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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3
2 NOÇÕES HISTÓRICAS..................................................................... 4
3 CONCEITO ........................................................................................ 7
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 35
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa.
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 NOÇÕES HISTÓRICAS
Fonte: incrivelhistoria.com.br
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Guerra dos Cem Anos
Foi uma guerra que tinha como base uma crise politica que se instalou
na França em meados de 1328, existia também interesse a economico, onde
monarcas aumetar seu poder político com cobrança de impostos. Na maior parte
do conflito a Inglaterra vencia a França.
A Guerra dos Cem Anos acabou por gerar pesadas conseqüências entre
elas à crise do sistema feudal e o surgimento de um sentimento nacional
na França, além de uma reformulação nas táticas de guerra como a
utilização da pólvora no campo de batalha e lançamento de projéteis.
Sua longa duração permitiu que fechasse as portas da cultura medieval
e abrisse as portas de um novo período cultural. (DOMINGUES, 2013).
Foi uma guerra entre duas famílias que compuseram o trono britânico por
um longo período. Plummer, 1885 citado por Correa, 2013 afirma que o ápice do
feudalismo bastardo no século XV foi a principal causa na Guerra das Rosas.
Cruzadas
Outra manifestação militar muito conhecida foi as Cruzadas, essa tendo
como interesse a imposição do cristianismo, conhecida como a união dos
cristãos contra os infíeis, onde os participantes usavam cruzes vermelhas nas
suas roupas e no material belico, por isso o nome de Cruzadas.
Dias e col, 2011 diz que “as Cruzadas foram um movimento de luta contra
o inimigo da fé”. Franco, 1984 e MAALOUF, 1988 citados por Dias e col, 2011
afirma que “Tanto a Cruzada como a Jihad tinham o mesmo sentido, por mais
que não tivessem os mesmos objetivos finais”. Pois os cristão desejavam
recuperar a terra santa dos infiéis e os árabes islâmicos queriam a união entre
seus líderes e líderes e expulsar os invasores do ocidente.
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Fonte: aventurasnahistoria.uol.com.br
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3 CONCEITO
Fonte: www.portalfeb.com.br
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de guerra, conhecer e entender sua função dentro de uma democracia é
importante para evitar que essas instituições se tornem um perigo ao regime
político.
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Fonte: mundotentacular.com/
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invasões a colônia, viram a necessidade de proteger o território. Com isso a partir
do século XVII, com o interesse de outras metrópoles colonizadora no território
brasileiro esse cenário muda. Foi organizada uma “junta militar”, onde continham
10 companhias compostas por 100 homens cada, essa organização foi chamada
por alguns historiadores de Terço, esse terço era liderado por um sargento-mor
e um ajudante.
Fonte: bdor.sibi.ufrj.br
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regimentos cada um com dez companhias, segundo Barroso, 1938 “cada
companhia tinha o seguinte efetivo: 44 soldados, 4 cabos, 2 sargentos, um
alferes, um tenente, um capitão e um tambor; as de granadeiros eram maiores:
55 soldados, os mesmos inferiores e superiores, e, além do tambor, um pífano
ou pífaro”. No Ceará e no Rio Grade do Norte haviam dois terços e um regimento
de ordenanças, duas companhias de guarnição. No restante das capitanias a
organização era quase a mesma.
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ausência de mudanças significativas nas organizações militares”; pois segundo
Sodré, 2010 citado por Rodrigues, 2013 as organizações militares, parte do
aparelho de Estado, refletem sempre as condições da sociedade que as geram”.
Fonte: mapa.an.gov.br/
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batalhões de fuzileiros de oito companhias e 882 homens cada um;
oito batalhões de caçadores de seis companhias, com 557
homens; quatro batalhões de artilharia a pé de oito companhias e
690 homens cada um; e três regimentos de cavalaria de oito
companhias e 618 homens cada um.
Fonte: dor.sibi.ufrj.br
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casacas, as côres regimentais, farda verde dos caçadores e as polainas.
Adotaram-se barretinas afuniladas, guritões, com cordões e borlas em primeiro
uniforme”, segundo Barroso, 1938.
Com a proclamação da Repúbica veio o aumento do exercito,
acrescentando 6 batalhoes de infataria, uniformes mais uma vez forma
mudados, “vieram capacetes, alamares postiços e meias botas. Restauraram-se
vivos, carcelas, listas e golas de côr a êsmo” segundo Barroso, 1938.
