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Filosofia

Racionalismo: A razão é a fonte do conhecimento. Segundo esta corrente as


ideias fundamentais para o conhecimento humano são originarias da razão.

Dúvida:
- Duvida metódica: Descartes duvida por método. A dúvida surge como
necessidade de afastar opiniões não fundamentadas para que o homem
chegue a um conhecimento indubitável.
- Duvida provisória: só se verifica enquanto não forem encontradas verdades
consistentes.
- Duvida universal: a dúvida estende-se a todos os domínios do saber.
- Duvida hiperbólica: rejeita como falso todo o conhecimento sobre o qual
possa pairar a mais leve suspeita de erra.
Descartes está aparentemente imerso num oceano de dúvidas, então é certo
que dúvida, mas para duvidar é necessário que exista um sujeito.
 Eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minha existência como
sujeito que risco logo neste momento, está a duvidar de tudo;
 E, mesmo que um génio maligno insista a enganar-me, é, ainda assim
necessário que eu exista para ser enganado.

Ideias:
As ideias são claras e distintas.
- Ideais inatas:
Ideias que nascem connosco, ou que são produzidas por nós sem
intervenção dos sentidos; exemplo: Deus, a alma, triângulo.
- Ideais adventícias:
Ideias que provêm diretamente dos sentidos, representações do mundo
com base na experiência no hábito e na crença; exemplo: O Sol levanta-se e
põe-se todos os dias.
- Ideias factícias:
Ideias que são elaboradas com base nas ideias que provêm da
experiência e que resultam da associação destas; exemplo: sereia (mulher
mais caixa). Só as ideias inatas são verdadeiras, imutáveis, eternas e
distintas.
Para descartes podemos ter ideias claras e distintas que provém de três
substâncias:
- Res Cogitas (substância pensante), (alma) - cujo atributo principal é o
pensamento;
- Res Divina (substância divina) - cujo atributo é essencial é perfeição, a qual
se identifica em virtude da simplicidade divina;
- Res Extensa (substância corpórea), (corpo) - cujo atributo essencial é a
extensão.

O Cogito:
Causa repugnância imaginar que aquele que duvida possa não existir,
pois para duvidar e é preciso pensar e para a pensar é preciso existir: Penso,
logo existo. O cogito (alma) é a primeira verdade indubitável que emerge do
método cartesiano.
Descartas sabe que muitas vezes se engana e que, por isso, não é um
ser perfeito. Para ele saber que é um ser imperfeito tem de ter a ideia de
perfeição na sua mente. Mas de onde surgiu essa ideia?
Essa ideia não foi criada por Descartes porque ele é um ser imperfeito (a
imperfeição não pode gerar perfeição), ou seja, a ideia de perfeição só poderá ter
sido colocada nele por Deus.

 Argumento de causalidade- Deus é a ideia de perfeição em mim.

Se Deus é perfeito tem de existir, pois a existência decorre necessariamente da


perfeição, segundo Descartes.

Deus como garante da verdade:


Após a prova da existência de Deus, Descartes conclui que, uma vez
que Deus é um ser sumamente perfeito, não é um Deus enganador.
Deus é a garantia da verdade objetiva, das ideias claras e distintas
sendo criador das verdades eternas.
Deus é infinito, fonte do bem e da verdade, é omnipotente, omnisciente e
eterno.
Método cartesiano:
O método cartesiano tem quatro regras:
1. Evidência (ideias claras e distintas) - nunca aceitar nada para o meu
juízo a não ser que seja clara e distinta ao meu espírito, sem nenhuma
ocasião de dúvida.

2. Análise (dividir em partes mais simples) - dividir cada uma das minhas
dificuldades em várias parcelas, o quanto for possível e necessário para
melhor as compreender.

3. Síntese (reunir as ideias num todo ) - conduzir por ordem os meus


pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de
conhecer, para pouco a pouco ir ao conhecimento dos mais complexos.

4. Enumeração (revisão constante do meu progresso) - fazer sempre


enumerações tão completas e revisões tão gerais para ter a certeza de
não omitir nada.

