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A TEORIA DE RAWLS
A posição original.
Rawls sugere que para encontrarmos os princípios da justiça corretos, devemos fazer uma
experiência mental. Imaginemos que cada um dos membros de uma sociedade, sabendo
perfeitamente qual o seu estatuto social e quais os seus talentos naturais, propusessem determinados
princípios de justiça. É certo que não haveria acordo. Por exemplo, os mais ricos tenderiam a
opor-se a princípios que os forçassem a pagar mais impostos, para benefício dos mais pobres. Os
mais talentosos favoreceriam uma sociedade que premiasse os seus talentos.
Segundo Rawls, temos de imaginar uma situação em que os membros de uma
sociedade sejam levados a avaliar princípios da justiça sem se favorecerem indevidamente.
Temos de avaliar os princípios da justiça de modo imparcial.
Rawls designa esta situação imaginária por posição original. As pessoas, na posição
original, estão sob um véu de ignorância: sofrem uma espécie de amnésia que as faz desconhecer
quem são na sociedade e quais são as suas peculiaridades individuais. As pessoas, na posição
original, são forçadas a avaliar os princípios da justiça com imparcialidade. As pessoas
desconhecem o seu projeto de vida, não sabem o que querem fazer na vida, mas estão interessadas
em escolher o melhor para si. Têm interesse em obter bens primários, ou seja, coisas que sejam
valiosas seja qual for o seu projeto de vida. A liberdade, as oportunidades e a riqueza são
exemplos de bens primários.
Os princípios da justiça.
Os princípios da justiça corretos são aqueles que seriam escolhidos na posição original. Os
membros da sociedade, estando sob o véu de ignorância, ficam numa situação equitativa. Que
princípios são esses?
1. Princípio da Liberdade:
Cada pessoa deve ter um direito igual ao mais amplo sistema total de liberdades básicas iguais
que seja compatível com um sistema semelhante de liberdades para todos.
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Princípio da liberdade
O princípio da liberdade tem prioridade sobre os restantes. Diz-nos que numa sociedade
justa todos beneficiam das mesmas liberdades básicas. Entre estas, Rawls inclui a liberdade
política (direito de votar e concorrer a cargos públicos), liberdade de expressão e de reunião,
liberdade de pensamento e ainda as “liberdades de pessoa”, (que proíbem a agressão e a prisão
arbitrária). Por exemplo, a escravatura é incompatível com uma liberdade igual para todos.
Não se pode violar as liberdades básicas de modo a alcançar vantagens económicas e
sociais. No entanto, nenhuma das liberdades básicas é absoluta. Por exemplo, em algumas
circunstâncias pode justificar-se limitar a liberdade de expressão, proibindo, suponhamos, a
difusão de ideais políticos e religiosos extremamente intolerantes.
Segundo o princípio da diferença, a 2ª sociedade, apesar das desigualdades, é mais justa que
a primeira.
Conclusão: dado que o princípio da liberdade tem prioridade sobre os outros dois,
numa sociedade justa não se promove a igualdade de oportunidades ou a distribuição da
riqueza à custa do sacrifício das liberdades básicas.
PRINCÍPIO MAXIMIN
Na posição original, as escolhas obedecem ao princípio maximin. Segundo este princípio,
se não sabemos quais serão os resultados de cada uma das opções que se nos colocam, é racional
jogar pelo seguro, fazendo a escolha como se o pior nos fosse acontecer.
Princípio maximin: entre as alternativas disponíveis, devemos escolher aquela que tenha o
melhor pior resultado possível.
Tarefa: “Para aplicar o princípio da diferença seria necessário restringir a liberdade dos indivíduos.
Mas, segundo Rawls, o princípio da liberdade tem prioridade sobre o princípio da diferença. Por
isso, a teoria da justiça de Rawls é inconsistente.”
1. Concorda com este argumento? Porquê?
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