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Sociedade Justa

Como elaborar uma sociedade Justa?

Primeiro precisamos de princípios justos para reger a nossa sociedade,


princípios esses que serão escolhidos pelas pessoas. No entanto como
sabemos as pessoas são in uenciadas pelas suas características e pelo seu
meio (a sua idade, sexo, rendimentos, sitio onde vive, se tem lhos ou não, e
por ai), assim sendo os princípios que iriam escolher não seriam imparciais e
por isso justos.

Colocar as pessoas numa posição em que possam ser imparciais ——— Na


Posição Original (uma posição onde as pessoas que iram escolher os
princípios estejam sob um véu de ignorância, ou seja não tem informação
sobre nenhuma das suas carcateristicas).

Assim as pessoas vão sempre pensar: “e se eu for uma pessoa


desfavorecida?” — ora vai escolher princípios imparciais e justos.

Principios Escolhidos
1. Princípio da liberdade: A sociedade deve assegurar a máxima liberdade para
cada pessoa compatível com uma liberdade igual para todos os outros. Segundo
este princípio, o importante é assegurar liberdades (de expressão, de religião, de
reunião, de pensamento, etc.), que não devem ser violadas em troca de
vantagens económicas ou de outro tipo.

2. Princípio da igualdade de oportunidades As desigualdades económicas e


sociais devem estar ligadas a postos e posições acessíveis a
todos em condições de igualdade de oportunidades. De acordo com este princípio,
deve-se promover a igualdade de oportunidades, e as desigualdades na
distribuiçãode riqueza são aceitáveis apenas na medida em que resultam desta
igualdade de oportunidades.

A ideia do 2 é que ninguém deve car para trás por di culdades económicas e
sociais. Por exemplo, sendo a educação o principal fator para podermos ter as
melhores expectativas de vida, o estado deve assegurar que todos devem ter
acesso à educação, criando por exemplo escolas públicas gratuitas, para que
mesmo os mais pobres possam estudar.
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3. Princípio da diferença: A sociedade deve promover a distribuição igual da
riqueza, exceto se a existência de desigualdades económicas e sociais gerar o
maior benefício para os menos favorecidos. A ideia é que se as desigualdades na
distribuição da riqueza acabarem por bene ciar todos, especialmente os mais
desfavorecidos, então justi cam-se.

A ideia do 3 é que a distribuição da riqueza da sociedade deve ser igual, a não


ser que dessa desigualdade resulte o benefício de todos. Pensa no exemplo dos
cursos de medicina, uns dos mais trabalhosos de todos. Se oferecessemos aos
médicos o mesmo salário que oferecemos aos jardineiros, por exemplo,
haveria provavelmente muito menos médicos, porque grande parte deles
preferiria ser jardineiro, tendo muito menos trabalho mas ganhando o mesmo.
Ora, isso seria pior para todos nós, uma vez que haveria poucas pessoa para
tratar da nossa saúde. Assim, mais vale alguma desigualdade, pagando mais
aos médicos que aos jardineiros, uma vez que daí resulta um maior benefício
para todos, a nossa saúde.

Criticas a Rawls

1. Critica do modelo abstrato de Sandel


— O homem que Rawls cria não existe é uma situação demasiado
hipotética, não possível de aplicar.

A principal crítica de Sandel é à concepção de pessoa em Rawls.


Para Rawls, o indivíduo caracteriza-se pelos direitos e deveres que tem, por
exemplo de ser livre e de respeitar a liberdade dos outros. A sociedade constitui-se
pela soma dos indivíduos.
Para Sandel, o indivíduo é mais que uma soma de direitos e deveres, ele é um
produto da sociedade em que vive, ele cria-se sempre no interior de uma dada
comunidade e sem essa comunidade não era ninguém. Assim, para Sandel, a
sociedade não é um mero agregado de indivíduos; ela constitui os indivíduos e é
por isso anterior a eles. Isto quer dizer que, de acordo com Sandel, o indivíduo tem
uma dívida muito maior que em Rawls para com a sociedade em que vive, e deve
portanto retribuir muito mais que o que Rawls, e obviamente Nozick, defendem.

2. Critica de Nozick
A principal crítica de Nozick é ao princípio da diferença, que obriga à
redistribuição da riqueza.
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Para Nozick, se o que temos é legitimamente nosso, então ninguém tem o direito
de o tirar, logo o estado não tem competência para redistribuir a riqueza.
Se o fizesse, estaria a agir como um ladrão.

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