“A Guarda Nacional, criada pela Regencia para substituir as antigas Milicias e
Ordenanças, e abolida pela República, foi uma instituição militar que, á excepção
de seus derradeiros anos de decadencia, prestou relevantissimos serviços ao
país como reserva do Exercito” afirma Barroso, 1938. “Após sua creação, em
1831. a Guarda Nacional fortemente se bateu no Sul. em 1842, sob as ordens
de Caxias, e foi reorganizada em 1851. Sempre se colocou ao lado do Exercito.
cabendoIhe, nas formaturas, o lugar de honra, segundo Barroso, 1938. “A
Guarda Nacional figurou ainda na campanha de Canudos. A derradeira vez que
formou em público foi numa parada comemorativa do 7 de . setembro, no Rio de
Janeiro, em 1911”, completa Barroso, 1938.
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brigada. Em França decaiu ao ponto de ser hoje o brigadier simples cabo
das tropas montadas.
• GENERAL - Do latim generalis, geral. O chefe geral, o comandante geral
dum exercito. O posto generalissimo só se dá ao general que comanda
forças de várias nações, porque está acima de varios generais em chefe.
A outorga dêsse posto ao general Deodoro, na República, foi, portanto,
ridicula.
• MARECHAL - Do antigo alemão marah:walc o encarregado das
estrebarias e dos cavalos do soberano. No seculo X, tornou-se uma das
mais altas dignidades militares com o "marechal de campo da hoste ou de
batalha". Depois, nos exercitas lusos e espanhóis, o marechal de campo foi
o comandante duma div:isão ou dum corpo, correspondendo ao atual
general de divisão. Ainda nos exercitas germanico, inglês, russo imperial e
escandinavos o marechal de campo é a mais alta graduação: feld-
mareschal, field-marsshall. No Brasil monarquico e em Portugal, o mais alto
posto era o marechal do Exercito. No periodo republicano, entre nós, se
conservou o gráu de marechal como cume da hierarquia. Mas em França.
cujos Marechais de França teem uma antiga e gloriosa tradição, se
conserva a lembrança da primitiva humildade do cargo: ex. marechal-(
errant, o ferrador de cavalos, marechal des logis, o sargento das tropas
montadas.
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Fonte: bdor.sibi.ufrj.br
- Brasil-Reino:
• INFANTARIA LIGEIRA, caçadores a pé: carabinas de pederneira Tower
ou Brown Bess, calibre de 19 m/m, com baioneta triangular ou de lâmina,
ou sem baioneta.
• CAVALARIA: clavinas de pederneira Tower ou Brown Bess, calibre 17
m/m e 19 m/m; lanças de meia lua abaixo da choupa; sabres curvos de
copo singelo; pistolas de pederneira de calibre de 19 m/m.
• ARTILHARIA: canhões de bronze de calibre entre 85 m/m e 140 m/m, com
alma lisa, de carregar pela boca.
- 10 Reinado:
• INFANTARIA DE LINHA: fuzileiros: o mesmo armamento, salvo o dos
oficiais que usam sabres ligeiramente curvos, de copos abertos.
• INFANTARIA LIGEIRA, CAÇADORES A PÉ: o mesmo armamento com
espadas-baionetas em · presilhas laterais nas carabinas.
• CAVALARIA: os mesmos sabres e pistolas; lanças simples.
• ARTILHARIA: idem.
- 20 Reinado:
• INFANTARIA DE LINHA, FUZILEIROS: espingardas de fulminante, Minié,
de várias marcas, raiadas e não raiadas, de calibre de 16 m/m, 14,8 m/m e
14 m/m, com baioneta triangular; sabres curvos de copos abertos para os
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oficiais; pistolas de fulminante de calibre 14 m/m; (revolver Colt de 10,7
m/m, e Lefaucheux de 10,8 m/m.
• INFANTARIA LIGEIRA: caçadores a pé: carabinas de fulminante, Mini é,
de várias marcas e calibres, com sabres baionetas ou iatagans.
• CAVALARIA: clavinas de fulminante, Minié, de várias marcas e adarmes;
sabres curvos, grandes, de copos abertos: revolver Colt e Lefaucheux;
pistolas de arção Minié, lanças encruzetadas abaixo da choupa.
• ARTILHARIA: canhões raiados La Hitte, Paixhans e Withworth, de calibre
variando entre 90 e 130 m/m de carregar pela boca.
- República:
• Ao princípio, para a infantaria, vieram as espingardas Mannlicher de 6,5
m/m. Mais tarde foram substitui das pelas Mauser, modelo brasileiro, de 7
m/m. Todos os sabres de oficiais e praças de todas as armas passaram a
ter copos fechados. Adquiriram-se lanças Ehrardt. As Comblain, relegadas
para as policias estaduais, acabaram definitivamente banidas. E dotou-se
o Exército com. as mais modernas armas automáticas e canhões do
Creusot e Krupp. A Marinha, que dó fim do império aos :primeiros tempos
da República tivera armamento Kropatschek de 8 m/m. adotou o mesmo
armamento que o Exército.
