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Economia da Primeira metade do Estado-Novo

O Estado Novo em Portugal, foi um regime totalitário e conservador que


“enclausurou”o país desde 1933 a 1975. Foi liderado por António de Oliveira Salazar
e numa última fase por Marcelo Caetano e de uma forma geral, este período
caracteriza-se por uma forte censura e limitação de liberdades pessoais, fraca
qualidade de vida e crescimento económico.
Salazar foi apontado ministro das finanças em 1928 e desde cedo conseguiu
equilibrar as contas públicas; quando chega ao poder em 1933, inicia-se o período
do Estado Novo (com a Constituição de 1933) porém continua a exercer um papel
importante na economia do país, esta que passa a ficar completamente subordinada
aos interesses do Estado, ou seja, o liberalismo económico acaba com a imposição
do proteccionismo e do intervencionismo estatal. A estabilidade financeira e a
autarcia tornam-se prioridade e para as alcançar foi implementada uma política de
forte controlo de gastos e da despesa pública, além de aumentar os impostos. Estas
medidas levam pela 1ª vez em anos ao equilíbrio do orçamento e à eliminação do
défice público.
Também se torna prioridade do Estado o fomento das atividades agrícolas: para
isto, dá-se a construção de obras hidráulicas, campanhas de florestação,o incentivo
à produção de bens muito consumidos como o trigo, a batata, etc.. tudo isto, que se
relaciona com a promoção de um país auto-suficiente, que produz para si, e até com
a necessidade de produzir, uma vez que os gastos estavam fortemente controlados.
Esta promoção da atividade agrícola tem impactos positivos em diversas indústrias
(moagem, adubos químicos, maquinaria), no aumento de empregos e na diminuição
da dependência externa, o que leva ao equilíbrio da balança comercial. Já a
indústria, na primeira metade do Estado Novo não foi tomada como prioridade, o
que levou a um grande atraso no país relativamente a outros países europeus, que
ainda hoje é sentido.
(Outro aspeto importante na construção de um Portugal economicamente
equilibrado, foi a exploração das colônias, como forma fácil de obter matérias-
primas a baixo custo e escoar produtos metropolitanos entre outros, de forma a
beneficiar o país colonizador.)
Por fim, uma das medidas económicas mais importantes que o governo do Estado
Novo teve foi a construção de várias obras públicas. Com o objetivo de dotar o país
de infraestruturas, de criar empregos e de dar ao estrangeiro uma boa imagem de
modernização, deu-se por exemplo, o melhoramento da rede de estradas nacionais,
a construção de escolas,liceus, casas do povo, museus, bairros sociais, tribunais,
prisões, aeroportos, pontes, viadutos, bases militares, entre outros.. e também se
promove a eletrificação do interior do país.
De uma forma geral, podemos afirmar que a economia do Estado Novo foi marcada
por um crescimento económico quase “milagroso”, porém não podemos esquecer
que este período foi de atraso cultural e tecnológico para grande parte do país, que
mesmo com toda esta riqueza, não tinha qualidade de vida.
Política cultural do Estado Novo

A política cultural do regime foi caracterizada por uma forte censura e um controle
rigoroso na expressão artística e intelectual. Porém houve uma grande promoção da
cultura do nacionalismo, da propaganda do regime e da valorização do património
cultural e das colónias.
O objetivo principal era exatamente esse, glorificar o país e o seu passado glorioso,
controlar as massas, de forma a que não se revoltassem contra o regime.
Alguns dos meios utilizados foram a Censura Prévia de toda a atividade cultural,
seja ela literatura ou notícias do jornal, propaganda que visava incutir os ideias do
regime (valorização do que é nacional, missão civilizadora), e a criação do
Secretariado da Propaganda Nacional dirigido por António Ferro, que controlava
tudo isto.
Este secretariado desenvolve uma intensa “Propaganda de Regeneração de
Espírito”, que consiste em conciliar o conservadorismo com o modernismo, na
realização de inúmeros cartazes de propaganda, entre outras realizações, a
Exposição do Mundo Português (1940), uma grandiosa manifestação de exibição da
grandeza do “império” português quer para elevar o orgulho nacional, como para
deslumbrar a Europa que estava em guerra

Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola, que decorreu desde 1936-1939 em Espanha, foi um


conflito entre Republicanos (Frente Popular) e Nacionalistas (Frente Nacional)
liderados por Francisco Franco, que após a sua vitória, viraria a governar Espanha
impondo um regime de caráter fascista e totalitário.
Esta guerra acabou por tornar-se internacional quando Hitler e Mussolini
intervieram, demonstrando o apoio à Frente Nacional e a Franco. Também a Frente
Popular obteve apoio da USSR, porém, sem muito sucesso. Podemos
afirmar que, com esta internacionalização, a Guerra Civil Espanhola acabou por ser
uma antecâmara da IIGM, uma vez que Hitler e Mussolini a usaram como desculpa
para mostrar o seu poder perante a Europa: foram testadas diversas armas,
técnicas militares e tecnologias de guerra, mais tarde utilizadas durante a IIGM, que
destruíram uma grande parte da Espanha. Além disso, outros países europeus
demonstraram desinteresse e até medo ao não intervir em prol da proteção do povo
espanhol ou da ascensão do fascismo, revelando aos olhos dos países fascistas,
fraqueza e desinteresse.
Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Eixo Roma-Berlim-Tóquio x Aliados (Grã-Bretanha e as suas colónias, França


e as suas colónias, EUA, USSR, China…)

3 Fases: Guerra-relâmpago (1939-1940) ; Mundialização do Conflito (1941-


1943) ; Derrocada do Eixo (1943-1945)

Reconstrução do após II GM
Como qualquer guerra, a II GM deixou um estrago por onde “passou”,
principalmente na Europa, que foi o seu principal palco. Para recuperar
economicamente o continente europeu, os EUA apresentaram o Plano Marshall, ou
Plano de Recuperação Económica Europeia. O objetivo deste plano não seria
apenas recuperar infraestruturas destruídas, mas reerguer a economia dos países,
para prevenir qualquer desfavorecimento que pudesse ter impacto na população ou
na política. Ao longo de 4 anos, foram assistidos mais de 12 mil milhões de dólares
à Europa. Este plano foi um sucesso e rapidamente a Europa voltava ao que era.
A USSR recusou qualquer ajuda dos EUA e recusou o plano Marshall, isto
contribuiu para as tensões entre o bloco capitalista e o bloco comunista que desde
já, já se formavam, e que levaria à Guerra Fria

Conferências realizadas - Bretton Woods, Ialta e Potsdam

Durante o decorrer da guerra, foram realizadas diversas Conferências, de modo a


manter a organização dos países Aliados. As 3 principais foram as de Bretton
Woods, a de Ialta e a de Potsdam.

- Conferência de Bretton Woods:


Ainda a guerra não tinha acabado, em 1944 foi realizada a conferencia de Bretton
Woods (New Hampshire, EUA), com o objetivo de definir a economia mundial pós-
guerra. Os países aliados chegaram ao acordo de: criar a FMI - Fundo Monetário
Internacional, um fundo que qualquer país pudesse recorrer a caso necessitasse de
assistência financeira ; o BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e
Desenvolvimento, foi criado para fornecer empréstimos para a reconstrução e
manutenção dos países aliados ; Além disso, as taxas de câmbio tornaram-se fixas
onde todas as moedas estariam vinculadas ao dólar, este que se tornou vinculado
ao ouro.

