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Antecedentes imediatos da constituição da Guerra popular de Moçambique

Quando falamos de antecedentes, queremos dizer em outras palavras o que aconteceu antes da
proclamação da independência e da entrada em vigor da nova constituição (1960- 1974). Um dos
grandes antecedentes foi exatamente a aprovação pela Nações Unidas na resolução 1415, sobre a
auto- determinação dos povos colonizados, direito a livre escolha dos povos ainda colonizados
da forma política e da forma de organização política independentemente do grau de pobreza,
educação, instrução. Ora depois de tentativas de vários acordos com os portugueses, em 1962
forma se a FRELIMO. O programa da FRELIMO em 1962 propunha a instauração de um regime
democrático baseado na independência total e completa, também o princípio de igualdade dos
cidadãos, e o estabelecimento de um governo popular do povo e para o povo. Este governo
fundar se ia na soberania popular. Com o desenvolvimento da guerra colonial, a FRELIMO criou
algumas zonas chamadas zonas libertadas, e consequentemente a FRELIMO mais do que ser
uma organização política, transformou se num governo de ponto de vista administrativo e de
gestão dos seus membros e das zonas libertadas.
Um outro aspeto no plano internacional, a FRELIMO atuou de modo também a ser um governo
representado o povo moçambicano nos vários foros internacionais, mobilizando apoio para a
guerra e buscando legitimidade e procurava com isso isolar Portugal diplomaticamente. Estas
características da FRELIMO manifestam se na constituição de 1975. Ex: A consagração na
constituição da democracia popular art.2º; a regra da igualdade; a introdução de reuniões
populares o que mais dar deu lugar às assembleias; a tomada coletiva das decisões. No plano dos
direitos individuais podemos dizer que há uma primazia dos direitos sociais sobre os direitos
individuais (Ex: direito da integridade física, direito a vida). No plano da soberania existe um
aspeto que esta na constituição de 75 que é o direito do povo moçambicano escolher livremente o
seu regime político.
 
Transição para a independência
O principal instrumento para a independência foram os acordos de Lusaka. Os acordos de
Lusaka de 1974 colocou fim a luta de libertação nacional criou uma estrutura de transição
composta por alto comissario (constituído por elementos da FRELIMO e governo português),
comissão militar mista (Portugal e moçambique). No acordo de Lusaka interessa nos classificar
este documento, estudar o significado da clausula 10 e também a função da clausula 18. O
acordo de lusaka é um documento político com natureza de acordo internacional celebrado entre
um movimento nacionalista (FRELIMO) e um governo estrangeiro (governo português)
estudável no âmbito do direito internacional publico. Existem algumas vozes que pretendem
classificar o acordo de lusaka como uma pré- constituição (teoria de Edson Macuacua), porem
esta opinião não é válida, pois para se falar da pré- constituição ou constituição provisória esta
deveria definir o procedimento de elaboração e aprovação da constrição formal, deveria definir o
processo da eleição da assembleia constituinte que vai aprovar a nova constituição, e
eventualmente erradicar o antigo regime. A pré-constituição existe dentro de uma logica de um
estado já fundado, quando ocorre dentro desde estado a rutura revolucionária ou as chamadas
situações de mudança de regime.
 
Significado da clausula 10
A clausula 10 diz: em caso grave de perturbação da ordem publica que requeira a intervenção das
forcas armadas, o comando e a coordenação serão assegurados pelo alto comissario (Portugal).
Esta clausula incumbe a Portugal a salva guarda da soberania e integridade do território de
Moçambique. Porque Moçambique ainda não era estado e a FRELIMO não era governo,
portanto se a soberania não fosse entregue á Portugal sofria o risco de uma agressão estrangeira
ao território nacional, e não se colocaria problema de violação de direito internacional porque
moçambique não era membro das Nações Unidas.
O artigo 51 da carta da ONU sobre a legitima defesa só pode exercer a legitima defesa um
membro das Nações Unidas, e moçambique não era estado, governo nem província ultramarina
porque Portugal retirou as províncias ultramarinas da constituição, por isso foi entregue a
Portugal porque este era capaz de proteger Moçambique.
 

Clausula 18
Segundo a clausula 18: o estado moçambicano independente exercer integramente a soberania
plena e completa no plano de…
A clausula 18 fazia uma transposição, decalcava, era continuidade da resolução das nações
unidas 1415, prescrevia o direito da autodeterminação dos povos e a faculdade de escolher
livremente o seu estatuto político, e as opções fundamentas da nação, em termos de
desenvolvimento econômico, cultural, judicial independentemente da falta da maturidade
educacional. Ou seja, a cláusula 18 veio receber materialmente a resolução 1514 das Nações
Unidas, portanto, esta clausula permitia que a FRELIMO escolhesse i regime político que melhor
pudesse satisfazer os interesses do povo moçambicano, permitia que a FRELIMO estabelecesse
instituições que melhor pudessem também ser os interesses do povo moçambicano. Esta cláusula
que a FRELIMO tinha portas abertas para a autodeterminação. Esta clausula permite nos dizer
que rejeitou se qualquer forma de limitação da soberania do estado moçambicano, portanto,
Portugal não teve a possibilidade de limitar a soberania do estado moçambicano. Pós a
independência foram nacionalizadas terras, casas, etc. De forma simples, esta clausula removia
qualquer possibilidade de limitação da soberania.
 
