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John Rawls

“Uma teoria da justiça”

Trabalho feito por Manuel Ayala nº21 e Tomás Lopes nº28


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................
..... 3

2. AS PRINCIPAIS TESES DE
RAWLS ..................................................... 3; 4; 5;

2.1 Princípio da liberdade .............................................................................


3

2.2 Princípios da Igualdade equitativa de oportunidade e da diferença .... 4

2.2.1 Igualdade equitativa de oportunidades ........................................... 4

2.2.2 O princípio da diferença ...................................................................


5

3. SERIAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA


JUSTIÇA .............................................. 5; 6;

4. IMPLICAÇÕES INSTITUCIONAIS DOS PRINCÍPIOS DA


JUSTIÇA ................. 6

5. JUSTIÇA
SOCIAL ......................................................................................... 7

6. OS FUNDAMENTOS: CONTRATO, POSIÇÃO ORIGINAL E


VÉU DA
IGNORÂNCIA ........................................................................................
7; 8;

6.1 O véu da ignorância ................................................................................


8
6.2 Posição original e contrato .....................................................................
8

7. A SOCIEDADE
JUSTA ................................................................................. 8

8. CONCLUSÃO ..........................................................................................
.... 9

9. WEBGRAFIA ..........................................................................................
.. 10

1. INTRODUÇÃO

John Rawls nasceu a 21 de fevereiro de 1921, em Baltimore (EUA), e faleceu a 24 de novembro de


2002, em Lexington (EUA), com 81 anos de idade.

Foi professor na Universidade de Harvard e publicou inúmeras obras e artigos, entre as quais, além
de “Uma teoria da Justiça” (1971), se encontram “O Liberalismo Político” (1993) e “A Lei dos
Povos” (1999).

Rawls é o grande filósofo político da era contemporânea e todos os outros filósofos que se dedicam à
reflexão política têm obrigatoriamente de se posicionar em relação a ele. Por exemplo, Nozick
afirma: “Os filósofos da política hoje têm ou de trabalhar no seio da teoria de Rawls ou de explicar
por que razão não o fazem.”

Rawls é um dos poucos filósofos que continua a pensar que a modernidade política não deu tudo de
si. Pelo contrário, a modernidade política ou o conflito dela decorrente não foi resolvido da melhor
maneira. Desta forma, Rawls criou as suas teses:

2. AS PRINCIPAIS TESES DE RAWLS

As principais teses de Rawls são:

1. A Constituição da sociedade justa: a preocupação que preside na obra “Uma Teoria


da Justiça” é a constituição de uma sociedade justa. Segundo a sua perspetiva, uma
sociedade justa é definida como uma sociedade que assegura aos seus membros um
determinado conjunto de direitos (princípios/regras) designados por princípios da justiça.

2. Os princípios da justiça:
2.1. Princípio da liberdade
O primeiro princípio, refere-se às liberdades básicas: a liberdade política, a liberdade de
expressão e de reunião, a liberdade de consciência e de pensamento, o direito à propriedade
privada, o direito de perseguir os seus projetos de vida e os direitos de circulação e de
associação. Sendo a liberdade igual para todos, nenhum cidadão pode ter mais liberdades do que
outro. Não é possível sacrificar a de alguns para promover a de outros (bem-estar da maioria ou
igualdade económica entre todos).

Afirmação de John Rawls retirada da obra Uma teoria da Justiça, pág. 239:

“Cada pessoa deve ter um direito igual ao mais amplo sistema total de liberdades básicas
iguais que seja compatível com um sistema semelhante de liberdades para todos.”

2.2. Princípios da Igualdade equitativa de oportunidade e da diferença


Este princípio, (2ºprincípio), demonstra que Rawls não é um igualitarista estrito: aceita as
desigualdades económicas e sociais sob duas condições e traduz estas condições como alíneas
ou princípios da igualdade equitativa de oportunidades e da diferença.

