TESTES

TESTE 3

AGRUPAMENTO / ESCOLA:

NOME: ANO: TURMA: DATA: / /

1. A racionalidade científica pressupõe que

A. a análise aos problemas científicos tenha em atenção o contexto histórico.
B. a ciência dependa da razão e não dos fenómenos observados.
C. se analise os problemas científicos com objetividade e sentido crítico.
D. a investigação seja exclusivamente teórica.

2. Dos dois autores estudados, quem defende que a ciência é objetiva?

A. Popper.
B. Popper e Kuhn.
C. Kuhn.
D. Nenhum deles.

3. Lê a seguinte afirmação de Popper.

Porque não existe nenhum critério infalível da verdade, não podemos nunca, ou quase nunca, ter
absoluta certeza de não nos termos enganado.
Karl Popper, Em Busca de um Mundo Melhor, Fragmentos, 1992, p. 176.

A partir do excerto, é possível concluir que

A. a verdade científica é ilusória.
B. apesar de falível, a ciência é credível.
C. nunca poderemos estar seguros de que uma teoria científica seja verdadeira.
D. a verdade científica varia no tempo e no espaço.

4. Popper, ao comparar a evolução das teorias científicas com a teoria evolucionista de

Darwin, pretende defender principalmente que
A. a ciência está em constante evolução.
B. o desenvolvimento da ciência está intimamente relacionado com a própria
evolução da Natureza.
C. apenas as mais aptas, que resistirem à falsificabilidade, sobreviverão.
D. a ciência tem de ser objetiva e libertar-se da interferência dos dogmas religiosos.

5. Segundo Kuhn,
A. a ciência evolui cumulativamente.
B. a ciência não evolui progressivamente, mas através de revoluções.
C. não se pode questionar a objetividade da ciência, pois a indução é conclusiva.
D. os paradigmas permitem um trabalho crítico e livre na investigação científica.
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6. No período de ciência extraordinária,

A. os resultados fornecidos pelo paradigma são extremamente produtivos.
B. a comunidade científica divide-se por considerar que a ciência não progride.
C. um novo paradigma destitui o anterior dando origem a um novo modelo de
investigação científica.
D. uma parte da comunidade científica procura implementar um novo paradigma.

7. Imagina que alguém decide mudar completamente o seu estilo de vida, face a problemas
de saúde diagnosticados, optando por hábitos mais saudáveis. Se fizéssemos uma
analogia com os períodos de evolução da ciência apresentados por Kuhn, esta mudança
representaria um período de
A. ciência normal.
B. ciência em crise.
C. ciência extraordinária.
D. revolução científica.

8. Os cientistas, estando inseridos num contexto, são incapazes de se distanciar dele.

Segundo Kuhn, esta afirmação é
A. verdadeira. Na investigação científica estão subjacentes as crenças e a formação
dos cientistas, bem como a influência das suas experiências anteriores.
B. falsa. O cientista deve reger-se por critérios imparciais, racionais e objetivos, caso
se pretenda uma ciência credível.
C. verdadeira. A inovação científica só ocorre quando a ciência deixa de ser objetiva.
D. falsa. A unanimidade dos cientistas em relação à aceitação de um paradigma
revela que eles são capazes de decidir sem a influência das suas crenças e da
sua formação.

9. O princípio da incomensurabilidade, apresentado por Kuhn, defende que

A. é impossível estabelecer comparações objetivas entre duas teorias por partirem
de fundamentos diferentes.
B. a ciência progride através de ruturas e revoluções.
C. apesar de os fundamentos dos paradigmas serem diferentes, é possível
determinar se a ciência progride em direção à verdade.
D. os critérios que presidem à escolha de teorias são de caráter subjetivo.

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10. Considera os seguintes enunciados relativos às posições de Popper e Kuhn sobre a

ciência. Seleciona depois a alternativa que as identifica corretamente.

1. A verdade científica existe apenas como ideal regulador.

2. A ciência evolui segundo um processo de acumulação de conhecimentos.
3. É impossível determinar se a ciência progride em direção à verdade, dado que uma
nova teoria nada ter a ver com a anterior.

A. 1 e 3 referem-se a Kuhn; 2 a Popper.

B. 1 e 2 referem-se a Popper; 3 a Kuhn.
C. 1 refere-se a Kuhn; 2 e 3 a Popper.
D. 1 refere-se a Popper; 2 e 3 a Kuhn.

11. Lê o texto seguinte.

É interessante ver que o problema do erro transforma o problema da verdade, mas não o destrói;
a verdade não é negada, mas o caminho da verdade é uma busca sem fim; cabe a cada um a
escolha; os caminhos da verdade passam pela tentativa e o erro; a busca da verdade só pode
fazer-se através da errância e da itinerância; a itinerância implica que é um erro procurar a
verdade sem procurar o erro.
Edgar Morin, Ciência com Consciência, Europa-América, 1982, pp.195-196.