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Fonte: copacabana.com
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Conseguindo tomar o Uruguai, Rosas investiu em tomar o Sul do brasil, que com
o apoio da Bolivia, Paraguai e Uruguai avançaram rumo a Argentina para retirar
Rosas do poder, este que acabou fugindo dando fim a guerra. O Rio Grande do
Sul participou ativamente, este que queria se desvincular do brasil, acabou se
integrando de vez em função da guerra, trouxe também para o pais uma
estabilidade econômica.
4.1.4 Guerra Contra o Uruguai
Surgiu da união de Uruguai com a Argentina que tinham como objetivo
resgatar e unir o Vice-reinado do Prata, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia,
e para o Brasil essa unificação seria desfavorável a sua supremacia sul-
americana.
Fonte: mapa.an.gov.br/
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De acordo com Guinier, 2014 citado por Souza e col, 2016 afirma que o
general, “apostava em uma extensa transformação institucional, capaz de
fornecer ao Estado meios para intervir e organizar espaços sociais”. E dessa
forma aos poucos a justiça militar foi se tornando uma parte especifica da área
jurídica, “com lógica e temas próprios, que deveriam pôr em prática
procedimentos regulares de disciplinarização da tropa e de resolução de
conflitos”, afirma Souza e col, 2016. A justiça militar do Brasil se dividiu em três
instituições ordinárias: os Conselhos de Disciplina, os Conselhos de Guerra e o
Conselho Supremo Militar e de Justiça (CSMJ) – e uma instituição de exceção –
a Comissão Militar. No período imperial do Brasil, a justiça militar tinha apenas
duas instancias sendo estas: Conselho de Guerra e Conselho Supremo Militar e
de Justiça, estes eram, segundo Souza e col, 2016 organizados da seguinte
forma:
a) Conselhos de Guerra: Criados em 1763 bases legislativas desses
conselhos permaneceram quase inalteradas até a República. Não eram
instituições permanentes. Atendiam a demandas específicas de cada
Regimento e organizavam-se em torno destes. Cada Conselho de Guerra
devia ser integrado por um presidente, um auditor e cinco oficiais militares,
denominados vogais. Porém a instituição do cargo de auditor em cada
Regimento militar, o “auditor regimental”, grande novidade da época, não
vingou. Por alvará de 26 de fevereiro de 1789, o cargo de auditor regimental
foi extinto e suas funções passaram a ser exercidas pelos juízes do crime ou
juízes de fora da cidade onde o Regimento estivesse aquartelado. As patentes
militares do presidente e dos vogais do Conselho de Guerra nunca poderiam
ser inferiores à do réu, respeitando-se o princípio hierárquico militar. Também
deveria ser observada a qualidade social do réu. Sendo este cavaleiro de
alguma das ordens militares, os vogais e o presidente do Conselho deveriam
ter a mesma condição social, pertencendo também às ditas ordens. Essa
interferência de princípios hierárquicos sociais, de base aristocrática, na
composição dos Conselhos de Guerra já mostra o quanto o discurso do
“especialista militar”, em circulação desde fins do século XVIII, permaneceu
limitado no Brasil.
b) Conselho Supremo Militar e de Justiça: Este órgão foi criado por alvará de
1o de abril de 1808. Todavia, o próprio alvará estabelecia uma continuidade
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entre o novo órgão e seu congênere português, o Conselho de Guerra de
Lisboa, afirmando que o novo órgão era regulado pelo Regimento de 22 de
dezembro de 1643, e pelas mais ordens régias que regiam o Conselho de
Guerra de Lisboa. Segundo Souza, 2014 citado por Souza e col, 2016 “Essas
outras ordens régias se inscreviam justamente no contexto das reformas do
final do século XVIII, quando D. Maria I interveio nessa estrutura. As antigas
sessões destinadas aos assuntos da justiça militar foram substituídas por um
tribunal militar, batizado de Conselho de Justiça, com funcionamento no
próprio Conselho de Guerra de Lisboa”. O CSMJ nasceu no Brasil com duas
seções bem demarcadas: um Conselho de Justiça, que mantinha a função de
tribunal militar, e um Conselho Militar, destinado às questões burocráticas da
caserna. Os dois Conselhos, reunidos, constituíam um único órgão – o
Conselho Supremo Militar e de Justiça. Outra marca dessas experiências de
finais do século XVIII foi a decisão de centralizar neste Conselho a
administração e a justiça militar do Exército e da Marinha. Em Portugal, desde
1795, havia um órgão específico para a Marinha, o Conselho do Almirantado.