Afirmação de John Rawls retirada da obra Uma teoria da Justiça, pág.239:

“As desigualdades económicas e sociais devem ser distribuídas por forma a que,
simultaneamente:

a) redundem nos maiores benefícios possíveis para os menos beneficiados, de uma forma que
seja compatível com o princípio da poupança justa e
b) sejam a consequência do exercício de cargos e funções abertos a todos em circunstâncias
de igualdade equitativa de oportunidades”.

2.2.1. Igualdade equitativa de oportunidades: todos os cidadãos devem ter oportunidade de


chegar aos mais altos cargos e mais bem pagos. Como ninguém controla a “lotaria social”
(família, grupo social de origem) nem a “natural” (características genéticas), deve o estado,
através da educação e do ensino, possibilitar iguais oportunidades para que todos partam do
mesmo ponto. Desta forma, só o cidadão será responsável por não chegar tão longe.

Como a igualdade de oportunidades não corrige tão eficazmente as desigualdades geradas pela
lotaria natural, em relação àquelas que resultam da lotaria social, o Estado deve aplicar o
princípio da diferença.

Lotaria natural- É o conjunto de características que um indivíduo possui por determinação


genética (beleza, estatura, inteligência, cor da pele, entre outras).

Lotaria social- É o conjunto de características que o indivíduo possui por determinação social
(família, grupo social de origem, entre outras).
2.2.2. O princípio da diferença: significa que a distribuição da riqueza não é indiferente
numa sociedade justa, a existência de ricos e pobres é aceitável desde que o Estado crie
mecanismos que contribuam para melhorar a situação dos menos favorecidos. Com isto, não se
põe a questão de algumas pessoas receberem melhores ordenados do que outras, ou terem mais
rendimentos. O que Rawls faz questão de salientar é que os outros cidadãos também devem
beneficiar disso: a redistribuição de rendimentos (através do pagamento de impostos) irá
permitir reduzir a diferença entre mais favorecidos (beneficiários da “lotaria natural” ou da
“lotaria social”) e menos favorecidos.

Por outro lado, o Estado deve zelar pelo cumprimento do chamado princípio da poupança justa,
maximizando as perspetivas dos menos favorecidos das gerações futuras. Assim, cada geração
deve poupar recursos e acumular alguma poupança para as gerações futuras, salvaguardando-se
no entanto que às gerações pobres do presente não sejam pedidos sacrifícios intoleráveis.

3. SERIAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA

Os princípios da justiça correctos são aqueles que seriam escolhidos na posição original. Nessa
posição, os membros da sociedade, estando todos sob o mesmo véu de ignorância, ficam
numa situação equitativa — daí que Rawls nos esteja a propor uma teoria da justiça como
equidade.

Várias perguntas surgiram perante estes princípios da justiça, mas a mais importante foi como
seria a organização dos mesmos, ou seja, em situações específicas em que se deva priorizar um
dos princípios qual seria a escolha certa.

Assim sendo, Rawls responde da seguinte forma:

 O princípio da liberdade tem prioridade sobre o segundo princípio: as liberdades


básicas não podem ser restringidas para aumentar o bem-estar económico de todos
ou de alguns ou para gerar maior igualdade económica e social. Por exemplo, o regime
totalitarista de Stalin restringia as liberdades básicas dos cidadãos para o bem-estar
económico de alguns.
 O princípio da igualdade equitativa de oportunidades tem prioridade sobre o
princípio da diferença: o princípio da igualdade equitativa de oportunidades tem
proridade porque potencia a liberdade para todos, anulando o peso das desigualdades
familiares, económicas e sociais.
 O segundo princípio da justiça tem prioridade sobre a eficiência e o bem-estar: A
obtenção de vantagens económicas e sociais não deve exigir qualquer tipo de
discriminação nem contribuir para acentuar as dificuldades dos menos favorecidos.

sobre a eficiência e o
bem-estar
Prioridade do princípio
da igualdade equitativa
de oportunidades sobre
o da diferença
Prioridade do segundo
princípio
Prioridades Lexicais

Sobre o Segundo
Prioridade da Liberdade
princípio

Por fim, Rawls busca a igualdade, a equidade, o véu do contratualismo, a construção humana
que beneficia a todos. Essa teoria, trata-se de um modelo de governo, baseado em dois
grandes princípios, regidos por instituições, princípios que garantem a liberdade, e a igual
distribuição de direitos e deveres à todos.