Quem era o titular do poder constituinte originário material na formação constituição de
75?
Olhando para os estatutos adotados pela FRELIMO em 1962, podemos retirar deles que o
objetivo central era de formar um governo do povo, pelo povo e para o povo, em que a soberania
residiria na vontade popular, mas ainda um dos objectos traçados em 62 era de estabelecer uma
sociedade livre da exploração do Homem pelo Homem, e construir uma nação que aceite a
realidade do povo e reconhece o espírito de um povo livre. Ainda em 62 com a proclamação da
guerra em 64, o PR Mondlane dizia que: "o nosso combate não cessara se não com a liquidação
total e completa do colonialismo português", em termos jurídicos esta afirmação quer dizer que
Moçambique não se submeteria a nenhuma limitação da sua soberania, a nova constituição não
aceitaria nenhuma imposição.
Nos termos da clausula 1 dos acordos de Lusaka, o estado português tendo reconhecido o direito
do povo de moçambique da independência aceita por acordo com a FRELIMO a transferência
progressiva dos poderes que detém sobre o território, portanto, o colonialismo português
transfere todos dos poderes que detinha sobre o território para a FRELIMO.
 
O titular do poder constituinte é de facto o povo moçambicano representado pela FRELIMO (não
em termos de partido, mas sim como movimento de libertação nacional). Com a entrada em
vigor da constituição de 75 ficou claro que o titular do poder constituinte material são os
operários e os camponeses unidos e dirigidos pela FRELIMO. art.º 2- "A República Popular de
Moçambique é um Estado de democracia popular em que todas as
camadas patrióticas se engajam na construção de uma nova sociedade, livre da exploração do
homem
pelo homem."….
Trata se inequivocamente da institucionalização da teoria marxista-Leninista do estado do
direito.
 
Manifestação do poder constituinte na formação constituição de 75
 
O poder constituinte foi exercido pela FRELIMO através do seu órgão, o comitê central. A
FRELIMO como movimento de libertação já havia adquirido e consolidado a sua legitimidade
no processo da luta de libertação nacional e tinha sido reconhecida internacionalmente quer por
Portugal através do acordo de Lusaka. Na perspetiva internacional, este acordo foi depositado
nas Nações Unidas, e a Frelimo já participava de alguns fóruns internacionais como legitimo
representante do povo moçambicano. O comitê central já detinha legitimidade democrática entre
o movimento libertador, ou seja, os membros do comitê central eram eleitos pelos membros da
FRELIMO.
 
A primeira constituição de Moçambique de 1975 foi aprovada por uma entidade revolucionária
soberana, entidade que estava investida em plenos poderes constituintes por isso não foi
necessário submeter o texto da constituição de 1975 á um processo referendo. Aprovada pelo
comité central da FRELIMO na 7a secção, no dia 20 de junho de 1975, em Tofo província de
Inhambane, que constituinte o acto jurídico fundador do estado moçambicano.
 
Há que analisar se na elaboração desta constituição de 75 o comitê teria sido submetido á
alguns condicionalismos (limites imanentes, materiais…)
Não porque é um poder indicial, autónomo e omnipotente, não se submete a nenhum
condicionalismo, não esta submetido á qualquer tipo de regra de forma ou de fundo anterior. Por
isso o poder constituinte originário é sempre caracterizado por ser histórico e originário, por ser
uma forca política original, pioneira que elabora a primeira constituição e estruturou pela
primeira vez o estado moçambicano. O poder constituinte é revolucionário porque rompe com a
ordem jurídica então até vigente, cria um novo estado, portanto promove alterações profundas,
mas apesar desse aspeto, ele reconhece e deve submeter há certos limites como os grandes
princípios do bem comum (direito natural).
Transpondo para a realidade moçambicana de 75, tudo que dissemos diz respeito a uma teoria de
analise de poder constituinte ocidental no sentido de que pertence á Europa e EUA, muito
diferente da forma de analise do sistema Marxista-Leninista do estado. A constituição não tinha
uma perspetiva ocidental.
O titular poder na teoria Marxista-Leninista, são os operários e camponeses (proletariado).
Analisando a constituição de 75, podemos dizer que a FRELIMO como detentora do poder
constituinte teve limites:
 Organização e gestão de exército, usando uma organização piramidal ou centralista, com
base me patentes. Estava organizada de forma fortemente centralizada. art.º 37 CRPM;
 É a experiência de vida nas zonas libertadas;
 Sistemas políticos dos países que apoiaram a luta de libertação nacional (Rússia, China,
Shekolosvakia, Bulgária, India, algumas forcas progressistas do ocidente). Influenciaram
a estratégia de desenvolvimentos após a independência.

O estado reconhece um único partido que passa a ser o dirigente do estado e da sociedade. O
estado nacionaliza todos os meios de produção e passa a ser o Estado a política do estado,
planos, orçamento, são de planificação central da economia e é toda dirigida pelo estado.
Procura se construir um novo estado e nova sociedade onde não há exploração de classes. A
sede do poder político é o partido. O estado e a sociedade são orientados pelo partido. Não há
separação de poderes só há uma unidade de poder. A designação dos governantes é de base
institucional sendo comissões e os comités formados espontaneamente a partir da base.
 
