Você está na página 1de 1

A crítica libertarista de Robert Nozick

O libertismo é uma perspetiva liberal radical que propõe limites estreitos para a intervenção
do Estado.

Para o filósofo, o Estado, só tem direito de intervir, apenas perante ameaças externas
(exército, marinha e força aérea), a segurança dos cidadãos e dos seus bens (polícias e outras
forças de segurança) e o cumprimento dos contratos e leis (tribunais). Fora isso só se justifica a
intervenção do Estado para evitar um eventual horror social. Chama-se “Estado Mínimo” a
esta conceção de Estado.

O princípio da diferença é uma conceção padronizada da justiça: a propriedade deve ser


distribuída de forma a que os mais desfavorecidos fiquem o melhor possível. De acordo com
Rawls, se não se respeitar este padrão, então a sociedade será injusta.

Mas, uma vez dado o rendimento e riqueza às pessoas segundo o princípio da diferença,
algumas gastá-lo-ão, outras obterão mais e, assim, a sociedade acaba por se afastar do
princípio da diferença. Portanto, algumas ações livres (trocas, ofertas, apostas, seja o que for)
conseguem quebrar o padrão

Para que o padrão inicial fosse reposto, a propriedade teria de ser redistribuída. O Estado teria
de intervir através de meios como a cobrança de impostos. Deste modo, para se concretizar o
padrão do princípio da diferença, o Estado tira a alguns indivíduos (sem o seu consentimento)
parte daquilo que possuem legitimamente para beneficiar os mais desfavorecidos.

Porém de acordo com Nozick, esta redistribuição interfira consideravelmente com a liberdade
e os direitos de propriedade de que as pessoas deviam gozar. Segundo Nozick, esta
interferência do Estado é eticamente inaceitável, pois viola os direitos de propriedade dos
indivíduos e desrespeita a liberdade individual. Para além disso, defende que a tributação dos
rendimentos do trabalho é equiparável ao trabalho forçado.

A autonomia das pessoas é fundamental. Ao contrário de Rawls, não aceita uma distribuição
padronizada da riqueza, pois isso implica uma intervenção constante do Estado na liberdade
individual de enriquecer de forma lícita. O indivíduo é o titular legítimo dos bens que adquire
legalmente.

O indivíduo é dono de si mesmo: do seu corpo, da sua vida, mas também dos bens materiais
que a sua liberdade individual lhe permite acumular, pelo que o Estado não deve interferir
nessa liberdade individual.

Você também pode gostar