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Raízes, valores e tradições

CARTILHA 1

SUGESTÕES AOS
COMANDANTES DE OM

VERSÃO
PROVISÓRIA
DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO EXÉRCITO
PREFÁCIO

Prezado comandante/chefe/diretor,

A Constituição Federal de 1988 dispõe que as Forças Armadas brasileiras são


instituições nacionais permanentes. Em contrapartida, vivemos em um mundo no qual a
transformação é uma constante incontornável. Emerge, então, o seguinte desafio: manter
a instituição Exército Brasileiro permanente frente à sempiterna mudança do mundo.
O Exército Brasileiro, portanto, ciente desse postulado, apresenta por intermédio
da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, sugestões para nortear o
chefe militar na condução de ações que busquem preservar a essência da Instituição, em
outros termos, aquilo que é o mais básico e o mais central: suas mais importantes
características.
Tais características surgem da síntese do conhecimento: de suas raízes históricas e
geográficas, que trazem à memória a gênese da nossa Instituição, com suas contribuições
para a formação da nacionalidade brasileira, inspirando com seus exemplos pretéritos as
ações futuras de seus integrantes; das tradições castrenses que distinguem o espírito
militar que nos anima; e dos valores morais que iluminam o caminho na direção da ética e
da justiça.
A presente cartilha disponibilizará ideias para a sistematização da internalização
das raízes, dos valores e das tradições do Exército Brasileiro junto ao público interno,
cujas ações são, via de regra, conduzidas de forma assistemática pelos comandantes de
organizações militares. Tem, ainda, a auspiciosa pretensão de contagiar a sociedade ao
resgate de valores morais atemporais, marcos civilizatórios hoje tão relativizados no seio
da população brasileira.
Constitui-se, para o comandante/chefe/diretor em todos os níveis, uma ferramenta
útil para o exercício da liderança, permitindo valorizar a dimensão humana, estimular o
espírito de corpo, emular a operacionalidade da tropa e consolidar a integração do
Exército com a sociedade a qual defende.

GENERAL DE DIVISÃO RIYUZO IKEDA


Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército

“É fácil a missão de comandar homens livres, basta mostrar-lhes o caminho do dever.’’


Marechal Luis Osorio
DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO EXÉRCITO

Cartilha 1
SUGESTÕES AOS COMANDANTES DE OM
ÍNDICE

1. Sistemática da internalização das raízes histórico-culturais, dos valores e da


ética castrenses e das tradições militares................................................................ 3

a. Conceitos básicos................................................................................................... 3

b. Fontes de consulta: as cartilhas.............................................................................. 5

c. Articulação das publicações................................................................................... 6

d. Boas práticas.......................................................................................................... 7

2. Temas fundamentais............................................................................................... 11

a. A organização militar e o município de sua sede.................................................. 11

b. Patronos, heróis e personalidades militares.......................................................... 13

c. O Exército e a Nação Brasileira............................................................................ 14

d. Valores e ética militares........................................................................................ 17

3. Acervos históricos e espaços culturais da OM..................................................... 18

4. Considerações finais............................................................................................... 19

ANEXO A - Leitura a ser recomendada aos comandados..................................... 20

ANEXO B – Legislação do Exército acerca de espaços e acervos culturais......... 40

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (grifo nosso)

Constituição Federal/1988, Art. 142


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SISTEMÁTICA DA INTERNALIZAÇÃO DAS RAÍZES HISTÓRICO-


CULTURAIS, DOS VALORES E DA ÉTICA CASTRENSES E DAS TRADIÇÕES
MILITARES
Conceitos básicos

Raízes histórico-culturais e cultura militar

Os dicionaristas genericamente conceituam o termo “raízes” como componente


vegetal que funcionalmente se presta à fixação, à absorção ou, no sentido figurado, algo
que remete à base, princípio, origem, algo que prende, vínculo ou elo. O termo “cultura”
recebe variadas conceituações que estabelecem um conjunto de conhecimentos
adquiridos, instruções, saberes, símbolos e rituais praticados e valores de uma
organização.
Já a cultura militar é definida como uma forma específica de cultura que serve
para desenvolver a identidade, a sensibilidade, a visão de mundo próprias dos militares e
os valores e atitudes afins às atividades profissionais que são realizadas nas instituições
militares.
Logo, lastreando-se nessas definições, é possível afirmar que as raízes histórico-
culturais alicerçam os conhecimentos construídos, adquiridos e praticados por um povo,
isto é, o início, algo que produz um vínculo originário, representando a gênese de um
elemento cultural de uma nação. As raízes histórico-culturais são as fundações, os pilares
de uma cultura. São os elementos constitutivos da construção histórica e cultural de uma
nação. O termo raízes histórico-culturais remete à história da construção dos elementos
culturais ou das manifestações da cultura da sociedade de uma região ou de um ente,
órgão ou instituição.
Por conseguinte, são as raízes histórico-culturais de nosso Exército que conferem
o significado e o fundamento aos valores ético-morais e às tradições de nossa Instituição.

