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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

2023

ESTÁGIO SETORIAL
DE APURAÇÃO E
ACOMPANHAMENTO
DE DANO AO
ERÁRIO

Apostila Completa

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12º Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do


Exército
Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Atualizações

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(Atenção: esta apostila não deve ser usada como amparo


legal, tratando-se apenas de um material didático de apoio
para estudo e eventuais consultas)

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Sumário

APRESENTAÇÃO

1. Objetivos do Curso....................................................................................................................... 7

2 Objetivos de Aprendizagem ......................................................................................................... 7

3. Principais Tópicos ........................................................................................................................ 8

MODULO I – APURAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO ........................................................................ 9

1. Conceituação de Dano ao Erário ........................................................................................... 9

1.1 Identificar o dano .................................................................................................................. 10

1.2 Tipos de apuração ............................................................................................................... 11

1.2.1 TCAdm........................................................................................................................... 11

1.2.2 Sindicância .................................................................................................................... 12

1.2.3 TCE ................................................................................................................................ 12

2. Principais aspectos da Port. nº 1.845-C Ex, 29 SET 22 ................................................... 13

2.1 Conceitos............................................................................................................................... 13

2.2 Apuração ............................................................................................................................... 14

2.3 Excludentes........................................................................................................................... 15

3. Principais aspectos do Termo Circunstanciado Adm (Art 6º ao 18 e Anexo A, da Port.


nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22).......................................................................................................... 16

3.1 Instauração............................................................................................................................ 17

3.2 Apuração ............................................................................................................................... 18

3.3 Ressarcimento ao Erário .................................................................................................... 20

3.4 Contagem de prazos ........................................................................................................... 20

3.5 Modelo ................................................................................................................................... 23

4. Principais aspectos da Sindicância no Dano ao Erário (Art 19 ao 31 e Anexo C, da


Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22) ................................................................................................ 26

4.1 Instauração............................................................................................................................ 27

4.2 Apuração ............................................................................................................................... 27

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4.3 Ressarcimento ao Erário .................................................................................................... 41

4.4 Contagem de prazos ........................................................................................................... 46

4.5 Modelo ................................................................................................................................... 47

5. Sistema débito TCU ................................................................................................................... 52

MODULO II – ACOMPANHAMENTO DO DANO AO ERÁRIO ................................................... 61

1. Sistema SISADE ..................................................................................................................... 61

1.1 Acessibilidade ....................................................................................................................... 62

1.1.1 Solicitar Cadastro ......................................................................................................... 63

1.1.2 Homologação de Senha ............................................................................................. 64

1.2 Cadastrar processos............................................................................................................ 64

1.2.1 Status do processo ...................................................................................................... 69

1.2.2 Objetos de processos.................................................................................................. 69

1.3 Atualização de informações ............................................................................................... 70

1.3.1 Atualizar valor ............................................................................................................... 72

1.4 Arquivar.................................................................................................................................. 75

2. Acompanhamento da dívida com o Erário ............................................................................. 77

2.1 Dívida Solidária .................................................................................................................... 78

2.2 Ressarcimento ao Erário .................................................................................................... 78

2.3 Inscrição em dívida ativa e TCE ........................................................................................ 82

3. Principais aspectos da Port. nº 424-C Ex, 27 MAR 19 ........................................................ 84

3.1. Prazo para instauração ...................................................................................................... 85

3.2. Pressupostos para instauração da TCE.......................................................................... 85

3.3. Competências e Registros das informações nos sistemas de controle .......... 87

3.3.1. Competências do Chefe da Equipe emcarregada da TCE .................................. 87

3.4. Tabela de Prazos ................................................................................................................ 88

4. Sistema e-TCE .......................................................................................................................... 89

4.1 Acesso ao Sistema e-TCE.................................................................................................. 89

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4.2 Cadastro do Dirigente Máximo, perfil “Instaurador” ........................................................ 89

4.3 Cadastro do perfil “Operador” ............................................................................................ 91

4.4 Perfil “Operador”................................................................................................................... 93

4.4.1 Instaurar uma nova TCE ............................................................................................. 93

4.4.2 Preenchimento dos dados no Sistema e-TCE ........................................................ 94

4.4.2.1 Dados da TCE...................................................................................................... 94

4.4.2.2 Dados do Objeto .................................................................................................. 99

4.4.2.3 Documentos Comprobatórios .......................................................................... 100

4.4.2.4 Responsáveis..................................................................................................... 109

4.4.2.5 Irregularidades ................................................................................................... 109

4.4.2.6 Débito .................................................................................................................. 110

4.4.2.7 Relatório do Tomador de Contas .................................................................... 111

4.4.2.8 Confirmação (envio para o CGCFEx) ............................................................ 111

5. Registro no SIAFI .................................................................................................................... 112

5.1 “Em Apuração”.................................................................................................................... 112

5.1.1 Inscrição Genérica (IG) ............................................................................................. 115

5.1.2 Nota de Lançamento ................................................................................................. 116

5.1.3 Consulta ao Processo ............................................................................................... 117

5.2 Conclusão do Processo .................................................................................................... 119

5.2.1 O processo possui devedor...................................................................................... 120

5.2.1.1 Tipos de contas contábeis para o registro do crédito em favor da


Administração Pública ...................................................................................................... 122

5.3 Atualização monetária ....................................................................................................... 123

5.4 Pagamento realizado ou inexistência do valor ............................................................. 124

5.4.1 Recebimento do valor do dano apurado ............................................................... 125

5.4.2 Inexistência do valor do dano ................................................................................. 127

5.5 Registro de encaminhamento da dívida para inscrição em Dívida Ativa da União –


DAU............................................................................................................................................. 128

5.6 Registro de Inscrição em Dívida Ativa da união – DAU............................................... 130

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5.6.1 Acompanhamento da Inscrição do débito na DAU............................................... 130

5.6.2 Lançamento da Inscrição em Dívida Ativa da união – DAU. .............................. 131

5.6.3 Regeição da Inscrição em Dívida Ativa da união – DAU. ................................... 132

5.7 Dano relacionado a Material............................................................................................. 133

5.7.1 Transferência do bem para Bens não localizados .............................................. 133

5.7.2 Conclusão de processo apuração de dano ao erário com localização do bem135

5.7.3 Conclusão de processo apuração de dano ao erário sem localização do bem135

CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 137

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 138

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APRESENTAÇÃO

Prezado instruendo,

Esta apostila foi estruturada para servir de guia e elaborada pelo 12º Centro de
Gestão, Contabilidade e Finanças do Exército (12º CGCFEx), em conformidade com a
Portaria – SEF/C Ex nº 106, de 27 de outubro de 2020, com a finalidade de capacitar,
orientar e auxiliar os militares e servidores civis nas tarefas que exijam conhecimentos e
práticas relacionados às atividades correlatas na Administração Militar sobre tudo a
apuração e acompanhamento de Dano ao Erário desde sua apuração até total desfecho
do processo.

1. Objetivos do Curso

De maneira geral, contribuir com o Instituto de Economia e Finanças do Exército


(IEFEx) nas atividades de ensino de interesse da Secretaria de Economia e Finanças,
desenvolvidas na modalidade de Ensino a Distância (EaD), no formato autoinstrucional, e
principalmente disponibilizar, aos Agentes da Administração das Unidades Gestoras do
Exército, um material didático de fácil entendimento e mais direcionado as atividades
relativas ao Exército Brasileiro.
Oferecer aos Agentes da Administração das Organizações Militares, responsáveis
pela apuração e acompanhamento do dano ao erário conhecimentos para a realização
das tarefas relacionadas ao dano ao erário do dia a dia.

2 Objetivos de Aprendizagem

Ao final do curso, o instruindo será capaz de:


 Avaliar o dano, classificar em dano ao erário e em qual legislação será
apurado o dano;
 Definir os procedimentos necessários à apuração de indícios de dano ao
erário por meio de Termo Circunstanciado Administrativo e Sindicância;

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 Definir os procedimentos a serem desenvolvidos para a elaboração de


Tomada de Contas Especial. (TCE);
 Analisar o dano e definir os responsáveis;
 Orientar e comandar os responsáveis pelas apurações a respeitarem os
prazos e realizarem as ações esperadas nos respectivos sistemas;
 Operar os sistemas relacionados ao Dano ao Erário;
 Apresentar outros sistemas relacionados ao Dano ao Erário (SIAFI, SIGA,
CADIN, Débito TCU) e suas operações;
 Realizar o controle das apurações de dano ao erário; e
 Acompanhar o processo até o desfecho, seja ressarcimento, dívida ativa,
instauração de TCE entre outros.

3. Principais Tópicos

 Aspectos relevantes para a apuração de dano ao erário, como conceituação


de dano, tipos de apuração e principais legislações; e
 Aspectos relevantes do acompanhamento do dano ao erário, como
sistemas, legislações e possibilidade de se tornar uma TCE.

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MODULO I – APURAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO

1. Conceituação de Dano ao Erário

A principal legislação a Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22, cita dano ao erário no texto de
sua finalidade: “Art. 1º As presentes normas têm por finalidade regular os procedimentos
a serem desenvolvidos para a apuração de irregularidades administrativas no âmbito do
Comando do Exército e reunir as condições necessárias para repor os danos causados
ao erário e dá outras providências.” E em seu Art. 3º cita indícios de danos ao erário para
o início do processo de apuração.
Assim observa-se que o dano ao erário é o produto resultante de uma irregularidade
administrativa, ou seja, antes de saber a definição de dano ao erário faz-se necessária a
definição de irregularidade, pois a principal norma trata da apuração da irregularidade
administrativa.
O TCU em diversas normas retrata a definição de Irregularidade, uma delas e o Anexo
I, da IN TCU nº 84, 22 ABR 20:
“Irregularidade: ato comissivo ou omissivo, que caracterize ilegalidade,
ilegitimidade, antieconomicidade ou qualquer infração a norma constitucional ou
infraconstitucional de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
patrimonial, bem como aos princípios da Administração Pública.” (grifo nosso)”
Com a finalidade de exemplificar a definição, temos como principais irregularidades no
Exército:
 Deixar de apropriar receitas geradas na UG.
 Desvio de finalidade na aplicação de recursos (atenção especial nos
convênios).
 Inversão dos estágios da despesa. Ex: Liquidação e/ou pagamento sem o
recebimento do bem ou serviço.
 Implantação indevida de pessoal ou de direitos.
 Saques indevidos.
 Utilização indevida de bens/serviços da OM.
 Contratação de OCS não credenciada.
 Desvio de combustível e de gêneros alimentícios.
 Saques realizados a maior (auxílio-alimentação, auxílio escolar, etc).
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 Dispensa indevida de licitação.


 Realizar certame licitatório sem pesquisa de preço e de mercado.
 Empenhar para empresas inidôneas.
O dano ao erário pode ser ter causa uma irregularidade, porém nem toda
irregularidade pode causar dano ao erário e também há danos ao erário que não
exatamente são irregularidades, como é o caso de um acidente. O dano ao erário e
quando há prejuízos a fazenda pública e que possam ser quantificados, uma definição
seria:
Dano ao Erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
públicas (OM). Ou seja, são ações ou omissões que geram prejuízos a fazenda pública,
sem que haja justificativa para o ato.

1.1 Identificar o dano

Já sabemos que a principal norma, a Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22, fala de apuração
de irregularidades administrativas e em seu Art. 3º menciona indícios de dano ao erário
para o início do processo de apuração e em seu parágrafo 1º cita o Termo
Circunstanciado Administrativo (TCAdm) e a Sindicância (Sind) como procedimentos para
a apuração, e em seu parágrafo 3º cita a Tomada de Contas Especial (TCE), como
procedimento administrativo em caráter excepcional.
Logo temos: TCAdm, Sindicância e TCE como procedimentos para a apuração de
dano ao erário, mas qual deles instaurar?
Vamos por partes, primeiro a leitura do Art. 3º
“Art. 3º Na ocorrência de fatos ou da prática de atos de qualquer natureza que contenham indícios de dano
ao erário, o comandante (Cmt), chefe (Ch) ou diretor (Dir) da organização militar (OM), como autoridade
administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deve, imediatamente, adotar medidas
administrativas para, apuração dos fatos com fins de identificar os responsáveis, quantificar o dano e obter
o ressarcimento, observados os princípios norteadores dos processos administrativos.” (Port. nº 1.845 - C
Ex, 29 SET 22)

Cabe aqui destacar que não importa qual procedimento de apuração, havendo indícios
de dano ao erário a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade
solidária deve adotar medidas administrativas para:
 apuração dos fatos,
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 identificação dos responsáveis,


 quantificação do dano e
 obtenção do ressarcimento.

1.2 Tipos de apuração

Já sabemos que havendo indícios de dano ao erário a autoridade competente tem que
adotar certas medidas administrativas, agora vamos verificar através de quais
instrumentos será realizado, até o presente momento com a legislação vigente, temos:
TCAdm, Sindicância e TCE e, desses o TCAdm e a Sindicância serão os principais
utilizados.

1.2.1 TCAdm

Regido pelos Art 6º ao 18 e Anexo A, da Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22, o Termo
Circunstanciado Administrativo (TCAdm) segue os seguintes princípios:

“Art. 6º A apuração por meio do TCAdm poderá, a critério do Cmt, Ch ou Dir da OM,
ser utilizada como alternativa à apuração por meio de Sindicância desde que estejam
presentes, de forma cumulativa e concomitante, os seguintes requisitos:
I - responsável pelo dano previamente identificado e com intenção de reconhecer
a dívida;
II - ausência de indícios de conduta dolosa ou de má-fé, ainda que de forma
subjetiva; e
III - inexistência de normativo específico que determine a instauração obrigatória
da sindicância, a exemplo da apuração de acidentes de trânsito envolvendo viaturas
pertencentes ao Exército Brasileiro.
Art. 7º O Cmt, Ch ou Dir OM designará, mediante publicação em Boletim Interno
(BI), o encarregado da lavratura do TCAdm, que poderá ser oficial, aspirante a oficial,
subtenente ou sargento aperfeiçoado, de maior precedência hierárquica que o indicado
como responsável pelo dano. Parágrafo único. Na ausência dos requisitos mencionados no
art. 6º, de forma cumulativa e concomitante ou quando existir dúvidas quanto à conduta do
responsável ou, ainda, por determinação do Cmt, Ch ou Dir OM, o dano deverá ser apurado
por meio de Sindicância.” (Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22)

Este assunto será abordado no tópico nº 3.


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1.2.2 Sindicância

A sindicância cumpre os 4 (quatro) requisitos do caput do Art. 3º e no caso do dano ao


erário é regida tanto pelos Art 19 ao 31 e Anexo C, da Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22,
quanto pela Port. nº 107-Cmt Ex, 13 FEV 12 e por ser um assunto mais complexo será
abordado no tópico nº 4.

“Art. 19. A sindicância, nos termos das Instruções Gerais para a Elaboração de
Sindicância, deverá ser adotada como procedimento padrão para a apuração e
ressarcimento de danos ao erário.” (Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22)

1.2.3 TCE

Consta no parágrafo 3º do Art. 3º da Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22, a respeito da


TCE:
“§ 3º Em caráter excepcional, caso os procedimentos administrativos listados no §
1º deste artigo não obtenham êxito na elisão do dano ou não sejam concluídos no prazo
citado no § 2º, havendo pressupostos de instauração de TCE, previstos na respectiva
legislação, as autoridades administrativas competentes deverão instaurá-la,
concomitantemente, aos procedimentos que estão em curso.”
Ela não é exatamente um instrumento de apuração pois deve ser instaurada quando
se esgotar as medidas administrativas para elisão do dano, e dentre estas medidas
consta a apuração através sindicância.
Também por se tratar de um assunto complexo terá um tópico separado no Modulo II,
por hora, em conformidade com a Portaria nº 424-Cmt Ex, de 27 de março de 2019,
instaura-se uma TCE quando existem os seguintes pressupostos:
 se passarem 180 (cento e oitenta) dias da data da ciência do fato sem a elisão
do dano;
 a administração esgotar as medidas administrativas para a elisão do dano, ou
seja, quando souber: quem são o(s) responsável(s) pelo dano, descrição
detalhada da situação que teria dado origem ao dano, identificação e
quantificação do dano e nexo de casualidade entre o dano e o responsável;

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 quando o valor original do débito, com atualização monetária for maior ou igual
R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou quando a soma dos débitos de um mesmo
responsável atingir valor maior ou igual R$ 100.000,00 (cem mil reais); e
 não houver transcorrido 10 (dez) anos, entre a data provável de ocorrência do
dano e a primeira notificação dos responsáveis.

Por ser um assunto mais complexo será abordado no Módulo II, tópicos 3 e 4.

2. Principais aspectos da Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22

A Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22, é uma das principais legislações referentes a dano
ao erário no âmbito do Exército Brasileiro, tratando o assunto de forma mais completa
possível aborda desde a motivação para a abertura de processo apuratório até o seu
desfecho.
Essa primeira Unidade se dedica a apuração do dano, por isso o foco será mais na
sindicância e o papel do sindicante e a situação após a atuação do mesmo, como
cobrança do débito, atualizações mensais, inscrição em dívida ativa e TCE serão
abordados na próxima Unidade.

2.1 Conceitos

A Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22 - (EB10-N-13.007) Aprova as Normas para a


Apuração de Irregularidades Administrativas no âmbito do Comando do Exército (EB10-N-
13-007) 2ª edição, 2022.
A finalidade da norma é dita no seu Art. 1º que é regular os procedimentos a serem
desenvolvidos para a apuração de irregularidades administrativas no âmbito do Comando
do Exército e reunir as condições necessárias para repor os danos causados ao erário.
“Art. 1º As presentes normas têm por finalidade regular os procedimentos a serem
desenvolvidos para a apuração de irregularidades administrativas no âmbito do Comando
do Exército e reunir as condições necessárias para repor os danos causados ao erário e dá
outras providências.”

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Aqui se percebe que as normas são para apuração de irregularidades administrativas


e reposição de danos causados ao erário. Diante disse faz-se necessário relembrar de
duas definições:
“Irregularidade: ato comissivo ou omissivo, que caracterize ilegalidade,
ilegitimidade, antieconomicidade ou qualquer infração a norma constitucional ou
infraconstitucional de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
patrimonial, bem como aos princípios da Administração Pública.” (Anexo I, da IN TCU nº 84,
22 ABR 20)
Dano ao Erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
públicas (OM). Ou seja, são ações ou omissões que geram prejuízos a fazenda pública,
sem que haja justificativa para o ato.

2.2 Apuração

O Art. 3º menciona que na ocorrência de indícios de dano ao erário a autoridade


administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deve adotar medidas
administrativas e em seus parágrafos cita procedimentos de apuração.
“Art. 3º Na ocorrência de fatos ou da prática de atos de qualquer natureza que
contenham indícios de dano ao erário, o Comandante (Cmt), Chefe (Ch) ou Diretor (Dir) da
Organização Militar (OM), como autoridade administrativa competente, sob pena de
responsabilidade solidária, deve, imediatamente, adotar medidas administrativas para
caracterização ou elisão do dano, apuração dos fatos, identificação dos responsáveis,
quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, observados os princípios norteadores
dos processos administrativos.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

Vale ressaltar alguns pontos importantes desse artigo:


No indício de dano ao erário a autoridade competente deve adotar medidas
administrativas sob pena responsabilidade solidária, é importante destacar, a falta de
medidas administrativas ou morosidade do processo por “inanição” da autoridade
competente é o suficiente para que o mesmo responda sob responsabilidade solidária
pelo dano, por isso, havendo indício de dano ao erário a OM já tem que realizar as
medidas administrativas.
As medidas administrativas principais são 4 (quatro) e todas devem ser atendidas, sob
pena de responsabilidade solidária da autoridade competente, e são elas:
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 apuração dos fatos,


 identificação dos responsáveis,
 quantificação do dano e
 obtenção do ressarcimento.
Um detalhe é quando o Cmt, Ch ou Dir OM esteja envolvido em irregularidade a ser
apurada, nesse caso caberá ao comando enquadrante adotar os procedimentos para a
apuração conforme o Art. 74.
“Art. 74. Quando houver indício de que o Cmt, Ch ou Dir OM esteja envolvido em
irregularidade a ser apurada, caberá ao comando enquadrante adotar os procedimentos
para apuração, cadastramento do procedimento no SISADE e acompanhamento do
processo até a elisão do dano.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)
São citados 3 (três) procedimentos no Art. 3º: TCAdm, Sindicância e TCE. Sendo o
TCAdm a apuração quando o responsável é previamente identificado, tem intenção de
reconhecer a dívida, ausência de má-fé e a não obrigatoriedade de instauração de
Sindicância, a Sindicância é o procedimento padrão e a TCE é o procedimento em
caráter excepcional por possuir prazo para esgotar as medidas administrativas antes da
instauração.
“Art. 78. A constatação de possível ocorrência de atos lesivos à administração
pública, nacional ou estrangeira, praticados por pessoa jurídica, em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não; e que atentem contra o patrimônio público nacional ou
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil, será tratada nos termos da Lei nº 12.846, de 2013, e
da Portaria - C Ex nº 1.655, de 14 de dezembro de 2021, ou nos termos de normas que
venham a complementá-las ou substituí-las.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

Atos lesivos praticados por Pessoa Jurídica, será tratada nos termos da Lei nº 12.846,
de 2013, e da Portaria - C Ex nº 1.655, de 14 de dezembro de 2021, ou nos termos de
normas que venham a complementá-las ou substituí-las.

2.3 Excludentes

O Art. 5º menciona os fatos que são considerados como excludentes de indenização e


ressarcimento ao erário: valores recebidos da boa-fé, casos fortuitos ou de força-maior,
negativa de autoria ou inexistência penal e excludentes de responsabilidade previstas em
lei.
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“Art. 5º Não estarão sujeitos à indenização e ao ressarcimento ao erário:


I - os valores recebidos de boa-fé, em decorrência de errônea interpretação da lei
por parte da Administração;
II - o prejuízo ou dano que decorrer de caso fortuito ou fato decorrido de força
maior;
III - quando o responsável tenha sido absolvido por negativa de autoria ou
inexistência do fato em processo penal transitado em julgado; e
IV - decorrentes de outros casos excludentes de responsabilidades previstas em
lei.
§ 1º Para efeito de enquadramento no inciso I do caput, entende-se por razoável,
ainda que errônea, a interpretação da norma quando houver evidente controvérsia sobre a
aplicação do direito vigente.
§ 2º Nos casos previstos no inciso II do caput, devem ser levantadas circunstâncias
em que ocorreram, visando identificar a conduta dos agentes envolvidos e o nexo de
causalidade quanto à ação, à omissão, ou, ainda, à falta de atenção, cuidado ou erro na
execução, para validação da situação ocorrida.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

3. Principais aspectos do Termo Circunstanciado Adm (Art 6º ao 18 e Anexo A,


da Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22)

Os Art. 6º ao 18 da Port. 1.845-C Ex, de 29 de setembro de 2022, normatizam o


Termo Circunstanciado Administrativo (TCAdm), e possui um processo mais simplificado
do que a Sindicância ou a TCE, sendo as seguintes as suas principais características:
 utilizada como alternativa à apuração por meio de Sindicância;
 encarregado da lavratura do TCAdm: oficial, aspirante a oficial, subtenente ou
sargento aperfeiçoado;
 deverá ser lavrado e apresentado para a ciência do responsável pelo dano em
até 5 (cinco) dias úteis a contar da publicação em BI;
 conterá, necessariamente, a qualificação do responsável pelo dano e a
descrição sucinta dos fatos que deram origem ao dano;
 responsável pelo dano indicado no TCAdm poderá, no prazo de 5 (cinco) dias
úteis a contar da aposição da ciência no TCAdm;
 findo o prazo previsto, o encarregado da lavratura do TCAdm emitirá parecer
conclusivo, no prazo de 2 (dois) dias úteis;
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 conduta culposa do agente indicado como responsável, o Cmt, Ch ou Dir OM


estabelecerá prazo de 5 (cinco) dias úteis para que o responsável reconheça a
dívida mediante assinatura do Termo de Reconhecimento de Dívida (TRD);
 ressarcimento poderá ocorrer:
I - por meio de pagamento via Guia de Recolhimento da União (GRU);
II - por meio de implantação de desconto em contracheque;
III - pela entrega de um bem de características iguais ou superiores ao
danificado ou extraviado; e IV - pela prestação de serviço que restitua as
instalações ou o bem danificados às condições anteriores;
 não haverá implantação de desconto em contracheque ou outro meio de
cobrança sem a autorização expressa do indicado, mediante assinatura do
TRD;
 o TCAdm deverá ser registrado no Sistema de Acompanhamento de Dano ao
Erário (SISADE) no prazo de 5 (cinco) dias de sua instauração.