Críticas ao racionalismo cartesiano:


Descartes é exclusivista, pois vê como única fonte de conhecimento, a priori.
É dogmático, pois pretende que, unicamente a partir do primeiro princípio, o
cogito, seja possível ao ser humano encontrar verdades válidas e universais.
É circular, pois comete a petição da circularidade: para saber que as ideias
claras e distintas são verdadeiras, tenho primeiro desse saber que Deus existe;
mas, para saber que Deus existe, tenho primeiro de saber que as ideias claras
e distintas são verdadeiras.
Descartes afirma a existência como predicado da perfeição de Deus, ele deduz
a sua existência.

Empirismo: Considerando que os sentidos estão na origem do nosso


conhecimento. Considera que a experiência sensível é o fundamento e o limite
dos nossos conhecimentos para esta corrente todo o conhecimento é a
posteriori.
Impressões e ideias:
Todas as matérias de ideia e todo o conhecimento provém da
experiência, e deriva da sensibilidade interna e/ou externa. A experiência
deriva de impressões internas e/ou externas.
Os conteúdos da nossa mente são perceções e existem 2 tipos de perceções:
 Impressões- que resultam das nossas sim sessões externas e internas
(sentimentos), dados da experiência;
 Ideias- representações ou imagens enfraquecidas das impressões no
pensamento. (as ideais são cópias das impressões).

Não existe ideia de inatas

Impressões:
 Podem ser intensas e vivas;
 Sensações externas (visuais, auditivas), sentidos;
 Sentimentos internos (emoções, desejos), emoções.

Ideias:
 Cópias das impressões: menos vividas e intensas;
 Simples (memória: ideia de cavalo, asas), adventícias;
 Complexas (imaginação: ideia de cavalo alado), factícias.

Deus para Hume é uma ideia complexa, conjugando alguns aspetos como
inteligência, bondade, poder, etc., para criar esta ideia imaginária.
Associação de ideias:
1. Semelhança:

Se dois objetos se assemelham, então a ideia de um conduz ao


pensamento do outro.
Exemplo: Um retrato de um parente leva o nosso pensamento a essa pessoa.

2. Contiguidade no espaço e/ou tempo:

Se dois objetos são contíguos no espaço e/ou tempo, a ideia de


um leva facilmente à ideia de outro.
Exemplo: Falamos de pirâmides, lembramo-nos logo do Egipto.

3. Causa ou efeito:

A causa traz-nos ao pensamento do efeito. O efeito transporta o


pensamento para a causa.
Exemplo: Se virmos um terreno seco é provável que o nosso pensamento seja
conduzido à ideia de seca.

Conhecimento de questões de facto:


Confronto de proposições com a experiência (e. conhecer alguém,
alguma coisa, um animal…). Baseiam-se no raciocínio indutivo e na relação
causa-efeito.
 Relações de ideias:

a) São conhecimento a priori;


b) A verdade das proposições e a validade dos argumentos não
depende, da experiência;
c) As relações de ideias são verdades necessárias e é logicamente
impossível a sua negação;
d) As proposições que exprimem e combinam relações de ideias
não nos dão conhecimento sobre o que se passa no mundo.

 Conhecimento de facto:

a) São conhecimentos a posteriori;


b) A verdade das proposições que se referem a factos dependem
da experiência (empírico);
c) A verdade das proposições de facto é contingente;
d) As proposições que se referem a factos visam descobrir coisas
sobre o mundo e dar conhecimento sobre o que nele existe ou
acontece.
Hume e o problema de causalidade:
O princípio de causalidade diz-nos que há uma ligação necessária ou
conexão entre os dois fenómenos.

 O que significa dizer A é causa de B?

Sempre que em determinadas condições acontece A, acontece


necessariamente B. (conexão necessária)

A=Causa; B=Efeito
Exemplo: Aumento da temperatura (A), derrete algo (B).

 Até que ponto devemos acreditar nisso?


(teoria do conhecimento)
Se todos as nossas ideias derivam de impressões sensíveis;
E qualquer ideia tem de corresponder uma impressão;
Então sem impressão não há conhecimento.
Não temos
impressão de
causa.
1º Observação de um facto:
Impressão sensível: Conjução ou suceção temporal.
Ex. A seguir a um acontecimento A sucedeu um outro B.