Características marcantes da constituição de 1975
 Soberania: Inventado por Jean bodin.
Poder de tomar decisões sem qualquer subordinação a qualquer outro poder, é absoluta, perpétua
e indivisível. Demonstram a irrelevância dos indivíduos que exercem poder.
As características de perpetuidade e indivisibilidade tornam irrelevantes os indivíduos que
exercem o poder não relevavam o conceito de soberania, porque estes cargos passam, mas as
características permanecem. É a soberania que indica a plenitude do Estado em termos de
igualdade no plano internacional. No plano interno, a soberania reside nos que fazem a lei, nos
órgãos de soberania e se relacionam no plano horizontal, contudo, como o PR é o moderador de
separação de poder, ele pode interferir no sistema de separação de poderes. Estamos perante a
um sistema de interdependência de poderes.
O poder de soberania reside na assembleia o poder de legislar, o do governo de governar e do
tribunal de julgar.

Pode se levantar um debate teórico sobre a relação da soberania e democracia.


Existem duas teses ou teorias que procuram explicar a seguinte questão: procura se saber se a
soberania reside na nação abstratamente concebida ou reside nos cidadãos? Onde a soberania
reside.
 
1 Teoria: segundo a teoria da soberania nacional, a soberania pertence á nação, pessoa moral
diferente dos cidadãos que á compõe. A nação não se confunde com os cidadãos que á compõe
num determinado período. Segundo esta teoria, a nação é composta pelos mortos, pelos vivos e
pelas pessoas que viram.
Desta teoria decorrem as seguintes consequências:
- A soberania é indivisível e inalienável;
- A soberania nacional é transformada em soberania parlamentar.
- Os cidadãos são tidos como eleitorado função. Ou seja, a função dos cidadãos é escolher os
seus representantes, isto resulta que o voto é tido como uma função e não direito, e então so pode
votar quem for mais qualificado. Neste sistema o voto é censitário.
 
2 Teoria: Defendida por Jean Jack Rousseau teoria da soberania popular, onde o poder de
decidir e comandar reside nos cidadãos e não na nação, e consequentemente resulta que o direito
ao voto é um direito universal (menos os menores);
- Admite se o regime republicano, o cidadão tem o direito permanente de participar nas decisões
do estado. art.º 2-73 CRM.
- A organização da democracia semi- direta. Se não é possível participar diretamente o cidadão
terá que participar por via dos seus representantes e a consulta ao cidadão faz se por via de
referendo.
 
Características que definem a soberania
1. Nacionalidade:
Um dos elementos de fundo é o povo, e este povo é o sujeito jurídico do estado, e o que liga o
povo á um estado e a nacionalidade. A nacionalidade é um vínculo jurídico político que liga uma
pessoa ao seu estado. É a nacionalidade que distingui o cidadão do mundo. Normalmente é a
constituição de cada país que define que é nacional desse país, para o caso moçambicano, a
constituição de 1975 não tinha desenvolvido o tema de nacionalidade tendo ficado a cargo de
uma lei específica, a lei da nacionalidade aprovada em 1976. Só em 1990 é que a questão da
nacionalidade passou a ser regulada pela constituição.
 
Critérios fundamentais da definição da nacionalidade
 Jus soli (direito de terra). Segundo este critério será cidadão de um certo país aquele
que tiver nascido no território desse país, normalmente associa se a definição da
nacionalidade originária.
 
 Que se associa a nacionalidade originária é a jus sanguinius (direito do sangue). Será
nacional de um país todo o indivíduo que seja filho de cidadão de um certo país, mas
nascido fora do território daquele país.
 
 Nacionalidade adquirida: pode ser adquirida segundo vários critérios: pela maioridade;
por casamento depois de 5 anos de casado; por naturalização quando o estrangeiro vive
em Moçambique por mais de 10 anos, é maior de idade, fala a língua portuguesa;
adquirida por filiação quando a nacionalidade é atribuída aos filhos de pais naturalizados;
por adoção.
 
Há consequências relativamente á nacionalidade adquirida: não podem ser titulares de órgãos de
soberania, membros do governo, juízes, não podem ter acesso á carreira militar nem diplomática.
Em Moçambique não há dupla nacionalidade, por mais que tenha passaporte internacional,
dentro do território nacional é moçambicano. A nacionalidade só pode ser perdida por aquele que
adquiro e não por aquele que possua nacionalidade originária.
 
2. O território:
Área física sobre a qual um determinado estado vai exercer as suas atribuições de potência, onde
exerce o seu poder político e é um dos pressupostos da existência só estado.
O território é o conjunto da superfície terreste, marítimo, lacustre, aérea e subsolo pela qual o
estado exerce a sua soberania. Olhando para o território podemos ter fronteiras marítimas, aéreas
e terrestre.
Para África, a União Africana estabeleceu um princípio da intangibilidade. Os países africanos
na medida que foram adquirindo a independência foram baseando conforme as fronteiras
coloniais. Apesar deste princípio da intangibilidade, hoje temos vindo a assistir situações que poe
em causa esta regra, como o surgimento de um novo estado, o Sudão do Sul. Dando se a
perceber que este princípio não é absoluto e imutável.