No Brasil, só em 1856 foi criado órgão semelhante, o Conselho Naval, ainda
assim sem funções jurídicas.
Segundo Souza e col, 2016 “a Comissão Militar era um dispositivo
acionado para dar ares de julgamento à ação do Estado na repressão a
movimentos contestatórios.” De acordo com Souza e col, 2016 “Esses
tribunais eram presididos pelo comandante das forças de repressão em
operação no local e integrados apenas por militares, sem contar com a
presença de sequer um juiz togado”. Porém em meados de 1831 esse
dispositivo entrou em decadência voltando apenas no período republicano.
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6 A JUSTIÇA MILITAR NA REPÚBLICA BRASILEIRA
Fonte: www.educamaisbrasil.com.br
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Em 1980 foi organizado uma comissão para rever os códigos penal e de
processo penal militar, em decorrência de reclamações referente ao que estava
vigente na época, sendo considerado arcaico, tempos depois foi imposto o
decreto de número 949 estabelecendo um novo código penal militar. Segundo,
Souza e col, 2016 esse código era inspirado pela ideia de ordem, disciplina e
fidelidade ao dever, impedia que fosse instituída a lei penal antiga, a possíveis
atos contra o governo era previsto aplicação de pena como por exemplo, morte
por fuzilamento, prisão, destituição, prisão com trabalho, degradação militar,
entre outras. Segundo Souza e col, 2016 era previsto na constituição republicana
a existência de um foro apenas para casos de infrações militares realizados tanto
em terra quanto em mar. Havia também dois conselhos responsáveis pela
formação de culpa e julgamento, e um de Supremo Tribunal Militar (STM). Houve
a publicação do decreto número 149, que assegurava a organização e
regulamentação dos trabalhos do Supremo, tendo esse sua sede na Capital
federal, constituído por 15 membros vitalícios, nomeados pelo presidente da
República. Sua composição seria de oito ministros do Exército, quatro da
Armada e três juízes togados, afirma Souza e col, 2016.
Eram funções do STM, afirma Souza e col, 2016:
• estabelecer a forma processual militar;
• julgar em segunda e última instância os crimes militares;
• responder a consultas da Presidência da República sobre
economia, disciplina, direitos e deveres das forças de terra e mar;
• decidir pela expedição de patentes militares
Segundo Souza e col, 2016 foram instituídos dois decretos, esses
responsáveis por determinar o Código de Organização Judiciária e Processo
Militar, responsável por fundamentar a estrutura da primeira instância da justiça
militar.
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Fonte: pt.m.wikibooks.org
De acordo com Souza e col, 2016 “foi Criado em 1936, como decorrência
direta do Levante Comunista de 1935, o Tribunal de Segurança Nacional (TSN)
foi inicialmente vinculado à justiça militar, como órgão de primeira instância,
sendo que de suas decisões caberia recurso ao STM”. Segundo Souza e col,
2016 essa determinação possibilitou por um tempo, novamente o envolvimento
do foro militar com questões políticas. “Apesar de ter sido apensado à estrutura
da justiça militar, o TSN era claramente um tribunal de exceção, com práticas
judiciais como o julgamento por convicção, permitido aos juízes que o
integravam”, afirma Souza e col, 2016.” Entre as funções do novo tribunal
estavam previstos o julgamento de civis e militares acusados de cometerem
crimes contra as instituições militares e contra a segurança externa da
República”, completa Souza e col, 2016.
Com o golpe militar, a justiça militar seguiu o modelo da constituição de
1946, “pelo Código da Justiça Militar de 1938, além de alguns artigos previstos
na Lei de Segurança Nacional de 1953 “ segundo Souza e col, 2016, em 1964
foi aprovado uma moção para o presidente em exercício, como forma de apoio,
“essa nota daria o tom do engajamento do foro militar no processo político
autoritário a partir de então”, afirma Souza e col, 2016. Para separar a quem
competia a resolução dos conflitos nessa época foi incluído na constituição o Ato
Institucional no 2 (AI-2), este deu a justiça militar o dever de julgar os crimes
previstos na Lei de Segurança Nacional em vigor. Em 1967 ficou estabelecido
que a justiça militar se estenderia à civis que fossem considerados um risco para
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segurança nacional e instituições militares. “Essa mudança promoveu um
deslocamento da punição de crimes contra a segurança externa para a
segurança interna, delineando a figura do inimigo interno, segundo Souza e col,
2016”. A história nos mostra que desde o inicio da república, houve muitas
mudanças referente a competência da justiça militar, e com a ditadura “com
determinações pouco claras acerca do seu viés político”. No decorrer do golpe,
a justiça militar recebeu várias funções, como crimes militares, crime contra a
segurança nacional, crimes contra a probidade administrativa e crimes contra a
economia popular, cometidos por civis ou por militares., afirma Souza e col,
2016.