4. IMPLICAÇÕES INSTITUCIONAIS DOS PRINCÍPIOS DA


JUSTIÇA

As preocupações de Rawls não se centram na justiça em abstrato ou na justiça internacional,


mas na justiça social. ( Justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de
direitos e na solidariedade coletiva. Em termos de desenvolvimento, a justiça social é vista
como o cruzamento entre o pilar econômico e o pilar social )
Interessa-lhe, ao filósofo, a forma como as instituições distribuem os direitos e os deveres
fundamentais e determinam a divisão dos benefícios da cooperação social.
A aplicação dos princípios da justiça, segundo Rawls, consiste na organização do Estado como
contexto de materialização da justiça social: O espaço de realização da igualdade democrática é
o Estado.
A igualdade democrática de Rawls não implica a eliminação das diferenças nem nivelamento
económico e social o mesmo defende que o princípio da liberdade é estritamente igualitário por
si só.

5. JUSTIÇA SOCIAL

Como já referimos antes, a justiça social é a justiça das instituições que formam a chamada
estrutura básica da sociedade:

 A constituição política, ou seja, o Estado;


 Alguns arranjos económicos e sociais relativos à igualdade de oportunidades e à
distribuição da riqueza, tais como, o direito à educação, igualdade de oportunidade de
emprego para homens e mulheres, impostos...
 As principais estruturas económicas e sociais, como a proteção da liberdade de
pensamento e de consciência, a livre concorrência, a propriedade privada e a família
monogâmica.

Como é óbvio, estas instituições, além de defenirem os deveres e os direitos de cada


cidadão, influenciam bastante as expectativas e as perspetivas de vida de cada um, pelo
que favorecem determinadas posições iniciais, gerando desigualdades moralmente
arbitrárias, ou seja, por outras palavras, surgem à nascença, por lotarial social/natural,
desigualdades, como por exemplo, ser mais alto, mais inteligente, mais rápido....
Desta forma, estas desigualdades são combatidas pelos princípios da justiça.

6. Os fundamentos: contrato, posição original e véu da ignorância


6.1 O véu da ignorância

Como decidir de forma imparcial? Uma das


representações mais comuns da justiça é a imagem
da deusa Têmis com uma venda nos olhos e uma
balança nas mãos. A balança com os pratos na
mesma posição simboliza a igualdade no julgamento
e na atribuição de punições. Já a venda, representa a
imparcialidade da justiça.
A venda impede que a justiça de atenção para
características individuais, como raça, classe social
ou gênero, de modo que trata todas as pessoas com
imparcialidade. Rawls defende que, ao pensarmos o
que é uma sociedade justa, deveríamos fazer o
mesmo, nos imaginado por trás do que chamou
de véu de ignorância. Assim seríamos capazes de pensar com imparcialidade.
O conceito de véu de ignorância é um dos mais importantes na teoria da justiça de Rawls. É ele
que possibilita que pensemos de maneira imparcial. Podemos imaginar esse véu como uma
venda que, ao invés de impedir que vejamos o que está em nossa frente, impede que saibamos
quem somos. Ou seja, a partir do momento em que nos imaginamos com um véu de ignorância,
já não sabemos se somos negros ou brancos, ricos ou pobres, homens ou mulheres, quais nossas
habilidades naturais etc. Não conhecemos qualquer característica que nos diferencie dos outros.
Rawls pensa que se uma pessoa ignora suas características individuais, será imparcial, pois terá
que pensar em si considerando que pode ser várias pessoas diferentes.

