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CURSO DE DIREITO
1º ANO
DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIFERENÇAS ENTRE AS CONSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA DE
MOÇAMBIQUE DE 1990, 2004 E 2018
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1. Introdução
Moçambique é um Estado que teve a sua origem com a luta armada de libertação
nacional que culminou com a proclamação da independência no dia 25 de Junho de
1975.
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A luta armada foi levada a cabo pela Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO). Tendo em conta que a FRELIMO era uma organização político-militar
própria para conduzir a guerra, primava essencialmente pelo alto nível de
organização, de disciplina, de eficiência, entre as outras características que
contribuíram decisivamente para vencer o colonialismo português, durante 10 anos
de luta.
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Em termos cronológicos, a constituição de 1975 estabeleceu um regime
monopartidário que confirmava o papel destacado do Executivo.
4. Desenvolvimento
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para a democracia multipartidária e tendo o cidadão como figura central no que
concerne ao Estado.
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De salientar a Constituição de 1990 foi elaborado no contexto das negociações de
paz que culminaram com a assinatura do Acordo Geral de Paz, Roma, Itália e
marcou uma ruptura radical com o passado, consagrando a transição de uma
economia centralizada para liberalização da economia e subsequente início da
extinção das empresas estatais, dando início a um verdadeiro exercício
democrático consagrado no sufrágio universal, da liberdade de expressão, da
liberdade de reunião e de associação e, fundamentalmente, ocorre a transição de
um sistema monopartidário para a democracia multipartidária e tendo o cidadão,
como figura central no que concerne ao Estado.
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e) Várias mudanças ocorreram nos órgãos do Estado e passam a estar melhor
definidas as funções e competências de cada órgão, a forma como são eleitos
ou nomeados;
Com a aprovação da nova Constituição não se verifica uma ruptura com o regime
da Constituição da República de Moçambique de 1990, mas sim, disposições que
procuram reforçar e solidificar o regime de Estado de direito e democrático trazido
na Constituição de 1990, através de melhores especificações e aprofundamentos
em disposições já existentes e também pela criação de novas figuras, princípios e
direitos e elevação de alguns institutos e princípios existentes na legislação
ordinária à categoria constitucional.
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A Constituição da República de Moçambique de 2004 veio reafirmar, desenvolver
e aprofundar os princípios fundamentais do Estado Moçambicano, isto é, consagrar
o carácter soberano do Estado de direito democrático, baseado no pluralismo de
expressões, organizações partidárias, respeito pelos direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos.
De uma forma meramente exemplificativa, pode-se citar alguns pontos que ajudam
a entender tal afirmação:
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c) Os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos para além de serem
reforçados, ganham maior abrangência. Pode-se citar exemplos de alguns
direitos ou deveres antes que não tinham tratamento constitucional: direitos
dos portadores de deficiência, os deveres para com o semelhante e para com
a comunidade, os direitos da criança, as restrições no uso da informática, o
direito de acção popular, o direito dos consumidores;
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j) Relativamente a actuação da Administração Pública são reforçadas com a
criação do Provedor da Justiça;
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Esta Constituição veio a sofrer uma revisão pontual, aprovada pela Lei n.⁰
1/2018, de 12 de Junho que aconteceu decorrente da necessidade de ajustá-la
ao processo de consolidação da reforma democrática do Estado, ao
aprofundamento da democracia participativa e a garantia da paz, reiterando o
respeito aos valores e princípios da soberania e da unidade de Estado, ao
abrigo do disposto na alínea a) do n.⁰ 2 do artigo 179 e verificados os
pressupostos dos artigos 291 e 293, todos da Constituição da República.
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a) Princípios da descentralização e subsidiariedade;
5. Conclusões
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A Constituição da República de Moçambique de 2004 veio reafirmar,
desenvolver e aprofundar os princípios fundamentais do Estado
Moçambicano, isto é, consagrar o carácter soberano do Estado de direito
democrático, baseado no pluralismo de expressões, organizações partidárias,
respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos;
A Constituição da República de 2004 possui 306 artigos, divididos em 17
Títulos, enquanto a Constituição da República de Moçambique de 1990
tinha 7 Títulos e 212 artigos), contando com uma estrutura que trata
sucessivamente, dos princípios fundamentais, dos direitos fundamentais, da
organização económica, da organização do poder político e da garantia da
Constituição.
Bibliografia
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