3.1 Instauração

O Termo Circunstanciado Administrativo (TCAdm) poderá ser utilizado como


alternativa à apuração por meio da Sindicância, desde que atenda certos requisitos
citados abaixo:
“Art. 6º A apuração por meio do TCAdm poderá, a critério do Cmt, Ch ou Dir da OM,
ser utilizada como alternativa à apuração por meio de Sindicância desde que estejam
presentes, de forma cumulativa e concomitante, os seguintes requisitos:
I - responsável pelo dano previamente identificado e com intenção de
reconhecer a dívida;
II - ausência de indícios de conduta dolosa ou de má-fé, ainda que de forma
subjetiva; e
III - inexistência de normativo específico que determine a instauração obrigatória
da sindicância, a exemplo da apuração de acidentes de trânsito envolvendo viaturas
pertencentes ao Exército Brasileiro.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).
Todos os requisitos devem ser preenchidos para a instauração do TCAdm:

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

 Responsável pelo dano previamente identificado e com intenção de reconhecer


a dívida;
 Ausência de indícios de conduta dolosa ou de má-fé, ainda que de forma
subjetiva; e
 Inexistência de normativo específico que determine a instauração obrigatória da
sindicância, a exemplo da apuração de acidentes de trânsito envolvendo
viaturas pertencentes ao Exército Brasileiro.

Para todos os outros casos que não se encaixem nos requisitos de forma cumulativa e
concomitante o dano deverá ser apurado por meio de Sindicância, nos termos do
Parágrafo Único do Art. 7º da Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22.

3.2 Apuração

O que diferencia o TCAdm da Sindicância, relembrando, é já ter um responsável


previamente identificado, a ausência de má-fé e a inexistência de normativo obrigatória de
instauração de sindicância. Os fatos serão apurados de acordo com o previsto abaixo:
“Art. 7º O Cmt, Ch ou Dir OM designará, mediante publicação em Boletim Interno
(BI), o encarregado da lavratura do TCAdm, que poderá ser oficial, aspirante a oficial,
subtenente ou sargento aperfeiçoado, de maior precedência hierárquica que o indicado
como responsável pelo dano.
Parágrafo único. Na ausência dos requisitos mencionados no art. 6º, de forma
cumulativa e concomitante ou quando existir dúvidas quanto à conduta do responsável ou,
ainda, por determinação do Cmt, Ch ou Dir OM, o dano deverá ser apurado por meio de
Sindicância.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

O TCAdm conterá:
 Qualificação do responsável pelo dano
 Descrição sucinta dos fatos que deram origem
 Parecer conclusivo do encarregado da sua lavratura

“Art. 9º O TCAdm conterá, necessariamente, a qualificação do responsável pelo


dano e a descrição sucinta dos fatos que deram origem ao dano, assim como o parecer

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

conclusivo do encarregado da sua lavratura, o qual será elaborado ao final dos trabalhos,
na forma do art. 12 destas Normas.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

Assim como na sindicância todos os documentos referentes devem ser anexados ao


processo.
“Art. 10. As perícias e os laudos técnicos cabíveis, quando elaborados, deverão ser
juntados aos autos do TCAdm pelo encarregado da sua lavratura.” (Port nº 1.845-C Ex, 29
SET 22).

Quando se observar que o dano decorreu do uso regular do material ou de fatores que
independeram da ação do agente indicado como responsável os autos serão
encaminhados ao setor responsável pela administração de bens e materiais da OM, para
prosseguimento quanto aos demais controles patrimoniais internos.
“Art. 13. Caso o Cmt, Ch ou Dir OM, na decisão a ser proferida, concorde com a
conclusão do encarregado da lavratura do TCAdm de que o fato que gerou o dano ao erário
decorreu do uso regular deste ou de fatores que independeram da ação do agente indicado
como responsável pelo dano, a apuração será encerrada e os autos serão encaminhados
ao setor responsável pela administração de bens e materiais da OM, para prosseguimento
quanto aos demais controles patrimoniais internos.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

A decisão do Cmt, Ch ou Dir OM deverá ser publicada no Boletm Interno da OM, e


caso se observe prática de transgressão disciplinar será aplicado o RDE.
“Art. 16. A decisão do Cmt, Ch ou Dir OM deverá ser publicada no BI da OM.
Art. 17. Verificado que, além do prejuízo apurado no TCAdm, há indícios de prática
de transgressão disciplinar por parte do militar envolvido no fato, serão aplicadas as
disposições constantes do Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), sobre a concessão
do contraditório e da ampla defesa, para o procedimento de apuração da suposta violação
da disciplina castrense, por intermédio do Formulário de Apuração de Transgressão
Disciplinar (FATD).
Art. 18. O TCAdm deverá ser registrado no Sistema de Acompanhamento de
Dano ao Erário (SISADE) no prazo de 5 (cinco) dias de sua instauração. Os demais
fatos e atos decorrentes da apuração, bem como o acompanhamento do ressarcimento do
débito também devem ser registrados, tempestivamente, no SISADE.” (Port nº 1.845-C Ex,
29 SET 22).
O Registro no SISADE será tratado na UD II.

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

3.3 Ressarcimento ao Erário

O ressarcimento do prejuízo poderá ocorrer:


 Por meio de pagamento via Guia de Recolhimento da União (GRU)
 Por meio de implantação de desconto em contracheque, apenas com
autorização expressa do indicado (diferentemente da sindicância)
 Pela entrega de um bem de características iguais ou superiores ao danificado
ou extraviado, mediante declaração do Fiscal Administrativo
 Pela prestação de serviço que restitua as instalações ou o bem danificados às
condições anteriores, mediante declaração do Fiscal Administrativo.

“Art. 14. Caso se verifique que o dano ao erário resultou de conduta culposa do
agente indicado como responsável pelo dano, o Cmt, Ch ou Dir OM estabelecerá prazo de
5 (cinco) dias úteis para que o responsável reconheça a dívida mediante assinatura do
Termo de Reconhecimento de Dívida (TRD), nos termos do Anexo B destas Normas, e
efetue o ressarcimento correspondente ao prejuízo causado.
§ 1º O ressarcimento do prejuízo, de que trata o caput, poderá ocorrer:
I - por meio de pagamento via Guia de Recolhimento da União (GRU);
II - por meio de implantação de desconto em contracheque;
III - pela entrega de um bem de características iguais ou superiores ao danificado
ou extraviado; e
IV - pela prestação de serviço que restitua as instalações ou o bem danificados às
condições anteriores.
§ 2º Nos casos previstos nos incisos III e IV do parágrafo anterior, deverá ser
anexada ao TCAdm uma declaração do Fiscal Administrativo na qual o agente se manifesta
expressamente e se responsabiliza acerca da adequação do ressarcimento feito à
Administração.
§ 3º Não haverá implantação de desconto em contracheque ou outro meio de
cobrança sem a autorização expressa do indicado, mediante assinatura do TRD.” (Port nº
1.845-C Ex, 29 SET 22).

3.4 Contagem de prazos

A contagem máxima de prazo para o ressarcimento do dano é de 22 dias úteis,


considerando a soma de todos os prazos previstos na norma, após esse prazo faz-se
necessária abertura da sindicância.
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

“Art. 8º O TCAdm deverá ser lavrado e apresentado para a ciência do responsável


pelo dano em até 5 (cinco) dias úteis a contar da publicação em BI da designação do
encarregado da sua lavratura. O TCAdm deve seguir o modelo constante no Anexo A
destas Normas.
(...)
Art. 11. O responsável pelo dano indicado no TCAdm poderá, no prazo de 5 (cinco)
dias úteis a contar da aposição da ciência no TCAdm, manifestar-se por escrito nos autos
do processo e juntar os documentos que achar pertinentes.
Parágrafo único. O prazo previsto no caput pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação encaminhada ao encarregado da lavratura do TCAdm.
Art. 12. Findo o prazo previsto no art. 8 destas Normas, o encarregado da lavratura
do TCAdm emitirá parecer conclusivo, no prazo de 2 (dois) dias úteis, e encaminhará o
TCAdm ao Cmt, Ch ou Dir OM, que por sua vez decidirá quanto à proposta apresentada.
(...)
Art. 14. Caso se verifique que o dano ao erário resultou de conduta culposa do
agente indicado como responsável pelo dano, o Cmt, Ch ou Dir OM estabelecerá prazo de
5 (cinco) dias úteis para que o responsável reconheça a dívida mediante assinatura do
Termo de Reconhecimento de Dívida (TRD), nos termos do Anexo B destas Normas, e
efetue o ressarcimento correspondente ao prejuízo causado.
Art. 15. Transcorrido o prazo previsto no art. 14 destas Normas e não ocorrendo o
ressarcimento integral, seu início, ou se iniciado o ressarcimento parcelado for
interrompido, o Cmt, Ch ou Dir OM, com vistas à reposição ao erário, determinará a
apuração do dano por meio de Sindicância.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Tabela de prazos, a contar da publicação em Boletim Interno (BI) da designação do


encarregado da sua lavratura:

Descrição Até dias (úteis)

TCAdm lavrado pelo encarregado e apresentado para a ciência do


5
responsável

O responsável pelo dano poderá se manifestar por escrito e juntar


5
documentos pertinentes

Única prorrogação possível. Prazo dilatado ao responsável pelo dano


5
mediante comprovada justificação para o encarregado da lavratura

Encarregado emitirá parecer conclusivo e encaminhará para o Cmt, Ch


2
ou Dir OM

Caso verifique dano, o responsável assinara o Termo de


5
Reconhecimento de Dívida (TRD) e efetuar o ressarcimento

Total. Transcorrido esse prazo sem reposição ao erário abrirá


22
sindicância

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

3.5 Modelo

ANEXO A
MODELO DE TERMO CIRCUNSTANCIADO ADMINISTRATIVO

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
(escalão superior)
(escalão considerado)

TERMO CIRCUNSTANCIADO ADMINISTRATIVO


NUP (Número Único de Processo):

1. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO DANO


NOME: CPF:

POSTO/GRADUAÇÃO CARGO/FUNÇÃO: IDT/MATRÍCULA:

OM: DDD/TELEFONE OM:

ENDEREÇO RESIDENCIAL: DDD/TELEFONE PARTICULAR:

2. DADOS DA OCORRÊNCIA
( ) Dano / Extravio de material ESPECIFICAÇÃO DO DANO Nº DO PATRIMÔNIO
(detalhamento):

( ) Dano às instalações

( ) Vantagem Pecuniária Indevida

( ) Outros
DATA DA OCORRÊNCIA LOCAL DA OCORRÊNCIA (OM, LOGRADOURO, MUNICÍPIO, UF)
/ /
DESCRIÇÃO DOS FATOS:

Preço de mercado para aquisição ou reparação Fontes consultadas para obtenção do preço médio de

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

de bem ou material atingido ou valor atualizado mercado ou indicação da utilização do sistema “Débito”
da vantagem pecuniária indevida (R$): do TCU para a atualização do valor da vantagem
pecuniária indevida:

3. ENCARREGADO DA LAVRATURA DO TCAdm


NOME IDT/MATRÍCULA

POSTO/GRADUAÇÃO CARGO/FUNÇÃO

LOCAL / DATA ASSINATURA

4. CIÊNCIA DO RESPONSÁVEL PELO DANO


Eu,________________________________________________________________, declaro-me ciente
da descrição da ocorrência acima e de que me é facultado apresentar, no prazo de 05 (cinco) dias úteis,
a contar da presente data, manifestação escrita, bem como outros documentos que achar pertinentes.
LOCAL DATA / /

ASSINATURA

5. PARECER DO ENCARREGADO DA LAVRATURA DO TCAdm


O RESPONSÁVEL PELO DANO APRESENTOU MANIFESTAÇÃO ESCRITA? ( ) SIM ( ) NÃO
ANÁLISE:

DOCUMENTOS ANEXADOS: (relação de documentos anexados, por exemplo: manifestação do agente


indicado como responsável pelo dano, laudo pericial, cópia de nota fiscal, etc.)

CONCLUSÃO:
( ) O fato descrito acima, que ocasionou dano ao erário, indica a responsabilidade de pessoa jurídica
decorrente de contrato celebrado com a Administração Militar, de modo que se recomenda o
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

encaminhamento destes autos ao (setor responsável) para que adote as providências necessárias ao
ressarcimento do valor do___(bem extraviado/danificado ou instalações danificadas)___, de acordo com a
forma avençada no instrumento contratual e conforme a legislação pertinente.
( ) O fato descrito acima que ocasionou o ____(extravio/dano ao bem público ou à instalação )___ decorreu do
uso regular deste e/ou de fatores que independeram da ação do agente indicado como responsável pelo
dano, de modo que se recomenda o encerramento da presente apuração e o encaminhamento destes
autos ao setor responsável pela administração de bens e materiais para prosseguimento quanto aos
demais controles patrimoniais internos.
( ) O __(extravio/dano ao bem público ou à instalação ou a vantagem pecuniária indevida)__ conforme descrito
acima, apresenta indícios de conduta dolosa ou de má fé do agente indicado como responsável pelo
dano, de modo que se recomenda a apuração de responsabilidade deste por meio de Sindicância, nos
termos das Normas para a Apuração de Irregularidades Administrativas.
( ) O _(extravio/dano ao bem público ou à instalação ou a vantagem pecuniária indevida)__ conforme descrito
acima, resultou de conduta culposa do agente indicado como responsável pelo dano, de modo que se
recomenda a abertura de prazo para que o mesmo reconheça a dívida mediante a assinatura do Termo
de Reconhecimento de Dívida, autorize o respectivo desconto em contracheque ou efetue o
ressarcimento do prejuízo causado ao erário por meio de: (Preencher com: Pagamento via GRU ou Entrega
de um bem de características iguais ou superiores ao danificado ou extraviado ou Prestação de serviço que restitua
as instalações ou o bem danificados às condições anteriores). Contudo, caso o responsável pelo dano não
realize o adequado ressarcimento correspondente ao prejuízo apurado, recomenda-se a apuração de
responsabilidade deste por meio de Sindicância, nos termos das Normas para a Apuração de
Irregularidades Administrativas.
Diante do exposto e de acordo com o disciplinado no art. 13 das Normas para a Apuração de
Irregularidades Administrativas, concluo o presente Termo Circunstanciado Administrativo e remeto os
autos para julgamento a ser proferido pelo
___________________________________________________________________________________
LOCAL / DATA ASSINATURA

6. DECISÃO DO CMT, CH OU DIR OM


( ) Acolho a proposta elaborada ao final deste Termo Circunstanciado Administrativo.

Encaminhem-se os presentes autos ao (setor responsável) para que adote as providências


necessárias ao ressarcimento do valor do_(bem extraviado/danificado ou instalações danificadas)_, de acordo
com a forma avençada no instrumento contratual e conforme a legislação pertinente.

ou

Encaminhem-se os presentes autos ao (setor responsável pela administração de bens e materiais) para
prosseguimento quanto aos demais controles patrimoniais internos.

ou

Encaminhem-se os presentes autos ao (setor responsável) para instauração de Sindicância para


apuração de responsabilidade, nos termos das Normas para a Apuração de Irregularidades
Administrativas, em virtude dos fatos apresentarem indícios de conduta dolosa ou de má fé do agente
indicado como responsável pelo dano.

ou

Encaminhem-se os presentes autos ao agente indicado como responsável pelo dano, para
conhecimento da abertura de prazo para que o mesmo reconheça a dívida mediante a assinatura do
Termo de Reconhecimento de Dívida, autorize o respectivo desconto em contracheque ou efetue o
ressarcimento do prejuízo causado ao erário por meio de: (Preencher com: Pagamento via GRU ou Entrega
de um bem de características iguais ou superiores ao danificado ou extraviado ou Prestação de serviço que restitua

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

as instalações ou o bem danificados às condições anteriores).

Anexe-se aos autos o Termo de Reconhecimento de Dívida assinado pelo agente indicado como
responsável pelo dano, com a autorização para o desconto em contracheque ou o comprovante de
pagamento via GRU ou declaração do Fiscal Administrativo contendo manifestação expressa acerca da
adequação do ressarcimento feito à Administração, nos termos do § 2º do art. 15 das Normas para a
Apuração de Irregularidades Administrativas.

Caso o responsável pelo dano não realize o adequado ressarcimento correspondente ao prejuízo
apurado, encaminhem-se os presentes autos ao (setor responsável) para instauração de Sindicância para
apuração de responsabilidade, nos termos das Normas para a Apuração de Irregularidades
Administrativas.
( ) Rejeito a proposta elaborada ao final deste Termo Circunstanciado Administrativo, conforme motivos
expostos a seguir:

Decisão:

Encaminhem-se os presentes autos ao (setor responsável) para registro e acompanhamento do


ressarcimento do débito no Sistema de Acompanhamento de Dano ao Erário (SISADE), nos termos das
Normas para a Apuração de Irregularidades Administrativas. Publique-se a presente Decisão em Boletim
Interno.
NOME POSTO IDT

LOCAL / DATA ASSINATURA

ABERTURA DE PRAZO PARA O RECONHECIMENTO DA DÍVIDA E PARA O RESSARCIMENTO


(preencher somente em caso de conduta culposa do agente)
Em razão do exposto na análise acima, ofereço ao agente a oportunidade de, no prazo de 05 (cinco)
dias úteis, a contar da presente data, reconhecer a dívida mediante a assinatura do Termo de
Reconhecimento de Dívida, autorizar o desconto em contracheque ou efetuar o ressarcimento
correspondente ao prejuízo causado.
ASSINATURA DO INDICADO COMO RESPONSÁVEL PELO DANO DATA

/ /

4. Principais aspectos da Sindicância no Dano ao Erário (Art 19 ao 31 e Anexo


C, da Port. nº 1.845 - C Ex, 29 SET 22)

A sindicância é o procedimento padrão para apuração de indícios de dano ao erário


que atende o devido processo legal permitindo o exercício do contraditório e ampla
defesa. Ela é regulada pela Port. nº 107-Cmt Ex, 13 FEV 12, que aprova as Instruções
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro, e possui


procedimentos gerais da sindicância como: instauração, prazos, termo de abertura,
relatório, encerramento e solução.

4.1 Instauração

A sindicância é um procedimento formal para apuração de fatos de interesse da


administração militar, que quando identificada a figura do sindicado permitirá: resguardar
os direitos dos administrados, os interesses da administração militar e permitir o exercício
do contraditório e ampla defesa.

“Art. 19. A sindicância, nos termos das Instruções Gerais para a Elaboração de
Sindicância, deverá ser adotada como procedimento padrão para a apuração e
ressarcimento de danos ao erário.
Art. 20. A sindicância é o procedimento formal, apresentado por escrito, que tem
por objetivo a apuração de fatos de interesse da administração militar, quando julgado
necessário pela autoridade competente, ou de situações que envolvam direitos. Quando
identificada a figura do sindicado, a sindicância permitirá, também, resguardar os direitos
dos administrados e os interesses da administração militar, possibilitando atender ao devido
processo legal, permitir o exercício do contraditório, a ampla defesa e a utilização dos
meios e recursos decorrentes.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

4.2 Apuração

Isso significa que para apuração de dano ao erário devemos utilizar a Port. nº 1.845-C
Ex, 29 SET 22, em conjunto com a Port. nº 107-C Ex, 13 FEV 12, e outras normas
dependendo do caso. Bons exemplos são as Port. nº 1.555-C Ex, 09 JUL 21 (RAE - no
Capítulo V, Seção VI – dos prejuízos e indenizações – quando se trata de patrimônio); a
Port. nº 039-C Ex, 28 JAN 10 e a Port nº1.534-Cmt Ex, 07 JUN 21 que a modificou, que
trata de acidentes de viaturas.

“Art. 20 (...)

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

§ 3º Por ocasião da instauração e do processamento da sindicância com vistas à


reposição dos danos causados ao erário, deverão ser seguidas as orientações destas
normas em conjunto com as Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito
do Exército Brasileiro e com as normas específicas que regem o objeto que será alvo da
apuração.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

Na instauração da sindicância para apuração de indícios de dano ao erário o Cmt, Ch


ou Dir OM deverá delimitar pormenorizadamente o objeto a ser alvo da apuração e
determinar quando necessária, a consulta, pelos encarregados, à assessoria de apoio
para assuntos jurídicos da OM ou do comando enquadrante, para fim de receber
orientação técnica, quando do recebimento da incumbência, durante o trâmite processual
e antes da elaboração do relatório.
“Art. 22. O Cmt, Ch ou Dir OM, por ocasião da instauração de sindicância para
apurar indícios de dano ao erário, deverá, além de delimitar pormenorizadamente o objeto a
ser alvo da apuração, determinar, quando necessária, a consulta, pelos encarregados, à
assessoria de apoio para assuntos jurídicos da OM ou do comando enquadrante, para fim
de receber orientação técnica, quando do recebimento da incumbência, durante o trâmite
processual e antes da elaboração do relatório.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22)

É importante destacar que na juntada da sindicância devem conter todos os


documentos necessários para a sua apuração, não apenas o IPM que tenha dado origem
à sindicância, e também confeccionar os Anexos B, C, D, E e F da Port. nº 1.845-C Ex,
29 SET 22, no caso de haver responsável(s) pelo dano. Algo importante a destacar é o
Anexo C, onde constam vários modelos de Relatório de Sindicância.

“Art. 22 (...)
§ 1º O Cmt, Ch ou Dir OM determinará, ainda, que o encarregado faça a juntada
aos autos dos seguintes documentos:
I - cópia, quando for o caso, do relatório e da solução do IPM, do relatório e da
solução de sindicância anteriormente instaurada pelos mesmos fatos, do TCAdm, dos
relatórios de trabalhos de auditoria do CCIEx e do CGCFEx, ou de outro documento que
tenha dado origem à sindicância;
II - Matriz de Responsabilização (Anexo D);
III - Ficha de Qualificação do Responsável (Anexo E); e
IV - Demonstrativo Financeiro do Débito individualizado (Anexo F).” (Port nº 1.845-
C Ex, 29 SET 22)

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Na apuração de dano ao erário em que for necessária a emissão de laudo pericial,


poderá solicitar ao Grande Comando enquadrante, preferencialmente, de oficial com
habilitação relacionada ao tipo de perícia necessária, os quais deverão:
 apresentar conclusões e objetivo do exame pericial;
 os laudos de engenharia devem apresentar amparo na
legislação vigente; custos do objeto avaliado através de regras e critérios
para elaboração do orçamentos;
 os pedidos de cooperação que exigirem o profissional com
habilitação correspondente ao tipo de perícia necessária, devem ser
realizados, via Grande Comando; e
 os pedidos de cooperação às Comissão Regional de Obras
(CRO) devem ser elaborados de maneira clara e inequívoca pelo
encarregado do procedimento administrativo.

“Art. 23. Na apuração de dano ao erário em que for necessária a emissão de laudo
pericial, o encarregado, após estabelecer a lista de quesitos a serem respondidos pelos
peritos, poderá solicitar ao Grande Comando enquadrante de vinculação da OM, por
intermédio dos canais de comando e em conformidade com a respectiva legislação, a
designação, preferencialmente, de oficial com habilitação relacionada ao tipo de perícia
necessária.
§ 1º Entende-se por laudo pericial o documento elaborado por um ou mais peritos,
no qual se apresentam conclusões do exame pericial. No laudo, responde-se aos quesitos
que foram formulados pelo encarregado da sindicância ou do IPM ou propostos pelas
partes interessadas.
§ 2º Nos procedimentos administrativos em que for necessária a emissão de laudo
pericial, independentemente de sua natureza (engenharia, contábil, tecnologia da
informação, entre outros), é obrigatória a apresentação de parecer conclusivo e objetivo.
§ 3º Os laudos de engenharia devem apresentar amparo na legislação vigente,
principalmente com relação à formação dos custos do objeto avaliado tomando como
referência ao Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
(SINAPI) ou na tabela do Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO).
§ 4º A composição dos custos de engenharia deve estar de acordo com o Decreto
nº 7.983, de 2013, o qual estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de
referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos
orçamentos da União, ou normativo que o substituir.
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

§ 5º A composição dos custos de engenharia, não previstos na tabela SINAPI ou


SICRO (composição própria), deve ser demonstrada pelo engenheiro responsável.
§ 6º Os pedidos de cooperação que exigirem o profissional com habilitação
correspondente ao tipo de perícia necessária, devem ser realizados, via Grande Comando,
quando o parecer de engenheiro ou de profissional técnico qualificado se faça
imprescindível à identificação e à elucidação de atos e de fatos relacionados a obras e
serviços de engenharia.
§ 7º A lista de quesitos a serem respondidos que acompanham os pedidos de
cooperação às Comissão Regional de Obras (CRO) deve ser elaborada de maneira clara e
inequívoca pelo encarregado do procedimento administrativo.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET
22)

De acordo com a legislação, o sindicante deverá observar desde o início da


sindicância, fazendo constar na parte conclusiva do relatório (Anexo C), o parecer
contemplando, obrigatoriamente, manifestação específica, conforme as situações a
seguir:
I- Acidentes com viaturas - Portaria nº 039-C Ex, de 28 de janeiro de 2010, que
aprova as Instruções Gerais para Apuração de Acidentes Envolvendo Viaturas
Pertencentes ao Exército e Indenizações de Danos Causados à União e a Terceiros com
as alterações da Portaria nº 1.534-C Ex, de 7 de junho de 2021;
II- nos casos de prejuízo imputado à União - Art. 135 da Portaria nº 1.555-Cmt Ex,
9 de julho de 2021 – RAE.
III- em todos os casos:
 Se há ou não dano ao erário;
 Se houve contraditório e ampla defesa através de oitivas aos agentes que
tenham participado direta ou indiretamente do fato em apuração;
 No caso de haver responsável informar a relação deste com a situação que
deu origem ao dano, baseado na Matriz de Responsabilização (Anexo D);
 As razões pela não imputação de prejuízo ao sindicado;
 A existência de direitos do responsável ou de terceiros;
 Outras situações que devam ser relatadas a Adm Militar;
 Boletins Informativos da SEF em resposta aos questionamentos dos
CGCFEx;

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

IV- valor do material deverá ser que permita sua reposição por outro idêntico ou
semelhante; e
V- ocorrência de casos fortuitos ou de força maior, previstos no Art. 135 do RAE.