 Fronteiras terrestres
Define em regra através de uma linha continua que define sem solução de continuidade o
território de um estado por oposição ao estado contido. As fronteiras terrestres podem ser
naturais e artificiais.
_Naturais: são aquelas que seguem os acidentes geográficos.
_Artificiais: construídas pelo Homem.

O território de Moçambique tem como grande limite oriental o oceano índigo e limites terrestres,
fluviais e lacustres com os territórios dos estados adjacentes de Tanzânia no rio Rovuma,
Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, Africa do Sul e Swazilândia. A nossa fronteira é de
aproximadamente 4212km, sendo que com África do Sul temos uma fronteira terreste de 72km e
uma fronteira fluvial de 24km, com a Swazilândia 106km de fronteira terrestre; com Zimbabwe
839km de fronteira terrestre e 295km de fronteira fluvial; com a Zâmbia 230km e 76km de
fluvial; Malawi 190km fluvial e 322km lacustre (lago Niassa 290km, lago Chiuta 32km); Com
Tanzânia temos uma fronteira de 50km terrestre e 620km fluvial (rio Rovuma).

As nossas fronteiras esta de acordo com acordo que os Portugueses e a Grã-Bretanha, e em dois
casos recorreu se para a arbitragem.

 Fronteiras marítimas
Delimitam se através do mar territorial. No mar territorial Moçambique tem uma extensão de
12milhas marítimas de acordo com o decreto-lei nr 31/76.
Ao lado do mar territorial temos a Zona económica exclusiva que se inicia onde termina o mar
territorial, que consiste na extensão de 200milhas adjacentes contadas a partir da linha de base.
Na zona económica Moçambique não tem plena soberania, mas apenas direitos exclusivos que
pode exercer- los diretamente ou conceder á terceiros a sua exploração, ao contrário do mar
territorial onde Moçambique tem plena soberania.

 Fronteiras áreas
Refere se ao espaço suprajacente ao território nacional, com a exclusão do espaço extra-
atmosférico. O espaço é regulado pela convenção de Chicago, e para passar do espaço aéreo
basta uma nota prévia. Os princípios gerais estabelecidos na constituição sobre o território são os
de indivisibilidade, inalienável e único. Art6 CRM.

A constituição estipula os seguintes regimes em relação ao território:

- A propriedade do estado sobre os recursos naturais situados no solo, subsolo, águas internas,
mar territorial, zona económica exclusiva. Art98CRM
- O domínio sobre estas propriedades imprescritível e inalienável. Este regime estende se ao
regime da terra nos termos do art.º 79CRM. O território submete se ao regime de direito público
sendo por isso impenhorável, imprescritível e inalienável.

Organização territorial
Fixada no art.º 7CRM Responde á um duplo objectivo.
1. Garantir a eficácia na gestão governamental;
2. Respeitar particularidades e afinidades, ou seja, há situações que merecem
situações diferenciadas e outras igualitárias.

Em termos das zonas urbanas, Moçambique organiza em cidades e vilas. As cidades são
classificadas seguindo o critério de nível de desenvolvimento econômico e urbano.
Na classificação A integram os distritos ou cidades que concentram as actividades econômicas e
sociais de âmbito nacional e que apresentam uma situação favorável á um desenvolvimento
mediato.
Os distritos da secunda clãs se são aqueles que apresentam boas potencialidades econômicas e
sociais, mas o aproveitamento implica ainda grande esforço no sentido de criar infraestruturas e
no desenvolvimento das forças produtivas.
Os distritos da 3 classe são distritos de grande dificuldade econômica, onde há mais condições
naturais e climatéricas, baixa densidade demográfica, grande carência de infraestrutura
econômica e social, só se pode falar de um desenvolvimento á longo prazo.

A classificação dos centros urbanos é feita com maior profundidade nos distintos. Para se saber
se uma zona é urbana ou não foi usado dos indicadores de urbanidade: a localização, número da
população, tipo de número de equipamento de serviço existente e a qualidade da infraestrutura.
Critério de disposição física: localização, transporte, acessibilidade, actividade económica
intensa ou não, educação, saúde, tipo de serviço, existência de alfândegas, bancos.
Cabe ao Conselho classificar os níveis.
 
3. Poder político.
Vamos nos ocupar dos órgãos de soberania estabelecidos no art.º 133CRM, nomeadamente o PR,
assembleia da República, o Conselho constitucional, o governo e os tribunais.

 Consagração do princípio da unidade de poder


A AR ou Popular aparece como órgão supremo do estado e é dirigido pelo PR, e fazem parte os
ministros e tribunais e nas contas são prestadas á AR. O presidente da FRELIMO era o PR.