Tradição e memória

A memória é imprescindível na preservação das raízes culturais, pelo fato de que


os indivíduos necessitam manter viva na mente toda a cultura primordial de seu povo e
está diretamente relacionada ao sentimento de identidade. Aquilo que se constitui em
lembrança virtuosa, positiva, é lembrado e venerado, enquanto as ruins ou pouco
significativas são olvidadas.
No bojo do estudo da memória, há o conceito de tradição, no qual são valorizadas
as práticas ou valores, cujas crenças são conservadoras e invariáveis ao longo do tempo.
4

O historiador Eric Hobsbawm atesta que as tradições podem ter a finalidade de


estabelecer ou simbolizar a coesão social ou as condições de admissão de um grupo;
estabelecer ou legitimar instituições ou relações de autoridade; e buscar a socialização, a
internalização de ideias, sistemas de valores e padrões de comportamento.
Nesse contexto estão as tradições militares, que são construções consagradas pelo
uso e se prestam a manterem vivos os valores morais e cívico-militares como
contrapartida às mudanças de costumes e ideias insurgentes, cujos valores são contrários
aos preconizados pela Instituição.
As raízes histórico-culturais e as tradições militares do Exército serão abordadas
na cartilha 3 - PATRONOS, PATRIARCAS, HERÓIS E PERSONALIDADES
MILITARES e na cartilha 4 - DATAS HISTÓRICAS REPRESENTATIVAS PARA O
EXÉRCITO BRASILEIRO.

Valores

São princípios éticos a partir dos quais as pessoas julgam as situações e as


condutas, e experimentam determinados sentimentos e emoções. Exemplos: civismo,
patriotismo, espírito de corpo, disciplina, hierarquia, lealdade, honestidade, honra. Serão
abordados na cartilha 2 - VALORES E ÉTICA PROFISSIONAL MILITAR.

Internalização

Consiste na adoção ou incorporação inconsciente de certos padrões, ideias,


atitudes, práticas ou valores institucionais, que o indivíduo passa a considerar como seus,
incorporando-os ao modo de ser.

Relações entre os conceitos

Nossas raízes histórico-culturais conferem o firme sustentáculo de nossas tradições


e valores. São elas que mantêm vivas e saudáveis as tradições que nos distinguem como
“brasileiros em armas” e fundamentam a bússola moral internalizada em nossa
personalidade.
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Fontes de consulta: as cartilhas

Para atuar na internalização das raízes históricas, dos valores e tradições


castrenses, o comandante de OM/instrutor de estabelecimento de ensino dispõe de 5
cartilhas (incluindo esta):
FUNÇÃO CARTILHA DESTINAÇÃO DESCRIÇÃO OBJETIVO

Apresentar um rol de sugestões e boas


CARTILHA 1
práticas para divulgação/internalização dos
valores, raízes históricas e tradições militares
Cmt OM

PROCEDIMENTO:
do EB, tanto no âmbitos interno da OM quanto
APLICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS
na circunvizinhança de sua influência. É a
cartilha introdutória e orientadora do uso das
SUGESTÕES AOS COMANDANTE DE OM
PROCEDIMENTAL

demais.

CARTILHA 5
Apresentar um modelo de informativo ou
folder para divulgação das RVT da OM e sua
PROCEDIMENTO:
Cmt OM

ligação à sociedade local, tanto aos seus


SUGESTÃO DE MODELO
integrantes recém-ingressos quanto Às
comitivas militares e civis em visita à OM.
MODELO DE DIVULGAÇÃO DAS RAÍZES,
Complementa a CARTILHA 1.
VALORES E TRADIÇÕES DA OM

CARTILHA 2
instrotores Estb Ens

Pormenorizar os conceitos acerca de valores


CONTEÚDO: e ética emitidos no Manual de Fundamentos
Cmt OM

VALORES EB20-MF-10.101: “O Exército Brasileiro” e no


Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército
VALORES E ÉTICA PROFISSIONAL “Valores, Deveres e Ética Militares” (VM 10).
MILITAR

CARTILHA 3 Disponibilizar sinopses biográficas dos


patronos, patriarcas e de uma seleção
instrotores Estb Ens

CONTEÚDO: representativa de heróis e personalidades do


CONTEUDISTA

Cmt OM

RAÍZES E TRADIÇÕES Exército Brasileiro com seus principais feitos,


bem como, a título de sugestão, sua
PATRONOS, PATRIARCAS, HERÓIS E associação a um conjunto de valores
PERSONALIDADES MILITARES depreendidos da narrativa histórica dos vultos
apresentados.

CARTILHA 4
instrotores Estb Ens

Disponibilizar sínteses de efemérides a serem


CONTEÚDO:
Cmt OM

proferidas em palestras, elocuções alusivas e


RAÍZES E TRADIÇÕES
consultas diversas ao longo do ano letivo/de
instrução.
DATAS HISTÓRICAS REPRESENTATIVAS
PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO
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Articulação das publicações

Por intermédio desta cartilha, o comandante de OM tem a oportunidade de


consultar sugestões e práticas consagradas na internalização das raízes, valores e
tradições (RVT), para aplicação junto ao público interno, à família militar, à sociedade e
às instituições privadas e públicas de todos as esferas da administração. Essa publicação
articula o uso das demais, que são eminentemente conteudistas. Enquanto a cartilha 2 tem
como tema central os VALORES, as cartilhas 3 e 4 abordam as RAÍZES históricas e as
TRADIÇÕES militares.
A cartilha 5 constitui-se em um apenso da presente cartilha, ao sugerir, baseada em
suas orientações, um modelo de produto de comunicação social para divulgação de sua
OM aos públicos-alvo mencionados anteriormente.
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Boas práticas

A seguir, serão pontuadas algumas práticas consagradas no âmbito dos instrutores


e comandantes de frações e OM para divulgação e internalização das RVT.

