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Conferência de Ialta

 Definiram-se as fronteiras da Polónia (os soviéticos pretendiam parte do território).


 Divisão provisória da Alemanha em 4 zonas de ocupação, cada uma tutelada pelas três
conferencistas (EUA, URSS, GB) e pela França.
 Proposta de criação de uma organização mundial que fomentasse a cooperação entre
os povos.
 Redefiniram-se as fronteiras dos países do Leste.
 Imposição à Alemanha do pagamento das reparações de guerra.

Conferência de Potsdam

 Perda de soberania da Alemanha e divisão do país em 4 áreas de ocupação.


 Administração conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em 4 áreas.
 Especificação das indemnizações à Alemanha, isto é, o tipo de montante.
 Desmilitarização e desnazificação da Alemanha e julgamento dos criminosos de guerra.
 Divisão, ocupação e desnazificação da Áustria, em moldes semelhantes aos
estabelecidos para a Alemanha.

Objetivos da ONU

 Manter a paz e a segurança internacionais (para evitar novos conflitos)


 Desenvolver relações de amizade entre todos os países do mundo, com base no
princípio de igualdade.
 Promover a cooperação internacional, de modo a estimular o respeito pelos direitos
humanos.
 Ser um centro destinado a harmonizar os esforços das nações, ou seja, servir de
mediador.

Órgãos de funcionamento

 Assembleia geral, discute todo o tipo de questões abrangidas pelo âmbito da


organização.
 Conselho de segurança, tomam-se decisões sobre a paz e a segurança internacional.
 Tribunal Internacional, resolve litígios entre estados,
 Secretariado, exerce a função de mediador em situações potenciadoras de conflitos
armados,
 Conselho económico e social, promove a cooperação económica, social, cultural
internacional.

As novas regras da economia internacional

Com a aproximação do final da segunda guerra mundial estava eminente uma grave crise
económica, uma vez que os países europeus encontravam-se arruinados e desorganizados.
Assim, em 1944, na Conferência de Bretton Woods, um grupo de economistas reuniu-se a fim
de estabelecer uma nova ordem económica e financeira internacional. As principais diretrizes
económicas que resultaram da conferência foram:

 Procedeu-se à criação de um novo sistema monetário internacional (SMI), que


garantisse a estabilidade das moedas e dos câmbios. O dólar passou a ser a moeda de
referência internacional, a moeda padrão, isto é, fixou-se a paridade do dólar em
relação ao ouro. Cada país era obrigado a manter a taxa de câmbio da sua moeda
dentro de um determinado valor indexado ao dólar, ou seja, os estados ficavam
impedidos de recorrer à desvalorização, de modo a obterem vantagens sobre os seus
parceiros.
 A criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o objetivo de defender a
estabilidade dos câmbios monetários e prestar assistência aos países membros.
 Criação do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) tendo
como objetivos ajudar a reconstrução das economias devastadas pela guerra e
financiar projetos de fomento económico.
 A formação de um acordo (GATT) em que os países signatários se comprometeram a
negociar a redução dos direitos alfandegários e a eliminar outras restrições comerciais.

Uma conjetura favorável à descolonização

Com o fim da 2.ª Guerra Mundial, arranca o processo de descolonização que, a prazo,
significaria o desaparecimento dos impérios coloniais. Vários fatores estiveram na base da
descolonização:

 Debilidade das potências coloniais europeias

Os Estados Europeus mostravam-se incapazes de defender os seus territórios da invasão


estrangeira. Desprestigiados e com uma economia arruinada, os países colonias viam-se
impotentes para suster a vaga independentista.

 Apoio das superpotências aos movimentos de libertação

Os Estado Unidos, em lembrança do seu próprio passado e em defesa dos seus interesses
económicos, mostram-se adversos à manutenção do sistema colonial. A URSS apoiou
naturalmente a revolta dos oprimidos contra os interesses capitalistas, não colocando de lado
a hipótese de estender o seu modelo aos novos países.

 ONU

Fundada sob o signo da igualdade entre todos os povos constitui-se como baluarte da
descolonização, pressionando os estados membros a encetarem esse processo.

Doutrinas Truman e Jdanov

O presidente Truman, num discurso histórico, expôs a sua visão do mundo. Um mundo
dividido entre dois sistemas antagónicos: um, baseado na vontade da maioria que se distingue
pelas suas instituições livres, por um governo representativo, por eleições livres, pelas
garantias de liberdade individual e pela ausência de opressão política. O outro baseado na
vontade da minoria imposta pela força à maioria, ou seja, assenta na opressão e na supressão
das liberdades individuais.

Aos americanos competiria liderar o mundo livre e auxilia-lo na contenção do comunismo,


comprometendo-se a intervir onde a liberdade estivesse ameaçada.

A doutrina de Jdanov teve contraponto do lado soviético que inverteu a argumentação do


presidente americano: ao mundo imperialista e antidemocrático, liderado pelo EUA
oponham-se os ideias democráticos e anti-imperialistas dos estados liderados pela URSS.

Plano Marshall vs Molotov


A Guerra Fria consistiu na tensão verificada entre os Estados Unidos e a União Soviética, entre
o mundo capitalista e o mundo comunista, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Neste
contexto de oposição, os Estados Unidos tinham como principal objetivo travar o avanço do
comunismo e para tal, lançaram o Plano Marshall para ajudar a Europa a reerguer-se
economicamente, que acabou por não ter o resultado esperado, uma vez que a união soviética
tinha já muita influência sobre alguns países europeus. Desta forma, a União soviética em
resposta ao Plano Marshall definiu o Plano Molotov, que garantia auxílio económico à Europa
Oriental e fomentava a cooperação económica entre a URSS e os países do Leste.