4. Os símbolos nacionais (a bandeira, o emblema, hino nacional).

A soberania também se manifesta através dos símbolos nacionais, portanto os símbolos


exteriorizam a soberania do estado, os cidadãos se identificam através dos símbolos nacionais.
Tem uma origem histórica e representam o ser do povo, as conquistas do povo e como forma
obtidas até à independência.
O primeiro símbolo é a bandeira nacional, o regime da bandeira nacional está es…
O segundo símbolo é o emblema
O terceiro símbolo é o hino nacional, apesar do hino não constar
O quarto símbolo é a moeda, a lei que altera a moeda é uma lei constitucional e é estabelecida
em Moçambique designando em Metical, o Banco de Moçambique produz a moeda art.º 132.
Características marcantes da constituição de 1975
- Caracter socialista da constituição 75, formulado através da atualização da nova sociedade e
com a revisão de 1978 o estado é declarado expressamente socialista:
- Proclamação de um conteúdo ideológico, segundo qual o objetivo do estado é a construção de
uma sociedade livra da exploração do homem pelo homem.
- Política econômica intervencionista, o estado intervém na vida económica para evitar a
acumulação de capital por um grupo de pessoas em prejuízo do povo.
- Adoção de uma política social visando a realização efetiva dos direitos sociais: a saúde e a
educação.
- Carácter nacionalista, caracterizado pela nacionalização da terra e dos recursos minerais.
- Carácter popular, caracteriza se pela intervenção na vida política de novas camadas social
(operários e camponeses).
- É um sistema político de único partido, o partido FRELIMO que dirige a sociedade e o estado.
- Visão marxista-leninista. As pessoas que dirigem o estado não constituem uma oligarquia, é
somente um grupo político mais avançado na expressão dos interesses do povo devido á sua
inexperiência e incapacidade de aspirar as suas preocupações.

E estas características representam o estado máximo.

Transição constitucional 75-90


Causas:
- Fim da guerra fria;
- Queda do muro de Berlim;
- Guerra de destabilização pela Renamo;
- Conclusões tiradas pelo próprio sistema dentro do comitê central.
Critérios comparativos
- Quanto á ideologia conformadora de 75 e 90: o carácter classista do estado previsto
através da simulação, o poder pertence aos camponeses e operários é substituído pelas
formulações que substanciam que agora a soberania reside no povo.
- A política fiscal de carácter classista segundo o qual a propriedade privada...é substituída por
expressões mais neutrais que constam na constituição de 90 art50.
- A tradição e a autoridade tradicionais que eram combatidos incluído o obscurantismo é
substituído pela reafirmação da autoridade tradicional e pelos valores socio culturais. Art6d
CRM90.
- Na CRM75 consagrava se a língua portuguesa com língua nacional, esta terminologia é
substituída pela consagração do português com língua oficial, ao lado do português reconhece se
as línguas maternas como línguas nacionais art5CRM90.
- Na CRM75 o reconhecia se reconhecia como laico no sentido de laicismo; a constituição de 90
mantém o carácter laico do estado e valoriza as actividades religiosas para reforço e
entendimento da unidade nacional (artigo 19 da constituição de 75;
- Quanto ao sistema político: a alteração mais profunda foi a introdução do
multipartidarismo em substituição de unipartidoraismo, por tanto eliminam se as
referências do papel dirigente do partido FRLIMO e este passar para uma referência
histórica.
 Quanto ao sufrágio: princípio eletivo, este continua, mas não no contesto
monopartidária, mas concorrem vários partidos, e o PR é eleito por sufrágio universal.
A AR deixa de ser órgão supremo do estado e passa a ser unicamente o mais alto órgão
legislativo.
- Quanto a intervenção do estado na Economia de planificação central: substituída
pela economia do mercado. O estado passa a ser regulador, promotor do sector da
economia. art.º 41/49 CRM90.
- Esfera dos direitos individuais e sua garantia: A CRM90 atribui uma importância
crescente aos direitos do Homem passando a figurar em primeiro lugar ao direito á vida,
integridade física, honra, liberdade, etc. Há uma inversão, os direitos sociais e
econômicos que tinham primazia passam a não ter esta primazia em relação aos direitos
pessoais.
- Estado como responsável pelos danos causados aos seus funcionários; regulação da detenção,
prisão preventiva; princípio da retroatividade da lei penal (artigo 97, 98, 100);
- Em relação á separação de poderes: estabelece o princípio de incompatíveis que
garante a independência do judiciário.
- Quanto a organização judicial: Independência e imparcialidade dos tribunais; juizes
de direito e juízes elege;
-A constituição de 90 estabelece o princípio de incompatibilidades para garantir o princípio de
separação de poderes (artigo 102).
- Garantia de constituição e revisão da constituição: a CRM90 consagra as garantias e
cria um órgão de fiscalização da constitucionalidade que não existia em 75, tal órgão
designa se conselho constitucional.