Art. 24. O sindicante deverá observar desde o início da sindicância, fazendo constar
na parte conclusiva do relatório (Anexo C), o parecer contemplando, obrigatoriamente,
manifestação específica, conforme as situações a seguir:
I - nos casos de acidentes com viaturas, a sindicância deverá ser instruída em
conformidade com as Instruções Gerais para a Apuração de Acidentes Envolvendo Viaturas
Pertencentes ao Exército e Indenizações de Danos Causados à União e a Terceiros (IG 10-
44), ou norma que venha a substituí-la;
II - nos casos de prejuízo imputado à União, o encarregado da sindicância deverá
se manifestar sobre a existência de causa que justifique a imputação à União, conforme
legislação vigente;
III - em todos os casos:
a) se há ou não dano ao erário, com a descrição detalhada da situação que deu
origem ao dano, lastreada em documentos, narrativas e outros elementos probatórios que
deem suporte à comprovação de sua ocorrência; além de se manifestar sobre a existência
de dolo, negligência, imprudência ou imperícia por parte do sindicado;
b) proceder à oitiva daqueles que tenham exercido as funções relacionadas aos
fatos a serem apurados à época da ocorrência de tais fatos e, ainda, de outros agentes que
tenham participado direta ou indiretamente do fato em apuração;
c) evidenciação, por intermédio da Matriz de Responsabilização (Anexo D), exceto
nos casos de prejuízo imputado à União, da relação entre a situação que deu origem ao
dano e a conduta ilegal, ilegítima ou antieconômica da pessoa física ou jurídica a quem se
imputa a obrigação de ressarcir os cofres públicos;
d) as razões pela não imputação de prejuízo ao sindicado;
e) a existência de direitos do responsável ou de terceiros;
f) outras situações que devam ser relatadas à administração militar; e
g) os entendimentos da Secretaria de Economia e Finanças (SEF), exarados em
resposta às consultas formuladas e inseridas na intranet daquela Secretaria e nos Boletins
Informativos dos CGCFEx.
IV - o valor do material, para efeito de indenização, será aquele que permita sua
reposição por outro idêntico ou semelhante, observados os critérios estabelecidos em
legislação específica ou, quando adquirido pela OM, o fixado pela administração; e
V - a ocorrência de casos fortuitos ou de força maior, para isenção de
responsabilidade previstos no RAE, ou normativo que o substituir.” (Port nº 1.845-C Ex, 29
SET 22)
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Sobre a imputação do dano à União, a Portaria nº 1.555 - C Ex, 9 de julho de 2021 –


Regulamento de Administração do Exército), no parágrafo 1º do seu Art. 134 informa que
os prejuízos ou danos caudados à União não serão indenizados nos casos fortuitos e de
força maior, conforme o descrito no Art. 135, qual seja:

“Art. 135. Podem ser considerados casos fortuitos ou de força maior, para isenção
de responsabilidade, os resultantes de:
I - incêndio, desmoronamento, inundação, submersão, tormenta, terremoto e
sinistros terrestres, aéreos, fluviais e marítimos;
II - estragos produzidos por animais daninhos;
III - epidemias e moléstias contagiosas;
IV - roubo, furto ou extorsão;
V - insolvência de estabelecimento bancário, onde foram, na conformidade de
legislação específica, abertas contas correntes para créditos de recursos ou autorizados
depósitos de valores;
VI - estragos produzidos em armas ou em qualquer outro material, por explosão ou
acontecimento imprevisível;
VII - acidente ou inutilização em serviço ou instrução, comprovado em sindicância,
parecer técnico ou inquérito;
VIII - saque ou destruição pelo inimigo, destruição ou abandono forçado pela
aproximação deste; e
IX - inutilização decorrente de operações de cooperação e coordenação com
agências, mediante comprovação da situação.
§ 1º O material contaminado por moléstia contagiosa será incinerado ou destruído
com base em parecer escrito de médico militar ou civil designado.
§ 2º Na avaria, dano ou inutilização de imóvel, deverá ser solicitado parecer técnico
da RM.
§ 3º Os agentes devem tomar todas as medidas e cuidados necessários para evitar
danos ou prejuízos.
§ 4º Nos casos previstos neste artigo, o agente responsável levará imediatamente o
fato ao conhecimento da autoridade a que estiver diretamente subordinado, por meio de
documento ou verbalmente, prestando-lhe todas as informações e esclarecimentos acerca
das circunstâncias em que tenha ocorrido” (Port nº 1.555 C Ex, 9 JUL 21 - RAE)

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

Nos casos de pagamentos indevidos, o sindicante deverá observar as seguintes


particularidades relativas ao pessoal da ativa, veterano, anistiado político, militar,
pensionista de militar e servidores civis e pensionistas em suas diversas modalidades:
 Indicação, como sindicado, daquele que foi beneficiado com a implantação
da verba indevida;
 Relato sobre o contexto fático que levou à implantação da verba imerecida;
 A data da implantação da verba;
 Se houve influência ou interferência, por parte do beneficiado, na
implantação;
 Se havia dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da
norma em que se fundamentaria o direito à verba, no momento da edição do
ato que autorizou o pagamento da mesma;
 Se era razoável, ainda que errônea, a interpretação, pela administração, da
norma em que se fundamentaria o direito à verba; e
 Se houve boa-fé ou comprovada má-fé por parte do beneficiado.
Nos casos de dano em instalações ou de perda ou extravio de materiais diversos o
encarregado da sindicância deverá se manifestar sobre a existência de dolo, negligência,
imprudência ou imperícia por parte do sindicado.
Nos casos de acidentes com viaturas, aplicar o previsto na Port. nº 039-C Ex, 28 JAN
10 com a Port nº1.534-C Ex, 9 de julho de 2021 que a modificou.

“Art. 25. Além do disposto no artigo anterior, nos casos de pagamentos indevidos
relativos ao pessoal da ativa, inativo, anistiado político, militar, pensionista de militar e
servidores civis e pensionistas em suas diversas modalidades, o sindicante deverá
observar as seguintes particularidades deste artigo, bem como as previstas do art. 26 ao
art. 30 deste capítulo:
I - indicação, como sindicado, daquele que foi beneficiado com a implantação da
verba indevida ou beneficiado com a não desimplantação da verba indevida;
II - relato sobre o contexto fático que levou à implantação, ou a não
desimplantação, da verba imerecida;
III - a data da implantação, ou da não desimplantação, da verba, de modo a
identificar a sujeição, ou não, do ato à disciplina do art. 54, da Lei 9.784, de 1999;
IV - se houve influência ou interferência, por parte do beneficiado, na implantação
ou não desimplantação;

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

V - se havia dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da


norma em que se fundamentaria o direito à verba, no momento da edição do ato que
autorizou o pagamento da mesma;
VI - se era razoável, ainda que errônea, a interpretação, pela administração, da
norma em que se fundamentaria o direito à verba; e
VII - se houve boa-fé ou comprovada má-fé por parte do beneficiado.” (Port nº
1.845-C Ex, 29 SET 22).

Se for comprovada a MÁ FÉ, o benefício será anulado e TODOS os valores


recebidos indevidamente serão ressarcidos.
Se for presumida a boa-fé:
 a Adm não poderá exigir a devolução dos valores recebidos a mais de 5
anos (Art. 54 a Lei nº 9.784, de 1999) nem a anulação ou revisão da
implantação, exceto se: o beneficiário voluntariamente poderá mediante
declaração expressa, suprimir ou restituir a verba recebida
indevidamente, e os valores forem recebidos por força de decisão
precária, posteriormente, reformada;
 valores recebidos indevidamente há menos de cinco anos não
necessitam ser devolvidos, tendo em vista errônea interpretação da lei
por parte da administração;
 mediante sindicância poderá o benefício imerecido recebido há menos
de cinco anos, ser corrigido e também voluntariamente ser restituídos; e
 pagamentos indevidos decorrentes de erro administrativo, estão
sujeitos à devolução pelo agente, ressalvadas comprovada sua boa-fé
objetiva.

“Art. 26. Se a sindicância comprovar a má-fé do beneficiado pelo pagamento


indevido, a Administração deverá anular o benefício e buscar o ressarcimento de todas as
quantias pagas de forma indevida ao beneficiado.
Art. 27. Se a sindicância presumir a boa-fé do beneficiado pelo pagamento indevido,
e este estiver recebendo o benefício há mais de 5 (cinco anos), em atenção ao art. 54 da
Lei 9.784, de 1999 e ao princípio da segurança jurídica, a Administração não poderá exigir
do beneficiado a devolução dos valores recebidos nem poderá realizar a anulação ou
revisão da implantação, salvo se:

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

I - o beneficiado, voluntariamente, mediante declaração expressa, se disponha a ter


suprimida de seus vencimentos a verba irregularmente implantada ou não desimplantada;
II - o beneficiado declarou expressamente, que deseja restituir os valores recebidos
indevidamente; e
III - os valores forem recebidos por força de decisão judicial precária,
posteriormente, reformada.
Art. 28. Se a sindicância presumir a boa-fé do beneficiado pelo pagamento indevido,
e este estiver recebendo o benefício há menos de cinco anos, o mesmo estará dispensado
de devolver as quantias recebidas indevidamente em decorrência de errônea interpretação
da lei por parte da Administração, nos termos do art. 5º destas Normas.
§ 1º Nas situações de que trata o caput deste artigo, a Administração deverá, após
a conclusão da sindicância ou exauridas as esferas recursais, realizar a correção do
benefício imerecido.
§ 2º Nas situações de que trata o caput deste artigo, caso o beneficiado declare
expressamente, poderá restituir os valores recebidos indevidamente.
§ 3º Os pagamentos indevidos decorrentes de erro administrativo (operacional ou
de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela
Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o agente,
diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de
que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

Quando não for possível alcançar o beneficiado, incidirá sobre os agentes da


administração que deram causa ao dano, se comprovadamente, for constatada a
responsabilidade subsidiária dos agentes, por meio de sindicância:
 os valores ficam limitado ao valor do dano apurado relativos aos
pagamentos já efetuados;
 comprovada a boa-fé do agente, a União deverá absorver os prejuízos;
 comprovada a responsabilidade subsidiária, serão contabilizados para
fins de ressarcimento os últimos 5 anos, salvo se ocorreu dolo por parte
dos agentes, quando então serão considerados todo o período,
tornando-se o dano imprescritível;
 a apuração da responsabilidade subsidiária poderá ser extinta, quando
ocorrerem concomitantemente os pressupostos de ausência de má-fe e
os agentes não terem sido notificados em até 10 (dez) anos do primeiro
pagamento indevido.
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

 a sindicância que apurar a responsabilidade subsidiária dos agentes da


administração deverá ser instaurada no âmbito da OM onde ocorreram,
se necessária, a OM que promoveu a apuração original deverá remeter
os autos da sindicância para o CGCFEx de vinculação, que
providenciará a remessa dos autos da sindicância original ao CGCFEx
que tiver jurisdição sobre a OM na qual deverá ser instaurado o novo
procedimento. O CGCFEx que receber os autos da sindicância, deverá
orientar a OM quanto ao local no qual será instaurada a nova
sindicância. O novo procedimento apuratório, terá por objetivo esclarecer
os fatos que contextualizaram o recebimento indevido.

“Art. 29. O fixado nos art. 27 e 28 incidirá sobre os agentes da administração que
deram causa ao dano, quando não for possível alcançar o beneficiado e,
comprovadamente, for constatada a responsabilidade subsidiária destes agentes, por meio
de sindicância ou procedimento similar que garanta o direito ao contraditório e à ampla
defesa.
§ 1º A responsabilidade subsidiária de que trata este artigo, em relação à devolução
dos valores indevidos (ou ao ônus pela recomposição do erário), fica limitada ao valor do
dano apurado em relação aos pagamentos indevidos já efetuados, por ocasião da
constatação da responsabilidade subsidiária dos agentes da administração, respeitada a
legislação em vigor.
§ 2º Caso seja demonstrado, concomitantemente, que o agente da administração
agiu com boa-fé, que havia dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência
da norma em que se fundamentava a concessão da verba, e que era razoável, ainda que
errônea, a interpretação da legislação, o agente não será responsabilizado, devendo a
União absorver os prejuízos de que tratam os art. 27 e 28.
§ 3º Subsistindo a responsabilidade subsidiária dos agentes envolvidos na
implantação indevida, o período a ser contabilizado para fins de ressarcimento ao erário,
alcançará os 5 (cinco) anos imediatamente anteriores ao dia em que se operou a
decadência para a administração rever o ato, ou seja, o período em que a verba imerecida
não havia se consolidado no patrimônio do beneficiário, salvo se configurado o dolo dos
agentes, quando então a pretensão de ressarcimento terá caráter imprescritível.
§ 4º O Cmt, Ch, Dir OM que determinar a apuração da responsabilidade subsidiária
dos agentes da administração poderá reconhecer e determinar a extinção do processo,
quando presentes concomitantemente os seguintes pressupostos:
I - ausência de má-fé dos agentes da administração; e

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

II - os agentes da administração não terem sido notificados em até 10 (dez) anos do


primeiro pagamento indevido.
Art. 30. A sindicância que apurar a responsabilidade subsidiária dos agentes da
administração envolvidos nos fatos que levaram aos pagamentos indevidos deverá ser
instaurada no âmbito da OM onde ocorreram.
§ 1º - Se necessária a apuração de responsabilidade subsidiária dos agentes da
administração, a OM que promoveu a apuração original deverá remeter os autos da
sindicância para o CGCFEx de vinculação, o qual, após realizar a análise de processo,
providenciará a remessa dos autos da sindicância original ao CGCFEx que tiver jurisdição
sobre a OM na qual deverá ser instaurado o novo procedimento.
§ 2º O CGCFEx que receber os autos da sindicância de que trata o parágrafo
anterior, deverá orientar a OM quanto ao local no qual será instaurada a nova sindicância.
§ 3º O novo procedimento apuratório, terá por objetivo esclarecer os fatos que
contextualizaram o recebimento indevido.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

Na solução da Sindicância, o Cmt, Ch ou Dir da OM, devera se manifestar,


obrigatoriamente, no mínimo, acerca dos seguintes pontos:
 imputar efetivamente a responsabilidade a quem deu causa;
 determinar a notificação do responsável, no prazo de 15 (quinze) dias,
do valor a ele imputado;
 oportunizar o responsável que reconheça a dívida, mediante assinatura
do TRD (Anexo B);
 oportunizar o responsável que requeira, no prazo de 10 (dez) dias o
parcelamento da dívida;
 determinar o registro dos documentos constantes do Art. 35, no SISADE;
 determinar que os registros no SISADE tenham atualizados no histórico:
data da realização da notificação do débito, entrada de recursos
administrativos, solicitação de parcelamento de débito, assinatura do
TRD, pagamentos efetuados, inscrição na DAU (dívida ativa da União)
ou ajuizamento de ação de cobrança, judicialização dos fatos,
instauração de TCE e outros eventos necessários aos controles internos
da gestão;
 determinar, se for o caso, instauração de TCE;

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

 determinar, se for o caso, o arquivamento do processo no SISADE e a


respectiva publicação em BI,
 determinar o armazenamento dos autos na Seção de Conformidade de
Registros de Gestão;
 a responsabilidade será, em princípio, solidária em relação aos que
deram causa;
 Na responsabilidade solidária há multiplicidade de devedores, os quais
estão obrigados pela totalidade da prestação devida;
 o pagamento parcial não é suficiente para afastar a responsabilidade de
um corresponsável, e a remissão por ele obtida não aproveitam aos
outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou
relevada;
 documentos que deverão ser juntados aos autos: cópia da Notificação do
Débito (Anexo H), Termo de Reconhecimento de Dívida (Anexo B),
Requerimento de parcelamento da dívida; e Decisão do Cmt , Ch , Dir
OM quanto ao requerimento de parcelamento da dívida.
 Constará na notificação do débito: prazo de 10 (dez) dias, para recurso
ou requerimento para parcelamento do débito; prazo de 15 (quinze) dias,
para o pagamento em parcela única, através de GRU; prazo de 75
(setenta e cinco) dias, para inscrição no Cadastro de Inadimplentes do
Governo Federal; as informações sobre a margem de pagamento,
parcelas, prazos; a informação do desconto no contracheque,
independentemente de autorização; e a informação de que, na
impossibilidade de ser implantado o desconto em contracheque, o débito
será através de execução da cobrança judicial ou extrajudicial.
 Se o responsável negar a assinar a Notificação de Débito, ela será lida
na presença de 2 (duas) testemunhas, ou remetida ao domicílio
conhecido, por meio de AR (aviso de recebimento), se for desconhecido,
deverá ser notificado por meio de edital publicado no DOU.
 se não houver a elisão do dano, requerimento de parcelamento e
imposição de recurso, o Cmt, Ch ou Dir OM, deverá:
- cientificar o responsabilizado a respeito do desconto
compulsório em folha de pagamento;
- determinar o desconto em contracheque; e

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

- determinar instauração de TCE, inscrição em DAU, na


impossibilidade da implantação do desconto em contracheque ou em
caso de falecimento.

“Art. 31. Na solução da sindicância (Anexo G), o Cmt, Ch ou Dir OM deverá se


manifestar, obrigatoriamente, no mínimo, acerca dos seguintes pontos:
I - imputar, efetivamente, a responsabilidade pelos danos causados àqueles que,
por suas ações ou omissões, deram-lhe causa;
II - determinar que o responsável seja notificado para que recolha, no prazo de 15
(quinze) dias, o valor do prejuízo a ele imputado;
III - dar oportunidade ao responsável para que este reconheça a dívida, mediante a
assinatura do TRD (Anexo B), efetue o pagamento à vista e autorize o desconto em
contracheque;
IV - dar oportunidade ao responsável para que este, na impossibilidade de
pagamento em parcela única, requeira, no prazo de 10 (dez) dias, o parcelamento da
dívida;
V - determinar que os documentos previstos no art. 35 destas Normas sejam
registrados no SISADE ou em sistema equivalente que venha a substituí-lo;
VI - determinar que os registros do procedimento administrativo no SISADE sejam
atualizados com todos os eventos históricos ocorridos após a emissão da Solução, tais
como: data da realização da notificação do débito, se houve entrada de recursos
administrativos, se houve solicitação de parcelamento de débito, se o TRD foi assinado,
como será processado o pagamento do débito, se o processo foi encaminhamento para
inscrição na dívida ativa da União ou para ajuizamento de ação de cobrança, se o
responsabilizado judicializou os fatos, se os fatos desencadearam a instauração de TCE e
outros eventos necessários aos controles internos da gestão;
VII - determinar se for o caso, a instauração de TCE;
VIII - determinar que, no momento oportuno, quando presente as condições
previstas para o arquivamento do procedimento junto ao SISADE, ou de outro sistema que
o substitua, conforme respectivo Manual, que seja publicado em BI dando ordem para
arquivar os processos; e
IX - determinar que os autos dos procedimentos administrativos sejam
armazenados na Seção de Conformidade de Registros de Gestão.
§ 1º A responsabilidade será, em princípio, solidária em relação aos que deram
causa, comissiva ou omissivamente, ao dano, bem como aos que se beneficiaram dos
bens, direitos ou valores advindos dele.
§ 2º Na responsabilidade solidária há multiplicidade de devedores, os quais estão
obrigados pela totalidade da prestação devida. Cada titular, isoladamente, responde pela
totalidade da prestação, embora assista o direito de regresso aos demais.

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

§ 3º Na ocorrência de responsabilidade solidária, o pagamento parcial não é


suficiente para afastar a responsabilidade de um corresponsável.
§ 4º O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou
relevada.
§ 5º Depois de exarada a solução do Cmt, Ch ou Dir OM, os seguintes documentos
deverão ser juntados aos autos:
I - cópia da Notificação do Débito (Anexo H);
II - Termo de Reconhecimento de Dívida (Anexo B);
III - Requerimento de parcelamento da dívida; e
IV - Decisão do Cmt , Ch , Dir OM quanto ao requerimento de parcelamento da
dívida.
§ 6º Da notificação do débito ao responsável, necessariamente, constará:
I - o prazo de 10 (dez) dias, a contar da data da ciência, para apresentar recurso
contra a decisão ou requerimento solicitando o parcelamento do débito;
II - o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da ciência, para o recolhimento do
débito em parcela única, por meio de GRU;
III - a informação sobre a sujeição do responsabilizado ser inscrito, no prazo de 75
(setenta e cinco) dias, no Cadastro de Inadimplentes do Governo Federal, a ter a dívida
registrada em cartório de protesto e à inscrição nos órgãos de proteção ao crédito;
IV - as informações sobre a margem de pagamento, o número de parcelas, prazos,
encargos e correções, no caso de opção pelo parcelamento;
V - a informação de que, ultrapassado o prazo concedido, sem o pagamento
espontâneo, o débito poderá vir a ser descontado diretamente em contracheque, em
parcela única ou parcelado, independentemente de autorização; e
VI - a informação de que, na impossibilidade de ser implantado o desconto em
contracheque, o débito será encaminhado aos órgãos responsáveis pela execução da
cobrança judicial ou extrajudicial.
§ 7º Se o responsável se negar a assinar a notificação de que trata o parágrafo
anterior, a mesma será lida de inteiro teor na presença de 2 (duas) testemunhas ou, ainda,
poderá ser remetida ao endereço residencial dos responsáveis por meio de AR, que deverá
ser anexado aos autos.
§ 8º Quando o domicílio do responsável for indefinido, a notificação deverá ser
efetuada por meio de edital publicado no DOU, com cópia anexada aos autos.
§ 9º Não havendo a elisão do dano ou o requerimento de parcelamento do débito e
não havendo a interposição de recurso ou exaurida as instâncias recursais, o Cmt, Ch ou
Dir OM, observado o previsto nestas Normas, deverá:
I - cientificar o responsabilizado quanto ao desconto compulsório em folha de
pagamento, inclusive acerca do valor e da quantidade de parcelas;
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

II - determinar a implantação de desconto em contracheque do militar, ativo ou


inativo, do anistiado político militar e do pensionista de militar, informando se o desconto
deve ser de uma só vez ou parcelado, independentemente do reconhecimento da dívida e
de autorização para o desconto em contracheque por parte do responsável; e
III - determinar que sejam tomadas as medidas para instauração de TCE, se for o
caso, inscrição em dívida ativa da União ou para ajuizamento de ação de cobrança, na
impossibilidade da implantação do desconto em contracheque.
§ 10. No caso de suspensão dos descontos em contracheque, em razão do
falecimento do responsável, aplica-se o previsto nos incisos III do § 9º deste artigo, sendo
desnecessária a instauração de nova sindicância.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

4.3 – Ressarcimento ao Erário

O ressarcimento do prejuízo deverá ocorrer:

 mediante o pagamento de GRU ou desconto em folha de pagamento;


 o pedido de parcelamento deverá ser efetuado por meio de
requerimento endereçado ao Cmt, Ch ou Dir da OM responsável pela
apuração;
 no caso em que o Cmt, Ch ou Dir OM deferir o requerimento de
parcelamento, deverão ser observados: se o valor mensal descontado
é suficiente para o pagamento dos juros e para a amortização do valor
da dívida atualizado, que o valor não poderá ser inferior ao
correspondente a 10% (dez por cento) da remuneração, o limite de até
60 (sessenta) vezes para o parcelamento, que o valor da parcela do
desconto em contracheque deverá ser atualizado ao menos 1 (uma)
vez por ano ou quando ocorrer alteração na estrutura remuneratória,
que na 12ª (décima segunda) parcela faltante, deverá ser procedido o
ajuste de contas para saldar a dívida;
 constatado pagamento indevido, o ressarcimento será feito em uma
única parcela, observado o limite do desconto;
 quando o valor do crédito da União não exceder R$ 200.000,00
(duzentos mil reais), poderá ser acordado o pagamento em 60
(sessenta) parcelas fixas, observados os seguintes parâmetros: a
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

média da taxa SELIC dos últimos 12 (doze) meses a qual será aplicada
em todo o período do desconto, somadas e divididas em prestações
fixas;
 exauridas as instâncias recursais, novamente oportunizar a
reposição do bem ou o ressarcimento, mediante o pagamento de GRU
ou desconto em folha de pagamento, poderá ser solicitado o pedido de
parcelamento e deverá ser assinado o TRD;
 caso não ocorra o pagamento de GRU nem a solicitação do
parcelamento da dívida, o Cmt, Ch ou Dir deverá cientificar o
responsável a respeito do desconto compulsório em folha de
pagamento, inclusive os valores e as parcelas e caso não seja possível
a implantação do desconto em folha, deverá providenciar a inscrição
na dívida ativa da União ou, observada a legislação correlata, a
instauração de TCE;
 as indenizações imputadas aos militares temporários deverão, sempre
que possível, permitir que os descontos sejam concluídos antes da
respectiva exclusão do serviço ativo.
 na implantação em contracheque deverão ser observados as
legislações em vigor específicas para militar, ativo ou inativo, anistiado
político-militar ou pensionista de militar e também para o servidor ativo,
aposentado ou pensionista de servidor civil, pertencente aos quadros
do Comando do Exército;
 os descontos em contracheque deverão ter como beneficiário, a OM
que realizou a apuração do dano, utilizando código desconto em favor
da UA, de acordo com o disposto na TABPAG do CPEx;
 o numerário oriundo do ressarcimento de recebimentos indevidos
deverão seguir o caderno de orientação nº 8 do CPEx, e havendo
constestação, o Cmt, Ch ou Dir OM deverá quando receber ordem
judicial no sentido de interromper os descontos, deverá cumpri-la e
informar, aguardar o pronunciamento definitivo do Juízo, após a
apreciação do recurso cabível, sendo favorável ao responsável e,
determinar à administração para que mantenha a suspensão dos
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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

descontos, na ocorrência de processo penal transitado em julgado, em


que o militar tenha sido absolvido por negativa de autoria ou
inexistência do fato, caberá o ressarcimento da União ao militar dos
valores eventualmente descontados, os débitos resultantes de
responsabilidade civil não se anulam pela absolvição administrativa ou
criminal.
 A responsabilidade pelo acompanhamento do processo e pela
atualização do débito, até a quitação do dano ou a sua efetiva
inscrição na dívida ativa da União, ou ajuizamento de ação de
cobrança ou instauração de TCE, é da OM onde ocorreu o fato
gerador do dano, independentemente de movimentação ou
transferência para a reserva remunerada do responsável.

