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A teoria de justiça de John Rawls

Contratualismo: Posição segundo o qual a legitimidade das regras da justiça que governam as
condutas individuais e as estruturas sociais e políticas deve derivar de acordos (ou contratos)
hipotéticos.

Para fundar a sociedade justa é preciso que o contrato ou pacto social se realize em condições
que possam garantir a imparcialidade na escolha dos princípios basilares que orientarão o seu
funcionamento.

No entanto, os indivíduos tendem a ter muita dificuldade em ser imparciais na escolha dos
princípios de justiça, porque, conhecendo a sua situação específica, nomeadamente a sua
classe social e económica, as suas capacidades ou limitações, dificilmente escolheriam os
referidos princípios de forma isenta e neutra. Para superar esta dificuldade, Rawls elabora uma
experiência intelectual cujo o objetivo é colocar todos os contraentes em situação de
igualdade, garantindo, dessa forma, a sua imparcialidade. A esta experiência deu-se o nome de
posição original.

A posição original deve ser vista como uma situação puramente hipotética caracterizada de
forma a conduzir uma certa conceção de justiça. Entre essas características essenciais está o
facto de que ninguém conhece a sua posição na sociedade, a sua situação de classe ou
estatuto social, bem como a parte que lhe cabe na distribuição dos atributos e talentos
naturais, como a sua inteligência, a sua força e mais qualidades semelhantes (véu de
ignorância).

O véu de ignorância garante, assim, equidade na escolha dos princípios da justiça, visto que
ninguém se encontra numa situação de vantagem ou desvantagem.

Assim, com o resultado da situação de ignorância imposta na posição original, as partes


envolvidas no contrato original, para não correrem riscos, procurarão maximizar o mínimo de
bens primários (as liberdades, as oportunidades, o rendimento e riqueza). A regra maximin
visa maximizar o mínimo, isto é, maximizar os ganhos e minimizar as possíveis perdas,
escolhendo a opção que possibilite a melhor solução possível.

Do acordo hipotético nascem três princípios da justiça (uma vez que o segundo se subdivide
em dois):

 O princípio da liberdade igual, assegura a cada membro o maior conjunto de


liberdades básicas (direito de voto, de ocupar um posto público, de reunião, de
expressão, de propriedade pessoal, entre outros) compatíveis com uma liberdade igual
para todos.
 O princípio de igualdade equitativa de oportunidades estipula que as posições socias
mais vantajosas (salários mais elevados, por exemplo) devem estar ao alcance de
todos com base na igualdade de oportunidades.
 O princípio da diferença consagra que quaisquer desigualdades socio económicas (de
estatuto, de rendimentos e riqueza) são admissíveis se funcionarem a favor de todos,
sobretudo dos mais desfavorecidos.

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