- Conferência de Ialta
A Conferência de Ialta, realizada em fevereiro de 1945 na região da Crimeia na
Ucrânia, reuniu os três chefes das maiores potências mundiais (que faziam parte
dos Aliados) Churchill (Grã Bretanha) Stalin (USSR) e Roosevelt (EUA). Esta
conferência foi uma espécie de teorização do que seria a Conferência Final
(Potsdam) ou seja, concordaram em diversos aspetos que poriam em prática
apenas quando a guerra acabasse, como por exemplo: Realizar uma conferência
para a criação da ONU; Acordo quanto à divisão da Alemanha; Estabelecimento dos
montantes de indemnização que a Alemanha teria que pagar; Redefinição das
fronteiras dos países ocupados pelos nazis; Divisão da Coreia em duas;
Supervisionamento das políticas dos países do leste.

- Conferência de São Francisco

Esta conferência, realizada em São Francisco nos EUA, em abril de 1945, foi
estabelecer os princípios, objetivos e criar a Organização das Nações Unidas. A
estrutura, a sede, os participantes, e a Carta das Nações Unidas foram definidos
nesta conferência e postos em prática.

- Conferência de Potsdam
Por fim, esta conferência foi aquela que deu efetivamente vida à Conferência de
Ialta, uma vez que todos os aspetos concordados posteriormente foram postos em
prática depois desta conferência. Realizou-se em julho-agosto de 1945 em
Potsdam, nos arredores de Berlim, e reuniu Attle, Stalin e Truman.
Além de pôr em prática aspectos já acordados anteriormente como: A reversão de
todas as anexações alemãs e a desnazificação alemã; Divisão da Alemanha em 4
bem como de Berlim, administrados pelos EUA, pela USSR, pela França e pelo
Reino Unido; A redefinição do mapa geopolítico europeu; e a definição dos
montantes das indemnizações de guerra, também foram introduzidos os
julgamentos pelos crimes de guerra cometidos, que ficaram conhecidos pelos
julgamentos de Nuremberga, uma vez que ocorreram nessa mesma cidade.

ONU

A Organização das Nações Unidas, foi fundada em 1945 após a Conferência de


São Francisco, e tem como principais objetivos, manter a paz, a cooperação
internacional e funcionar como mediador e harmonizador perante as adversidades
do mundo moderno. Os principais países fundadores são os EUA, a USSR, o Reino
Unido, a França e a China.
A ONU consta diversos órgãos de funcionamento interno e externo e que
desempenham diversas funções:
- Assembleia Geral: É onde todos os Estados Membro participam ativamente e
tem uma voz; espécie de parlamento mundial
- Conselho de Segurança: Visa manter a paz diretamente e é composto por 10
membros eleitos, porém têm 5 membros permanentes, com direito a veto, os
EUA, a USSR (atual federação russa), a China, a França e o Reino Unido.
- O Conselho Econômico e Social: Tem o objetivo de manter a cooperação
entre os diversos países, mas com um caráter mais voltado para a economia
e sociedade.
- O Tribunal Internacional de Justiça: Que julga conflitos entre nações e tem o
papel de mediador imparcial
- Secretariado-geral: à frente do qual se senta o secretário-geral, que
representa a ONU e consequentemente os povos do mundo
- Conselho de Tutela: Teve as suas funções suspensas
- Comissão do Estado Maior: Representantes militares dos 5 países
“principais” - Capacetes azuis
A ONU também consta diversas agências especializadas (UNICEF, OMS,
UNESCO), que levam a cabo as maiores conquistas da organização, uma vez que
embora tenha evitado alguns conflitos, e se tenha mantido até aos dias de hoje, a
verdade é que a ONU tem bastantes falhas, como posições demagógicas em
salvaguarda dos países mais poderosos, a burocracia excessiva, e o facto de que a
aprovação de resoluções depende da aprovação dos 5 países “principais”, que nem
sempre estão de acordo, o que leva a uma estagnação por parte da organização, e
uma falta de responsabilidade que leva a catástrofes humanitárias

Guerra Fria (1947-1991)