Contextualização
O comandante de organização militar, ao trabalhar com datas e fatos importantes
para o Exército e para sua OM, deverá contextualizá-los segundo seus aspectos históricos.
É essencial que o soldado compreenda a história militar brasileira desde os seus
primórdios, bem como os valores e os princípios arraigados aos grandes heróis e vultos
nacionais, além da gênese de sua OM e onde ela se insere na história do EB e do Brasil.

Incentivo ao hábito de leitura


Cada comandante deve orientar seus subordinados a desenvolver o hábito da
leitura, a fim de capacitá-los à reflexão e à crítica acerca de acontecimentos pretéritos e
atuais, além de aprimorar a oratória.
Na Era do Conhecimento, a disponibilidade de variados meios eletrônicos facilita
sobremaneira o acesso à leitura. Entretanto, faz-se necessário orientar os subordinados na
seleção de obras, a fim de que os enriqueçam no exercício da atividade militar, bem
como, na sedimentação de valores.
É necessária uma seleção criteriosa do rol de obras literárias que vão compor os
“programas de leitura”. Especificamente nessa atividade, é de suma importância planejar
a exposição das resenhas dos textos lidos pelos militares. Tal empreendimento permite
que, no quartel, os subordinados discutam e se posicionem ante a variados temas.
Devidamente orientado, o soldado torna-se um potencial formador de opinião e vetor de
difusão dos valores castrenses, dentro e fora dos aquartelamentos, constituindo-se, nessa
atividade, em eventual multiplicador do poder relativo de combate. No anexo A desta
cartilha, encontra-se disponível um rol de obras sugeridas para os programas de leitura
nas OM.
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Instruções de História Militar


É fundamental a previsão de instruções de história militar no período de Instrução
de Quadros, visando preservar e divulgar os feitos militares do Brasil, para ampliar o
conhecimento sobre a história da Força e reforçar a coesão e a motivação da tropa. A
história da OM, em particular, deverá ser de conhecimento obrigatório de todos os seus
integrantes. Caso a OM possua denominação histórica, o conhecimento acerca das
pessoas, locais e fato histórico que justifiquem tal denominação devem também ser
conhecidos por seus integrantes.

Fonte: Sítio eletrônico da AMAN ( disponível em http://www.aman.eb.mil.br/).

Preservação do patrimônio histórico-cultural


Os acervos históricos e o patrimônio edificado sob sua administração são por
vezes relegados a uma importância secundária. Entretanto, o patrimônio histórico-cultural
é um valioso instrumento de divulgação da história das OM e do Exército Brasileiro. De
forma silente, informa sobre feitos heroicos e fatos relevantes de nossa história, evocando
nossos valores castrenses. No anexo B desta cartilha consta a lista da legislação vigente
sobre o tema ora tratado.
A criação de espaços culturais nas OM sistematiza a gestão de bens culturais e
facilita a preservação e a divulgação dos valores e das tradições peculiares àquela
unidade, tanto para o público interno quanto externo. É sempre promissora a divulgação
dos espaços culturais junto às escolas e outras instituições culturais, mostrando-se
promissora, inclusive, a adoção de visitas guiadas a essas dependências. Mais à frente, os
espaços culturais serão especificamente abordados.

Espaço Cultural Vasco Alves, do 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado (disponível em http://www.portaldacultura.eb.mil.br/conheca-os-


espacos-culturais).
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Linha do tempo
Sugere-se ainda que cada OM apresente (em complemento às sinopses históricas
de suas organizações militares constantes dos seus sítios eletrônicos) uma linha do
tempo, na qual constem seus principais fatos históricos e datas, a saber:
- data da criação, com respectivo nome histórico, documento de criação e sede (se
houver);
- datas de mudanças de sede;
- datas dos conflitos armados (internos ou externos) que porventura tenha
participado;
- datas de mudança de denominação e menção do documento que determinou;
- datas das efemérides que tenha participado;
- datas de mudança de subordinação e menção do documento que determinou; e
- outras datas importantes para OM dignas de nota.
A proposta em pauta pode ser complementada, conforme a viabilidade, com a
exposição da linha do tempo fisicamente no seu espaço cultural, por intermédio de
painéis, quadros, etc.
Em ambos os casos, recomenda-se privilegiar a facilidade de acesso pelo visitante
e a intuitiva comunicação visual da história da OM, conforme a sugestão a seguir:
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Circuitos culturais
Realizar “circuitos culturais” com seus subordinados nas cidades-sede das OM é
uma forma eficaz de contribuir para a adaptação dos militares transferidos e recém-
chegados à guarnição. Sugere-se a realização uma visita guiada, com a participação da
família do militar, no intuito de informar a importância histórica de sua OM, por
intermédio da verificação in loco dos principais sítios e monumentos históricos da sede.

Fonte: Sítio eletrônico do Exército Brasileiro (disponível em: http://


http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-
/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/escola-dinamarquesa-visitou-o-
forte-de-copacabana-em-busca-de-conhecimento-historico-sobre-o-brasil).

Estreitamento de laços com estabelecimentos de ensino civis


A simples presença de alunos e professores de escolas públicas e privadas em
eventos cívicos nos quartéis, já se constitui em poderoso intrumento de divulgação de
valores. Devem ser incentivadas as ligações com estabelecimentos de ensino que se
localizam na circunvizinhança da OM, convidando-os à participação em visitas e em
eventos no quartel. Tal empreendimento, quando conduzido de forma adequada, provoca
um impacto positivo, tanto nos docentes, quanto nos alunos de todas as idades.