“Art. 42. Concluído o procedimento administrativo, o responsabilizado deverá ser


notificado para que efetue a reposição do bem ou o ressarcimento do valor apurado no
prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos, mediante o pagamento de GRU ou desconto em
folha de pagamento, e para que, no prazo de 10 (dez) dias corridos, requeira o
parcelamento do débito ou apresente recurso.
§ 1º O pedido de parcelamento deverá ser efetuado por meio de requerimento
endereçado ao Cmt, Ch ou Dir da OM responsável pela apuração. Ao pedido de
parcelamento deverá ser anexado o correspondente TRD assinado pelo responsabilizado. §
2º É de competência do Cmt, Ch ou Dir da OM responsável decidir pela concessão do
parcelamento.
§ 3º Nos casos em que o Cmt, Ch ou Dir OM deferir o requerimento de
parcelamento, deverá definir o valor mensal do desconto, considerando:
I - se o valor da prestação é suficiente para o pagamento dos juros e para a
amortização do valor da dívida atualizado;
II - que o valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10%
(dez por cento) da remuneração, proventos, reparação econômica ou pensão ou, atingido o
limite de desconto, o mais próximo deste valor;
III - o limite de até 60 (sessenta) vezes para o parcelamento da dívida; e
IV - que o valor da parcela do desconto em contracheque deverá ser atualizado ao
menos 1 (uma) vez por ano, e sempre que houver alteração na estrutura remuneratória do
responsabilizado, acrescido dos juros correspondentes, observando que, na 12ª (décima
segunda) parcela faltante, deverá ser procedido o ajuste de contas de forma que o saldo
devedor seja integralmente quitado.
§ 4º Quando constatado pagamento indevido no mês anterior ao processamento da
folha de pagamento, o ressarcimento de valores recebidos indevidamente será feito em
uma única parcela ou, observado o limite de desconto, no menor número possível de
parcelas.
§ 5º Quando o valor do crédito da União não exceder R$ 200.000,00 (duzentos mil
reais), poderá ser acordado com o devedor o pagamento em até 60 (sessenta) parcelas
fixas, que deverá observar os seguintes parâmetros:
I - obtenção da média da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (SELIC) dos últimos 12 (doze) meses anteriores ao parcelamento, considerando
os índices oficiais divulgados;

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II - a taxa média obtida conforme o inciso anterior será considerada a taxa SELIC
mensal fixa a ser aplicada durante todo o período do parcelamento;
III - com a taxa fixa encontrada, projeção do parcelamento para o número de
prestações acordadas, apurando-se os valores mensais de cada prestação;
IV - soma das prestações mensais apuradas; e
V - divisão da soma obtida conforme o inciso anterior pelo número de prestações
acordadas, obtendo-se a parcela fixa mensal.
Art. 43. Concluído o procedimento administrativo e exauridas as instâncias
recursais, o responsabilizado deverá ser novamente notificado para que efetue a reposição
do bem ou o ressarcimento do valor apurado no prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos,
mediante o pagamento de GRU ou desconto em folha de pagamento.
Parágrafo único. Caso o responsabilizado requeira o parcelamento do débito e firme
TRD, serão adotadas as providências na forma do art. 43.
Art. 44. Nas situações do art. 43, após o ciente do responsável notificado, e não
tendo sido recolhido o valor no prazo estipulado por meio de GRU, nem o requerimento de
parcelamento, o Cmt, Ch ou Dir OM adotará as seguintes providências:
I - cientificar o responsabilizado quanto ao desconto compulsório em folha de
pagamento, inclusive acerca do valor e da quantidade de parcelas;
II - independentemente do reconhecimento da dívida, determinará o desconto no
contracheque do responsabilizado, observado o disposto nestas Normas e no RAE e os
limites estabelecidos na legislação em vigor; e
III - na impossibilidade de implantação do desconto no contracheque, face ao
elevado valor da dívida, à limitação da margem consignável do militar, ativo ou inativo, do
anistiado político militar, do servidor público e do pensionista de militar ou outras razões que
impossibilitem o referido desconto, deverão ser tomadas as providências para inscrição na
dívida ativa da União ou, observada a legislação correlata, a instauração de TCE, nos
termos do art. 35 e dos art. 64 a 70 destas Normas.
§ 1º Na impossibilidade de o desconto em contracheque, de que trata o inciso II do
caput, ser efetuado em única parcela, o débito poderá ser pago em parcelas mensais
descontadas dos vencimentos ou quantia que, a qualquer título, os responsáveis pela
indenização recebam do Comando do Exército.
§ 2º Nos casos em que houver parcelamento da dívida, o Cmt, Ch ou Dir OM
definirá o valor mensal do desconto, considerando:
I - se o valor da prestação é suficiente para o pagamento dos juros e para a
amortização do valor da dívida atualizado;
II - o menor número de prestações possível, levando-se em conta o limite máximo
disponível da margem consignável do responsável;
III - o limite de até 60 (sessenta) vezes para o parcelamento da dívida; e
IV - que o valor da parcela descontado em contracheque deverá ser atualizado ao
menos 1 (uma) vez por ano e sempre que houver alteração na estrutura remuneratória,
acrescido dos juros correspondentes, observando que, na 12ª (décima segunda) parcela
faltante, deverá ser procedido o ajuste de contas de forma que o saldo devedor seja
integralmente quitado.
Art. 45. As indenizações a imputar ou imputadas aos militares temporários deverão
ser dimensionadas, sempre que possível, de modo a permitir que os descontos sejam
concluídos antes da respectiva exclusão do serviço ativo.
Art. 46. Na implantação dos descontos no contracheque do responsável, deverão
ser observadas as seguintes prescrições:
I - se militar, ativo ou inativo, anistiado político-militar ou pensionista de militar, os
descontos deverão observar as disposições constantes na Medida Provisória nº 2.215-10,
de 2001, na Lei 13.954, de 2019, na Portaria- C Ex nº 1.312, de 2020, na Portaria nº 124-
SEF/C Ex, de 2021 e na Portaria GM-MD nº 2.791, de 2021, ou normas que venham a
substituí-las; e
II - se servidor ativo, aposentado ou pensionista de servidor civil, pertencente aos
quadros do Comando do Exército, os descontos deverão observar a Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e o Decreto nº 8.690, de 11 de março de 2016, ou normas que venham
a substituí-las.

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§ 1º Os descontos em contracheque para fins de ressarcimento ao erário deverão


ter, como beneficiário do desconto, a OM que realizou a apuração do dano. Esta OM, por
sua vez, providenciará o recolhimento do numerário à União, conforme códigos de
recolhimento parametrizados para uso no Exército.
§ 2º Nas situações do parágrafo o anterior, o numerário oriundo do ressarcimento
de recebimentos indevidos deverão seguir o caderno de orientação nº 8 do Centro de
Pagamento do Exército, ou manual que o substituir.
Art. 47. Implantado o desconto em contracheque e havendo contestação judicial
pelo responsável, o Cmt, Ch ou Dir OM deverá proceder da seguinte forma:
I - quando receber ordem judicial no sentido de interromper os descontos, deverá
cumpri-la e informar ao Juízo e à correspondente Assessoria de Apoio para Assuntos
Jurídicos para adoção das medidas cabíveis;
II - aguardar o pronunciamento definitivo do Juízo e, sendo a decisão judicial
desfavorável ao responsável pelo prejuízo, restabelecer o desconto;
III - caso a decisão, após a apreciação do recurso cabível, seja favorável ao
responsável e, consequentemente, determine à administração para que mantenha a
suspensão dos descontos, deverá informar ao CGCFEx e esta ao CCIEx para a adoção das
providências cabíveis;
IV - nos casos de ocorrência de processo penal transitado em julgado, em que o
militar tenha sido absolvido por negativa de autoria ou inexistência do fato, caberá o
ressarcimento da União ao militar dos valores eventualmente descontados, devidamente
atualizados, após consulta à correspondente assessoria de apoio para assuntos jurídicos; e
V - Os débitos resultantes de responsabilidade civil não se anulam pela absolvição
administrativa ou criminal, exceto quando, após trânsito em julgado, a decisão penal
entender pela inexistência de fato ou de autoria da conduta danosa.
Art. 48. A responsabilidade pelo acompanhamento do processo e pela atualização
do débito, até a quitação do dano ou a sua efetiva inscrição na dívida ativa da União, ou
ajuizamento de ação de cobrança ou instauração de TCE, é da OM onde ocorreu o fato
gerador do dano, independentemente de movimentação ou transferência para a reserva
remunerada do responsável.
§ 1º Se no curso da apuração sobrevier, como sindicado, o Cmt, Ch ou Dir da OM,
a sindicância deverá ser remetida ao Escalão Superior da OM em que foi gerada o dano, e
a este caberá a responsabilidade atribuída no caput deste artigo.
§ 2º Nos casos de pagamento de pessoal, quando constatada a responsabilidade
subsidiária decorrente de pagamentos indevidos, a apuração do dano e da respectiva
responsabilidade pela implantação indevida, bem como o acompanhamento decorrente,
serão efetivados no âmbito da OM onde ocorreu o ato administrativo indevido.
§ 3º Nas situações previstas no art. 75 destas Normas, o registro e
acompanhamento do processo, no SISADE, até o seu deslinde é da OM responsável pela
apuração.
§ 4º Nos casos em que não houve a elisão do dano, a OM que instaurou o
procedimento administrativo de apuração deve:
I - para processos cujos valores sejam inferiores ao estabelecido pelo TCU para fins
de instauração de TCE: encaminhar o procedimento para inscrição na dívida ativa da União
ou para o ajuizamento de ação de cobrança, conforme o caso; e
II - para processos cujos valores sejam iguais ou superiores ao estabelecido pelo
TCU para fins de instauração de TCE, cumpridos os demais requisitos para sua
deflagração: a persecução da restituição do dano deve se dar por meio da instauração de
TCE.
Art. 49. Os débitos provenientes de deliberações do TCU ou decisões judiciais
deverão ser ressarcidos de acordo com as orientações desses respectivos órgãos.
Art. 50. Em decorrência de cumprimento de decisão liminar, os valores pagos a
título de tutela antecipada ou de sentença que venha a ser revogada ou rescindida serão
atualizados até a data do ressarcimento, observadas eventuais especificidades constantes
do respectivo parecer com força executória, encaminhado pela Advocacia-Geral da União
(AGU).” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

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4.4 – Contagem de prazos

Os prazos para a conclusão da Sindicância serão os previstos no Art. 9º da Port. nº


107 – C Ex, de 13 de fevereiro de 2012 (Aprova as Instruções Gerais para a Elaboração
de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro - EB10-IG-09.001 - dá outras
providências) e os constantes nos Art. 42, 59 e 64 da Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22:

Descrição Até dias


(corridos)

Concluído o procedimento administrativo, o responsabilizado deverá


ser notificado para que efetue a reposição do bem ou o ressarcimento
do valor apurado no prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos, 15
mediante o pagamento de GRU ou desconto em folha de pagamento.
(Art. 42)

Concluído o procedimento administrativo, o responsabilizado poderá


requerer o parcelamento do débito ou apresentar recurso, no prazo 10
previsto de 10 (dez) dias. (Art. 42)

As OM deverão inscrever no CADIN os responsáveis por dívidas de


valor igual ou superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme
regulamentado pelo Ministério da Defesa, no prazo previsto de 75
(setenta e cinco) dias, a contar da Notificação do Débito (Anexo H) 15 + 75
expedida ao devedor. A comunicação expedida por via postal ao
devedor será considerada entregue após 15 (quinze) dias da
respectiva expedição. (Art. 64)

O Cmt, Ch ou Dir OM, no prazo previsto de 90 (noventa) dias, fixado na


Notificação do Débito, deverá adotar as providências necessárias para 90
a inscrição na dívida ativa da União. (Art. 59)

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4.5 – Modelo
ANEXO C
MODELO DE RELATÓRIO DE SINDICÂNCIA

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
(escalão superior)
(escalão considerado)

RELATÓRIO

I - INTRODUÇÃO

A presente sindicância foi instaurada, por determinação do


Sr................................... (NOMEAR E INDICAR A FUNÇÃO DA AUTORIDADE
INSTAURADORA E NÚMERO E DATA DA RESPECTIVA PORTARIA DE
INSTAURAÇÃO), para apurar …...........(SÍNTESE DOS FATOS RELACIONADOS À
IRREGULARIDADE ADMINISTRATIVA), narrado(s) no DIEx (OU OUTRO DOCUMENTO)
nº …............., (INDICAR AUTOR DO DOCUMENTO QUE DEU ORIGEM À
SINDICÂNCIA/PROCESSO ADMINISTRATIVO), conforme documento de fls…................,
tendo como sindicado …..... (DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SINDICADO - PESSOA
DIRETAMENTE ENVOLVIDA OU SOBRE QUEM PESA A ACUSAÇÃO - QUANDO
HOUVER).

II– DILIGÊNCIAS REALIZADAS

Com o escopo de reunir elementos probatórios que pudessem esclarecer o fato


objeto da presente sindicância/processo administrativo, este encarregado houve por bem
diligenciar, conforme despacho(s) de fls …......, (SE HOUVER), tendo sido procedidas as
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seguintes diligências: (Observação: relacionar todas as ações desenvolvidas, tais como:


documentos expedidos e recebidos (fls...., .... e ......); inquirições e acareações procedidas
(fls...., ......, ..... e ......); laudos periciais realizados (fls......, ......., ....... e .....); outros
documentos juntados aos autos (fls. ..... e .......); etc).
Observações: nos casos de apuração de recebimentos indevidos, entre outros
levantamentos relacionados ao tema, o sindicante deverá (rol exemplificativo):
a) nos casos em que o recebimento indevido já esteja consolidado na esfera de
direitos do sindicado: verificar se o sindicado autoriza, por declaração expressa, a ter
suprimida de seus vencimentos a verba irregularmente implantada ou não desimplantada;
b) nos casos em que o sindicado/beneficiado não seja obrigado a restituir os
valores recebidos indevidamente: verificar se o beneficiado não se propõe, por declaração
expressa, a restituir os valores recebidos indevidamente.

III– PARTE EXPOSITIVA

Foi assegurado ao sindicado o direito ao contraditório e à ampla defesa,


conforme preconizado nas Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito
do Exército Brasileiro - EB-10-IG-09.001. (ou conforme previsto na Lei do Processo
Administrativo) (Observação: o presente parágrafo só será cabível quando houver a figura
do sindicado).
Da análise de todas as peças que compõem a presente sindicância/processo
administrativo, restou apurado que: ....(narrar de forma ordenada, coerente e
circunstanciada, em parágrafos claros, precisos e concisos, o que restou apurado a
respeito da irregularidade administrativa investigada, segundo os elementos probatórios
coligidos aos autos - depoimentos, acareações, perícias, documentos e outras diligências
-; nesse contexto, o sindicante/encarregado do procedimento deve fazer uma análise
comparativa e valorativa desses elementos probatórios, destacando os aspectos que
contribuíram para a formação de sua convicção, apontando, inclusive, as normas legais
pertinentes, se for o caso).
Outras Orientações, conforme cada situação apurada (rol exemplificativo):
1) Nos casos em que a sindicância/processo administrativo for instaurado com
base em IPM, TCAdm, relatórios de trabalhos de auditoria do CCIEx e do CGCFEx, ou

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instaurada com base em outra sindicância, o encarregado deverá analisar o relatório, a


solução e outras informações disponíveis destes procedimentos para dar início à
instrução da sindicância/processo administrativo.)
2) A notificação prévia, além do previsto nas Instruções Gerais para a
Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro (EB-10-IG-09.001), pode ser
efetuada por via postal com Aviso de Recebimento (AR), por telegrama ou outro meio que
assegure a certeza da ciência do interessado. No caso de interessados indeterminados,
desconhecidos ou com domicílio indefinido, a notificação prévia deverá ser efetuada por
meio de edital publicado no Diário Oficial da União (DOU), com cópia anexada aos autos.
3) Na apuração de dano ao erário em que for necessária a emissão de Laudo
Pericial, o encarregado, após estabelecer a lista de quesitos a serem respondidos pelos
peritos, poderá solicitar à região militar (RM), ao Grupamento Logístico (Gpt Log) ou ao
Grupamento de Engenharia (Gpt E) de vinculação da OM, por intermédio dos canais de
comando e em conformidade com a respectiva legislação, a designação,
preferencialmente, de oficial com habilitação relacionada ao tipo de perícia necessária.
4) avaliar as questões relacionadas à responsabilidade subsidiária dos agentes
da administração, principalmente nos casos relacionados a pagamentos indevidos;
5) avaliar as questões relacionadas à eventual responsabilidade solidária.

IV - PARTE CONCLUSIVA

Pelo que resultou apurado e consoante as provas carreadas aos autos e a


análise realizada na parte expositiva, chega-se à conclusão que o responsável pelo
(EXTRAVIO/DANO) do material da Fazenda Nacional (discriminar o material) é o fulano
de tal, que deverá indenizar o material (CONSTAR O VALOR DO MATERIAL
EXTRAVIADO OU DANIFICADO A SER INDENIZADO), em conformidade com o previsto
no .......(CITAR O ENQUADRAMENTO NA LEGISLAÇÃO PERTINENTE).....
(Observação: sem prejuízo da avaliação da questão quanto ao aspecto disciplinar e
criminal).
Outras Orientações, conforme cada situação apurada a serem explorada (rol
exemplificativo):

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1) O sindicante deverá observar desde o início da sindicância, fazendo constar


na parte conclusiva do relatório (Anexo C) parecer contemplando, obrigatoriamente,
manifestação específica conforme as situações a seguir:
I – nos casos de acidentes com viaturas, a sindicância deverá ser instruída em
conformidade com as Instruções Gerais para a Apuração de Acidentes Envolvendo
Viaturas Pertencentes ao Exército e Indenizações de Danos Causados à União e a
Terceiros, ou norma que venha a substituí-la;
II – nos casos de dano em instalações ou de perda ou extravio de materiais
diversos, o encarregado da sindicância deverá se manifestar sobre a existência de dolo,
negligência, imprudência ou imperícia por parte do sindicado;
III - nos casos de prejuízo imputado à União, o encarregado da sindicância
deverá se manifestar sobre a existência de causa que justifique a imputação à União,
conforme legislação vigente;
IV - em todos os casos:
a) se há ou não dano ao erário, com a descrição detalhada da situação que deu
origem ao dano, lastreada em documentos, narrativas e outros elementos probatórios que
deem suporte à comprovação de sua ocorrência;
b) proceder à oitiva daqueles que tenham exercido as funções relacionadas aos
fatos a serem apurados à época da ocorrência deles e, ainda, de outros agentes que
tenham participado direta ou indiretamente do fato em apuração;
c) evidenciação, por intermédio da Matriz de Responsabilização (Anexo D),
exceto nos casos de prejuízo imputado à União, da relação entre a situação que deu
origem ao dano e a conduta ilegal, ilegítima ou antieconômica da pessoa física ou jurídica
a quem se imputa a obrigação de ressarcir os cofres públicos;
d) as razões pela não imputação de prejuízo ao sindicado;
e) a existência de direitos do responsável ou de terceiros;
f) outras situações que devam ser relatadas à administração militar; e
g) se há entendimentos da Secretaria de Economia e Finanças (SEF), exarados
em resposta às consultas formuladas e inseridas na intranet daquela Secretaria e nos
Boletins Informativos dos CGCFEx aptos a serem aplicados no caso concreto.

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V - o valor do material, para efeito de indenização, será aquele que permita sua
reposição por outro idêntico ou semelhante, observados os critérios estabelecidos em
legislação específica ou, quando adquirido pela OM, o fixado pela administração.
VI - a ocorrência de casos fortuitos ou de força maior, para isenção de
responsabilidade previstos no Regulamento de Administração do Exército (RAE), ou
normativo que o substituir.
2) Além do disposto no item anterior, nos casos de pagamentos indevidos
relativos ao pessoal da ativa, inativos, anistiado político militar, pensionista de militar e
servidores civis e pensionistas em suas diversas modalidades, o sindicante deverá
observar as seguintes particularidades:
I - indicação, como sindicado, daquele que foi beneficiado com a implantação da
verba indevida ou beneficiado com a não desimplantação da verba indevida;
II - relato sobre o contexto fático que levou à implantação, ou a não
desimplantação, da verba imerecida;
III - a data da implantação, ou da não desimplantação, da verba, de modo a
identificar a sujeição, ou não, do ato à disciplina do art 54 da Lei 9.784, de 29 de janeiro
de 1999;
IV -se houve influência ou interferência, por parte do beneficiado, na
implantação ou não desimplantação;
V - se havia dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da
norma em que se fundamentaria o direito à verba, no momento da edição do ato que
autorizou o pagamento da mesma;
VI - se era razoável, ainda que errônea, a interpretação, pela administração, da
norma em que se fundamentaria o direito à verba;
VII - se houve boa-fé ou comprovada má-fé por parte do beneficiado.
VIII - nos casos em que o recebimento indevido já está consolidado na esfera de
direitos do sindicado, informar se o mesmo autorizou, expressamente, a ter suprimida de
seus vencimentos a verba irregularmente implantada ou não desimplantada;
IX - nos casos em que o beneficiado não seja obrigado a restituir os valores
recebidos indevidamente, igualmente, informar se o beneficiado, declarou expressamente
se deseja restituir os valores recebidos indevidamente.

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3) concluir sobre as questões relacionadas à responsabilidade subsidiária dos


agentes da administração, principalmente nos casos relacionados a pagamentos
indevidos;
4) concluir sobre questões relacionadas à eventual responsabilidade solidária.

Local e data

_______________________________
nome e posto/graduação do sindicante

5. Sistema débito TCU

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O sistema débito TCU, mencionado como principal ferramenta de atualização do


débito pode ser encontrado no seguinte site: (sujeito a mudanças)
 https://contas.tcu.gov.br/debito/Web/Debito/CalculoDeDebito.faces

Para melhor entender o funcionamento do sistema será utilizado casos hipotéticos


conforme segue:
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Caso 1:
 Um militar recebeu, indevidamente, o Adicional de Habilitação Militar, no
período de Jan a Abr 20
 Concluída a sindicância, o sindicado foi responsabilizado
 Não foi comprovada a má-fé do beneficiado, ou seja, boa-fé
 Como deve ser feita a atualização deste valor?

Ao levantar os valores que o mesmo recebeu indevidamente, conclui-se a seguinte


situação:
 Jan 20 = R$ 200,00
 Fev 20 = R$ 250,00
 Mar 20 = R$ 250,00
 Abr 20 = R$ 300,00
*Total = R$ 1.000,00
* Este é o valor a ser registrado no campo “Valor Original” do SISADE, veremos esse e
outros aspectos do sistema em capítulos a frente.