Principais características da constituição de 90


Princípios estruturantes:
1.Princípio republicano do estado: coisa pública. ACRM90 rejeitou a forma monárquica do
estado; E tem como consequência: nos termos do art2CRM90 a soberania reside no povo, e este
povo exerce essa soberania de 3 principais: através das eleições periódicas dos seus
representantes através do sufrágio universal; através de referendo para as questões fundamentais
do estado; participação permanente na tomada de decisões do estado.
-Limitação dos mandatos do PR, só pode ser eleito duas vezes. art.º 118 CRM90.
2. Natureza unitária do estado:
A constituição de 75 tinha adotado um estado centralizado no sentido de garantir a unificação do
território. A centralização implica uma organização vertical do estado que assenta na
subordinação hierárquica. Embora não figurando na CRPM75 a fórmula unitária, a CRM90
definiu o estado como um estado unitário no contexto dos chamados estados simples, ou seja,
estados historicamente centralizado dotado de um centro de decisão único, um única AR,
constituição, Governo, Tribunal de estado. O estado simples admite a descontração. Ao lado do
estado simples temos o famoso estado composto que e por natureza um estado complexo e pode
ser um estado federal que caracteriza se por ser uma união de estados existentes. Há uma
contraposição entre os estados federais e federados, temos uma constituição de estado federais e
um dos estados federados. Ex: uma constituição de Texas e um dos EUA. O estado composto
para alem de ser uma federação pode ser uma confederação que consiste numa associação de
estados soberanos iguais e colaboram em certos domínios. Podemos também ter a União real que
estão ligados ou Rei e pessoal.
A constituição distingue os órgãos centrais, de representação do estado das províncias e Distrito,
distingue também as...
3. Pluralista:
A filosofia da constituição de 90 é deliberadamente pluralista reconhece as diversidades e
particularidades de cada pessoa, raça e tribo. A CRM90 opõe se ao unanimismo, baseia se na
busca temática de conceitos. art.º 30/31/34 CRM90.
A base de convivência é a tolerância, a busca incessante de harmonia.
4.Princípio da laicidade
A laicidade do estado previsto no art9 CRM90 também com os art68-69 CRM. Na construção de
2004 este princípio está previsto. Deu mais detalhe á este princípio.
5. Estado de direito
Tem como conteúdo o seguinte:
- Vigora o império da lei, a lei prevalece sobre as vontades dos órgãos do estado, o estado funda
se e subordina se na constituição e funda sua actividade na legalidade;
- Prevalece a constituição como norma no topo do ordenamento jurídico. Não há actividade fora
ou sem fundamento na lei;
- Busca se a sempre a realização do estado do direito e da justiça social. Os objetivos do estado
não justificam qualquer expediente;
- O estado é limitado pela lei, pela constituição, pelos direitos fundamentais, portanto o estado de
direito estabelece a estabilidade institucional e individual;
- É um estado que se caracteriza pela segurança jurídica dos cidadãos, segurança social,
institucional e pública, segurança dos negócios jurídicos, na vida pública e privada;
- O poder dos dirigentes é limitado pela lei;
- Separação de poderes no sentido horizontal, mas apesar dessa separação horizontal o Pr tem o
poder moderador;
- Definição rigorosa de uma pauta de direitos fundamentais e um leque de garantias de desses
direitos;
- Pluralidade de órgãos governativos;
- Os órgãos governativos políticos são eleitos pelo povo, portanto são órgãos representativos;
-Exclusividade dos exercícios da função judiciária pelos tribunais. E os juízes gozam
independência, inamovibilidade e imparcialidade;
- Actividade da administração deve ser fiscalizada pelos tribunais e julgada;
- Existência de órgãos independentes de garantia da constituição;
- Administração publica subordina se ao princípio da legalidade, e os particulares tem direito ao
recurso á defesa perante aos tribunais;
- O estado é responsável pelo estado dos seus agentes;
6.Princípio democrático
É um princípio quase aceite em todas constituições foi expresso de forma sucinta por Abraam
Lincom, que significa governo do povo, pelo povo e para o povo. O princípio democrático
consagra constitucionalmente de um sujeito especial na vida política, nomeadamente povo e
rompe com a monarquia onde a figura central de poder era o rei, é por isso que, nos termos do
art.º 2nr1 CRM a soberania reside no povo, e o povo exerce o poder segundo as formas fixadas
na CRM. Nos termos do art.º 73 o princípio democrático apresenta se através da participação do
povo na eleição (para o PR, assembleia provincial, autarquias locais) dos seus representantes
através do sufrágio universal. Também manifesta se através do referendo art36CRM com vista
ao pronunciamento do povo sobre as questões de relevante interesse nacional. Ex: alterações dos
limites materiais da CRM, dos limites materiais revisão constitucional sobre as matérias
indicadas no nr2 do art178.
O povo participa permanentemente na tomada de decisões do dia a dia, e pode se dar através de
consultas populares comícios, etc e também participa em outras decisões do estado. O príncipe
democrático significa que a legitimidade dos governantes é determinada pelo povo e a espinha
dorsal do princípio democrático são os partidos políticos.
Direitos fundamentais
São exposições jurídicas activas das pessoas. Podem ser posições individuais ou
institucionalmente consideradas, mas todas estão assentes na constituição seja ela material
(Direitos incorporados nas leis e o Direito internacional; art.º 42-43 CRM) ou formal (texto da
constituição) art.º 35-125 CRM. Conforme a nossa definição resulta que podemos ter direitos
fundamentais no sentido formal e material. Esta dupla designação permite abarcar todas as
realidades do sistema jurídico. Os direitos fundamentais estão sempre em relação directa com o
poder político por isso que em relação ao poder político beneficiam de um estatuto comum de
todos direitos fundamentais e, portanto, não há direitos fundamentais sem estado ou comunidade
política.
Não há direitos fundamentais sem reconhecimento de uma esfera própria das pessoas frente ao
poder político ou estado, ou seja, o estado não pode intrometer se na vida das pessoas por isso é
difícil discutir o problema dos direitos fundamentais em estados ditatoriais.
Diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos
Olhando para os critérios de destinatários e de protecção, a diferença não fica clara pq o
destinatário e a protecção é a pessoa humana. Há quem entenda que estes termos são sinônimos,
porém procedem a distinção pois os direitos fundamentais são direitos do ser humano
reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo, ou seja, na constituição e
consequentemente depende de cada ordem jurídica. Ao posso que os direitos humanos referem se
ia ao todos os direitos que se encontram resguardados em documentos internacionais e são
independentes da sua vinculação da constituição, são universais, carácter supranacional, esta
assim de todos os estados. Numa teoria geral podemos dizer que os direitos humanos seriam
garantidos ... e o estado teria...
Todos os direitos fundamentais no sentido formal são também direitos fundamentais no sentido
material.
Características dos direitos fundamentais
Quer os direitos humanos, quer os direitos fundamentais tem as seguintes características:
- Fundamentabilidade dos direitos fundamentais, quer dizer que mais do que desejáveis eles são
necessários;
- Os direitos fundamentais são universais, todas as pessoas são titulares de direitos fundamentais.
Olhando para os direitos humanos todas as pessoas independentemente do local onde residem,
nacionalidade, cultura, etnia possuem direitos humanos;
- Os direitos fundamentais são inalienáveis, permanentes e indisponíveis, a sua garantia não pode
ser retirada excepto em certas circunferências, mas tem que se seguir o devido processo legal. Os
direitos fundamentais estinguem se somente com a morte do titular;
- São independentes e interrelacionados, o gozo de um direito fundamental tem impacto no gozo
de outro direito. Estas característica aplica se tanto nos dirietos sociais, econômicos e cultural
como também nos direitos civis e políticos.
Em conclusão todos direitos fundamentais são universais, inalienáveis, indivisíveis, independeste
e internacionais.

