça social —, então não deviam precisar de
quaisquer incentivos para produzirem mais, uma vez que iriam reconhecer
que, ao fazê-lo, não estariam a fazer mais do que o seu dever. Mas, se
precisarem de incentivos materiais é porque não acreditam realmente que as
desigualdades sociais são injustas ou porque não encaram a justiça social
como algo suficientemente motivador.
MICHAEL
CRÍTICAS A SANDEL E
RAWLS ROBERT
NOZICK
Será possível uma distribuição igualitária da
riqueza?
PROBLEMAS PRÁTICOS
DA
APLICAÇÃO DE JUSTIÇA
Pessoas diferentes merecem quantitativos diferentes, pois de outra
forma não se estimulam os mais competentes a mais produzirem;
Pessoas diferentes têm necessidades diferentes; um doente crónico
precisa de mais tratamento médico do que um que o não é;
Ninguém tem o direito de redistribuir o que existe pois irá contra o
direito natural à propriedade privada.
O estado não deve interferir na vida das pessoas. De acordo com
alguns pensadores, a cobrança de impostos, que tem em vista a
redistribuição da riqueza, pode apresentar uma violação do direito à
propriedade privada.
PROBLEMAS PRÁTICOS
DA
APLICAÇÃO DE JUSTIÇA
É possível garantir a igualdade de oportunidades no
acesso ao emprego e aos cargos políticos?
Tendo em conta as desigualdades já existentes na sociedade muito
dificilmente conseguiríamos criar igualdade de oportunidades, pois os mais
abastados estarão naturalmente em vantagem sobre os outros.
A intervenção do estado poderia desencadear a ascensão de cidadãos
menos capazes para determinadas funções.
Dependendo do trabalho, do esforço e das suas características individuais,
cidadãos diferentes merecem recompensas diferentes. Neste sentido, a
aplicação do princípio da diferença poderia originar injustiças.