11.1 Indica a tese presente no texto.

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11.2 Esclarece as respostas que Popper e Kuhn apresentam em relação à verdade científica.
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11.3 Segundo Popper, que papel desempenha o erro na investigação científica?

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12. Lê o texto seguinte.

A ciência «normal» desenvolve-se à luz de um conjunto de paradigmas, ou de perspetivas

implícitas, acerca do tipo de explicações que devemos procurar. Os períodos de ciência
revolucionária ocorrem quando os próprios paradigmas são colocados em causa. A ciência deve
ser vista como «uma série de interlúdios pacíficos interrompidos por revoluções
intelectualmente violentas». Depois das revoluções, muda a nossa conceção do que é uma
explicação satisfatória da razão pela qual as coisas encaixam umas nas outras.
Algumas pessoas ficam muito emocionadas demasiado depressa com este tipo de pensamento.
Interpretam-no como se sugerisse uma espécie de «relativismo», segundo o qual algumas
pessoas têm os seus «paradigmas» e outras pessoas têm outros, não sendo possível avaliar qual
é o melhor.
S. Blackburn, Pense, Uma Contagiante Introdução à Filosofia, Gradiva, 2001, p. 237.

12.1 A perspetiva de Kuhn centra a investigação científica em torno do paradigma. Define

paradigma.
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12.2 De que modo, o autor refere que, para Kuhn, a ciência deve ser vista como «uma série de
interlúdios pacíficos interrompidos por revoluções intelectualmente violentas»? Como se
desenvolve a ciência?
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12.3 Esclarece em que medida a proposta de Kuhn pode conduzir ao «relativismo».

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COTAÇÕES
1 a 10 11.1 11.2 11.3 12.1 12.2 12.3 TOTAL

10 × 7 pts 12 pts 24 pts 24 pts 20 pts 25 pts 25 pts 200 pts

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PROPOSTAS DE RESPOSTA
TESTE 3 (Pág. 14)

1. C; 2. A; 3. C; 4. C; 5. B; 6. D; 7. D; 8. A; 9. A; 10. B.

11.1 A «busca da verdade só pode fazer-se através da errância e da itinerância».

11.2 Popper defende que as teorias científicas nunca poderão ser verdadeiras, mas apenas corroboradas. A falsificação apenas
permite identificar e eliminar erros e não afirmar a verdade das teorias. No entanto, a verdade não deixa de existir enquanto
uma finalidade a atingir, um ideal regulador e, sabendo que uma nova teoria contém menos erros do que a anterior, a ciência
progride em direção à verdade.

Kuhn considera que, sendo os paradigmas incomensuráveis, é impossível determinar se a ciência progride em direção à
verdade e qual dos paradigmas é mais verdadeiro. A verdade existe apenas no âmbito de cada paradigma.

11.3 O erro desempenha, segundo Popper, um papel muito importante na investigação científica. Para Popper a ciência progride
através da eliminação de erros. A falsificação consiste na refutação das teorias, ou seja, na procura de falhas que elas possam
conter. Nesse sentido, as teorias só poderão ser aperfeiçoadas se nelas encontrarmos erros e os resolvermos. O próprio
Popper refere que a ciência é uma atividade crítica.

12.1 O paradigma é o conjunto de crenças, normas e procedimentos que estão na base da investigação científica. É partilhado pela
comunidade científica que o adota como modelo de trabalho e estabelece e regula as bases da prática científica.

12.2 Segundo Kuhn a ciência desenvolve-se em duas fases. A primeira é a fase da «ciência normal», em que o paradigma é
reconhecido pela comunidade científica e o trabalho dos cientistas é desenvolvido em torno dele. Daí o autor referir ser este
período caracterizado por «interlúdios pacíficos», pois há um consenso geral em relação ao paradigma.

A segunda fase consiste na divisão da comunidade científica quanto ao paradigma por este apresentar anomalias e ser
incapaz de responder aos problemas apresentados. Esta divisão é «revolucionária» e «violenta», pois implica a adoção de um
novo paradigma completamente diferente e o abandono do anterior, não existindo qualquer continuidade entre ambos.
Kuhn, ao afirmar que os paradigmas são incomensuráveis, pode conduzir à ideia de relativismo. Ao ser impossível avaliar
comparativamente os paradigmas, no sentido de definir qual deles é objetivamente melhor, ou se a ciência progride ou não em
direção à verdade quando um novo paradigma emerge, tal pode pressupor que a discussão em torno da ciência é
insustentável.

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