Não é sinonimo de
conexão entre eles.

Só porque B sempre sucedeu a A, não significa que A seja a causa de B.


 A ideia de relação causal (conexão necessária), é uma ideia da qual não
temos nenhuma impressão sensível;
 O conhecimento de facto reduz-se às impressões atuais e passadas,
nada nos diz em relação às impressões futuras;
 Princípio de causalidade é uma crença injustificável;
O problema da indução:
A indução é o processo de raciocínio que a partir de sucessão de
acontecimentos, leva à conclusão dessa mesma coisa no futuro. A conclusão é
apenas provável.
Ex. o dia segue-se sempre à noite, logo ou à manhã será igual.

Não há validade (lógica) em fazer afirmações sobre o futuro tendo em


vista as experiências passadas

Críticas ao empirismo:
É Cético:

Se todos os conhecimentos provem da experiência, o
conhecimento humano fica desde logo encerrado nos
limites do mundo empírico.
É Reducionista:
 Embora afinal a importância da experiência perante o
desdém do racionalismo, ao fazer dela a única fonte do
conhecimento, o empirismo cai no oposto, substituindo um
extremo pelo outro.

Conhecimento vulgar; Conhecimento científico:


Distintos- apesar de serem diferentes, são relacionados, o senso comum
aprende coisas que foram descobertas pela ciência. A ciência acrescenta algo
ao senso comum.
A ciência distingue-se do senso comum pelo seu caracter teórico.

Conhecimento vulgar/senso comum: Conhecimento científico/ciência:


 Não precisa de grande estudo;  Aprofundado;
conhecimento superficial;  é experimental, baseia-se em
 baseado na experiência; experiências;
 passa de geração em geração  provisório;
(tradição);  sistemático;
 assistemático;  objetivo;
 subjetivo;  mensurável.
 empírico.

Subjetividade: é o caráter daquilo que é subjetivo, isto é, que depende


do sujeito cognoscente. Neste sentido, é o representado pelo sujeito e não é o
real tal qual ele é.
Objetividade: designa o caráter do que é objetivo, isto é, independente e
autónomo do sujeito cognoscente. Uma realidade objetiva é algo que pode
valer para todos os sujeitos e tornar-se, pois, universal.
Problema da demarcação:
 O que distingue as teorias científicas das não científicas?

 Critério da verificabilidade;
 critério da falsificabilidade.

Critério da verificabilidade:

• Uma teoria é científica se só consiste em afirmações empiricamente


verificáveis. As teorias que permitam verificar através de experiências se
são verdadeiras são as teorias científicas.
• Uma afirmação que pode ser empiricamente verificável é uma afirmação
que é verdadeira através da observação.
• Realiza testes que confirme a verdade da teoria.

Algumas objeções a esta teoria são:


 Não é possível atingir a verdade através da observação.
 O próprio critério implica que as leis da natureza não sejam científicas.
 Este critério não cumpre os próprios requisitos. É um critério sem
sentido.

Critério da falsificabilidade:

Este critério realiza testes que neguem a teoria: mostra que é


falsa.
Mesmo que a minha teoria seja verdadeira eu não posso ter a
certeza, pois pode aparecer algo que diga o contrário.
• Em vez de realizar e experiências que provem que uma
teoria é verdadeira, faz experiências que mostra que essa
teoria é falsa. basta encontrar uma prova que diga que essa
teoria é falsa, sabemos logo isso.

Exemplo: Encontramos 100000 cisnes brancos, logo todos os cisnes são


brancos.

O critério da falsificabilidade, diz que em vez de procurarmos se todos


os cisnes são brancos, é só procurar um Cisne castanho para provar
que a teoria de todos os cisnes serem brancos é falsa.
Esta teoria é
provisoriamente
verdadeira.
As experiências têm de ser
pensadas de forma a comprovar a falsificabilidade de uma teoria, porém
se os testes falharem, usamos a corroboração da teoria, ou seja, o
reforço desta que é provisoriamente verdadeira por ser possível a
existência de um teste que comprove a falsificabilidade da teoria.

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