O preenchimento no sistema será realizado mês a mês do recebimento, para que


as atualizações de cada mês sejam feitas corretamente, pois o militar não recebeu um
total de R$ 1.000,00 em um mês somente. Dessa forma deve-se preencher o sistema
com o valor débito e incluir data por data conforme segue:

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Jan 20:

Como observado quatro pontos são importantes de preenchimento:


 Data: preenchido com a data do dano, nesse caso do recebimento indevido;
 Tipo: Débito para a dívida e crédito no momento do pagamento (veremos
mais adiante)
 Valor: Valor do dano na data informada
 Depois de inseridas as informações clicar em incluir

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Fev, Mar e Abr 20:


Após a inclusão mês a mês, realizar a operação acima para cada mês, teremos:

Sendo boa-fé, para calcular a atualização basta clicar em calcular saldo:

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Observando-se a tela, temos:


 A Data da Atualização: 17/12/2020, data que foi realizada a atualização para
esse exemplo
 O Saldo total: 1.027,99, ou seja, a atualização foi de 27,99

Essa atualização é aquela inicial para emitir a notificação e cobrar que em 15


(quinze) dias o devedor pague o valor calculado. Pode ser salva, para que futuramente,
caso não seja pago na integralidade o militar ou servidor que está acompanhando o
débito possa continuar as atualizações.

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O arquivo é salvo sem extensão, e para ser aberto novamente pelo programa e
necessário por o .txt, conforme o próprio programa informa.

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Caso 2: Exatamente todos os dados do Caso 1 com uma única diferença: foi
comprovada a má-fé do beneficiado, como deve ser feita a atualização deste valor?
É simples, após preencher todas as parcelas clicar em Aplicar juros e calcular o
saldo:

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MODULO II – ACOMPANHAMENTO DO DANO AO ERÁRIO

A unidade I foi dedicada ao processo apuratório do dano ao Erário, a unidade II


tem por objetivo o acompanhamento do dano ao erário, principalmente nos principais
sistemas.

1. Sistema SISADE

Manual SISADE:
“O SISADE foi idealizado com o objetivo de oferecer ao Comando do Exército uma
ferramenta de acompanhamento, em tempo real, dos processos de apuração de danos ao
Erário ocorridos dentro da Instituição, no que diz respeito ao esclarecimento dos fatos, à
qualificação de responsáveis, à quantificação de valores e à reparação do prejuízo. Além
disso, proporciona diversos tipos de consultas, geração de relatórios e gráficos, bem como
a extração de informações gerenciais.”
O SISADE é o sistema de acompanhamento de dano ao erário, e sendo ele uma
ferramenta que deve ser atualizada em tempo real é importante que o operador saiba
quando e como atualizar o sistema, além disso a própria norma cita o cadastro e as
atualizações no sistema.

Portaria n° 1.845 – C Ex, de 29 SET 22:


“Art. 33. O Cmt, Ch ou Dir OM deverá comunicar a instauração do procedimento
administrativo de apuração ao CGCFEx de vinculação, sempre que houver indícios de dano
ao erário, independentemente dos valores envolvidos e das demais comunicações
regulamentares.
§ 1º O cadastro da portaria de instauração do procedimento administrativo no
SISADE, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, e de todos os demais fatos e atos decorrentes
da apuração é obrigatório e substitui a comunicação de que trata o caput.
§ 2º O acompanhamento por intermédio do SISADE deverá ser atualizado de forma
frequente até o completo desfecho dos procedimentos de apuração, do ressarcimento total
do débito, da efetiva inscrição em dívida ativa ou da imputação do prejuízo à União,
independentemente da movimentação de seu responsável, de sua transferência para a
inatividade ou de sua exclusão do serviço ativo.”
Ou seja, instaurou a portaria já cadastra no SISADE e acompanha até o completo
desfecho do dano, seja inscrito em dívida ativa, imputado a união, gerou novo processo
ou ressarcimento do dano.
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1.1 Acessibilidade

O Acesso ao SISADE é feito atualmente pelo site do CCIEx:


https://sisade.cciex.eb.mil.br/

Antes de apresentar o sistema, temos que ter em mente as permissões existentes


para solicitar o cadastro corretamente. Como esta apostila é dedicada ao
acompanhamento do dano ao erário pela OM, falaremos das principais operações
realizadas pelo Operador e pelo Cmt/Ch/Dir/OD.

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Estágio Setorial de Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário Apostila

1.1.1 Solicitar cadastro:

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1.1.2 Homologação de Senha

Permissão:
SOLICITANTE ORIGEM HOMOLOGADOR

CMT/CH/DIR/OD OM CMT/CH/DIR/OD – em último caso


ADMINISTRADOR/CGCFEx
OPERADOR OM CMT/CH/DIR/OD

*Na passagem de comando o comandante antigo homologa o comandante novo e


o comandante novo exclui o antigo, em último caso, se houver desatenção do
comandante que está entrando e saindo, solicita a CGCFEx.
Uma vez no SISADE, basta consultar e homologar:

1.2 Cadastrar processos

Os processos podem ser cadastrados tanto pelo Operador quando pelo


Cmt/Ch/Dir/OD, porém é normalmente cadastrados pelo Operador.

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O Art. 33, da Port. 1.845-C Ex, 29 SET 22, orienta sobre o prazo de 05 (cinco) dias
úteis, e tempestivo no SISADE da portaria de instauração e o acompanhamento por
intermédio do sistema. Ou seja, assim que for instaurado o processo de apuração de
Dano ao Erário o operador do SISADE deve cadastrar a portaria e já informar no campo
histórico o texto da portaria e outras informações que julgar pertinentes para o
entendimento do processo, e fica um alerta, após o cadastro deve-se realizar o
acompanhamento através de registros no histórico sobre o andamento da portaria
inclusive prorrogações entre outros.

Exemplo:

Portaria nº 007/Sind/AAAJurd/ 12ª CGCFEx


Cidade/Estado, 18 de dezembro de 2020
Do Chefe da 12ª CGCFEx (AUTORIDADE INSTAURADORA)
Ao Ten ESCOVINHA (AUTORIDADE DESIGNADA PARA A FUNÇÃO DE SINDICANTE)
Assunto: instauração de sindicância
Anexo: DIEx nº 77-Garagem, 09 DEZ 20 (OU OUTRO DOCUMENTO QUE MOTIVOU A
SINDICÂNCIA)

Tendo tomado conhecimento dos fatos constantes do(s) documento(s) anexo(s),


que trata sobre acidente ocorrido coma a Viatura L-200 Triton Placa ABC4D33, conduzida
pelo Recruta Zero, acompanhado do Sgt Tainha, uma rua antes do quartel general teve
uma colisão frontal na terça-feira de 8 de dezembro de 2020, com o carro FIAT UNO,
Placa ABC5D77, conduzida pelo Sr Fulano, instauro a respeito esta sindicância para
apurar as circunstâncias que envolvem o caso e suas implicações legais, delegando-vos,
para esse fim, as atribuições que me competem, devendo os trabalhos ser concluídos no
prazo de trinta dias corridos a contar do primeiro dia útil do recebimento desta. O
Processo receberá o NUP: 64307.009079/2020-77.
Obs: se a portaria não possuir NUP o encarregado deve gerar o número e informar
ao a operador do SISADE para o cadastro.

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Como observado alguns campos são de preenchimento automático, enquanto


outros devem ser preenchidos pelo operador, conforme segue:
 Tipo de Processo: no caso Sindicância
 NUP: informado ou na portaria ou pelo encarregado
 Documento de Instauração: no caso portaria, e escrever os dados dela
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 Data do Documento: data da portaria


 Responsável pela Elaboração: nesse caso o sindicante, Ten ESCOVINHA
 Objeto: no caso, Acidente com Viaturas
 Período da Ocorrência: É a data da ocorrência do fato danoso, a data inicial
poderá ser igual a final (caso de incêndio, furto, roubo, acidente de viaturas,
entre outros)
 Data da Ciência do Fato: É a data em que a administração teve
conhecimento do ocorrido, normalmente é a data do documento de
informação do fato, pode ser qualquer documento que dê ciência de
possível dano ao erário, podendo ser, por exemplo, a data da publicação do
relatório do exame de pagamento no caso de verba indevida.
No exemplo poderia ser a data do DIEx da parte de acidente, porém, antes de
preencher esse campo “Data da Ciência do Fato” com a data do DIEx, deve-se atentar
para o previsto na IN 71/2012, alterada pela IN 76/2016, com as seguintes considerações:
“Art. 4º (...)
§1º A instauração da tomada de contas especial de que trata o caput deste artigo
não poderá exceder o prazo máximo de cento e oitenta dias, a contar:
(...)
III – nos demais casos, da data do evento ilegítimo ou antieconômico, quando
conhecida, ou da data da ciência do fato pela administração."
Assim, observa-se que quando a data precisa do evento ilegítimo ou
antieconômico (irregularidade com dano ao Erário) não for de conhecimento do
administrador ou não puder ser precisamente estabelecida, deve-se registrar no campo
"Data de ciência do fato" do SISADE a data em que, por qualquer meio, a Administração
tomou conhecimento do indício da irregularidade. Neste caso é conhecida a data do
acidente, por isso se preenche com a data do evento e não do documento informando.
Outro detalhe da data da ciência do fato é: a existência de mais de um processo
para apuração de uma mesma irregularidade não altera a situação quanto às datas em
comento, que serão sempre relativas ao fato danoso e, portanto, anteriores ao primeiro
processo instaurado.
 Valor original do dano: Registrar o valor do dano SEM acréscimo de
atualização monetária e ou juros. Este campo não poderá ficar em branco

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e/ou com o valor zero, na impossibilidade do registro do valor real, registre


temporariamente o valor estimado do dano.
Logo após o cadastramento a unidade deve registrar no campo histórico o texto da
portaria de instauração.

O Campo histórico deve ser constantemente atualizado, deve ser registrado todas
as informações acerca dos procedimentos do processo, como motivo da instauração,
prorrogações de prazo, entre outras informações referentes ao deslinde do processo.

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1.2.1 Status de processos

Conforme o manual do SISADE disponível no próprio sistema, no momento


existem os seguintes Status de processo:

Título Finalidade
Aguardando julgamento Assim que o processo for encaminhado à JUSTIÇA, para
tal finalidade.
Em acompanhamento do Processos com valor inferior ao previsto para inscrição na
débito/atualização dívida ativa ou para ajuizamento de ação de cobrança.
Em apuração no Órgão Status inicial do processo ao ser cadastrado no Sistema.

Em processo de inscrição na Assim que o processo for encaminhado para tais


dívida ativa ou submetido à finalidades.
PGU
Em processo de pagamento
Será ativado pelo Sistema ao inserir o primeiro
pagamento.
Em acompanhamento no TCE (Comando do Exército), após a fase interna e até o
TCU trânsito em julgado.
TCE (Órgão Externo) até o trânsito em julgado.
Solucionado/Aguardando Após a fase de apuração. Não deve ter seu uso
ressarcimento estendido por mais de SESSENTA DIAS.
Suspenso pela Justiça Quando houver ingerência judicial, até o trânsito em
julgado.

Conforme *Observe que o SISADE deve ser constantemente acompanhado, assim


como o desfecho do dano, nesse caso já se sabe quem é o responsável e o valor da
dívida, apenas falta o início do ressarcimento, que se não ocorrer em sessenta dias, será
inscrito em dívida ativa da União ou pode até mesmo ser instaurada uma TCE.
Importante, esse prazo é para atender o prazo da Portaria PGFN/ME nº 6.155, de maio
de 2021.

1.2.2 Objetos de processos

Conforme o manual do SISADE disponível no próprio sistema, no momento


existem os seguintes Objetos de processo:

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Título Finalidade
Acidente com Viaturas Danos em veículos de transporte terrestre, aquático ou
aéreo.
Dano em Instalações Danos ao patrimônio imobiliário.

Dano/Extravio de Materiais Danos ao material em carga e relacionado, em geral.


Diversos
Inadimplemento em Receitas Ex: não recebimento de cessão de uso, permissão de
Diversas uso; não recolhimento de verbas de HT; e outros
similares.
Irregularidades nas Ex: inversão no estágio da despesa; irregularidades nas
Despesas Públicas licitações; omissão na prestação de contas;
irregularidades com suprimento de fundos;
irregularidades no pagamento de diárias, ajuda de custo,
transporte ou passagem; desvio de finalidade etc.
Pagamentos Indevidos de Pagamento irregular em folha.
Inativos
Pagamentos Indevidos de Pagamento irregular em folha.
Pensionistas
Pagamentos Indevidos Pagamento irregular em folha.
(Pessoal da Ativa)

1.3 Atualização de informações

Para atualizar qualquer informação no processo é necessário primeiro consultar.

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Conforme ou Durante a realização dos trabalhos do processo de apuração, o


operador deve constantemente atualizar as informações de acordo com os dados da
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sindicância, e por ocasião da conclusão da sindicância deve registrar todos os dados do


sistema, não somente o relatório e a conclusão, mas também as informações sobre o
responsável e os dados para a atualização automática.

1.3.1 Atualizar Valor

A atualização vista pelo sistema débito TCU a princípio é para o primeiro momento
do processo, para calcular o valor a ser cobrado na notificação. Após esse momento, em
tese o próprio sistema realizará a atualização com as informações fornecidas no
preenchimento dos campos do sistema.
Mas se por algum motivo for observado que o sistema não está realizando as
atualizações de forma automática, ou o processo em tela por algum motivo não se
enquadrar na legislação de dano ao erário, deve-se realizar a atualização pelo sistema
débito TCU e registro no SISADE.
Usaremos como caso hipotético, conforme segue:
 Um militar recebeu, indevidamente, o Adicional de Habilitação Militar, no
período de Jan a Abr 20;
 Concluída a sindicância, o sindicado foi responsabilizado;
 Não foi comprovada a má-fé do beneficiado, ou seja, boa-fé;
 Notificação datada de 5 de outubro de 2020;
 O operador deve atualizar o saldo no sistema em dezembro; e
 O militar foi voluntário para devolver os valores recebidos.

Ao levantar os valores que o mesmo recebeu indevidamente, conclui-se a seguinte


situação:
 Jan 20 = R$ 200,00
 Fev 20 = R$ 250,00
 Mar 20 = R$ 250,00
 Abr 20 = R$ 300,00
*Total = R$ 1.000,00
* Este é o valor a ser registrado no campo “Valor Original” do SISADE.

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Observe que o valor do débito atualizado na data da notificação foi de R$ 1.010,15


Passado 15 (quinze) dias da notificação e o responsável pelo débito não realizou
pagamento, deve-se atualizar pela SELIC, um detalhe importante é o valor a ser
atualizado não é mais o original e sim o valor cobrado na notificação após os 15 dias.

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Logo 20 OUT 20:

O valor do débito atualizado em dezembro é 1.021,76. Agora veremos como será


registrado, somente em casos que a atualização não é automática pelo sistema.
Os campos serão preenchidos, após a utilização dessa fórmula:
SA = SD – VO + VR → SA = 1.021,76 - 1.000 → SA = 21,76
VO: Valor Original
SA: Soma das Atualizações
VR: Valor Recolhido, será importante para os próximos meses
SD: Saldo Devedor que é igual ao saldo extraído do Sistema Débito do TCU, após
o usuário clicar em “Calcular Saldo”.

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No sistema, basta preencher os campos:

1.4 Arquivar

Quando o processo chega ao seu desfecho final e não necessita mais de


acompanhamento ele deve ser arquivado no SISADE. Somente o Cmt/Ch/Dir/OD tem
permissão para tal no sistema. Uma vez arquivado o processo, não será possível efetuar
nele mais nenhum tipo de alteração, no momento do arquivamento será solicitada a
justificativa para tal, o Manual SISADE já informa modelos possíveis conforme abaixo:

 Inscrito na Dívida Ativa da União


Publique em BI e, após, digite o nº do BI e o nº do protocolo de inscrição.
Ex: Transcrito no BI/Adt nº ___ de ___/___/_____ (DD/MM/AA), nº de inscrição
___________ (a ser digitado pelo operador).

 Atribuído dano a União


Obrigatoriamente digitar o BI que publicou tal solução.
Ex: Solução publicada no BI/Adt nº___, de ____,______,_______ (DD/MM/AA)

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 Quitado
Obrigatoriamente informar que o débito foi quitado, inclusive com as correções
devidas.
Ex: Dívida quitada e atualizada, com base no Sistema Débito do TCU ou conforme
documento do perito contábil publicado no BI/Adt nº___, de ____,______,_______
(DD/MM/AA)

 Transitou em julgado em favor do responsável.


Ex: Transitou em julgado, conforme transcrito no BI/ADT nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu a sentença.

 Não houve prejuízo.


Ex: Não houve prejuízo comprovado, conforme transcrito no BI/Adt nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu o parecer do Cmt/Ch/Dir.

 Material reposto.
Material reposto conforme transcrito no BI/Adt nº___, de ____,______,_______
(DD/MM/AA).

 Originou novo processo


Informar no campo observação os dados do novo processo (tipo: Sindicância, IPM
e a data do novo processo).

 Ajuizado ação de cobrança


Ajuizado ação de cobrança, conforme transcrito no BI/ADT nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu o ajuizamento.

 Transitou em julgado
Transitou em julgado, conforme sentença transcrita no BI/ADT nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu a sentença.

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 Prescrito prazo de cobrança


Prescrito prazo de cobrança, conforme transcrito no BI/ADT nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu o parecer.

 Indeferida ação de cobrança e cadastrado no e-TCE


Indeferida ação de cobrança, conforme transcrito no BI/ADT nº___, de
____,______,_______ (DD/MM/AA), que transcreveu o parecer.

 Processo cadastrado no e-TCE tendo recebido o número________.


Extinto o processo Art 52 da Lei 9784/99
Extinto o processo, conforme transcrito no BI/ADT nº___, de ____,______,_______
(DD/MM/AA), que transcreveu o parecer.

Nota:
Uma vez arquivado o processo, não será possível efetuar nele mais nenhum tipo
de alteração, exceto inserir análise e diligência pela Inspetoria responsável.
Caso necessite realizar alguma ação no processo, desarquive-o. Para isso,
escolha um status (processos com valores cadastrados não poderão ser classificados
como “em apuração”, como também não será possível classificar um processo “em
processo de pagamento”, pois tal ação está condicionada à ação “Inserir pagamento”).
Não será possível arquivar um processo utilizando as motivações “Quitado e
Material Reposto” se o saldo devedor não estiver zerado.

2. Acompanhamento da dívida com o Erário

Este curso foi dividido em duas etapas a apuração e o acompanhamento do dano


ao erário, visto que a apuração é basicamente missão do encarregado do processo o
acompanhamento é da unidade em si, na figura do operador do SISADE, é necessário
que este operador compreenda como acompanhar a dívida e registrar no sistema.

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2.1 Dívida Solidária

No momento em que o processo de apuração verifica a existência de dívida


solidária, deve-se acompanhar todos os devedores atendando para o Art 31 da Port.
1.845-C Ex, 29 SET 22:
§ 1º A responsabilidade será, em princípio, solidária em relação aos que deram
causa, comissiva ou omissivamente, ao dano, bem como aos que se beneficiaram dos
bens, direitos ou valores advindos dele.
§ 2º Na responsabilidade solidária há multiplicidade de devedores, os quais estão
obrigados pela totalidade da prestação devida. Cada titular, isoladamente, responde pela
totalidade da prestação, embora assista o direito de regresso aos demais.
§ 3º Na ocorrência de responsabilidade solidária, o pagamento parcial não é
suficiente para afastar a responsabilidade de um corresponsável.
§ 4º O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou
relevada.
Para exemplificar:
Responsabilidade solidária: cada devedor deve a dívida todo.
Logo:
 Se o valor do débito é R$ 10.000,00
 João deve R$ 10.000,00
 José deve R$ 10.000,00

 Se João paga R$ 4.000,00 e José não paga nada


 João deve R$ 6.000,00
 José deve R$ 6.000,00

2.2 Ressarcimento ao Erário

Lembrando que a Port. nº Port. 1.845-C Ex, 29 SET 22, não esgota o assunto e
deve ser utilizada em conjunto com outras legislações, o ressarcimento não é diferente
para tratar deste assunto devemos seguir a Portaria nº 2.791-MD, 2 JUL 21 e consultar o
RAE.

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A Port. nº 2.791-MD, 2 JUL 21, trata de ressarcimento apenas de militares,


efetivados no âmbito dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e orienta
sobre o parcelamento ser a pedido até 60 (sessenta) vezes e não havendo elisão do dano
haverá desconto compulsório em folha de pagamento no menor número de parcelas
mensais possíveis.
O RAE orienta que a reposição do dano ao Erário deva ser descontada de uma só
vez, porém no mesmo artigo tem a exceção, pode-se parcelar para os responsáveis que
recebam do Estado e a Port. 1.845-Cmt Ex, 29 SET 22, complementa: responsáveis que
recebam do Comando do Exército, ou seja, se não recebe do Comando do Exército não
pode parcelar a dívida, essa é uma premissa importante, pois não se pode parcelar para
empresa ou civil que tenha sido responsável pelo dano ao erário.
Sobre o assunto, a Port. 1.845-C Ex, 29 SET 22, também complementa informando
que o parcelamento poderá ser solicitado mediante requerimento.
Segue abaixo as definições citadas:
Portaria GM-MD nº 2.791, de 2 de julho de 2021:
“Art. 8º O valor a ser ressarcido ou indenizado poderá, a pedido do interessado, ser
parcelado em até sessenta parcelas mensais.
(...)
Art. 12. Após esgotadas as medidas administrativas e não havendo a elisão do
dano, a organização militar responsável deve adotar as seguintes providências:
I - cientificar o militar, ativo ou inativo, o anistiado político militar ou o pensionista de
militar responsabilizado quanto ao desconto compulsório em folha de pagamento, inclusive
acerca do valor e da quantidade de parcelas; e
II - implantar o desconto em folha de pagamento, independentemente do
reconhecimento da dívida, observado o disposto nesta Portaria e o limite estabelecido na
legislação.
§ 1º Na impossibilidade de ser efetuado em única parcela o desconto em folha de
pagamento de que trata o inciso II do caput, o débito deverá ser pago no menor número de
parcelas mensais descontadas dos vencimentos ou quantia que, a qualquer título, o militar,
ativo ou inativo, o anistiado político militar ou o pensionista de militar responsabilizado pelo
ressarcimento ou indenização recebeu em folha de pagamento, observado o disposto nos
arts. 7º e 9º”
Portaria Cmt Ex nº 1.555, de 9 de julho de 2021 – RAE:
“Art. 137. As indenizações provenientes de alcance, restituições de recebimentos
indevidos, para reposição de bens ou qualquer ressarcimento e indenização ao erário serão
descontadas de uma só vez ou, na sua impossibilidade, em parcelas mensais dos
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vencimentos ou quantia que, a qualquer título, os responsáveis pela indenização recebam


do Comando do Exército ou, ainda, mediante parcela única ou em parcelas mensais, por
meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), na impossibilidade do desconto nos
vencimentos.
§ 1º Os descontos e a atualização do débito com o erário deverão ser mensais, de
acordo com a legislação em vigor.
§ 2º A indenização devida à União, que não for realizada pela via administrativa,
será motivo de cobrança judicial e, ainda, poderá acarretar a instauração de tomada de
contas especial, de acordo com a legislação em vigor”

Port. 1.845-Cmt Ex, 29 SET 22,:


“Art. 31 (…)
IV - dar oportunidade ao responsável para que este, na impossibilidade de
pagamento em parcela única, requeira, no prazo de 10 (dez) dias, o parcelamento da
dívida;”

“Art. 44 (…)
§ 1º Na impossibilidade de o desconto em contracheque, de que trata o inciso II do
caput, ser efetuado em única parcela, o débito poderá ser pago em parcelas mensais
descontadas dos vencimentos ou quantia que, a qualquer título, os responsáveis pela
indenização recebam do Comando do Exército.”

Depois de exarada a solução o responsável recebe a Notificação do Débito e o


Termo de Reconhecimento de Dívida e por meio da notificação possui o prazo de 15
(quinze) dias, a contar da data da ciência, para o recolhimento do débito, que é realizado
por Guia de Recolhimento da União (GRU) ou requeira, no prazo de 10 (dez) dias, o
parcelamento da dívida.
Se após o prazo não houver sido recolhido o valor do dano o Cmt, Ch ou Dir OM
adotará as seguintes providências, conforme a Port. 1.845-Cmt Ex, 29 SET 22:
 Desconto em contracheque, independentemente do reconhecimento da
dívida; ou
 Inscrição na Dívida Ativa da União e TCE, para os casos de empresas
devedoras, civis e valores altos que não possam ser implantados no
contracheque.

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“Art. 44. Nas situações do art. 43, após o ciente do responsável notificado, e não
tendo sido recolhido o valor no prazo estipulado por meio de GRU, nem o requerimento de
parcelamento, o Cmt, Ch ou Dir OM adotará as seguintes providências:
I - cientificar o responsabilizado quanto ao desconto compulsório em folha de
pagamento, inclusive acerca do valor e da quantidade de parcelas;
II - independentemente do reconhecimento da dívida, determinará o desconto no
contracheque do responsabilizado, observado o disposto nestas Normas e no RAE e os
limites estabelecidos na legislação em vigor; e
III - na impossibilidade de implantação do desconto no contracheque, face ao
elevado valor da dívida, à limitação da margem consignável do militar, ativo ou inativo, do
anistiado político militar, do servidor público e do pensionista de militar ou outras razões
que impossibilitem o referido desconto, deverão ser tomadas as providências para
inscrição na dívida ativa da União ou, observada a legislação correlata, a instauração de
TCE, nos termos do art. 35 e dos art. 64 a 70 destas Normas. (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET
22).