Fonte: Sítio eletrônico do Exército Brasileiro (disponível em:


http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-
/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/9-bi-mtz-sd-por-um-dia)

Para tanto, o oficial de comunicação social da OM deverá ser orientado no sentido


de que deve incorporar a transmissão de valores e o conhecimento acerca das raízes
históricas às atividades previstas no Plano de Comunicação Social da OM. Passeios de
estudantes do tipo “um dia no quartel” são sempre muito eficazes nesse intento. Os
valores “civismo” e “patriotismo” podem ser explorados nessas oportunidades.
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TEMAS FUNDAMENTAIS

A organização militar e o município de sua sede

Todo comandante tem como dever, inerente ao cargo que ocupa, conhecer a
história de sua organização militar e do município onde sua OM está sediada.
Tal conhecimento redundará em ações que farão com que seus comandados
exaltem os feitos daqueles que participaram da construção de tal história, criando laços de
pertencimento à organização e, por via de consequência, ao Exército Brasileiro.
Conhecer a história da OM começa pela compreensão da sequência dos
acontecimentos históricos que a conformaram. A principal fonte é encontrada nos
boletins internos da OM. O levantamento dos fatos narrados nos periódicos locais
também são de grande valia. Feito isto, passa-se à etapa seguinte, que é a composição da
narrativa histórica da organização, síntese dos principais feitos e fatos. Esta narrativa
normalmente encontra-se disponível em um documento de poucas páginas intitulado
“histórico da OM”. Não confundir com o documento oficial que em determinada
periodicidade é enviado ao Arquivo Histórico do Exército (AHEx) e que relata os
acontecimentos relevantes, mas normalmente corriqueiros, ocorridos no período.
Concluído o estudo do histórico da OM, o passo subsequente é a sua apresentação
por símbolos, que podem ser expressos no distintivo de organização militar (DOM), na
bandeira-insígnia (Band-Insig) do comandante e na canção. Algumas organizações
possuem, ainda, denominação e estandarte históricos.
A denominação histórica (DH), para as OM que satisfizerem as condições para tê-
la, liga a OM ao contexto histórico da nação brasileira, contribuindo para o fortalecimento
do sentimento de nacionalidade nos seus integrantes.
O estandarte histórico (EH) contém os principais símbolos que levam os integrantes
da OM a recordarem os aspectos mais significativos que compõem a sua existência,
prestando-se à internalização dos valores institucionais, a saber: amor à profissão, espírito
de corpo, civismo, coragem, aprimoramento técnico-profissional, patriotismo e fé na
missão. A composição heráldica de seus elementos artísticos, ligada aos valores e
tradições ali representados, deve ser esclarecida pelo comandante aos seus subordinados.
E a canção da OM, com sua linguagem poética, relembra os feitos e fatos passados
e abre um campo de possibilidades para o futuro, a inspirar a ação de seus
integrantes. Em conjunto com os demais elementos citados, consubstanciará o espírito da
organização. A memorização da melodia e o entendimento de sua letra remeterão à
massificação de valores e à memorização das passagens mais emblemáticas de sua
missão, características e história, concorrendo para a evocação de exemplos a serem
explorados na disseminação de valores castrenses. As canções das OM constituem-se, em
última análise, em um valioso instrumento para sedimentação do espírito de corpo no
âmbito de seus integrantes.
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Ao longo da carreira, deparamo-nos, com ex-militares que demonstram o orgulho


que têm das organizações em que prestaram serviço militar obrigatório pela lembrança
das suas canções, as quais efusivamente entoam nas solenidades dedicadas aos
reservistas.
A obtenção oficial dessas honrarias (nas quais se pode incluir a autorização do uso
de uniformes históricos) são decorrentes da concessão do comandante do Exército, após a
realização de estudo fundamentado a cargo da OM. Sua tramitação se faz via canal de
comando, sendo tecnicamente apreciada pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural
do Exército (DPHCEx), segundo critérios e exigências previstos em portarias específicas
para essas outorgas.
Independentemente do tempo em que uma OM esteja sediada em dado município,
sua integração à comunidade local é um fator de importância capital na eficácia da
transmissão de nossos valores à sociedade. As organizações militares são os principais
agentes multiplicadores dos valores do Exército nos mais recônditos rincões de nosso
país.

Cavaleiros do Piquete "Alma Gaúcha", representados pelos


Uma parte significativa dos homens que integram os pelotões militares do 29º BIB, na cerimônia da chegada da Chama
especiais de fronteira e outras organizações militares Crioula, que simboliza o apego do gaúcho a sua terra
espalhadas pela Amazônia brasileira é constituída por (disponível em
soldados de origem indígena. (disponível em http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-
https://www.youtube.com/watch?v=XiimXLxJL-w). /asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/29-bib-busca-da-
chama-crioula).
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TEMAS FUNDAMENTAIS

Patronos, heróis e personalidades militares

A evocação dos feitos de patronos, heróis e personalidades militares desperta, nos


