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Regra maximin
Os indivíduos ao estarem cobertos de um Véu de ignorância tendem a seguir a regra
maximin. John Rawls considera que em casos de incerteza e ignorância, como é o caso
desta posição original, devemos seguir a regra de maximin. Esta regra defende que
quando não temos certezas dos resultados associados a uma escolha, nem
conhecemos as probabilidades associadas a cada um destes resultados, é racional
supor que esses resultados são todos igualmente prováveis e escolher como se o pior
nos fosse acontecer.
Os princípios da justiça
Na ótica de Rawls, uma sociedade justa deve seguir os seguintes princípios:
1. Princípio da Igualdade de Liberdade:
Este princípio defende que a sociedade deve assegurar a máxima liberdade
para cada pessoa, compatível com uma liberdade igual para todos os
outros. Ou seja, a sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada
pessoa, mas como vulgarmente se diz, tendo consciência que a liberdade de
cada um termina onde começa a liberdade do outro. Numa posição
original, onde não sabemos qual vai ser o nosso sexo, ou a nossa religião,
ou as nossas características físicas é importante que tenhamos uma
sociedade em que todos tenhamos liberdades iguais e que diferentes
grupos de pessoas não tenham diferentes liberdades.
2. B) Princípio da Diferença:
De acordo com Rawls, na posição original as pessoas adotariam o princípio
da diferença para regular a distribuição da riqueza. O princípio da diferença
defende que uma sociedade justa deve promover a distribuição igual da
riqueza, a não ser que a existência de desigualdades socioeconómicas gere
o maior benefício para todos, em especial para os mais desfavorecidos.
Assim, este filósofo acredita que na posição original não seria escolhido
uma distribuição igualitária de riqueza. A desigualdade é mais justa, dentro
de certas condições. Este princípio justifica-se visto que as pessoas não são
moralmente responsáveis pela lotaria natural, ou seja, não são moralmente
responsáveis pelos talentos, capacidades, etc. com que nascem. Esta lotaria
deve ser minimizada. Rawls defende que o Estado deve redistribuir a
riqueza, através da cobrança de impostos aos indivíduos mais ricos (por
exemplo), para garantir as mínimas condições aos mais desfavorecidos.
Na opinião de Rawls, o princípio da liberdade tem prioridade sobre todos os outros, ou
seja, a seu ver uma melhoria na igualdade de oportunidades não deve acontecer à
custa de uma menor liberdade. O princípio da oportunidade justa tem prioridade sobre
o Princípio da Diferença pois para Rawls a promoção da posição dos mais favorecidos
não deve implicar sacrifício nas oportunidades.
A rejeição do utilitarismo
John Rawls opõe-se ao utilitarismo de Stuart Mill. Para o Utilitarismo o melhor
resultado é aquele que traz felicidade a um maior número de pessoas possível. No
entanto, em algumas circunstâncias, pode acontecer que a maneira de maximizar a
felicidade seja impondo um sofrimento considerável a um ou a alguns membros de
uma sociedade. Por exemplo, se estivermos num grupo de cem pessoas e noventa e
cinco de nós podem ficar mais felizes se escravizarem os restantes cinco, forçando-os a
realizar tarefas desagradáveis, mas que libertam os restantes noventa e cinco para
concretizar tarefas mais agradáveis e recompensadoras, então isto está a contribuir
para uma maior felicidade, mas não estamos a ser justos.
Na posição original de Rawls, o utilitarismo seria uma máxima a evitar, pois este não
nos garante que as nossas liberdades individuais não seriam sacrificadas em nome da
maior felicidade. Numa posição em que todos estão cobertos por um véu de
ignorância, dificilmente alguém iria pôr os interesses dos outros à frente dos seus.