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Disciplina de Filosofia - 11º Ano

TESTE N.º 1 - V. B

GRUPO I

Apresentam-se doze (12) questões de escolha múltipla, devendo selecionar a opção que responde
de forma correta a cada uma delas. (12X 5 pontos= 60 pontos)

1. Se duas proposições são inconsistentes entre si, então ...

A – são ambas verdadeiras.


B – são ambas falsas.
D – não podem ser ambas falsas.
C – não podem ambas ser verdadeiras.

Duas ou mais proposições são consistentes se, e só se, podem ser simultaneamente verdadeiras; e
são inconsistentes se, e só se, não podem ser simultaneamente verdadeiras. Por exemplo, as afirmações
"Deus existe" e "Sócrates era um filósofo" são consistentes; e as afirmações "Deus existe" e "Deus não
existe" são inconsistentes.

2. Segundo Rawls, na posição original, as partes em confronto estão interessadas…

A - no seu próprio bem-estar e conhecem o lugar que vão ocupar na sociedade.


B - no bem comum e conhecem um lugar que não ocupado na sociedade.
C - no seu próprio bem-estar e desconhecem o lugar que vão ocupar na sociedade.??
D - no bem comum e desconhecem o lugar que vão ocupar na sociedade.

3. Considere as seguintes afirmações relativas ao conhecimento, e selecione a opção


correcta:
1 - há diferentes tipos de conhecimento. V
2 - o ato de conhecimento pressupõe um sujeito e um objecto de conhecimento V
3 - o conhecimento proposicional também, por vezes, se designa por conhecimento por contacto. F
4 – a verdade é condição suficiente para haver conhecimento. F

A – 1 e 2 são falsas; 3 e 4 são verdadeiras.


B - 2 e 3 são verdadeiras; 3 e 4 são falsas.
C – 2 e 3 são falsas; 1 e 4 são verdadeiras.
D – 1 e 2 são verdadeiras; 3 e 4 são falsas.

4. Se um argumento é dedutivamente válido, então...

A – a sua conclusão não pode ser falsa.


B – as suas premissas não podem ser falsas, caso a sua conclusão seja verdadeira.
C – as suas premissas não podem ser falsas.
D – a sua conclusão não pode ser falsa, caso as suas premissas sejam verdadeiras.

5. Segundo Rawls, o Princípio da Diferença tem o propósito de…

A - minimizar as contingências naturais das pessoas


B - minimizar a diferença de dotes naturais e talentos entre as pessoas.
C - minimizar a lotaria social..

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Grupo 410 – Filosofia 2021-2022
D - minimizar a lotaria natural.

6. A proposição “Hoje vou à escola e ao museu” é verdadeira se, e só se,...


A – é verdade que “Hoje vou à escola”, embora não seja verdade que “Hoje vou ao museu”.
B – é verdade que “Hoje vou à escola” e é verdade que “Hoje vou ao museu”.
C - é verdade que “Hoje vou à escola” ou é verdade que “Hoje vou ao museu”.
D - é verdade que “Se hoje vou à escola, então vou ao museu”.

7. De acordo com a definição tradicional de conhecimento, se uma pessoa tiver a crença de que
o Universo teve um começo por ter sido isso que leu na Bíblia, então...

A – essa pessoa sabe como o Universo começou.


B – essa pessoa não sabe que o Universo teve um começo.
C – o Universo teve um começo e é ilógico que não teve.
D – é falso que o Universo tenha tido um começo.

8. De acordo com os fundacionalistas (dos quais fazem parte os infalibilistas):


A - o conhecimento proposicional assenta em crenças básicas.
B - há uma regressão infinita da justificação.
C - as crenças não-básicas justificam-se a si mesmas e são autoevidentes.
D - os fundamentos do conhecimento estão para lá da experiência e da razão.

9. Considere as fórmulas lógicas proposicionais que se seguem. Selecione, depois, a alternativa


que as descreve corretamente.

1. (( P → Q ) ∧ ( P ∧ ¬ Q ))
2. ( ¬ ( P ∧ Q ) → ( ¬ P v ¬ Q ))

A – (2) é uma tautologia, mas (1) é uma contradição.


B – (1) e (2) são contradições.
C – (1) e (2) são tautologias.
D – (1) é tautológica, mas (2) é contraditória.

10. Imagine-se os seguintes padrões de distribuição de bens sociais primários (de 0 a 10) em
sociedades com apenas 5 pessoas:

Sociedade TOTAL
1 10 10 10 2
I 33
Sociedade TOTAL
6 7 7 6 6
II 32
Sociedade TOTAL
5 5 5 5 5
III 25

Na teoria da justiça de Rawls, com o “véu de ignorância” e seguindo a regra maximin,


podemos concluir que…

A. a sociedade I: é a mais justa.


B. a sociedade II: é a mais justa.
C. a sociedade III: é a mais justa.
D. qualquer uma das sociedades é justa desde que se respeite a liberdade individual.