corações e mentes, a persecução dos bons exemplos. A máxima castrense “a palavra
convence, o exemplo arrasta” constitui-se em verdade insofismável e em autêntico
princípio da liderança militar. Os feitos heroicos desses personagens naturalmente nos
remetem à exaltação de nossas raízes históricas, conferem fundamentos sólidos às
tradições da caserna e projetam no futuro os nossos mais caros valores morais.
São esses personagens, homens de sua época, de todas as classes sociais, raças e
credos, brasileiros, luso-brasileiros e até de outras origens, que corporificam e dão alma
aos valores militares, garantindo ao homem comum que é possível agir segundo os
valores, os deveres e a ética militar.
Dito isso, espera-se que o comandante de OM aproveite todas as oportunidades em
que se dirigir a sua tropa, durante as leituras de elocuções alusivas a efemérides, para
explorar os personagens ligados à data, seus feitos relevantes e, sobretudo, os valores
morais e éticos que se podem depreender da data festiva em questão.
Nesse sentido, o comandante de OM pode subsidiar sua consulta prévia nos demais
compêndios do PRVT, a saber:
- cartilha 3 - Patronos, heróis e personalidades; e
- cartilha 4 - Datas históricas representativas para o Exército Brasileiro.
Particularmente em relação à cartilha 3, o comandante de OM disporá de uma
síntese histórica para cada um dos patronos, patriarcas, e de uma seleção representativa de
heróis e personalidades, cujas trajetórias servem de estímulo e exemplo à formação e ao
constante aperfeiçoamento das características do profissional das armas. Destaque-se,
ainda, ao final de cada síntese biográfica, o conjunto de valores consolidados pela
narrativa histórica de cada um dos vultos apresentados.
O comandante pode, ainda, determinar aos comandantes de subunidade e chefes de
seção que incentivem, no âmbito de seus subordinados, a realização de pesquisas a serem
apresentadas para a fração considerada acerca da vida e dos feitos desses vultos históricos
militares, no intuito de que, em todos os níveis de seu comando, seja promovida a
massificação dos valores militares e a divulgação das nossas raízes históricas.
Além do desenvolvimento de valores morais e éticos, a constante lembrança dos
patronos, dos heróis e das personalidades militares permite consolidar a memória do
Exército Brasileiro e prestar o devido preito àqueles militares que, pelos seus atos
relevantes, hoje figuram no Panteão de Heróis da Pátria e de nosso Exército.
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TEMAS FUNDAMENTAIS

O Exército e a Nação Brasileira

No processo contínuo de inculcação de valores e preservação da memória, é sempre


oportuno que o comandante esclareça aos seus comandados que as formações da Nação
Brasileira e de seu Exército não se deram de maneira estanque. Pelo contrário, são
processos históricos indissociáveis, que começaram ainda no Brasil Colônia e
progrediram ao longo de cerca de quatro séculos, nos quais o “povo em armas” sempre
esteve intimamente relacionado.
Alguns eventos históricos, dentre tantos, que robustecem essa assertiva são
indeclináveis e devem ser abordados nesse respeitante:

A Batalha dos Guararapes – berço do Exército e forja da nacionalidade


Deve-se sempre rememorar a passagem histórica da expulsão holandesa, em maio de
1645, nos Montes Guararapes, na qual 18 líderes luso-brasileiros assinaram um
compromisso de lutar pela incolumidade de seu território e utilizaram pela primeira vez
no Brasil a palavra “Pátria”. Nesse episódio, ficou patente o papel da caserna como
internalizadora das características nacionais, da formação cívica do povo e da coesão das
etnias formadoras da nacionalidade.
Guararapes, portanto, deve ser evidenciado como marco fundamental da formação de
nossa pátria e de nosso Exército, intimamente amalgamados desde o nascimento e ao
longo de sua história. Como precisamente afirmou o general Lira Tavares: “A
nacionalidade brasileira já nascera na luta contra os holandeses”.

Fonte: História do Brasil.net - A Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor
Meirelles de Lima, (disponível em
https://www.historiadobrasil.net/resumos/batalha_guararapes.htm).

A Independência – manutenção da integridade nacional e pacificação


Outro marco histórico da participação de nosso Exército na gênese nacional se deu no
episódio de nossa independência, mais precisamente na pacificação das revoltas que
ocorreram após o Grito do Ipiranga. A integridade nacional foi mantida graças ao poder
aglutinador do Exército capilarizado por todo o território e imbuído do espírito nacional.
O sabre invicto e pacificador de Caxias atuou como construtor e garantidor da unidade
nacional, debelando revoltas e acolhendo os sublevados.
15

A Abolição da Escravatura – por um Exército de homens livres


Já em Guararapes, a presença de negros e índios, ombreando nos combates da “Guerra
Brasílica” contra os holandeses, prenunciava o posicionamento do Exército contra a
escravatura.
Nos campos do Paraguai, a liberdade dos negros foi clamada pela sua bravura,
heroísmo, sangue e vidas imoladas no altar da Pátria, ao lutarem valorosamente, ombro a
ombro com os pardos e brancos, em uma penosa e longa guerra em defesa da integridade
e da soberania brasileiras. Tal fato, contundentemente, influenciou o ideal abolicionista
do Exército.
O próprio Duque de Caxias mostrou-se como destacado pioneiro abolicionista, ao
assegurar a liberdade de 120 lanceiros negros que lutaram durante a Farroupilha (43 anos
antes da Lei Áurea), contrariando determinações imperiais.

Fonte: Blog História Militar - DAROZ, Carlos - LANCEIROS


NEGROS: A HISTÓRIA DA TRAIÇÃO FARROUPILHA AOS
ESCRAVOS LIBERTOS
(disponível em
http://darozhistoriamilitar.blogspot.com/2016/12/lanceiros-negros-
historia-da-traicao.html).