6.2 Posição original e contrato

Rawls foi influenciado por um grupo de filósofos contratualistas. Os contratualistas acreditavam


que as leis de uma sociedade são legítimas e justas apenas se todas as pessoas puderem aceitar.
Em outras palavras, ninguém tem obrigação de respeitar uma lei com a qual não poderia
concordar.Rawls acredita que uma sociedade justa é aquela adota leis que foram escolhidas de
forma imparcial e com as quais todas as pessoas poderiam concordar. Para identificar quais são
essas leis, ele pede que nos imaginemos no que chama de posição original fazendo
um contrato social. A posição original é uma situação hipotética na qual não existe uma
sociedade formada e temos que escolher, em conjunto com outras pessoas, quais serão as leis
básicas da sociedade que iremos criar. Ou seja, temos que fazer um contrato social: chegar a um
acordo sobre os princípios básicos dessa sociedade, incluindo quais direitos e deveres as pessoas
terão, como será distribuída a riqueza e como será o governo. Rawls pensa que esse contrato
social deve ser feito por trás de um véu de ignorância, para que ele seja imparcial.
Segundo Rawls, na posição original não se trata de escolher os princípios da justiça que
melhoram o bem-estar médio ou geral, porque quem adota estes critérios não tem em conta
o modo como os benefícios se destribuem pelos indivíduos. Como o sujeito na posição
original desconhece a sua situação social, racionalmente ele tem de admitir que se pode
encontrar na situação mais desfavorecida e que não quer correr o risco de perder ainda mais.
Por isso, Rawls está convicto de que as partes na posição original escolheriam sempre os
seus princípios da justiça.
7. A SOCIEDADE JUSTA

Rawls busca a igualdade, a equidade, o véu do contratualismo, a construção humana que


beneficia a todos. A teoria escrita no livro “Uma teoria da justiça”, trata-se de um modelo de
governo, baseado em dois grandes princípios, regidos por instituições, princípios que garantes a
liberdade, e a igual distribuição de direitos e deveres à todos.

8. CONCLUSÃO

Concluindo o trabalho, Rawls acredita que a sociedade justa tem instituições justas e funciona
como um sistema cooperativo: instituições justas induzem os indivíduos a serem justos. Na
sociedade bem ordenada os princípios da justiça gerariam um sentimento generalizado de
justiça e o desejo de agir corretamente.
A justiça como equidade de John Rawls pretendeu trazer à luz uma nova teorização aos valores
democráticos de liberdade, igualdade e fraternidade erigidos na modernidade pela Revolução
Francesa. A liberdade está contemplada na prioridade das liberdades básicas transcritas na
primeira parte dos princípios de justiça; a igualdade é o valor estruturante trespassado entre o
primeiro e o segundo princípio, tanto na equalização das liberdades quanto na disposição de
oportunidades; já a fraternidade, negligenciada muitas vezes na tradição da filosofia política,
tem correlação interpretada no princípio da diferença.
Muitas são as objeções e controvérsias em torno da obra do filósofo, no entanto é impossível
pensar a filosofia política hodierna sem considerar as contribuições que a justiça como equidade
nos trouxe. A incorporação dos valores democráticos modernos numa teoria encontraram talvez
seu mais importante marco teórico no debate da matéria do século XX em 47 frente. No
estandarte da filosofia política, ressignificando a célebre inferência, passou a se fazer filosofia
política contra Rawls ou com Rawls, mas jamais sem ele, tornou impossível contornálo.
9. WEBGRAFIA

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/200614/TCC%20CORRETO%20de
%20Murilo%20Jacomel.pdf?sequence=1&isAllowed=y

https://pt.slideshare.net/MatildeRebeloPereira/trabalho-de-filosofiajohnrawls

https://es.wikipedia.org/wiki/John_Rawls

https://www.buscabiografias.com/biografia/verDetalle/10518/John%20Rawls

https://marcosfabionuva.files.wordpress.com/2011/08/uma-teoria-da-justic3a7a.pdf

https://pt.slideshare.net/Filazambuja/teoria-da-justia-rawls

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$john-rawls

https://grupoeticaejustica.wordpress.com/textos/uma-breve-biografia-de-john-rawls/

 Power Point da professora Eunice

Bibliografia
 Manual Escolar 12º ano de Ciência Política – “Ciência Política”
Trabalho feito por Manuel Ayala nº21 e Tomás Lopes nº28

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