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11. Pronuncie-se sobre as fontes do conhecimento proposicional apresentado de seguida:

1 – A distância da minha casa à casa dos meus pais é de 6 Km. A posteriori


2 – A janela da sala tem forma oval. A posteriori
3 – O quadrado é um quadrilátero. A priori
4 - Nenhuma potência de base 2 é impar. A priori

A – (1) e (2) são conhecimentos derivados da experiência; (3) e (4) são conhecimento
derivado da razão.
B – Todos são conhecimento derivado da experiência.
C – (1) é conhecimento derivado da experiência; (2), (3) e (4) são conhecimento derivado
da razão.
D – (1), (2) e (4) são conhecimento derivado da experiência (3) é conhecimento derivado da
razão.

12. Um comunitarista como Sandel crítica a teoria da justiça de Rawls, pois considera que…

A - o Princípio da Diferença deve ter prioridade sobre o Princípio da Liberdade.


B - a igualdade de oportunidades deve ter prioridade sobre tudo o resto.
C - o bem comum deve ter primazia sobre a liberdade individual.
D - o respeito pela liberdade individual deve ter prioridade sobre tudo o resto.

GRUPO II

1. Associe os discursos argumentativos da Coluna A, com as propostas de formalização lógica da


Coluna B e com as formas de inferência apresentadas na Coluna C
(3 X 5 pontos = 15 pontos)

Coluna A Coluna B Coluna C


1 - A Teresa não compra o livro, se o consultar a - ¬ 𝑇 → 𝑈; ¬𝑈 ∴ 𝑇 i - Contraposição
na Biblioteca. Logo, se a Teresa comprar o livro
na Biblioteca, então não o consulta na Biblioteca.
2 - É falso que, a Maria leva o carro e gasta b- ¬ (𝑅 ∧ 𝑆) ∴ ¬𝑅 ∨ ii – 1.ª lei de De
gasolina. Portanto, a Maria não leva carro ou ¬𝑆 Morgan
não gasta gasolina.

3 - A Ana estudou. Se a Ana não estudar, vai ao c- Q → ¬𝑃 ∴ 𝑃 → ¬ 𝑄 iii – Modus Tollens


jogo. Mas a Ana não foi ao jogo.

R.: 1/c/i; 2/b/ii; 3/a/iii

2. Tenha em conta o discurso argumentativo apresentado de seguida:

Temos o dever moral de promover o bem supremo. Se temos o dever moral de promover o bem
supremo, este tem de ser possível. Se Deus não existisse, o bem supremo não era possível. Logo,
Deus existe.

2.1. Apresente a fórmula argumentativa que o traduz (10 pontos)

Considerando o seguinte dicionário:


P: Temos o dever moral de promover o bem supremo
Q: O bem supremo tem de ser possível

3
R: Deus existe,

A forma argumentativa que traduz o argumento dado é P, P → Q, ¬ R -→ ¬ Q ∴ R

2.2. Pronuncie-se sobre a sua validade, justificando. (10 pontos)

Teste da forma argumentativa obtida em 2.1)

P Q R P ( P → Q ) ( ¬ R → ¬ Q ) ∴ R
V V V V V V V F V V F V V ◂
V V F V V V V V F F F V F
V F V V V F F F V V V F V
V F F V V F F V F V V F F
F V V F F V V F V V F V V
F V F F F V V V F F F V F
F F V F F V F F V V V F V
F F F F F V F V F V V F F

Esta forma argumentativa é válida, uma vez que não há qualquer circunstância em que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, e na única circunstância em que as premissas são
todas verdadeiras, a conclusão também o é, cumprindo-se assim a regra da validade dedutiva.

3. Apresentam-se três formas argumentativas. Pronuncie-se sobre a validade das mesmas, sem
recorrer a inspetor de circunstâncias.
(3 X 5 pontos = 15 pontos)

3.1. (𝐴 → 𝐵), (𝐵 → 𝐶) ∴ (𝐴 → 𝐶)
3.2. (𝐴 ∨ 𝐵) → ( 𝐶 ∧ ¬ 𝐷) ∴ (¬ 𝐶 ∨ 𝐷) → (¬ 𝐷 ∧ ¬ 𝐵)
3.3. ¬ (𝐴 ∧ ¬ 𝐵) ∴ 𝐴 → 𝐵

R.) São todas válidas: Silogismo Hipotético, Contraposição e Dupla negação, respectivamente.

4. Considere que a proposição “Há estudantes que são míopes” é uma proposição Falsa.
Pronuncie-se, justificando, sobre o valor de verdade das proposições seguintes.
(3X5 pontos = 15 pontos)

4.1. Os estudantes são míopes F


4.2. Nenhum estudante é míope V
4.3. Nem todos os estudantes são míopes V

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GRUPO III

Apresentam-se duas questões de resposta restrita, formuladas a partir dum texto apresentado.
Deve dar atenção à compreensão da pergunta e responder-lhe duma forma precisa.
(2X15 pontos = 30 pontos)

1. Leia o texto e, de seguida, responda às questões propostas.

«Os indivíduos têm direitos e há coisas que nenhuma pessoa ou grupo lhes pode fazer (sem violar os seus direitos).
Estes direitos são de tal maneira fortes e de grande alcance que levantam a questão do que o Estado e os seus
mandatários podem fazer, se é que podem fazer alguma coisa. Que espaço deixam os direitos individuais ao Estado?»