Classificação dos direitos humanos


Segundo a teoria geracional dos direitos humanos, os direitos humanos podem ser classificados
em três gerações que refletem o desenvolvimento no âmbito Internacional.
1a geração: corresponde aos direitos civis e políticos que integrariam o direito á vida, a
liberdade e privacidade. Estes direitos surgem como direitos de defesa (porque o estado não sua
atuação não pode pôr em causa) e participação política.
2a geração: Direitos econômicos, culturais e sociais que exigem do estado um comportamento
positivo, ou seja, direito á prestações sociais para melhor o padrão de vida das pessoas. Integram
direito educação, saúde, segurança social e um padrão de vida adequado.
3a geração: incluem o direito ao desenvolvimento, meio ambiente saudável e a paz. Incluem se
também o direito á solidariedade. São direitos difuso. Os titulares são grupos ou comunidades.
Funda se a ideia de construir se uma solidariedade internacional.
4a geração: manipulação genética, biotecnologia, bioengenharia. Esta categórica não esta
consolidada.
Existem outra classificação de direitos fundamentais e principais categorias:
- Direitos fundamentais individuais e institucionais: existe uma perspetiva de coletividade
como associações, grupos e instituições, por isso esses direitos apesar de ser garantias
individuais a sua realização é condicionada á atribuição de direitos á determinadas instituições;
- Direitos fundamentais universais, comuns e particulares;
- Direitos fundamentais e garantias fundamentais: os direitos representam em si próprio os
bens protegidos, enquanto as garantias são instrumentos para assegurar a fluição desses diretos.
As garantias são acessórias aos diretos, por isso os direitos declaram se internacionais não
atribuem se, enquanto as garantias estabelecem se;
- Direitos liberdades e garantias fundamentais;
- Direitos econômico, sociais e culturais;
- Direitos formalmente constitucionais e materialmente fundamentais.
Como a CRM divide esta matéria
A CRM divide os direitos fundamentais em direitos, deveres e verdades fundamentais no título 3.
Dentro desta traça os princípios gerais do cap. 1; no cap. 2 trata de deveres, direitos e liberadas;
cap. 3 direitos, liberdades e garantias individuais; cap. 4 direitos, liberdades e garantias de
participação política; cap 5 direitos e deveres econômicos, sociais e culturais.
Em relação ao regime dos direitos fundamentais há que notam o seguinte:
- Podemos ter um regime comum á todos direitos fundamentais. Podem constatar na
constituição, leis, ou convenções internacionais;
- Podemos ter um regime comum com variações ou diferenciações que são determinadas pela
estrutura de cada direito;
- Regime específico onde podemos ter direitos liberdades e garantias fundamentais, mas também
podemos ter um regime político de direitos econômicos, sociais e culturais;
O que que integra o regime comum a todos regimes fundamentais: cap. 1 art35-
universalidade e igualdade; art.º 36- princípio da igualdade; princípio da...