A guerra fria foi um conflito de ideologias entre duas grandes potências: Os EUA e a
USSR, que perdurou durante 44 anos. Esta guerra teve início com um discurso de
Churchill, em que ele fala sobre uma “Cortina de Ferro” que separava a Europa ou
seja, uma linha imaginária que separava o bloco comunista do bloco capitalista após
a II GM.
Também podemos considerar o início da guerra quando se deu a sovietização do
leste, que consistiu na imposição do comunismo da USSR sob os países da Europa
do Leste (países a cor de rosa). Deu-se a imposição a nível económico (planos
quinquenais e centralização da propriedade) a nível político (partido único comunista
e eleições não livres) a nível social (sociedade sem classes, de trabalhadores para o
Estado, sem liberdade de expressão e censura) e a nível militar (Exército
Vermelho).
Para tentar travar o comunismo na Europa, foi criada a Doutrina Truman, que
defendia que a USSR era uma nação imperialista e que deveria ser travada e que
qualquer país que resistisse ao comunismo iria ser ajudado principalmente após a II
GM. Essa doutrina deu origem ao Plano Marshall, uma ajuda financeira dos EUA
para ajudar a reconstruir a Europa, esta que foi organizada pela OECE. Como
resposta a isto, a USSR criou a Doutrina Djanov, que dizia exatamente o contrário,
que os EUA eram imperialistas e que deveria haver uma divisão de forma a conter o
capitalismo. Em resposta ao Plano Marshall, foi criado o Plano Molotov, que oferecia
ajuda financeira aos países-satélites e que foi organizado pela COMECON.
No plano militar para conter o comunismo, a cooperação entre EUA e Europa
continua com a aliança militar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte). Mais uma vez a USSR responde com a criação do Pacto de Varsóvia, uma
organização militar entre a USSR e os seus países satélites.

Esta guerra não se caracteriza pelo uso de armas ou guerras entre potências, mas
cada país tinha os seus meios de se manter em controlo, como por exemplo: A
propaganda (que pretendia incutir nas pessoas a ideia de superioridade do seu
sistema ideológico e político) ; Corrida ao armamento (que criava o equilíbrio pelo
terror) ; Ação de espionagem (Os EUA criaram a CIA, e a USSR a KGB e
KOMINFORM) ; Alianças estratégicas ; Intervenção em conflitos.

Embora nunca tenham entrado em guerra entre si, estas duas potências
participaram uma contra a outra em diversos conflitos pelo mundo como por
exemplo:
- A questão da Coreia: Após a retirada do Japão da Coreia, ela dividiu-se em
dois no Paralelo 38, porém o Norte invadiu a linha e tentou unificar o país, os
EUA e a USSR entraram no conflito. A guerra termina após três anos com a
divisão das Coreias
- A questão do Vietname: Após a descolonização do Vietname da Indochina,
iniciou-se um conflito entre socialismo e capitalismo, com o apoio dos EUA e
da USSR, por fim o socialismo venceu
- A questão de Cuba: Fidel Castro depõe o governo pró-americano, que leva a
um conflito entre Cuba (e a USSR) e os EUA. Após os EUA organizarem um
golpe fracassado a USSR coloca uma base de mísseis nucleares capazes de
iniciar uma guerra nuclear. Por fim, os russos desmantelam a base de
mísseis quando os EUA interrompem o bloqueio à ilha e prometem respeitar
o governo revolucionário.
O maior conflito, e que de certa forma foi o mais direto entre as potências foi a
questão alemã: Durante a conferência de Potsdam, foi decidido que tanto Berlim
quanto a Alemanha seriam divididos entre 4 áreas de administração

Estaline acusa o ocidente de atrair os seus cidadãos para a parte capitalista e


decreta o bloqueio terrestre (enclausura Berlim). Cria-se uma ponte aérea pelas
potências ocidentais, para que possam chegar às suas partes respectivas de Berlim.
Dá-se a criação de duas Alemanhas a RFA (Capitalista) e a RDA (Comunista).
Berlim mantém-se como foco de tensão e para evitar a fuga de cidadãos do lado
comunista para o lado capitalista constrói-se um Muro, o famoso Muro de Berlim em
1961.

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