R. Nozick, Anarquismo, Estado e Utopia, Edições 70, 2009, p.21.

1.1. A crítica de Nozick a Rawls apoia-se em razões de carácter deontológico/moral. Explique


porquê, recorrendo ao texto.

R.) (O ALUNO TEM DE INTEGRAR INFORMAÇÃO DO TEXTO DADO)


Na perspetiva do texto, os indivíduos têm Direitos (são titulares de direitos, como a liberdade, a
propriedade, expressão, etc), e tais Direitos não podem ser colocados em causa pelo Estado. Dum
ponto de vista deontológico, pode então dizer-se que o Estado tem a obrigação moral de respeitar
os Direitos individuais, nomeadamente o da liberdade e o da propriedade – de que o indíviduo possui
a titularidade.

1.2. Mostre como a resposta de Nozick à pergunta do texto envolve uma crítica ao princípio da
diferença de Rawls.

R.) O Princípio da Diferença, proposto por Rawls, impõe que a contribuição pedida aos mais
afortunados, seja feita de modo a beneficiar os menos favorecidos. |Os seres humanos tendem a
não querer contribuir para o bem dos mais desfavorecidos de forma sistemática|, pelo que a
intervenção do Estado – pedindo a contribuição de uns em benefício dos mais desfavorecidos – se
afigura necessária.
A isto, contrapõe Nozick que o Princípio da Diferença é incompatível com a preservação dos
Direitos dos indivíduos, vendo-se o Princípio da Liberdade colocado em causa pela intervenção do
Estado.

GRUPO IV

Apresenta-se, de seguida, três (3) questões sobre o problema do conhecimento.


(3 X 15 pontos = 45 pontos)

1. Explicite, tendo em conta as condições necessárias e suficientes, a definição tradicional de


conhecimento.

R.: De acordo com a definição tradicional, apresentada por Platão no diálogo Teeteto, o conhecimento é uma
crença verdadeira justificada. Assim, as condições necessárias e conjuntamente suficientes para que haja
conhecimento são a crença, a verdade e a justificação. Se alguém tiver uma crença acerca de determinada
realidade, se essa crença for verdadeira e se dispuser de justificações para a sua crença, então possui
conhecimento da realidade em causa.

2. Exponha o argumento da regressão infinita, um dos que levam os cépticos radicais a


suspenderem o juízo e a negarem a possibilidade do conhecimento.

5
R. Os céticos radicais, rejeitando haver justificações suficientes ou satisfatórias para mostrar a verdade das
nossas crenças, negam a possibilidade do conhecimento, suspendendo o juízo.

Um dos argumentos apresentados é o da regressão infinita, que põe em causa a possibilidade de haver
crenças básicas (que justificam as outras crenças, sendo que elas próprias não precisam de ser justificadas
por terem origem em fontes de conhecimento 100% seguras).

Esse argumento apresenta a tese de que nada se pode compreender por si mesmo, e o facto de nada pode
ser compreendido com base noutra coisa: para justificar uma crença tem de se recorrer a outra, e assim ou
caímos num círculo vicioso ou temos de recorrer a outras crenças, numa cadeia de justificação até ao infinito
– regressão infinita da justificação.

3. Leia atentamente o texto, e responda de seguida à questão sobre ele formulada:

«Eis um exemplo ao estilo de Gettier: A partida de futebol entre Inglaterra e Alemanha está a ser
transmitida no café ao fundo da minha rua. Ao ouvir um coro de aplausos, convenço-me de que a Inglaterra
acabou de marcar, e marcou mesmo: o resultado é agora 1-0.
A minha crença é verdadeira e também é justificada: o clamor que vem lá de dentro dá-me boas razões
para pensar que a equipa inglesa acabou de marcar um golo. No entanto, os aplausos que ouvi tinham
afinal origem no bar em frente, que não tem televisão e onde, em vez disso, está a decorrer um concurso
de karaoke. (…).»

Dan O’Brien. Introdução à Teoria do Conhecimento. Gradiva, 2013, pp.39-40.

3.1. Indique se o exemplo apresentado constitui conhecimento proposicional. Justifique a sua


resposta à luz das críticas à definição tripartida/tradicional do conhecimento.

Este exemplo mostra que podemos ter crenças verdadeiras justificadas acidentalmente, e que a
definição tripartida não apresenta, por isso, condições suficientes para o conhecimento.

Todas as condições necessárias para se saber algo teoricamente estão presentes, mas não são
suficientes para haver conhecimento: há uma condição extra, que ao ser desconhecida pelo autor
faz com que CVJ não seja suficiente para garantir o conhecimento.

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