Na continuação do Art. 44, possui a normatização do valor mensal do


parcelamento da dívida.
“Art. 44 (…)
§ 2º Nos casos em que houver parcelamento da dívida, o Cmt, Ch ou Dir OM
definirá o valor mensal do desconto, considerando:
I - se o valor da prestação é suficiente para o pagamento dos juros e para a
amortização do valor da dívida atualizado;
II - o menor número de prestações possível, levando-se em conta o limite máximo
disponível da margem consignável do responsável;
III - o limite de até 60 (sessenta) vezes para o parcelamento da dívida; e
IV - que o valor da parcela descontado em contracheque deverá ser atualizado ao
menos 1 (uma) vez por ano e sempre que houver alteração na estrutura remuneratória,
acrescido dos juros correspondentes, observando que, na 12ª (décima segunda) parcela
faltante, deverá ser procedido o ajuste de contas de forma que o saldo devedor seja
integralmente quitado.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

O Art. 45, possui a orientação quanto aos militares temporários.


“Art. 45. As indenizações a imputar ou imputadas aos militares temporários deverão
ser dimensionadas, sempre que possível, de modo a permitir que os descontos sejam
concluídos antes da respectiva exclusão do serviço ativo.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET
22).

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Dessa forma:
No caso do parcelamento:
 O valor da prestação tem que ser suficiente para amortizar a dívida e os
juros mensais
 Número máximo de parcelas: 60 (sessenta)
 Deve ser atualizado ao menos 1 (uma) vez por ano e sempre que houver
alteração na estrutura remuneratória
 Para militares temporários deve ser dimensionada para que conclua o
pagamento antes da exclusão do serviço ativo

2.3 Inscrição em dívida ativa e TCE

Port. 1.845-Cmt Ex, 29 SET 22


“Art. 44 (…)
“III - na impossibilidade de implantação do desconto no contracheque, face ao
elevado valor da dívida, à limitação da margem consignável do militar, ativo ou inativo, do
anistiado político militar, do servidor público e do pensionista de militar ou outras razões
que impossibilitem o referido desconto, deverão ser tomadas as providências para
inscrição na dívida ativa da União ou, observada a legislação correlata, a instauração de
TCE, nos termos do art. 35 e dos art. 64 a 70 destas Normas.” (Port nº 1.845-C Ex, 29
SET 22).

Se a dívida não tiver sido paga de uma só vez, deve-se acompanhar pelo menos
uma vez no ano, a evolução desta com atualização e amortização, porém nos casos em
que o processo se encontra solucionado e aguardando ressarcimento por mais de
sessenta dias e nos casos em que houver atraso superior a três meses no pagamento, a
Unidade deverá adotar as providências necessárias para a inscrição na Dívida Ativa, em
consonância com o inciso III, do art. 44, da Portaria 1.845-Cmt Ex, 29 SET 22. E também
pode se instaurar TCE, dependendo se satisfaz os critérios para tal.
Antes de inscrever em dívida ativa deve-se observar o valor, pois de acordo com a
Portaria nº 6.155-PGFN/ME, de 25 de maio de 2021, em seu §1º do Art. 3º informa que
não serão encaminhados solicitação de créditos para inscrição em Dívida Ativa da União
com valores igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais). E caso a dívida seja inferior a este
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valor deve-se acompanhar a atualização até que o valor seja suficiente para a inscrição
em dívida ativa, registrando no SISADE e atualizando o status para: “Em
acompanhamento do débito/Atualização” e posteriormente quando o processo for
remetido a Região Militar: “Em processo de inscrição na dívida ativa ou submetido à PGU”
“Art. 60. O processo de inscrição em dívida ativa da União será encaminhado à
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) por intermédio da região militar (RM),
conforme normas expedidas pela PGFN, e será composto dos seguintes documentos:
I - cópia do TCAdm, da sindicância ou do processo administrativo, como documento
essencial, contendo a ciência do responsável nos termos do § 3º do art. 22 destas
Normas;
II - Ficha de Qualificação do Responsável;
III - Demonstrativo Financeiro do Débito individualizado;
IV - Notificação do Débito; e
V - Termo de Reconhecimento de Dívida. (...)
Art. 65. Compete à OM que realizou a apuração realizar o acompanhamento da
inscrição na dívida ativa da União ou do ajuizamento de ação de cobrança, até sua
efetivação, devendo obter junto à RM o número do protocolo da inscrição do processo na
Unidade da PGFN ou obter junto da RM, da DE ou da OM valor GU a que a OM de origem
estiver diretamente vinculada, as informações correspondentes junto ao órgão competente
da PGU.” (Port nº 1.845-C Ex, 29 SET 22).

O acompanhamento da inscrição é muito importante pela unidade, após a remessa


de documentos a Região Militar (RM) é interessante checar com a RM se houve
documentos faltantes no processo e se já houve inscrição e relatar cada consulta e
resultado no campo histórico do sistema, para ficar registrado o acompanhamento e após
a inscrição em Divida Ativa da União arquivar o processo.

E nos casos que atenderem os pressupostos para instauração de TCE?


Pressupostos para TCE:
 se passarem 180 (cento e oitenta) dias da data da ciência do fato sem a
elisão do dano;
 a administração esgotar as medidas administrativas para a elisão do dano,
ou seja, quando souber: quem são o(s) responsável(s) pelo dano, descrição
detalhada da situação que teria dado origem ao dano, identificação e
quantificação do dano e nexo de casualidade entre o dano e o responsável;
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 quando o valor original do débito, com atualização monetária for maior ou


igual R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou quando a soma dos débitos de um
mesmo responsável atingir valor maior ou igual R$ 100.000,00 (cem mil
reais); e
 não houver transcorrido 10 (dez) anos, entre a data provável de ocorrência
do dano e a primeira notificação dos responsáveis.
Nesse caso, inscreve em Dívida Ativa e instaura TCE.

3. Principais aspectos da Port. nº 424-C Ex, 27 MAR 19

Conforme a Portaria nº 1.845-C Ex, de 29 de setembro de 2022, a sindicância


deverá ser adotada como procedimento padrão para a apuração e ressarcimento na
ocorrência de fatos ou da prática de atos de qualquer natureza que contenham indícios de
dano ao erário, sendo o Comandante (Cmt), Chefe (Ch) ou Diretor (Dir) da Organização
Militar(OM), a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade
solidária, que deve imediatamente, adotar medidas administrativas para caracterização ou
elisão do dano, apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano
e obtenção do ressarcimento, observados os princípios norteadores dos processos
administrativos.
A Portaria nº 424-C Ex, de 27 de março de 2019, complementa que, esgotadas as
medidas administrativas para caracterização e elisão do dano, observado o prazo de 180
(cento e oitenta) dias, e subsistindo os pressupostos para instauração de TCE, as
autoridades administrativas competentes, anteriormente relacionadas, deverão
providenciar sua imediata instauração, observando as orientações da Portaria nº 1.531,
de 1º de julho de 2021.
O Art.32 da Port nº 1.845-C Ex, de 29 SET 22, define: TCE é um processo devidamente
formalizado, com rito próprio, para apurar responsabilidade por ocorrência de dano à
administração pública federal, com apuração de fatos, quantificação do dano,
identificação dos responsáveis e obtenção do respectivo ressarcimento, instaurado depois
de esgotadas as providências administrativas internas sem a obtenção do ressarcimento
pretendido.

Na instauração da TCE, bem como a tramitação e autuação desse tipo de


processo deve ser realizada pelo sistema e-TCE em conformidade com o Art 2 da
Portaria nº 122-TCU, de 20 de abril de 2018, o Sistema e-TCE tem por objetivo a
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instauração, a tramitação e a autuação de processos de tomada de contas especial


(TCE).
Antes da instauração da TCE faz-se necessário observar o prazo de 180 (cento e
oitenta) dias e os seus pressupostos. E no momento da sua instauração observar qual é a
autoridade competente e o trâmite no sistema e-TCE até o fechamento do processo para
julgamento no TCU.

3.1. Prazo para instauração

O Art 6º, Port nº 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, normatiza que a instauração da TCE não
poderá exceder o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar:
“I - nos casos de omissão no dever de prestar contas, do primeiro dia subsequente
ao vencimento do prazo para apresentação da prestação de contas;
II - nos casos em que os elementos constantes das contas apresentadas não
permitirem a conclusão de que a aplicação dos recursos observou as normas pertinentes
e/ou atingiu os fins colimados, da data-limite para análise da prestação de contas; e
III - nos demais casos, da data do evento ilegal, ilegítimo ou antieconômico, quando
conhecida, ou da data da ciência do fato pela administração.”

3.2. Pressupostos para instauração da TCE

O Art 7º da Port nº 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, afirma que é pressuposto para a
instauração de TCE a existência de elementos fáticos e jurídicos que indiquem a omissão
no dever de prestar contas e/ou o dano ou indício de dano ao erário e complementa no
paragrafo único os elementos que a portaria de instauração da TCE deve conter, dessa
forma, podemos traçar um paralelo e afirmar que antes da instauração da TCE os
seguintes elementos já devem ser de conhecimento da administração:
“I - os agentes públicos omissos ou os supostos responsáveis (pessoas físicas e
jurídicas ) pelos atos que teriam dado causa ao dano ou indício de dano identificado;
II - a descrição detalhada da situação que teria dado origem ao dano ou indício de
dano a ser apurado, lastreada em documentos, narrativas e outros elementos probatórios
que deem suporte à comprovação de sua ocorrência;
III - o exame da adequação das informações contidas em pareceres ou relatórios
de agentes públicos, quanto à identificação e quantificação do dano ou indício de dano; e

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IV - a evidenciação da relação entre a situação que teria dado origem ao dano ou


indício de dano a ser apurado e a conduta da pessoa física ou jurídica supostamente
responsável pelo dever de ressarcir os cofres públicos.”

E o Art 8º, da mesma portaria, informa os casos de dispensa da instauração de


TCE, quais sejam:
I - quando o valor original do débito, sem atualização monetária, for inferior a
R$100.000,00 (cem mil reais) ou à quantia posteriormente fixada pelo TCU, mediante ato
normativo ,para esse efeito.
II - houver transcorrido prazo superior a 10 (dez) anos, entre a data provável de
ocorrência do dano e a primeira notificação dos responsáveis pela autoridade administrativa
competente.

Quanto ao valor o Art 8º traz também dois parágrafos importantes quais sejam:
“§ 1º A dispensa de instauração de TCE de valor inferior ao estabelecido no inciso I
do caput não se aplica aos casos em que a soma dos débitos de um mesmo responsável
atingir o referido valor. - R$100.000,00 (cem mil reais)
§ 2º No caso de o fator gerador do dano ao erário ser anterior a 1º de janeiro
de2017, o valor original deverá ser atualizado monetariamente até esta data.”

Em resumo, abre-se TCE quando os seguintes pressupostos existem:


 se passarem 180 (cento e oitenta) da data da ciência do fato sem a elisão
do dano;
 a administração esgotar as medidas administrativas para a elisão do dano,
ou seja, quando souber: quem são o(s) responsável(s) pelo dano, descrição
detalhada da situação que teria dado origem ao dano, identificação e
quantificação do dano e nexo de casualidade entre o dano e o responsável;
 quando o valor original do débito, com atualização monetária for maior ou
igual R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou quando a soma dos débitos de um
mesmo responsável atingir valor maior ou igual R$ 100.000,00 (cem mil
reais); e
 não houver transcorrido 10 (dez) anos, entre a data provável de ocorrência
do dano e a primeira notificação dos responsáveis.

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3.3. Competências e Registros das informações nos sistemas de controle

Após verificado o prazo de 180 (cento e oitenta) dias e atingido os pressupostos


para abertura da TCE compete ao Dirigente Máximo da OM instaurar TCE, por iniciativa
própria ou por recomendação do Controle Interno, designar a equipe encarregada no
âmbito da sua OM ou de OM subordinada, publicando o respectivo ato em Boletim Interno
de Acesso Restrito.
A portaria de instauração, Anexo A da Port 424, de 27 MAR 19, contém, entre
outras informações:
 as medidas administrativas tomadas para caracterização e elisão do dano,
podendo ser sindicância entre outros, com descrição detalhada da situação
que teria dado origem ao dano;
 Mariz de Responsabilidade anexa; e
 a equipe designada.
A equipe designada a realização da TCE será composta por, no mínimo, 3 (três)
militares ou servidores civis subordinados à autoridade instauradora, sendo no mínimo, 1
(um) oficial, desde que o mesmo não tenha vínculo direto ou indireto com o objeto do
processo, conforme Art 14 da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19.
O art 9 da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, dita as competências do Dirigente Máximo
da OM, entre elas o registro em 4 (quatro) sistemas, Sistema de Acompanhamento de
Dano ao Erário (SISADE), sistema informatizado de tomada de contas especial (Sistema
e-TCE), Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) e
Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público (CADIN).

3.3.1 Competências do Chefe da equipe encarregada da TCE

Conforme o Art 13 da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, compete ao Chefe da equipe
encarregada da TCE:
“I - autuar o processo de TCE;
II - estabelecer contato prévio com a unidade de controle interno de vinculação;
III - expedir notificação para comunicação da instauração da TCE, cobrança do
débito e para oportunizar a apresentação por escrito de justificativas, conforme Anexo H,
imediatamente após a publicação da portaria de instauração da TCE ou, durante o
processo de TCE, após a identificação de novo responsável;
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IV - distribuir as tarefas, orientar a condução dos trabalhos, realizar as ligações,


direta ou indiretamente com todos os envolvidos e adotar outras providências que se
fizerem necessárias;
V - elaborar e organizar o processo de TCE de acordo com estas Normas; (Normas
para a Realização de Tomada de Contas Especial EB10-N-13.008 7/55)
VI - analisar as justificativas apresentadas pelos responsáveis;
VII - elaborar o Relatório da TCE e os documentos complementares, para posterior
encaminhamento do processo à unidade de controle interno de vinculação,
independentemente de retorno de notificação encaminhada ao responsável;
VIII - expedir notificação aos responsáveis para a cobrança do débito, conforme
Anexo I, após a elaboração do Relatório da TCE, independentemente do prazo limite para o
envio da TCE à unidade de controle interno de vinculação;
(...)
IX - apresentar a TCE à autoridade responsável pela instauração, para as
providências cabíveis.
Parágrafo único. As notificações de que tratam os incisos III e VIII poderão ser
remetidas ao endereço residencial dos responsáveis com o retorno do Aviso de
Recebimento (AR) ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

A notificação para a comunicação da instauração da TCE que trata o inciso III é


relacionada a Matriz de Responsabilização anexa à portaria de instauração.

3.4. Tabela de prazos

Providência Prazo A partir da (o)) Fundamento


Publicação em Boletim Até 180 (cento Data da ciência do Art. 6º, 7º, 8º e 9º da
Interno de Acesso e oitenta) dias fato pela Port. nº 424-Cmt Ex,
Restrito da portaria de corridos administração 27 MAR 19
instauração da TCE e a
equipe encarregada
Início da inserção de 5 (cinco) dias Ato que determinar Art. 21 da Port.
dados no Sistema e-TCE úteis a instauração da 1.531-CGU, 1 JUL
TCE, no caso, BAR 21
Encaminhamento do 90 (noventa) Instauração Art. 20 da Port nº
processo à unidade de dias corridos 424-Cmt Ex, 27
controle interno de MAR 19
vinculação (CGEFEx)

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4. Sistema e-TCE

O processo de TCE tramita exclusivamente através do Sistema e-TCE e possui,


em todas as abas de preenchimento a composição e organização do processo descrita no
capítulo XI da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19

4.1 Acesso ao Sistema e-TCE

A partir da publicação da portaria de instauração da TCE no Boletim Interno da OM


o Dirigente Máximo possui o prazo de 5 (cinco) dias para o início da inserção de dados da
TCE no Sistema e-TCE.
 Para este procedimento é necessário que o Dirigente Máximo adote as
medidas administrativas para a obtenção do perfil “instaurador” no sistema
e-TCE, conforme os passos a seguir:
 Dirigente Máximo e seu substituto (2º oficial mais antigo da UG) devem
realizar o cadastro de usuário externo no site do TCU, através do portal do
TCU no link https://portal.tcu.gov.br/inicio/, clicando em “Login” e depois em
“Cadastre-se” ou direto no link
https://siga.apps.tcu.gov.br/novo_cadastro.html?lang=pt.
 Após castrado no portal do TCU solicitar perfil “instaurador” para a CGCFEx
por meio de DIEx, com as seguintes informações:
CPF* Nome Completo Idt OM instauradora da TCE (nome e CODUG) CNPJ e-mail funcional

(*) Titular e substituto

 Transcorrido 5 dias do envio do DIEx para o CGCFEx de vinculação, o


Dirigente Máximo deverá acessar o Sistema e-TCE para verificar se já
possui o perfil de instaurador, em caso de problemas, contatar ao CGCFEx.

4.2 Cadastro do Dirigente Máximo, perfil “Instaurador”

O Dirigente Máximo, após devidamente cadastrado e possuir o perfil “instaurador”,


acessará o sistema por meio do portal do TCU https://portal.tcu.gov.br/inicio/ em “serviços e
consultas” ou através do link direto:
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https://portal.tcu.gov.br/fiscalizacao-e-controle/prestacao-de-contas/tomada-de-contas-
especial/. ou https://tce.apps.tcu.gov.br/login

No âmbito da Unidade existem dois perfis, quais sejam:


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 Instaurador: detém a competência para inserir dados e documentos


atinentes à TCE, inserir o relatório do tomador de contas, encaminhar
processo à instância seguinte, bem como conceder perfil de operador em
sua unidade.
 Operador: responsável pela inserção dos dados requeridos pelo sistema e
dos documentos atinentes à TCE.

4.3 Cadastro do perfil “Operador”

Após acesso ao sistema, o militar com perfil “instaurador” poderá selecionar o


“operador”, ou seja, o militar responsável pela inserção de dados, que poderá ser o chefe
da equipe designada para a realização da TCE (tomador de contas). Cabe lembrar que
este militar deverá estar cadastrado no portal do TCU:
1º Passo: Tela inicial para cadastro do operador:

2º Passo: Escolha de operações, escolher “Gerenciar Perfil”:


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3º Passo: Preencher campos de “Perfil” e “Unidade Instaurado

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4º Passo: Preencher CPF do militar que será operador e que já possui cadastro
prévio de usuário externo ao TCU no portal do TCU:

4.4 Perfil “Operador”

Após acesso ao sistema, o militar com perfil “instaurador” poderá selecionar o


“operador”, ou seja, o militar responsável pela inserção de dados, que poderá ser o chefe
da equipe designada para a realização da TCE (tomador de contas). Cabe lembrar que
este militar deverá estar cadastrado no portal do TCU.

4.4.1 Instaurar uma nova TCE

Para instaurar nova TCE, basta pressionar o botão vermelho com os dizeres
“INICIAR INSTAURAÇÃO”

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4.4.2 Preenchimento dos dados no Sistema e-TCE

Após clicar no botão vermelho com os dizeres “INICIAR INSTAURAÇÃO”,


aparecerá abas de preenchimento para “Dados da TCE”, “Dados o objeto”, “Documentos
comprobatórios”, “Responsáveis”, “Irregularidades”, “Débito”, “Relatório do tomador de
contas” e “Confirmação”. Neste último passo “8”, ao confirmar a instauração da TCE, esta
já é disponibilizada, automaticamente, para instância do controle interno.

4.4.2.1 Dados da TCE

Preencher todas as informações solicitadas nos campos:

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 Origem dos recursos: vale ressaltar que o sistema está organizado de


acordo com a origem dos recursos objeto da TCE, conforme consta na Lista
de Origens de Valores Reclamados em TCE constante do anexo III da DN -
TCU nº 155/2016:

ANEXO III DA DECISÃO NORMATIVA TCU Nº 155, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2016.


LISTA DE ORIGENS DE VALORES RECLAMADOS EM TCE
1. Transferências discricionárias*
1.1. Convênio
1.2. Contrato de repasse
1.3. Termo de cooperação
1.4. Termo de compromisso
1.5. Termo de parceria
1.6. Acordo de cooperação técnica
1.7. Termo de colaboração
1.8. Termo de fomento
1.9. Termo de execução descentralizada
1.10. Outros instrumentos de transferências discricionárias
2. Transferências legais
2.1. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
2.2. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
2.3. Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento de Jovens e
Adultos (Peja)
2.4. Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate)
2.5. Programa Brasil Alfabetizado
2.6. Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem)
2.7. Outros programas de transferências legais
3. Transferências legais fundo a fundo
3.1. Sistema Único de Saúde (SUS)
3.2. Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
3.3. Complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)**
3.4. Outras transferências legais fundo a fundo
4. Aplicação direta
4.1. Gestão de bens, dinheiros ou valores públicos
4.2. Gestão de recursos humanos
4.3. Gestão previdenciária
4.4. Gestão da receita pública
4.5. Outras áreas
5. Incentivos fiscais
5.1. Lei Rouanet
5.2. Lei do Audiovisual
5.3. Lei de Incentivo ao Esporte
5.4. Outras leis de incentivos fiscais
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*Devem ser classificados nesse item os valores repassados de forma


discricionária, mesmo que integrantes de programas ou sistemas identificados nos
demais itens da classificação. Exemplo: recursos repassados via convênio no âmbito do
SUS.

 Data de início da contagem do prazo de instauração: Data de ocorrência


do dano, quando conhecida, ou da data da ciência do fato pela
administração.
 Código da UG responsável pela Instauração: Preencher com o código de
UGE (executora) para as OM com autonomia administrativa e código de UG
Custos no caso da OM responsável pela instauração não possuir
autonomia.
 Motivo da instauração: o sistema está organizado de acordo com a lista de
motivos de instauração de TCE, conforme consta na Lista do anexo II da DN
- TCU nº 155/2016:

ANEXO II DA DECISÃO NORMATIVA TCU Nº 155, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2016.


A) LISTA DE MOTIVOS DE INSTAURAÇÃO DE TCE
1. Omissão no dever de prestar contas
1.1. Ao órgão/entidade repassador de recursos federais
1.2. Ao Tribunal de Contas da União
2. Não comprovação da regular aplicação dos recursos repassados pela União
2.1. Irregularidade na documentação exigida para a prestação de contas
2.2. Não execução total ou parcial do objeto da transferência
2.3. Desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos
2.4. Não consecução dos objetivos pactuados
2.5. Impugnação total ou parcial das despesas realizadas
2.6. Não utilização dos recursos de contrapartida pactuada
2.7. Não aplicação dos recursos transferidos no mercado financeiro
2.8. Não utilização total ou parcial dos rendimentos de aplicação financeira no objeto da
transferência de recursos, sem haver a respectiva devolução
2.9. Falta de devolução de saldo de recursos federais
2.10. Outros motivos
3. Desfalque, alcance, desvio ou desaparecimento de dinheiro, bens ou valores
públicos
3.1. Prejuízo causado por fraude/desvio na gestão de benefícios previdenciários
3.2. Prejuízo causado por fraude/desvio na gestão de programas sociais
3.3. Prejuízo causado por fraude/desvio ocorrido no âmbito da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (Correios)
3.4. Outros motivos
4. Prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao
erário
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4.1. Ausência de ressarcimento de despesas com pessoal cedido


4.2. Pagamento indevido a ex-servidor ou ex-empregado público
4.3. Irregularidade praticada por bolsista ou pesquisador
4.4. Outros motivos

 Iniciativa da instauração: se foi pelo Comandante do Exército, Dirigente


Máximo da Organização Militar (OM), por determinação do TCU ou por
recomendação/solicitação do controle interno.
 Nome da UG responsável pela instauração: nome completo da UG
 Detalhamento do motivo: conforme a Letra B do Anexo II da DN - TCU nº
155/2016,

B) DETALHAMENTO DOS MOTIVOS PARA A INSTAURAÇÃO DE TCE


1. Omissão no dever de prestar contas
Caracterizada pela não apresentação de prestação de contas, conforme preconizado na
Constituição Federal.
1.1. Omissão no dever de prestar contas a órgão/entidade repassadora de
recursos federais
1.2. Omissão no dever de prestar contas ordinárias/extraordinárias ao
Tribunal de Contas da União
2. Não comprovação da regular aplicação dos recursos repassados pela União
Caracterizada por irregularidades na comprovação apresentada para demonstrar a
execução da despesa, conforme documentos apresentados pelas pessoas físicas e
jurídicas beneficiárias de recursos da União. Além de prestar contas, os destinatários de
recursos federais devem comprovar a regular aplicação dos recursos transferidos, além
de evidenciar a amplitude da realização do objetivo e finalidade pactuados pelas partes.
2.1. Irregularidade na documentação exigida para a prestação de contas
2.2. Não execução total ou parcial do objeto da transferência
2.3. Desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos
2.4. Não consecução dos objetivos pactuados
2.5. Impugnação total ou parcial das despesas realizadas
2.6. Não utilização dos recursos de contrapartida pactuada
2.7. Não aplicação dos recursos transferidos no mercado financeiro
2.8. Não utilização total ou parcial dos rendimentos de aplicação financeira
no objeto da transferência de recursos, sem haver a respectiva devolução
2.9. Falta de devolução de saldo de recursos federais
2.10. Outros motivos
3. Desfalque, alcance, desvio ou desaparecimento de dinheiros, bens ou valores
públicos
Quando algum servidor, empregado público ou equiparado, por meio de ação ou omissão,
com participação direta ou indireta, incorre em prejuízo ao erário diante de malversação
de dinheiros, bens ou valores públicos. Independe se o dano foi causado mediante fraude
e ou desvio individual de servidor ou em conluio com terceiros beneficiados.