Antagonismo político-militar

O acentuar das tensões políticas conduziu à formação de alianças militares que simbolizaram o
antagonismo militar, ou seja, os EUA e a URSS procuravam estender a sua influência ao maior
número possível de países. Criou-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
liderada pelos EUA (sendo o objetivo principal a segurança coletiva e ligar militar e
politicamente a Europa ocidental aos EUA) e, em resposta, foi constituído o Pacto de Varsóvia,
liderado pela URSS, para a defesa militar do seu bloco.

Num cenário onde as duas grandes potências não entravam diretamente em um conflito
armado, a guerra era travada através da diplomacia, influência de países terceiros e
principalmente, da coleta clandestina de dados sobre as condições das forças do inimigo
através dos serviços secretos (KGB pela União Soviética e CIA pelos EUA).

A prosperidade económica

Após a segunda guerra mundial, viveram-se três décadas de prosperidade económica, que
foram conseguidas, em grande parte, com a ação dos governos, que delinearam planos de
desenvolvimento coerentes, que permitiram estabelecer prioridades, rentabilizar a ajuda
Marshall. Externamente, os acordos de Bretton Woods tiveram um papel importante,
harmonizando e fomentando as relações económicas internacionais. As altas taxas de
crescimento verificadas neste período ficaram na História como “Trinta Gloriosos”.

A expansão económica dos 30 Gloriosos teve como principais fatores:

 Aceleração do progresso tecnológico, que para além de melhorar a vida quotidiana


aumentou a produção industrial e de energia
 Os preços baixos do petróleo, pois passa a ser a principal fonte energética.
 O aumento da produção agrícola, devido à modernização dos bens de equipamento.
 O aumento da indústria e das multinacionais, que comercializavam os seus produtos
em todo o mundo, devido à maior liberdade de comércio proporcionada pela
diminuição das barreiras alfandegárias.
 O aumento significativo da população ativa, em consequência do aumento da
natalidade. Para além de mais numerosa, a mão-de-obra tornou-se mais qualificada.
 O setor terciário passa abarcar o maior número de trabalhadores, o que foi
conseguido com a melhoria do ensino e com as ajudas proporcionadas pelo Estado,
verificando-se o crescimento deste setor.

A sociedade de consumo

Neste contexto, o maior resultado dos Trinta Glorioso foi a sociedade de consumo,
caracterizada pelo enorme aumento de consumo de bens essências e bens supérfluos, o que
foi conseguido com estabilidade dos empregos, com a produção de produtos a preços
acessíveis e com salários razoáveis. Assim, o aumento do poder de compra promoveu o
conforto material e melhorou o estilo de vida dos cidadãos, incentivados através de
publicidades e de recurso ao crédito, a comprar produtos mesmo sendo eles inúteis.

A política social e económica das democracias ocidentais

No mundo capitalista, predominava a social-democracia e a democracia cristã. A social-


democracia defende o pluralismo democrático a livre concorrência com o intervencionismo do
Estado na regulamentação das atividades económicas e na promoção do bem-estar dos
cidadãos. Para além disso, defende que o governo tem de ajudar na redistribuição da riqueza
daqueles que têm rendimentos mais elevados. A democracia cristã defende uma sociedade
composta por ideias cristãs e por processos sociais da Igreja. Deste modo, rejeita o
individualismo que decorre do liberalismo económico, defendendo a dignidade humana, que
deve ser promovida pelo Estado cuja a intervenção na economia e na sociedade deverá, na sua
perspetiva, não ser excessiva.

Afirmação do Estado-Providência

Sociais-democratas e Democratas-cristãos convergem no mesmo propósito de promover


reformas económicas e sociais profundas. Na Europa do pós-guerra, os governos lançam-se
num vasto programa de nacionalizações. Todas estas mudanças contribuíram para a
construção do Estado-Providência.

Neste contexto, a economia foi nacionalizada, foram fixados salários, horários de trabalho e
controlou-se a produção. Para além disso, o Estado para melhorar as condições de vida e para
implementar a justiça social, implementou um sistema que protegia os cidadãos em caso de
doença, desemprego ou velhice, instaurou ajudas financeiras para as famílias com menos
rendimentos e passou a intervir mais no ensino.

O mundo comunista

Entre 1945 e 1970 o comunismo alastrou com grande rapidez através de vários continentes,
desde a Europa à Ásia, América e África. Vários países, principalmente novos países
descolonizados enveredaram por essa via política. Entre outros, a China, Cuba, Vietname,
Angola, Moçambique, além dos países da Cortina de Ferro da Europa, foram países onde a
influência soviética, mas também chinesa, encontrou aliados.

Na Europa, a influência da URSS fez-se sentir com grande pressão. Desde 1948, os partidos
comunistas dos países da Europa de Leste tornaram-se partidos único controlando toda a vida
política e social desses estados denominados Democracias populares.

A reconstrução dos países socialistas da Cortina de Ferro foi rápida no após-guerra. Na URSS o
sistema de planificação económica foi retomado com novos planos quinquenais incidindo
sobre a indústria pesada e as infraestruturas. Siderurgias, centrais hidrelétricas surgem por
toda a Rússia. Sistema semelhante é implantado nos países socialistas da Europa Oriental com
a coletivização económica e uma industrialização acelerada que transformou as estruturas
ancestrais de alguns destes países.

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