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Introdução........................................................................................................................................1
Conclusão........................................................................................................................................6
Referências Bibliográficas...............................................................................................................7
Legislação....................................................................................................................................7
Introdução
Em Moçambique, o Estado nasce em 1975, com a Independência do país e existência de um
texto legal escrito, ou seja, a Constituição da República Popular de Moçambique (CRPM). É, no
entanto, na Constituição da República de 1990 que se introduz o Estado de Direito Democrático,
pela inclusão clara no texto fundamental dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos
cidadãos.
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1. O processo eleitoral na Constituição da República de 1990
A Constituição da República de 1990 é uma constituição de transição entre o regime
monopartidário e o pluripartidário, que já se adivinha no horizonte.
A Constituição da República de 1990, que também surge numa situação de luta armada, (guerra
civil) introduziu o Estado de Direito Democrático alicerçada na separação e interdependência de
poderes e no pluralismo político. Esta separação de poderes em nosso entender marcou o
principio de liberdade política, no país.
Não se pode falar do processo de democratização do país sem ter em conta a Constituição de
1990, que introduz o multipartidarismo e conduz às primeiras eleições gerais e legislativas, cujas
atenções ficaram voltadas para a participação do povo no governo e a forma como se concebeu e
se concebe na prática a definição etimológica da democracia enquanto poder do povo.
O artigo 73 da CRM de 1990, afirme que “o povo moçambicano exerce o poder político através
do sufrágio universal, directo, igual, secreto e periódico para a escolha dos seus representantes,
por referendo sobre as grandes questões nacionais e pela permanente participação democrática
dos cidadãos na vida da Nação”.
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É aqui que se pode dizer que o processo de democratização em Moçambique propriamente dito,
teve o seu ponto máximo a partir e através do AGP (Acordo Geral de Paz), firmado entre o
Governo da Frelimo e a Renamo em Outubro de 1992 em Roma. Assim, as primeiras eleições
multipartidárias realizadas em 1994 não só marcaram formalmente o fim da guerra civil, como
constituíram, igualmente, o passo inicial no caminho tortuoso rumo a uma estabilidade política e
à implementação de estruturas democráticas. Contudo, é preciso sublinhar que a estabilidade
política conseguida pelo AGP mostrou-se fraca por causa das bases nas quais assentava e o modo
como foi alcançada.
Embora não se pudesse duvidar da introdução do modelo de Estado de Direito Democrático que
a CRM 1990 operou, o certo é que deste modo a legitimidade do texto constitucional surgiria
reforçada por dimanar de um parlamento sufragado por eleições pluripartidárias.
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O artigo 11º, que preconiza sobre os objetivos fundamentais do Estado, define nas alíneas e) e f)
respetivamente “a defesa e a promoção dos direitos humanos e da igualdade dos cidadãos perante
a lei; o reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade social e da harmonia social e
individual”.
O Titulo III que estabelece sobre os direitos, deveres e liberdades fundamentais, ampliou estes
conceitos distribuindo-os em cinco capítulos, com um total de 59 artigos, portanto um acréscimo
de mais artigos que o texto legal anterior. A estatuição e ampliação destes direitos cívicos,
políticos económicos e sociais, conjugados com os princípios de separação e interdependência de
poderes preconizados no artigo 133º, da atual lei mãe configuram, sem margem de dúvidas, os
traços fundamentais do regime de direito democrático do Estado moçambicano.
Actualmente, o âmbito eleitoral não se restringe somente para os órgãos centrais como o
presidente, e os deputados da Assembleia da República, nem tampouco para os órgãos locais. O
processo eleitoral passou com a revisão pontual da Constituição de 2018 para os órgãos de
governação descentralizada, do qual fazem parte as autarquias.
Pode-se verificar que os órgãos de governação descentralizada que antes foram órgãos locais do
Estado, tem como forma de designação ao cargo, a eleição.
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Nos termos do n. 2 do artigo 279 da CRM, é eleito Governador de Província, o Cabeça de Lista
do partido político, da coligação de partidos políticos ou de grupo de cidadãos eleitores que
obtiver a maioria de votos nas eleições para a Assembleia Provincial.
O mesmo sucede com o Administrador de distrito que é eleito como o cabeça de lista do partido
político, da coligação de partidos políticos ou de grupo de cidadãos eleitores que obtiver maioria
de votos nas eleições para a Assembleia distrital.(n. 2 do art. 283 CRM).
Portanto vemos aqui que a revisão constitucional que se operou em 2018 alargou o leque de
figuras que assumem o protagonismo no processo eleitoral, que é a manifestação do princípio do
Estado democrático introduzido pela Constituição de 1990 e consolidado pela CRM de 2004.
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Conclusão
O presente trabalho procurou fazer uma análise dos processos eleitorais na Constituição de 1990
e na Constituição actual. Desta feita ficou demonstrado que a Constituição de 1990 torna
possível a recomposição do campo político em Moçambique.
Ficou dito que não se pode falar do processo de democratização do país sem ter em conta a
Constituição de 1990, que introduz o multipartidarismo e conduz às primeiras eleições gerais e
legislativas, cujas atenções ficaram voltadas para a participação do povo no governo e a forma
como se concebeu e se concebe na prática a definição etimológica da democracia enquanto poder
do povo.
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Referências Bibliográficas
GOUVEIA, (2015). Jorge Bacelar, Direito Constitucional de Moçambique, Lisboa, IDiLP,
MAZULA (ed). Eleições, Democracia e Desenvolvimento. Maputo.
DAHL, Robert. (1997). “Democratização e oposição”, in Poliarquia: Participação e Oposição,
Juliana Nonato Corrêa. As Concepções Contemporâneas de Democracia. S. Paulo.
Legislação
Constituição da República de Moçambique, aprovada em 1990.
Constituição da República de Moçambique, aprovada a 16 de Novembro de 2004.