Com a promulgação da constituição de 1988 a estrutura da justiça militar
seguiu o padrão da utilizada durante a ditadura militar , “o artigo 124 da Carta
define que a função do foro militar é julgar “os crimes militares definidos em lei”,
dando margem à possibilidade de julgamento de civis que cometessem crimes
militares”, afirma Souza e col, 2016. “De fato, mais recentemente, tem-se
observado o aumento da quantidade de civis julgados por crimes militares, no
foro militar, Segundo Souza e col,2016. “Os casos que mais se destacam estão
relacionados à ampliação das funções das Forças Armadas, em ações de
“garantia da lei e da ordem”, como previsto na Constituição e melhor definido a
partir do fim da década de 1990”, completa, Souza e col, 2016.
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outorgadas em nosso país. Além de princípios e regras de administração
militar, as Constituições também consiganaram, e consignam, como
demonstraremos no decorrer deste estudo, princípios e regras de direito
militar. Muito mais atentos às regras de Administração militar, os exegetas dos
textos políticos e — mesmo os especialistas em direito militar — pouca ou
nenhuma atenção deram ao desenvolvimento do direito constitucional militar.
Fonte: rvchudo.com/
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criar processos de controle das finanças públicas por quem as provia de
recursos.2 Juridicamente, Constituição é a lei fundamental que regula as
relações entre governantes e governados, traçando os limites dos poderes do
Estado e declarando os direitos e garantias individuais. Na acepção ideal, a
Constituição pode ser definida, como leciona Canotillho, como “os postulados
políticos-liberais, considerando-os como elementos materiais
caracterizadores e distintivos os aeguintes: (a) a constituição deve consagrar
um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no
sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos
cidadãos nos actos do poder legislativo através do parlamento); (b) a
constituição contém o princípio da divisão dos poderes, no sentido de garantia
orgânica contra os abusos dos poderes estaduais; (c) a constituição deve ser
escrita (documento escrito)”.
3. Direito constitucional: A expressão direito constitucional pode ser
tomada em duas acepções: disciplina jurídica ou direito de índole
constitucional. Assim, na primeira acepção (disciplina jurídica), direito
constitucional é Estudo das normas jurídicas que derivam da Constituição, ou
mais exatamente o estudo da Constituição. Na segunda acepção (direito de
índole constitucional), a expressão direito constitucional se refere a todo e
qualquer direito consagrado numa constituição, qualquer que seja a sua
natureza do ponto de vista de classificação doutrinária: privado, público, civil,
político, administrativo, penal, comercial, internacional, processual, militar,
etc. Ora, como já externamos no início deste estudo, da conjugação dos dois
sentidos da expressão “direito constitucional” resulta a possibilidade de
considerar-se uma disciplina jurídica incidente sob direitos consagrados na
Constituição, qualquer que seja a sua natureza do ponto de vista de
classificação doutrinária, donde derivar a idéia de “direito constitucional
tributário”, “direito constitucional penal”, “direito constitucional administrativo”,
“direito constitucional militar” (objeto de nossa breve análise), dentre outros.
4. Direito militar: O direito militar pode ser definido como o conjunto
harmônico de princípios e normas jurídicas que regulam matéria de natureza
militar, podendo ser de caráter constitucional, penal ou administrativo. Este
direito tem como fonte principal a lei, mais exatamente a lei militar, qual seja
aquela promulgada sobre matéria militar.
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Fonte: /www.inspirar.com.br
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corpos de bombeiros militares (inciso XXI) e defesa territorial, defesa
aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional (inciso
XXVIII).
Fonte: www.megajuridico.com
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governantes e governados, traçar os limites dos poderes do Estado e declarar
os direitos e garantias individuais. A Constituição de 1998 foi muito além,
posto que disciplinou em seu bojo disposições que estariam melhor postas no
plano infraconstitucional. Ao fazer a opção pelo caráter analítico, o legislador
constituinte originário deu ensanchas a um escalonamento de status das
disposições contidas no texto constitucional, efeito não desejado e deletério
ao princípio da supremacia da Constituição. Assim é que, no plano da
realidade, há disposições do texto constitucional claramente
“inconstitucionais” e, pior ainda, disposições do texto maior que — em
linguagem coloquial — “não pegaram”.
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REFERÊNCIAS
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