A contribuição das Forças Armadas foi decisiva para apressar a Lei Áurea. A
Abolição da Escravatura tornou-se inevitável, em 26 de outubro de 1887, em
consequência da petição do Clube Militar à princesa Isabel, no sentido de eximir o
Exército do encargo de capturar escravos fugidos. Esta histórica petição redundou na
recusa do Exército em desempenhar as funções de “capitão do mato” estatal. Joaquim
Nabuco expressa sua repulsa ao posicionamento do Império e em defesa do Exército, com
as célebres afirmações:
A escravidão ainda se reflete sobre o modo pelo qual o governo trata o Exército Brasileiro. O
governo está empregando o nosso Exército em um fim completamente estranho a tudo o que
há de mais nobre para o soldado. O Governo quer empregar os soldados brasileiros como
capitão-do-mato na pega de negros fugidos! Existe profissão mais honrosa do que a do
soldado? Existe profissão mais degradante do que a de capitão-do-mato?

Após essa sucessão de fatos, a escravidão perdeu a sustentação política, como


registrou o marechal Rondon: “E depois disso a Abolição da Escravatura se fez!”
16

A Proclamação da República
Dentre os fatores que concorreram para a Proclamação da República, os mais agudos
orbitavam o posicionamento abolicionista do Exército e a chamada Questão Militar. Este
marco na queda do Império envolveu a punição imposta ao tenente-coronel Sena
Madureira, então comandante da Escola de Tiro de Campo Grande, por ter homenageado
um jangadeiro cearense, Francisco Nascimento, líder de um movimento dos jangadeiros
que se recusava a transportar escravos do Ceará para outras províncias.
Os episódios de proibição de manifestações pela imprensa ao presidente da província
e comandante das Armas do Rio Grande do Sul, general Deodoro da Fonseca, bem como
o caso envolvendo o coronel Cunha Matos evidenciavam a maneira desrespeitosa que a
Coroa tratava o estamento militar da sociedade. Tais fatos se somavam ao desprestígio do
imperador D. Pedro II em relação aos ex-combatentes do Prata.
Enquanto a insatisfação militar crescia, ganhava força no seio da tropa o ideal
republicano. O apoio público dos alunos da Escola Militar da Praia Vermelha a Deodoro
e a Sena Madureira, juntamente ao posicionamento republicano e abolicionista do Clube
Militar, enfraqueciam contundentemente o Império.
Finalmente, em 11 de novembro de 1889, em meio a mais uma crise, personalidades
civis e militares, entre as quais Rui Barbosa, Benjamin Constant, Aristides
Lobo e Quintino Bocaiúva, tentaram convencer Deodoro, figura conservadora e de
prestígio, a liderar o movimento contra a monarquia.
Mais uma vez o Exército Brasileiro, na figura insigne do marechal Deodoro da
Fonseca, alinhado às aspirações de nosso povo, proclamou a República.
Outros eventos de igual magnitude para história e para contínua transformação de
nosso país foram protagonizados pelo Exército Brasileiro, desde o início da República até
os dias atuais, evidenciando que os destinos do Exército e do Brasil sempre estiveram
irremediavelmente entrelaçados (vide cartilhas 3 e 4).

Fonte: Pátria, Honra, Homem e Dever, óleo sobre tela de Jorge Cunha. Disponível em: Revista Verde-Oliva nº 208 – Out/Nov/Dez 2010.
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TEMAS FUNDAMENTAIS

Valores e ética militares

Os povos que desdenham as virtudes e não se preparam para uma eficaz defesa do seu
território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos mais fortes e aos danos
e humilhações consequentes da derrota (Barão do Rio Branco).

Os valores militares são referenciais fixos e axiomáticos, fundamentos imutáveis e


universais. Como manifestações essenciais dos integrantes do Exército, são eles que
embasam o caráter permanente da Força.
A profissão militar, caracterizada pela exigência de inúmeros sacrifícios dos seus
integrantes (inclusive o imperativo de doar a própria vida ou tirar a de outrem, em nome
do estado, para defesa da Pátria) não pode ser exercida sem que seus integrantes estejam
pautados sob a égide de certos princípios que lhes são imprescindíveis: os valores, os
deveres e a ética militares. Esses são conceitos indissociáveis, convergentes e que se
complementam para a obtenção de objetivos institucionais.
Nesse contexto, a preservação dos valores e da ética militares emerge como um
desafio posto ao Exército Brasileiro, inserido em uma sociedade que cada vez mais
relativiza seus próprios valores, códigos éticos e comportamento moral.
Assim, o conjunto das cinco cartilhas RAÍZES, VALORES E TRADIÇÕES
objetiva orientar e sensibilizar os comandantes, por intermédio do aprofundamento do
estudo da história militar e dos elementos subjetivos característicos da vida castrense, ao
contínuo aprimoramento de seus comandados e, subsidiariamente, à influência positiva
nas mentes e corações dos brasileiros em geral. As cartilhas 3 e 4 fornecem o conteúdo
básico para exploração de fatos e personagens históricos dos quais pode se depreender a
evocação de exemplos da aplicação prática dos valores e do cumprimento dos deveres
militares. A cartilha 2, especificamente, apresenta uma base teórica dos fundamentos que
irão servir para construir os conteúdos dos discursos e ações executivas aplicadas ao
discente e à tropa, objetivando a sistematizar o ensino e proporcionar a internalização dos
valores e da ética profissional militar e complementa os conceitos emitidos no:
- Manual de Fundamentos EB20-MF-10.101: “O Exército Brasileiro”; e
- Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército - Valores, Deveres e Ética
Militares (VM 10).
O preparo do soldado, capacitando-o como instrumento militar, não pode
prescindir da árdua missão de incorporar ao seu comportamento as manifestações
essenciais dos valores militares, bem como fortalecimento das suas convicções
patrióticas, da preservação do seu civismo e do desenvolvimento incansável do apego
ao cumprimento dos deveres e da irrepreensível conduta ética.
Nesse sentido, cada comandante deve atuar incessantemente na introjeção dos
valores morais e éticos, a fim de que esses sejam impassíveis de sofrerem degradações
nos seus significados.
18