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Fundamento legal: Constituição Federal (art. 70, parágrafo único), Lei 8.443/1992 (art. 8º
c/c art. 16, inc. III, alínea “d”), Decreto 93.872/1986 (art. 148) e demais normas legais e
infralegais pertinentes.
3.1. Prejuízo causado por fraude na concessão gestão de benefícios
previdenciários
3.2. Prejuízo causado por fraude na gestão de programas sociais
3.3. Prejuízo causado por fraude/desvio ocorrido no âmbito da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios)
3.4. Outros motivos
4. Prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao
erário
Caracterizado pela ocorrência de irregularidade com prejuízo ao erário não identificada
nos motivos para instauração de tomada de contas especial citados anteriormente,
decorrente da prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo e antieconômico de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial.
Fundamento legal: Constituição Federal (art. 70, parágrafo único c/c art. 71, incisos II a VI
e VIII), Lei 8.443/1992 (art. 8º c/c art. 16, inc. III, alínea “b” e “c”), Decreto 93.872/1986
(artigos 66, 145 e 148), Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU 507/2011 e demais
normas legais e infralegais pertinentes.
4.1. Ausência de ressarcimento de despesas com pessoal cedido
4.2. Pagamento indevido a ex-servidor ou ex-empregado público
4.3. Irregularidade praticada por bolsista ou pesquisador

 Número do processo administrativo da TCE na origem: o número único


do processo (NUP) de TCE gerado pelo SPED
 Data de determinação da instauração: data do documento o qual o
Comandante do Exército, o TCU ou o controle interno determinaram a
instauração, ou a própria data da portaria de instauração no caso da
terminação ter sido pelo Dirigente Máximo da Organização Militar (OM.

Após o preenchimento dos dados acima o sistema cria um “rascunho de


instauração salvo”, abrindo a possibilidade de salvar os dados da instauração da TCE
para continuar o procedimento depois. Isso é útil tanto para quem não deseja concluir a
instauração naquele momento, como também, para os usuários com perfil “operador da
unidade instauradora” que não podem instaurar TCE por completo. Nestes casos, o
sistema trata como rascunho de instauração salvo.
Para concluir a instauração da TCE, o usuário com o perfil “instaurador” deve clicar
no rascunho de instauração destacado e escolher a TCE desejada para continuar
instauração.

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4.4.2.2 Dados do objeto

No campo “CNPJ da entidade ou órgão de onde ocorreu o dano”, preenche-se com


o CNPJ da OM onde ocorreu o dano, caso a OM onde ocorreu o dano não possua CNPJ,
deverá ser informado o CNPJ da UG de vinculação correspondente, sendo necessário,
nesse caso, indicar no campo “Descrição do Objeto” a OM vinculada onde ocorreu o
dano.

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4.4.2.3 Documentos comprobatórios


Nessa aba é possível fazer upload dos documentos comprobatórios da TCE e
tipificá-los. Lembrando que o Art 17 da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, lista a composição
dos documentos que integram o processo de TCE, conforme segue:
encarregada da TCE:
“Art. 17. Integram o processo de TCE:
I - índice contendo a descrição dos principais documentos;
II - Relatório da TCE (Anexos C e D);
III - Ficha de Qualificação do Responsável (Anexo F);
IV - cópia integral do processo de transferência de recursos, juntamente com a
prestação de contas, quando for o caso;
V - Demonstrativo Financeiro do Débito (Anexo G),
VI - cópia da folha do Boletim Interno de Acesso Restrito que publicou a
instauração da TCE e a designação da equipe encarregada;

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VII - cópia do Relatório e da Solução da Sindicância e, se for ocaso, do Inquérito


Policial Militar (IPM), acompanhado de cópia dos documentos que caracterizam a
responsabilidade apurada;
VIII - cópias das fichas financeiras ou outros comprovantes de recolhimento quando
houver ressarcimento parcial dos valores devidos;
IX - decisões da Justiça que venham a auxiliar a análise e/ou conclusão da TCE, se
for o caso;
X - Matriz de Responsabilização para os responsáveis identificados no processo,
elaborada conforme modelo (Anexo E);
XI - cópia das notificações remetidas aos responsáveis, antes e durante a TCE,
acompanhadas dos respectivos avisos de recebimento ou de qualquer outro documento
que demonstre a ciência dos responsáveis, conforme legislação vigente;
XII - justificativas apresentadas pelos responsáveis com as respectivas análises;
XIII - nos casos de recursos concedidos mediante convênios, contratos de repasse,
termo de compromisso ou instrumentos congêneres, devem ser apresentadas, conforme o
caso, cópias dos seguintes documentos:
a) pareceres técnicos e financeiros de avaliação do plano de trabalho ou da
proposta apresentada pelo interessado;
b) plano de trabalho aprovado, acompanhado da especificação do bem a ser
produzido, construído ou adquirido ou do serviço a ser prestado, conforme o caso, do
cronograma de execução físico-financeira e da planilha orçamentária, ou documento
equivalente, com detalhamento das metas, etapas ou fases e respectivos custos;
c) parecer jurídico sobre a minuta do instrumento que formalizou a transferência;
d) instrumento que formalizou a transferência e respectivos termos aditivos;
e) pareceres emitidos acerca da execução física do objeto e do atendimento aos
objetivos da avença;
f) relatório técnico de monitoramento e de avaliação;
g) avaliação pela administração na qual demonstre que os objetivos e finalidades
institucionais e a capacidade técnica e operacional da organização da sociedade civil foram
avaliados e são compatíveis com o objeto;
h) relatórios de fiscalização “in loco” do concedente;
i) relatórios da análise financeira ou da prestação de contas da transferência; e
j) consulta sobre a situação da transferência no SIAFI ou SICONV.
XIV - outros elementos que contribuam para a caracterização do dano e para a
qualificação da responsabilidade.
Nesse sentido, tais elementos podem variar de acordo com a situação irregular
identificada. São documentos utilizados para demonstração da ocorrência de dano, entre
outros:
a) ordens bancárias ou equivalente que demonstre a execução financeira;
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b) notas de empenho ou equivalente que demonstre a execução orçamentária;


c) relação de pagamentos;
d) relatório de execução físico-financeira;
e) relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos, de serviços prestados,
ou de treinados ou capacitados, conforme o caso, com a discriminação, por unidade de
medida adotada, do que efetivamente foi executado;
f) comprovante de recolhimento de saldo de recursos;
g) extrato bancário da conta específica, desde a data do crédito dos recursos até o
encerramento da movimentação;
h) notas fiscais ou outros comprovantes de despesas relacionadas com as
irregularidades apontadas;
i) cheques, comprovantes de transferência bancária ou outros documentos de
débito, acompanhados da identificação dos respectivos beneficiários, sempre que forem
necessários à evidenciação da irregularidade apontada;
j) relatórios de fiscalização do órgão ou entidade repassadora;
k) contrato firmado com a empresa contratada para a execução da obra ou serviço;
l) documento de atesto do recebimento da obra ou serviço, com expressa indicação
do(s) responsável(eis) pela liquidação da despesa;
m) termo de recebimento definitivo da obra;
n) termos de homologação e de adjudicação do processo licitatório;
o) relatórios de auditoria e/ou fiscalização do Controle Interno, se houver; e
p) diligências e/ou acórdãos com determinação do TCU, se houver.
XV - certificado de auditoria emitido pelo CCIEx ou pela CGCFEx, nos termos dos
art. 11 e 12 destas Normas, acompanhado do respectivo relatório de auditoria. XVI -
parecer conclusivo do Chefe do CCIEx;
XVII - pronunciamento do Cmt Ex; e
XVIII - Pronunciamento do Ministro de Estado da Defesa, atestando ter tomado
conhecimento do relatório da TCE e do parecer do Chefe do CCIEx.”

a. Converter documentos em PDF pesquisável

Os documentos inseridos no sistema devem observar o formado Portable


Document Formart (PDF) pesquisável. O sistema possui um conversor:

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b. Informar o tipo de documento na inserção

Ao pressionar “Selecione o tipo de documento”, o sistema sugere prováveis tipos a


partir do nome do arquivo. Por exemplo, para o nome de arquivo “Aviso de
recebimento.pdf”, o sistema já sugere tipos relacionados a este nome, conforme a seguir.

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Ao selecionar o tipo “Aviso de recebimento - AR”, o sistema já posiciona no


próximo arquivo para tipificação e assim sucessivamente.
Caso o tipo de documento não seja nenhum dos sugeridos pelo sistema, é possível
clicar em “As sugestões do e-TCE não foram boas? Clique aqui” e ao digitar parte do tipo,
automaticamente, já são apresentados os tipos correspondentes.
No exemplo abaixo, informa-se “Instrum” e somente quatro tipos, que tem parte
deste texto, são apresentados, facilitando assim a seleção adequada.

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Na parte superior da tela, aparecem o número e o nome do arquivo para o usuário


se posicionar a respeito de qual documento está tipificando.
Vale lembrar que a lista não é exaustiva e dispõe da opção “Outros” caso não se
identifique tipo mais adequado na listagem.

c. Reordenar os documentos comprobatórios

Vale ressaltar que a ordem de inserção destes documentos deve observar a ordem
constante do processo originário.
Para facilitar, o usuário já pode renomear os arquivos com número sequencial no
início para auxiliar a ordenação e ao pressionar o botão “Abrir” tais documentos já são
apresentados no sistema nesta ordem.

Neste mesmo passo, o usuário pode também retirar o arquivo que realizou o
upload, por meio do ícone da lixeira. Esta opção existe para todos os uploads de arquivos
realizados no sistema.

Há também a possibilidade de reordenar os documentos comprobatórios. Para isso


basta clicar no número do documento que se deseja ordenar. No exemplo em questão, ao
clicar no número “2”, abre a tela para informar a nova ordem “3” e, neste caso, o
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documento “Comprovante de recolhimento de saldo” irá ocupar a posição da “Declaração


de realização dos objetivos” e vice-versa, conforme abaixo

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d. Remover documentos

Há a possibilidade de remover todos os documentos em um único clique na opção


“Remover todos”.

e. Outros aspectos relevantes

1) Controle da malha de documentos obrigatórios


O sistema dispõe de controle de malha de tipos de documentos inseridos de
acordo com a origem dos recursos e tipo de instrumento. Se por exemplo, for identificado
a falta de algum, a seguinte mensagem é exibida: “Os documentos abaixo são
obrigatórios e não foram informados” e o usuário é obrigado a justificar a ausência dos
documentos.
A ausência de documentos obrigatórios e de outras peças que fundamentam o
Relatório da TCE, devem ser objeto de justificativa, embasada, em elementos que
demonstrem as tentativas de obtenção da referida documentação

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2) Arquivo inválido
Quando o sistema emite esta mensagem ao fazer o upload do arquivo, significa
que a quantidade de texto no arquivo é insuficiente. Arquivos apenas com imagem não
são aceitos no sistema. Pelo menos 70% do arquivo deve ser em formato textual, PDF –
pesquisável.

3) Limite de tamanho do arquivo


No sistema só são permitidos arquivos de extensão “pdf” e com tamanho máximo
de 10 megabytes. Sugere-se particionar os documentos a serem anexados.

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4.4.2.4 Responsáveis

Esta aba será preenchida primeiramente com os responsáveis indicados na Matriz


de Responsabilização e outros que forem identificados durante o processo de TCE,
tomando as informações da Ficha de Qualificação do Responsável, Anexo F, da 424-Cmt
Ex, 27 MAR 19.
Informa-se o tipo de responsável, CPF ou CNPJ e o sistema já busca na base de
dados do TCU, caso não encontre, pesquisa na base da Receita Federal e ao encontrar
preenche o nome. Este sistema também possui integração com o Sistema de Óbitos,
preenche automaticamente o estado se é falecido ou não e permite informar dados do
sucessor.

4.4.2.5 Irregularidades

Esta aba será preenchida com o fato irregular e a norma que foi infringida
baseando-se na Matriz de Responsabilização, Anexo E, da 424-Cmt Ex, 27 MAR 19.
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4.4.2.6 Débito

Neste campo informa-se o valor atualizado do débito e a data de atualização deste,


além de realizar o upload do respectivo Demonstrativo Financeiro do Débito, Anexo G da
424-Cmt Ex, 27 MAR 19.

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4.4.2.7 Relatório do tomador de contas

Realizar o upload do Relatório da Tomada de Contas Especial, conforme modelos,


Anexo C e D, da Port 424-Cmt Ex, 27 MAR 19, este deverá estar datado e assinado por
todos os integrantes da equipe de TCE, sendo inserido no formato PDF pesquisável.
Após a confecção do relatório não esquecer de expedir a Notificação de Cobrança
aos responsáveis pelo débito conforme Anexo I da 424-Cmt Ex, 27 MAR 19 e anexar aos
documentos comprobatórios.

4.4.2.8 Confirmação (envio para o CGCFEx)

Por fim, o último passo exibe os principais dados da TCE e, dependendo do perfil
do usuário, é possível instaurar a TCE e esta, automaticamente, torna-se disponível para
o controle interno. Porém, há também as opções de “Continuar depois” ou “Enviar para
revisão”. Em ambas, os dados da instauração ficam salvos e permanecem na instância do
instaurador. No “Enviar para revisão” alguém no órgão instaurador revisa a TCE para
depois encaminhá-la ao controle interno.
Em caso de encaminhamento da TCE ao controle interno, a seguinte mensagem é
exibida “TCE instaurada com sucesso!”.

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5. Registro no SIAFI

No §4º do Art. 33. da Port nº 1.845-C Ex, de 29 SET 22, determina que: “Além do
registro no SISADE, o Cmt, Ch ou Dir OM deverá providenciar os registros pertinentes
dos valores em apuração, no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal (SIAFI).”
Para realizar esse registro devemos utilizar tanto a macrofunção “021138 -
Diversos Responsáveis” como a macrofunção “021112 – Dívida Ativa da União”, ambas
do manual SIAFI WEB e como auxílio a Cartilha de Contabilização de Diversos
Responsáveis/5ª CGCFEx e na Cartilha Sobre Registros de Débitos no SIAFI/10ª
CGCFEx.

5.1 “Em Apuração”

Registro no SIAFI da instauração de processo referente a dano ao erário até a


respectiva solução.
Macrofunção: 021138 - Diversos Responsáveis
“2.1 - A apuração e o respectivo registro de responsabilidade por danos ao erário,
regulamentada pela legislação pertinente, abrange os possíveis créditos em favor da União
que ainda se encontram em fase de apuração, bem como aqueles que, uma vez apurados
e julgados, configuram-se como direito em favor da Administração Pública. Tais créditos
são originados por atos, comissivos ou omissivos, que comprovadamente ou
potencialmente - no caso de responsabilidade ainda em fase de apuração - vieram a causar
prejuízos ao erário, tais como: ausência de prestação de contas; desvio ou desfalque de
bens, valores ou dinheiro público e a prática de atos ilegais, ilegítimos ou antieconômicos
que possam acarretar prejuízos aos cofres públicos.
2.2 - Diante dos fatos acima elencados, a autoridade administrativa competente,
sob pena de responsabilidade solidária, deverá adotar providências com vistas à apuração
dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e ao imediato
ressarcimento ao erário.
2.3 - A correta aplicação dos princípios contábeis em conjunto com o expresso
mandamento legal de se observar a transparência nas operações e transações envolvendo
órgãos e entidades públicas, permite concluir que o registro referente à fase preliminar de
apuração de responsabilidade deve ser controlado a partir das contas cuja natureza de
informação é de controle. Os créditos apurados, por sua vez, devem ser registrados no
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Ativo Patrimonial apenas quando as contas forem julgadas irregulares pelo Tribunal de
Contas da União - TCU, com imposição de débito ao responsável.
2.3.1 – O subtítulo Diversos Responsáveis em Apuração - 89731.XX.00, que
compreende contas de Controle, é desdobrado em 17 (dezessete) contas contábeis em
nível de escrituração. Cada uma delas identifica um tipo de responsabilidade (pagamentos
indevidos, saldos não recolhidos, etc.) e possuem conta corrente composta por: Exercício +
CNPJ, CPF, UG, IG ou 999. O exercício a ser informado, o qual comporá a conta corrente
da conta contábil, deve ser aquele em que foi iniciado o procedimento de apuração
administrativa.”

Dessas 17 (dezessete) contas contábeis, 15 poderão ser usadas no âmbito


exército, são elas:
• 89731.01.00 = PAGAMENTOS INDEVIDOS - registra as responsabilidades em
apuração de gestores e outros responsáveis e corresponsáveis por pagamentos
efetuados indevidamente, inclusive em casos de superfaturamento;
• 89731.02.00 = SALDOS NÃO RECOLHIDOS - registra os saldos dos valores
entregues a funcionários ou servidores não recolhidos dentro dos prazos estabelecidos
em normas legais ou administrativas;
• 89731.03.00 = DESFALQUES OU DESVIOS - registra os desfalques ou
desvios de bens e valores da União ou de entidades públicas, decorrentes de processos
por ações administrativas, policiais ou judiciais;
• 89731.04.00 = DÉBITOS DE TERCEIROS EM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS -
registra os valores relativos às responsabilidades por irregularidades em prestação de
serviços por terceiros;
• 89731.05.00 = RESPONSAVEIS POR DANOS OU PERDAS – registra as
responsabilidades contra servidores ou terceiros por danos e perdas causados à Fazenda
Nacional;
• 89731.06.00 = PAGAMENTOS SEM RESPALDO ORÇAMENTÁRIO - registra
as despesas realizadas sem existência de crédito que as comporte, resultando em
pagamento sem prévio empenho ou ainda com classificação impropria (diferente daquela
prevista no orçamento);
• 89731.07.00 = CREDITOS ANTECIPADOS - registra os valores pagos sobre
dotações decorrentes de créditos antecipados não realizados até o fechamento do
exercício;
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• 89731.08.00 = FALTA OU IRREGULARIDADE DE COMPROVACAO - registra


os valores correspondentes à falta de documentação comprobatória da execução da
despesa, inclusive as apresentadas fora do prazo legal, bem como a inadimplência na
comprovação de instrumentos de transferência ou ainda irregularidade na documentação;
• 89731.09.00 = FALTA DE LICITACAO - registra os valores relativos a bens e
serviços adquiridos sem a necessária licitação, com infringência da legislação especifica;
• 89731.10.00 = MULTAS E JUROS - registra os valores referentes a multas e
juros pagos pelo órgão, porém de responsabilidade de servidores;
• 89731.11.00 = FALTA DE RECOLHIMENTO OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS -
registra os valores correspondentes a falta de recolhimento ou pagamento de obrigações
pecuniárias, tais como: parte do empregador em relação a obrigações patronais, valores
descontados de terceiros e não recolhidos; e não pagamento de obrigações para com a
União;
• 89731.12.00 = FRAUDES EM BENEFICIOS - registra os débitos relativos a
fraudes em benefícios da Previdência Social;
• 89731.13.00 = ADIANTAMENTOS CONCEDIDOS IRREGULARMENTE –
registra as responsabilidades em apuração de gestores e outros responsáveis e
corresponsáveis por concessão de adiantamentos em desacordo com a legislação
pertinente, tais como adiantamentos a fornecedores ou a empregados;
• 89731.16.00 = MULTAS A RECEBER POR ATRASO NA ENTREGA DE
PRODUTOS - registra as multas a receber por atraso na entrega de produtos, conforme
clausula contratual; e
• 89731.99.00 = OUTRAS RESPONSABILIDADES EM APURACAO – registra
responsabilidades em apuração não individualizadas nas outras contas desse grupo.

Cartilha de Contabilização de Danos ao Erário – 5ª CGCFEx:


“As contas de controle de Diversos Responsáveis em Apuração, devem ser
escrituradas no momento em que for aberto o procedimento inicial da apuração
administrativa relativo aos potenciais danos ao erário ocorridos, sendo o valor do registro
definido através de uma estimativa do dano em apuração.
O registro na conta contábil Diversos Responsáveis em Apuração deverá ser
efetuado pela UG onde foi iniciado o processo de apuração do dano.
Ao ser instaurado processo de apuração, a UG deverá registrar os valores nas
contas de controle, grupo 8, mesmo que ainda não se tenha comprovação do dano, valores
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quantificados e do responsável pelo dano. O tipo de conta a ser utilizado para efetuar o
registro “em apuração” deverá ser analisado pela UG de acordo com cada caso.
(Observando as contas 15 contas possíveis).”

5.1.1 Inscrição Genérica (IG)

Antes de realizar o registro do processo em apuração cria-se uma inscrição genérica que
funciona como uma identificação do processo que foi instaurado, e constará como conta-corrente da
conta contábil de controle na qual será lançado o registro.

Sendo criada por meio da transação >ATUGENER, no SIAFI operacional (tela preta),
conforme segue:

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Ps: O código refere-se ao número do processo instaurado, a critério da UG. No


caso em tela o exemplo se refere a um Processo de Sindicância 00018 (PS00018).

5.1.2 Nota de Lançamento

Para o registro de responsabilidade, a UG deverá efetuar Nota de Lançamento –


NL, no SIAFI Operacional (Tela Preta), lembrando que os valores deverão permanecer
nas contas de controle até o final do processo de apuração de dano ao erário:
L EVENTO INSCRIÇÃO CLAS. CONT CLAS. ORC VALOR
1 540895 (1) 18DDPSXXX17 (2) 89731XX00 $$$

(1) ano+IG criada pela UG conforme letra a,item 2.1;


(2) conta de controle definida pela UG conforme o caso (item 2.1.1); e
(3) valor que está sendo apurado

No SIAFI (Cartilha 10ª CGCFEx):


“a. incluir, no SIAFI, NL por meio da utilização do comando >NL;
b. preencher os campos UG/GESTÃO EMITENTE e o campo OBSERVAÇÃO com
a maior quantidade de informações possível, conforme a tela a seguir:”

c. na tela seguinte, preencher:


- CAMPO 1 – EVENTO: 54.0.895;
- CAMPO 2 - INSCRIÇÃO 1: preencher com a informação Exercício + CNPJ, CPF,
UG, IG ou 999. O exercício a ser informado, o qual comporá a conta corrente da conta
contábil, deve ser aquele em que foi iniciado o procedimento de apuração administrativa;
- CAMPO 3 - CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL 1: utilizar a conta 8.9.7.3.1.XX.00, no
qual o XX se refere à natureza do fato ensejador da investigação, de acordo com o item 1.1
acima; e
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- CAMPO 4 – VALOR: o valor total do débito, definido por meio de estimativa do


dano.”

5.1.3 Consulta ao processo

Após o registro é possível consultá-lo por meio da transação >BALANCETE,


preenchimento do código/gestão da UG (CAMPO 1), do mês corrente (CAMPO 2), dos
primeiros dígitos referentes ao grupo de contas solicitado: 897310000 (CAMPO 3), do
nível de desdobramento: 7 (CAMPO 4) e da opção 2 para a apresentação de saldo
SOMENTE SALDOS (CAMPO 5):

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O SIAFI retornará a seguinte tela, com os saldos das contas contábeis a partir da
conta indicada na tela inicial: 897310000. Para essa consulta (registro de débitos em fase
de apuração), somente são importantes as contas do grupo 89731XX00.

O não aparecimento de conta contábil desse grupo significa que a UG não possui,
no SIAFI, registro de débito em apuração.
Para detalhar as contas contábeis, basta posicionar o cursor na conta desejada (no
caso a 897310100) e pressionar a tecla “F4” (CONRAZÃO). O SIAFI retornará a seguinte
tela:

A conta corrente representa o Exercício Financeiro em que ocorreu o débito +


CPF/CNPJ/IG do possível devedor.

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5.2 Conclusão do Processo

Ao término do processo de apuração de dano ao erário, independente do


resultado, deve-se baixar o valor lançado na conta contábil de controle Diversos
Responsáveis, seguindo os seguintes passos:
L EVENTO INSCRIÇÃO CLAS. CONT CLAS. ORC VALOR
1 540896 (1) 18DDPSXXX17 (2) 89731XX00 $$$
(1) ano+IG criada pela UG conforme letra a, item 2.1;
(2) conta de controle definida pela UG conforme o caso (item 2.1.1); e
(3) valor que está sendo apurado
Cartilha de Contabilização de Danos ao Erário – 10ª CGCFEx:
“As
“a. levantar a conta contábil de controle e a conta corrente nas quais está
registrado o débito, conforme consulta explicada no item 1.2;
b. incluir, no SIAFI, NL por meio da utilização do comando >NL;
c. preencher os campos UG/GESTÃO EMITENTE e o campo OBSERVAÇÃO com
a maior quantidade de informações possível;
d. na tela seguinte, preencher:
- CAMPO 1 – EVENTO: 54.0.896;
- CAMPO 2 - INSCRIÇÃO 1: preencher com a informação Exercício + CNPJ, CPF,
UG, IG ou 999, conforme consulta realizada;
- CAMPO 3 - CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL 1: utilizar a conta 8.9.7.3.1.XX.00,
conforme consulta realizada; e
- CAMPO 4 – VALOR: o valor total do débito, conforme consulta realizada.”