- Princípio da eficácia jurídica: Os direitos fundamentais são de aplicação direita imediata ou


indireta, e vinculam as entidades privadas e públicas, mas também devem ser exercidas
conforme às leis. art.º 56 CRM.
- Princípio da tutela jurídica dos direitos fundamentais: tutela com garantia dos direitos realizada
através dos tribunais. art.º 70/62CRM.
- Princípio da responsabilidade Civil do estado pelos actos dos seus agentes art.º 58CRM.
- Princípios específicos dos direitos fundamentais
- Princípio da reserva da lei art.º 2 nr 3/4; 248 nr2 CRM
- Princípio de caracter excecional das suspensões dos direitos fundamentais: Só recorre se
em última solução. art.º
- Princípio do caracter restritivo das limitações e restituições dos direitos fundamentais
- Princípio da autotutela dos direitos fundamentais através do direito de resistência art.º
80CRM
- Princípio da responsabilidade criminal dos titulares dos órgãos do estado e seus
funcionários
- Princípio específicos dos regimes econômicos, sociais e culturais;
- Princípio da exigência da efetivação publica;
- Princípio da iniciativa social;
- Princípio da democracia participativa;
- Princípio da reserva do possível/minimu existencial;
- Princípio da relativa relevância das condições econômicas dos titulares dos direitos
fundamentais.
De acordo com art.º 56 CRM podem ser restringidos ou limitados somente por normas de
hierarquias constitucional ou em virtude delas. Podemos ter:
- Restrições diretamente constitucionais: são as que resultam expressamente das constituições.
art.º 56 nr 2/3 CRM. As cláusulas restritivas constitucionais podem ser escritas ou expressas
quando a é a própria constituição a restringir um direito. art.º 56 nr e/ 52nr 3 CRM.
O nr2 art.º 56 traduz uma restrição diretamente constitucional e expressa.
- Cláusula diretamente constitucional restritiva não expressa ou escrita: ocorre quando no
direito fundamental em colisão tenham sede constitucional possam ser restringidas em relações
individualizadas. A restrição diretamente constitucional não escrita/expressa consta no art.º 56
nr2 CRM. Nos termos do nr 2 podemos dar como Ex: a salvaguarda do bom nome e honra (art.º
41 CRM) quando esteja em conflito com o direito de todos á obter informação.
- Cláusula restritiva relativa a restrições indiretamente: em que a constituição autoriza ao
legislador a estabelecer restrições indiretas aos direitos fundamentais. Só que o legislador
estabelece algumas condições:
_ deve revestir um caracter geral e abstrato;
_ não podem produzir efeitos retroativos; art.º 56 nr4.

Suspensão de direitos fundamentais


Art 72 CRM Coisa diversa de restrição ou limitação dos direitos fundamentais é a suspensão de
direitos fundamentais, enquanto as limitações ou restrições consistem em diminuir o conteúdo de
um direito a suspensão consiste em paralisar o exercício desse direito, porem, essa paralisação é
temporária e abrange a todos cidadãos quer seja numa certa região ou em todo território nacional.
Para que a suspensão tenha lugar é preciso que seja decretada pelos órgãos competentes e essa
suspensão só pode ocorrer no chamados estados excepcionais ou estado de exceção. Estados de
exceção constitucional e regimes de exceção/suspensão constitucional. O regime de expansão
dos direitos fundamentais e suas garantias, estão garantidos nos art290-298 CRM.
A suspensão de direitos fundamentais só ocorre nos chamados estado de exceção. A nossa
constituição regula essas exceções nos art290-298 CRM. Mas também estes estados de exceção
são: estado de sítio, de emergência e em caso de guerra. Iremos analisar a partir de 4 pontos:
•Pressuposto fáticos de declaração: nos termos do nr1 art290 CRM os estados de
exceção só podem ser declarados em caso:
_agressão efetiva ou iminente: (prestes a acontecer ou está a acontecer) caracteriza se pela
violação de normas e princípios do direito constitucional por um inimigo estrangeiro ou forças
estrangeiras ou insurreição que põe em causa a soberania, independência, integridade territorial
ou a ordem constitucional democrática, e tal agressão não possa ser debelada por meios normais
e legalmente previstos.
O estado de sítio só pode ser declarado em 30 dias e máximo duas vezes. Quando a agressão
tenha como autor forcas estrangeiras ou inimigos de origem externa (grupos terroristas) embora
utilizando moçambicanos o estado de exceção a declarar é o de guerra e não de sítio, porque o
estado de sítio está mais virado para o nível interno, portanto, o estado de sítio difere se do
estado de emergência, nos termos do art291 CRM pelos pressupostos de declaração. Haverá
estado de emergência quando se trata de perturbação, calamidade pública ou ameaça que não
seja tão grave e que possa ser eliminada por meios normais. E haverá estado de guerra quando
haja agressão efetiva ou iminente do território nacional no todo ou em parte por forças
estrangeiras ou autores de forças de origem externa.
_grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional: são todos os actos ilícitos que põe
me causa as normas e princípios jurídico constitucionais. A ordem constitucional pode
corresponder a uma penalização das funções do estado, uma situação que põe em causa a
constituição, uma insurreição, tudo que pode pôr em causa o princípio de estado de direito,
estado unitário, a unidade nacional, interesses e direito, deveres fundamentais, princípio de
laicidade do estado.
_calamidade pública: leva a decretação do estado de emergência e pode ser definida como
sendo sinistro, causado um fenômeno natural, tecnológico, biológico ou criada pela forca
humana desde que crie risco de vida, danos materiais ou crie ruptura com as infraestruturas. Ex:
epidemias, pandemias, cheias, secas, erosão.
•Processo decisório:

•Efeitos da declaração:

•Tutela...

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