ACERVOS HISTÓRICOS E ESPAÇOS CULTURAIS DA OM

Muitas Unidades do Exército são detentoras de acervos históricos como espadas,


canhões, bandeiras, documentos, pinturas, estátuas, entre outros objetos que possuem
forte ligação com a história da OM, e porque não dizer, com a história do Brasil.
Nessa perspectiva, avulta de importância o cuidado com a gestão desse material. O
desconhecimento do valor cultural desses objetos representa indiscutível risco para a
preservação da identidade do Exército e do País. Para tanto, faz-se mister a correta
organização e a exposição do acervo, a fim de conferir uma visibilidade positiva a esse
material, e contribuir para a preservação do patrimônio histórico-cultural, material e
imaterial do Exército Brasileiro.
O Plano Estratégico do Exército (PEEx) tem contemplado o desenvolvimento de
projetos de divulgação da cultura institucional, voltado para os públicos interno e externo,
com ênfase no fortalecimento dos valores e tradições por intermédio da pesquisa, estudo e
divulgação da história militar do Brasil. A disseminação de espaços culturais concorre
para que os objetivos de tais projetos sejam alcançados, prestando-se à preservação das
tradições, da memória e dos valores morais, culturais e históricos do Exército e das suas
OM, além de estimular e concretizar o intercâmbio cultural com a sociedade brasileira.
A correta gestão dos acervos históricos e espaços culturais deve ser um objetivo
perseguido por todos os comandantes das OM detentoras desses patrimônios. Como
legatárias e guardiãs de bens tão singulares, essas OM, nas pessoas de seus comandantes,
devem conhecer e aplicar os preceitos da legislação da área cultural e ligar-se, sempre que
necessário, à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx), para
obter o devido assessoramento técnico.
Futuramente, todo acervo histórico, material e imaterial, será catalogado em
plataforma digital do Sistema de Gestão Logística.
Nesse respeitante, vale observar que muitos espaços culturais não são oficializados
perante o Sistema Cultural do Exército (SisCEx). Tal entrave administrativo dificulta sua
gestão, impedindo o recebimento de recursos financeiros específicos para sua
manutenção. Por tal motivo, é necessário que cada comandante de OM envide os
necessários esforços para regularizar, junto ao SisCEx, a existência de acervos e espaços
culturais, segundo a legislação vigente disponível nos sítios eletrônicos desse sistema
(Portal da Cultura e página eletrônica da DPHCEx). À guisa de orientação, segue, no
anexo B desta cartilha, um rol contendo a legislação sobre o tema em questão.
Os militares designados para trabalhar nesses locais, e que estabelecerão contato
com os visitantes, devem ser instruídos e treinados tanto no conhecimento histórico do
local e do acervo quanto no sentido de tratar o visitante com urbanidade, respeito e
cortesia. Sua atuação deve estar em perfeita sinergia com as seções de Comunicação
Social das OM, a fim de que sempre haja a projeção das imagens positivas da OM e do
Exército.
19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda Instituição busca ser perene no tempo. Esta busca consiste, principalmente,
na manutenção da ordem que foi estabelecida no momento de sua fundação. Não é uma
tarefa fácil, uma vez que esta ordem original está em permanente tensão com a ordem das
situações sociais cambiantes e concretas.
Entende-se por momento de fundação a síntese das formas ordenadoras da
existência, ou seja, das raízes, dos valores e das tradições. Raízes unindo o organismo
verde-oliva ao espaço geográfico Brasil e ao seu povo. Valores, os representativos dos
princípios que chamam à existência e que inspiram os feitos e acontecimentos da ação
futura. E as tradições, o “tesouro” entregue de geração para geração e que harmoniza o
futuro com o passado.
Cabe destacar duas circunstâncias que devem ser computadas em qualquer plano
de ação que tenha por objetivo tornar uma instituição permanente: o tempo e o traço da
psique humana do esquecimento. O tempo é o terreno do movimento e da mudança. Em
outros termos, é inerente ao tempo o processo da mudança, da transformação. O Exército
Brasileiro vive continuamente este processo. Quanto à segunda circunstância, os homens
e mulheres que constituem o corpo do Exército, caso não sejam continuamente postos a
recordar, esquecem o modelo de ordem que estava presente no momento da sua fundação.
Nesse contexto, verifica-se que, basicamente, duas ações destinadas a tornar o
Exército Brasileiro uma instituição permanente devem ser postas em prática,
especialmente pelos comandantes de OM: preservar e recordar. Preservar especificamente
o modelo de ordem original, como identidade existente no passado que se atualiza no
presente e no futuro. E recordar continuamente as raízes, os valores e a tradição que
constituem tal modelo. Em suma, a busca constante da perenização da memória
institucional.
Com o objetivo de sistematizar a internalização das raízes, dos valores e das
tradições do Exército Brasileiro, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do
Exército disponibilizou, nesta e nas 4 outras cartilhas acerca do tema em questão,
sugestões aos comandantes das organizações militares do EB para essa audaciosa
empreitada.
Nesse sentido, a presente cartilha constitui-se em uma ferramenta para desenvolver
o exercício da liderança, valorizar a dimensão humana, fortalecer o espírito de corpo e
consolidar a integração do Exército Brasileiro com a sociedade.
20