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5.2.1 O processo possui devedor

Quando o processo de apuração de dano ao erário após a conclusão possui


responsável pelo débito com a fazenda nacional e valor, será registrado conforme segue:
A UG deve seguir os seguintes procedimentos:
a. incluir, no SIAFIWEB, Documento Hábil (DH) do tipo PA e informar os seguintes
“dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: o valor atualizado do débito - o valor do dano ao erário efetivamente
apurado, incluindo eventuais multas, juros e correção monetária. Dessa forma, no
momento da inscrição do débito, deve-se consultar o Sistema de Atualização de Débito
disponibilizado pelo Tribunal de Contas da União com fins de se obter o montante a ser
contabilmente registrado; e
- CAMPO 3: Campo Observação – preencher com a maior quantidade de
informações possível.

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b. clicar na aba “OUTROS LANÇAMENTOS” e incluir uma situação CRD019 -


APROPRIAÇÃO DE CRÉDITOS POR DANOS AO PATRIMÔNIO (C/C-004);
c. informar os seguintes dados:
- CAMPO 1: Exercício - aquele em que o crédito administrativo foi reconhecido;
- CAMPO 2: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 3: Créditos Administrativos ou TCE ou Processos Judiciais - informar
conta de ativo do grupo 1134101XX, conforme item 6.2.1.1;
- CAMPO 4: Receita de Indenizações e Restituições: informar conta contábil de
Variação Patrimonial Aumentativa (VPA), a qual normalmente será 4.9.9.6.1.01.00 -
INDENIZACOES (registra as variações patrimoniais aumentativas provenientes de
indenizações diversas) ou 4.9.9.6.1.02.00 – RESTITUICOES (registra as variações
patrimoniais aumentativas provenientes de restituições diversas); e
- CAMPO 5: o valor informado na aba de dados básicos.

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5.2.1.1 Tipos de contas contábeis para o registro do crédito em favor da


Administração Pública.
• 11341.01.01 - CRED A REC POR FOLHA DE PAGAMENTO - registra o
crédito da União correspondente a débitos administrativos decorrentes de folha de
pagamento.
• 11341.01.02 – CRED A REC POR DANO AO PATRIMÔNIO - registra o crédito
da União correspondente a débitos administrativos decorrentes de danos ao patrimônio
público.
• 11341.01.03 - CRED A REC POR ERRO ADMINISTRATIVO - registra o crédito
da União correspondente a débito administrativo decorrente de erro da administração.
• 11341.01.04 - CRED A REC POR DOLO, MA-FE OU FRAUDE - registra o
crédito da União correspondente a débito administrativo decorrente de dolo, má-fé ou
fraude.
• 11341.01.05 - CRED A REC DE SERVIDOR NAO RECOLHIDO NO PZ -
registra os saldos dos valores entregues a funcionários ou servidores, não devolvidos
dentro do prazo estabelecido em normas legais ou determinação administrativa ou seja,
quando o produto a arrecadar não tenha sido recolhido no prazo legal.
• 11341.01.06 - CRED A REC POR DEB DE TERCEIRO EM PREST SERV -
registra os valores relativos às responsabilidades por irregularidades em prestação de
serviços por terceiros, cujos processos foram apurados com imputação da
responsabilidade.

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• 11341.01.07 - MULTA/JUROS A REC DE SERVIDOR RESONSABILIZADO –


registra os valores referentes a multas e juros pagos pelo órgão, porém de
responsabilidade de servidores, que foram apurados, com imputação de
responsabilidade.
• 11341.01.10 - CRED A REC POR PAGTO INDEVIDO BENEFÍCIO PREVI –
registra as responsabilidades imputadas a órgãos pagadores por pagamentos indevidos
de benefícios previdenciários, pós-morte do segurado (créditos reconhecidos sem
necessidade de instauração de tomada de contas especial).
• 11341.01.11 - FALTA OU IRREGULARIDADE DE COMPROVAÇÃO - registra
a apropriação de direitos decorrentes de adiantamentos e/ou pagamentos, nos casos em
que houve alguma irregularidade na prestação de contas, tais como: omissão no dever de
prestar contas, irregularidade na documentação exigida para a prestação de contas, não
execução total ou parcial do objeto pactuado, desvio de finalidade na aplicação dos
recursos e impugnação de despesas.
• 11341.01.99 - OUTROS CREDITOS ADMINISTRATIVOS - registra o crédito
da União correspondente a outros créditos administrativos que não se enquadram em
rubricas específicas existentes.

5.3 Atualização monetária

A atualização monetária é o ajuste contábil e financeiro efetuado para que os


valores inscritos estejam sempre atualizados, até que ocorra a sua quitação, impedindo
que o valor se torne defasado.
Faz-se necessário que os valores sejam atualizados mensalmente, através do
Sistema de Atualização de Débitos do TCU, ou em alguns casos automaticamente no
SISADE.
O resultado da atualização deverá ser apropriado, no SIAFI, por meio do seguinte
lançamento:
a. incluir, no SIAFIWEB, DH do tipo PA, no qual deverão ser informados os
seguintes “dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: Valor do Documento - o valor da atualização monetária calculada; e

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- CAMPO 3: Observação - a maior quantidade de informações possíveis sobre o


procedimento.

b. na aba outros lançamentos, utilizar a situação CRD018 - ATUALIZAÇÃO MON.


E APROP. DE JUROS S/ CRÉDITOS POR DANOS AO PATRIMÔNIO C/C004 e
preencher os seguintes dados:
- CAMPO 1: Exercício - o ANO da ocorrência;
- CAMPO 2: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 3: Créditos Administrativos ou TCE ou Processos Judiciais - informar a
conta de ativo do grupo 1134101XX relativa ao registro a ser alterado (a conta na qual o
devedor está inscrito);
- CAMPO 4: Receita de juros / Atualização Monetária - informar a conta contábil de
Variação Patrimonial Aumentativa (VPA) 4.4.2.9.1.01.00 - OUTROS JUROS E
ENCARGOS DE MORA (registra as variações patrimoniais aumentativas decorrentes de
juros e multas com penalidades pecuniárias decorrentes da inobservância de normas e
com rendimentos destinados à indenização pelo atraso no cumprimento da obrigação); e
- CAMPO 5: o valor informado na aba de dados básicos.

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5.4 Pagamento realizado ou inexistência do valor

A baixa ou cancelamento de saldos deverá ser realizada se houver o


ressarcimento do dano ou outro fator que resulte na extinção do objeto que deu origem ao
registro ou após a manifestação do TCU nesse sentido.
Dessa forma, poderão ser utilizadas duas situações diferentes:
• Recebimento do valor do dano apurado.
• Inexistência de valor do dano.

5.4.1 Recebimento do valor do dano apurado

O recebimento do valor poderá ocorrer tanto por Guia de Recolhimento da União –


GRU, quanto poderá ocorrer por desconto em contracheque. Conforme segue:
a. incluir, no SIAFIWEB, DH do tipo PA, no qual deverão ser informados os
seguintes “dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: Valor do Documento - o valor do pagamento; e
- CAMPO 3: Observação - a maior quantidade de informações possíveis sobre o
procedimento.

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b. na aba outros lançamentos, utilizar a situação CRD026 - BAIXA DE CRÉDITOS


POR DANOS AO PATRIMÔNIO - RECEBIDOS POR GRU (C/C-004), (a situação
CRD026 deverá ser utilizada também quando o recebimento ocorrer por desconto em
contracheque, cujo valor é transferido do CPEx à UG por meio de PF, não sendo de uso
exclusivo para os recebimentos por GRU (como sugere o nome da situação)), e
preencher os seguintes dados:
- CAMPO 1: Normal/Estorno – selecionar Normal;
- CAMPO 2: Exercício - o ANO da ocorrência;
- CAMPO 3: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 4: Créditos Administrativos ou TCE ou Processos Judiciais - informar a
conta de ativo do grupo 1134101XX relativa ao registro a ser alterado (a conta na qual o
devedor está inscrito);
- CAMPO 5: Receita de Indenizações e Restituições - informar a conta contábil de
Variação Patrimonial Aumentativa (VPA), que normalmente será 4.9.9.6.1.01.00 -
INDENIZACOES (registra as variações patrimoniais aumentativas provenientes de
indenizações diversas) ou 4.9.9.6.1.02.00 – RESTITUICOES (registra as variações
patrimoniais aumentativas provenientes de restituições diversas); e
- CAMPO 6: o valor informado na aba de dados básicos.

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5.4.2 Inexistência do valor do dano

O cancelamento do crédito ocorre na possibilidade de acontecer algum fato que


motive a extinção do objeto que deu origem ao registro.
a. incluir, no SIAFIWEB, DH do tipo PA, no qual deverão ser informados os
seguintes “dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: Valor do Documento - valor do cancelamento do crédito; e
- CAMPO 3: Observação - a maior quantidade de informações possíveis sobre o
procedimento.

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b. na aba outros lançamentos, utilizar a situação CRD079 - BAIXA OU


CANCELAMENTO DE CREDITOS POR DANOS AO PATRIMÔNIO e preencher os
seguintes dados:
- CAMPO 1: Exercício - o ANO da ocorrência;
- CAMPO 2: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 3: Créditos Administrativos ou TCE ou Processos Judiciais - informar a
conta de ativo do grupo 1134101XX relativa ao registro a ser baixado (a conta na qual o
devedor está inscrito); e
- CAMPO 4: o valor informado na aba de dados básicos.

5.5 Registro de encaminhamento da dívida para inscrição em Dívida Ativa da União


– DAU

Caso a UG não consiga o ressarcimento dos créditos pela via administrativa, deve
adotar providências com fins de se obter judicialmente a reparação do dano. Nesse caso,
a UG deverá encaminhar o processo (título executivo) para a sua inscrição na Dívida
Ativa da União.
O encaminhamento do crédito para a dívida ativa não significa que o valor está
devidamente inscrito. Esse processo ainda será avaliado e validado ou não pela
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
A escrituração, no SIAFI, deve ser realizada quando do encaminhamento do
processo para inscrição na DAU, via Comando da respectiva Região Militar. É importante
ressaltar que o registro do débito já deve ter sido feito no SIAFI, conforme relatado no
item 6.2.1.
A UG deverá seguir os seguintes procedimentos:
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a. incluir, no SIAFIWEB, Documento Hábil (DH) do tipo PA, e informar os seguintes


“dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: o valor do débito conforme consulta à conta contábil 1134101XX; e
- CAMPO 3: Campo Observação - com a maior quantidade de informações
possível.

b. na aba “outros lançamentos”, utilizar a situação LDV055 - REGISTRO DE


CRÉDITOS ENCAMINHADOS PARA INSC. EM DÍVIDA ATIVA e preencher os seguintes
dados:
- CAMPO 1: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 2: Encaminhamento de créditos - preencher com conta de controle
7.3.1.1.3.00.00 – Dívida Ativa Não Tributária;
- CAMPO 3: Créditos Encaminhados para Dívida Ativa - preencher com
8.3.1.2.1.03.00 – Dívida Ativa Não Tributária; e
- CAMPO 4: Valor do Item - o valor da aba dados básicos.

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5.6 Registro de Inscrição em Dívida Ativa da união – DAU.

Depois de encaminhado o processo para inscrição em DAU, a UG deverá aguardar


a efetivação da inscrição pela Procuradoria Regional da Fazenda Nacional.

5.6.1 Acompanhamento da Inscrição do Débito na DAU

Uma vez encaminhado o processo para a Inscrição na DAU, via Comando da


Região Militar, é responsabilidade da UG acompanhar a efetivação da inscrição pela
Procuradoria Regional da Fazenda Nacional (PRFN).
Para realizar a citada consulta, a UG deverá seguir os seguintes passos:
a. acessar o seguinte sítio da internet:
https://www2.pgfn.fazenda.gov.br/ecac/contribuinte/devedores/listaDevedores.jsf
b. preencher os campos “CPF/CNPJ” com os dados do devedor; e

c. clicar em “Consultar”:
- se o sistema retornar a mensagem “Nenhum registro foi encontrado”, significa
que a inscrição na DAU ainda não foi realizada; ou
- caso haja algum registro, o sistema retornará a tela abaixo:

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5.6.2 Lançamento da inscrição em dívida ativa

Uma vez confirmada a inscrição do débito na DAU, conforme o item 5.4, a UG


deverá realizar os seguintes procedimentos:
a. incluir, no SIAFIWEB, Documento Hábil (DH) do tipo PA, e informar, os
seguintes “dados básicos”:
- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;
- CAMPO 2: o valor do débito conforme consulta à conta contábil 1134101XX
(relatado no item 2.2); e
- CAMPO 3: Campo Observação - com a maior quantidade de informações
possível.

b. na aba “outros lançamentos”, utilizar a situação CRD177 - INSCRIÇÃO DE


CRÉDITOS DANO AO PATRIMONIO EM DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA e preencher
os seguintes dados:
- CAMPO 1: Exercício - o ANO da ocorrência;
- CAMPO 2: CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;

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- CAMPO 3: Créditos Administrativos - informar a conta de ativo do grupo


1134101XX relativa ao registro a ser baixado (a conta na qual o devedor está inscrito),
conforme relatado; e
- CAMPO 4: o valor informado na aba de dados básicos.

5.6.3 Rejeição da Inscrição em Dívida Ativa

Caso haja a rejeição da inscrição do débito na DAU pela PRFN, a UG deverá


realizar o cancelamento do encaminhamento (após o recebimento da documentação
pertinente via Comando da Região Militar), seguindo os seguintes procedimentos:
a. incluir, no SIAFIWEB, Documento Hábil (DH) do tipo PA, e informar os seguintes
“dados básicos”:

- CAMPO 1: Código do Credor - a própria UG;


- CAMPO 2: o valor do débito constante da conta contábil 831210300 – Dívida
Ativa Não Tributária;
- CAMPO 3: Campo Observação - com a maior quantidade de informações
possível.

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b. na aba “outros lançamentos”, utilizar a situação LDV067 - CANCELAMENTO DE


CRÉDITOS ENCAMINHADOS PARA INSCR. EM DIVIDA ATIVA - ADM. DIRETA e
preencher os seguintes dados:
- CAMPO 1: Inscrição Genérica - CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 - dados do devedor;
- CAMPO 2: Créditos Encaminhados a Inscrever – 831210300 – Dívida Ativa Não
Tributária;
- CAMPO 3: Cancelamento de Créditos Encaminhados – 831330000 – Dívida Ativa
Não Tributária; e
- CAMPO 4: o valor informado na aba de dados básicos.

5.7 Dano relacionado a Material

Quando se tratar de dano que envolva bem patrimonial, paralelamente aos


registros de apuração de responsabilidade e danos ao erário ocorridos, a UG deverá
efetuar os lançamentos de ajustes contábeis necessários, referentes à movimentação de
bens móveis ou material de consumo, buscando demonstrar a real situação/status do
bem.

5.7.1 Transferência do bem para Bens não Localizados:

A conta de Bens não Localizados, entre outras finalidades, contempla perda ou


extravio de bens que se encontram em processo de apuração.

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Quando do registro dos valores nas contas contábeis de controle (letra b ,item 2.1),
para apuração de responsabilidades, referir-se a perda ou extravio de bens móveis ou
material de consumo, ou seja, quando o processo está na fase “em apuração”, deverão
ser efetuados, concomitantemente, os lançamentos de ajustes contábeis para a conta de
Bens não Localizados.
O documento a ser incluído será do tipo PA, no SIAFI WEB, utilizando-se o evento
ETQ027 - Transf. de estoques com c/c subitem entre UG ou dentro da mesma UG (para
os casos de bens de consumo), ou IMB149 – Transferência de bens em processo de
localização c/c 002 (para os casos de bens móveis), conforme as figuras a e b,
demonstradas abaixo, respectivamente.

Obs: Como se pode observar, o saldo será transferido para a conta contábil
11561.16.00 – MATERIAIS DE CONSUMO NÃO LOCALIZADOS.

OBS.: Antes de reclassificar o bem, é necessário apurar o valor líquido contábil


(baixa da depreciação acumulada ou da redução ao valor recuperável), seguindo o
previsto na cartilha de Registros Patrimoniais / Cartilha de Depreciação, da D Cont.
O material será transferido para a conta contábil 12311.99.07 – BENS NÃO
LOCALIZADOS.

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5.7.2 Conclusão de processo de apuração de dano ao erário com localização do


bem

No caso de terminado a Sindicância/Processo Administrativo, em se localizando o


bem, a UG deverá efetuar o lançamento que irá retirar o material/bem do status de bem
não localizado e retornar o mesmo para o estoque.
O lançamento deverá ser efetuado registrado no SIAFI WEB, inclusão de
documento hábil “PA”, utilizando-se dos eventos ETQ027 , (na modalidade estorno) –
Transf. de estoques com c/c subitem entre UG ou dentro da mesma UG (para os casos
de bens de consumo), o que ocasionará o retorno do material para o estoque.
Para os casos de bens móveis, utilizar a situação IMB150 (na modalidade normal)
– Transferência de bens localizados após o processo de inventário - C/C 002 (para os
casos de bens móveis), o que ocasionará o retorno do bem para o estoque.
Os procedimentos no SIAFI deverão ser os seguintes:

Obs: O material retornará para a conta de estoque.

5.7.3 Conclusão do processo de apuração sem localização do bem

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Ao final da sindicância/processo administrativo, caso o bem não seja localizado,


será constatado a perda efetiva do material, devendo ser baixado o saldo das contas
11561.16.00 – Materiais de consumo não localizados e 12311.99.07 – Bens não
localizados, conforme o caso, e registradas as contas de Variação Patrimonial Diminutiva
na UG detentora do bem.
a. Baixa do material de consumo da conta de não localizado
Para a baixa de material de consumo, deverá ser efetuado no SIAFI WEB, por
meio de lançamento PA, utilizando-se a situação ETQ002 – Baixa de Estoques Por
Perdas Involuntárias (c/c 007)

b. Baixa de bens móveis


Para a baixa de bens móveis, deverá ser efetuado no SIAFI WEB, por meio de
lançamento PA, utilizando-se a situação IMB075 – Baixa de Imobilizado em poder de
terceiros - Perdas Diversas.

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CONCLUSÃO

A presente apostila foi elaborada como principal fonte de consulta e orientação


referente ao curso de “Apuração e Acompanhamento de Dano ao Erário”, e ao final da
leitura desta espera-se que o aluno possua noções de todas as etapas que os processos
de apuração e acompanhamento do dano possuem e também possa futuramente utilizá-
la como fonte de consulta rápida para tirada de dúvidas.
Com este intuito foi apresentado as atividades dos agentes da administração
relacionadas a apuração de fatos que deram origem ao dano, identificação dos
responsáveis, quantificação do dano, obtenção do ressarcimento do dano, as principais
ações a serem realizadas no SISADE, SIAFI, Sistema e-TCE, as quais se iniciam com o
cadastramento dos processos, se desenvolvem ao longo da evolução do mesmo através
do monitoramento e atualização de informações e finalizam com o desfecho do processo
de apuração de dano ao erário.
Cabe ressaltar que, para no êxito do ressarcimento do dano ao erário é de grande
importância o monitoramento das atividades e o estreito relacionamento dos agentes
envolvidos no processo.

Observação a ICFEx mudou de nome para CGCFEx, onde houver orientações de normas
anteriores a 2021 para Inspetoria pode se ler Centro de Gestão. Para contribuições ou dúvidas, favor
entrar em contato com o 12º CGCFEx que confeccionou esta apostila. Telefone: (92) 3212-9561 ou
9579.

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Referências - Disponíveis na Biblioteca do Estágio Setorial de Apuração e


Acompanhamento de Dano ao Erário.

BRASIL. Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 039, de 28 de janeiro de 2010. Aprova as Instruções Gerais para a Apuração
de Acidentes Envolvendo Viaturas Pertencentes ao Exército e Indenizações de Danos
Causados à União e a Terceiros (IG 10-44) e dá outras providências.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 107, de 13 de fevereiro de 2012. Aprova as Instruções Gerais para a
Elaboração de Sindicância no Âmbito do Exército Brasileiro (EB10-IG-09.001) e dá outras
providências.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Instrução Normativa nº 71, alterada pela


Instrução Normativa nº 76, de 23 de novembro de 2016. Dispõe sobre a instauração, a
organização e o encaminhamento ao Tribunal de Contas da União dos processos de
tomada de contas especial.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Decisão Normativa nº 155, de 23 de novembro de


2016. Regulamenta os incisos I, III, IV, V e VI do art. 17 da Instrução Normativa - TCU nº
71, de 28 de novembro de 2012, para detalhar peças, disponibilizar orientações para a
adoção de medidas administrativas, estabelecer prioridades e procedimentos para a
constituição e tramitação em meio eletrônico de processo de tomada de contas especial,
e, ainda, fixar a forma de apresentação de tomadas de contas especiais instauradas em
razão de o somatório dos débitos perante um mesmo responsável atingir limite fixado
para dispensa.

Tutorial do sistema e-TCE versão 1.3 – módulo do instaurador, setembro de 2017.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 1.845-C Ex, de 29 de setembro de 2022. Aprova as Normas para a
Apuração de Irregularidades Administrativas (EB10-N-13.007) e dá outras providências.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Portaria nº 122, de 20 de abril de 2018. Dispõe


sobre a implantação e a operacionalização do sistema informatizado de tomada de contas
especial (Sistema e-TCE), com amparo no § 5º do art. 11 da Decisão Normativa - TCU nº
155, de 23 de novembro de 2016.

BRASIL. Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018. Atualiza os valores das


modalidades de licitação de que trata o art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

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MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 424, de 27 de março de 2019. Aprova as Normas para a Realização de
Tomada de Contas Especial (EB10-N-13.008), e dá outras providências.

5ª INSPETORIA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS DO EXÉRCITO. Cartilha para


contabilização de diversos responsáveis e dano ao erário, outubro 2019. A presente
cartilha foi elaborada pela 5ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (5ª
ICFEx), com a finalidade de orientar e auxiliar os agentes da administração a realizarem
os registros referentes à contabilização de diversos responsáveis e apuração de danos ao
erário no SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira, no âmbito
administrativo, desde a abertura da sindicância até a extinção do direito do ente público.

10ª INSPETORIA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS DO EXÉRCITO. Cartilha sobre


registros de débitos no SIAFI. Orientar o registro contábil no Sistema Integrado de
Administração Financeira (SIAFI) de danos ao erário ocorridos nas Unidades Gestoras
(UG).

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Instrução Normativa nº 84, de 22 de abril de


2020. Estabelece normas para a tomada e prestação de contas dos administradores e
responsáveis da administração pública federal, para fins de julgamento pelo Tribunal de
Contas da União, nos termos do art. 7º da Lei 8.443, de 1992, e revoga as Instruções
Normativas TCU 63 e 72, de 1º de setembro de 2010 e de 15 de maio de 2013,
respectivamente.

BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos


Administrativos.

MINISTÉRIO DA ECONOMIA, PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL.


Portaria nº 6.155, de 25 de maio de 2021. Dispõe sobre o encaminhamento de créditos
para inscrição em dívida ativa da União.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 1.534, de 7 de junho de 2021. Altera dispositivos das Instruções Gerais para
a Apuração de Acidentes Envolvendo Viaturas Pertencentes ao Exército e Indenizações
de Danos Causados à União e a Terceiros (IG 10-44), aprovadas pela Portaria do
Comandante do Exército nº 039, de 28 de janeiro de 2010.

MACROFUNÇÃO SIAFI 021138 - DIVERSOS RESPONSÁVEIS, última atualização em


Segunda, 07 de Junho de 2021.

MACROFUNÇÃO SIAFI 021112 - DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO, Última atualização em


Sexta, 25 de Junho de 2021.

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, GABINETE DO MINISTRO. Portaria nº 1.531,


de 1 de julho de 2021. Orienta tecnicamente os órgãos e entidades sujeitos ao Controle
Interno do Poder Executivo Federal sobre a instauração e a organização da fase interna
do processo de Tomada de Contas Especial.

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MINISTÉRIO DA DEFESA, GABINETE DO MINISTRO. Portaria nº 2.791, de 2 de julho


de 2021. Dispõe sobre o ressarcimento e a indenização de valores recebidos
indevidamente ou de dívidas decorrentes de danos causados ao erário, por atos culposos
ou dolosos, cometidos por militar, ativo ou inativo, anistiado político militar ou pensionista
de militar, efetivados no âmbito dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. COMANDANTE DO EXÉRCITO.


Portaria nº 1.555, de 9 de julho de 2021. Aprova o Regulamento de Administração do
Exército (RAE), EB10-R-01.003, 1ª Edição, 2021.

Manual SISADE – versão 17.08.2021.

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