Anexo A
LEITURA A SER RECOMENDADA AOS COMANDADOS

Como foi mencionado anteriormente, o incentivo à prática da leitura é uma ação


de comando que trará inúmeros benefícios institucionais. Dentre esses, destaca-se a
ampliação da capacidade crítico-reflexiva, que é fundamental ao exercício da profissão
das armas.
Entretanto, é imperativo que, nesse intento, o comandante de OM oriente seus
subordinados no sentido de que busquem obras literárias capazes de instruir tanto pelo
viés técnico-profissional, quanto nos aspectos ligados aos valores morais e éticos do
soldado. O rol sugerido no presente anexo possibilita o atingimento dos seguintes
objetivos por parte do comandante de OM:
4) Estimular o aprimoramento da competência profissional de seus subordinados,
proporcionando-lhes um contínuo aperfeiçoamento em história geral e da instituição, com
destaque para valores e tradições, servindo de referencial para o cumprimento da missão, seja
individual ou coletiva.
5) Incentivar o hábito da leitura de obras relevantes da literatura nacional, a fim de aperfeiçoar
a oratória através da reflexão sobre acontecimentos passados e presentes, transformando o
público interno em formadores de opinião e vetores de difusão de conhecimento, dentro e fora
do aquartelamento. (PORTARIA Nº 255-EME, DE 4 DE JULHO DE 2016).
A título de sugestão para uso em programas de leitura nas OM, estão listadas,
neste anexo, 84 obras editadas pela Biblioteca do Exército, cujos teores mostram-se
vocacionados aos seguintes públicos:

PÚBLICO-ALVO Nº TEMÁTICA
OFICIAIS-GENERAIS GRANDE
1
CORONÉIS COM CPAEX ESTRATÉGIA e
CORONÉIS SEM CPAEX PLANEJAMENTO
TENENTES-CORONÉIS 2 OPERACIONAL
MAJORES AÇÕES TÁTICAS
e
CAPITÃES COM CAO 3
AÇÕES DE COMBATE
CAPITÃES SEM CAO
4
VALORES

OFICIAIS SUBALTERNOS (EXCETO QAO)


OFICIAIS QAO
5
SUBTENENTES COM CHQAO
SUBTENENTES SEM CHQAO
1º SGT 6 AÇÕES DE COMBATE
2º SGT COM CAS e
2º SGT SEM CAS BIOGRAFIAS
7
3º SGT
ALU ESTB ENS DE FORMAÇÃO (NÍVEL
8
OFICIAL)
ALU ESTB ENS DE FORMAÇÃO (NÍVEL
9
PRAÇA), CABOS e SOLDADOS
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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Ação das pequenas unidades alemãs na


Campanha da Rússia(*)
Estados Unidos. Army
(1939-1945)
Esta pequena coletânea de operações militares
1 3 6 8 9
executadas por batalhões, companhias e frações
menores, em ações geralmente isoladas com ou
sem o reforço e apoio, permanece válida para
estudo, apesar das modificações doutrinárias dos
últimos quarenta anos.

A Arte da Guerra(*)
Sun-Tzu
2003 (2. ed.)
O maior tratado de guerra de todos os tempos
em sua versão completa em português. 'A Arte
da Guerra' é sem dúvida a ―bíblia‖ da estratégia,
sendo hoje utilizada amplamente no mundo dos 1 2 3
negócios, conquistando pessoas e mercados e
constantemente aplicada para solucionar os mais
recentes conflitos do nosso dia a dia. Conheça
um dos maiores ícones da estratégia dos últimos
2.500 anos.

A arte de ser chefe(*)


Courtois, Gaston
2012
Obra-prima da literatura, voltada para o incentivo
ao estudo e a prática da liderança. Destinado,
sobretudo, ao universo dos leitores militares de
todos os postos e graduações, o presente
trabalho é um verdadeiro manual sobre a arte de
1 2 3 4 5 6 7 8 9
chefiar. O autor, Gaston Courtois, renomado
romancista e poeta francês, legou uma obra de
profundo interesse para os que se dedicam ao
estudo da aplicação, desempenho e dedicação
das regras, ou da teoria, da arte de ser um
verdadeiro chefe, seja ele civil ou militar e em
qualquer nível de comando.

Cannæ e nossas batalhas: ensaios à luz das


ideias schieffenianas
Wiederspahn, Henrique Oscar
2002 (2. ed.)
O autor analisa aspectos doutrinários da guerra,
refletindo que os preceitos existidos na Europa
não se aplicam aos sul-americanos. A obra 1 2 3 8
compara a Batalha Cannæ (206 A.C) com as
batalhas de Tuiuti e de Avaí, objetivando
evidenciar a aplicação de princípios
fundamentais. Os ensaios que compõem o livro
valem como estudos informativos e inteligentes
de campanhas militares.

Um Capitão de Infantaria da FEB(*)


Campello, Ruy Leal
1999
O livro relata o desempenho do capitão Valdir
2 3 8 9
Moreira Sampaio, determinado condutor de
homens, em toda a Campanha da FEB na Itália,
destacando a sua atuação em combate na
tomada de Monte Castello.
22

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Cenas da nova ordem mundial
Coutinho, Sergio Augusto de Avelar
2010
Trata-se de uma recapitulação sucinta do
Movimento Comunista Internacional e da atuação
de suas correntes no Brasil. Oferece-nos um
diagnóstico das maneiras pelas quais, 2 3
atualmente, elas vêm avançando pela
denominada ―via pacífica‖, aproveitando-se da
passividade da sociedade brasileira, a fim de
tomar o poder. Obra adequada em razão do atual
momento político pelo qual atravessa o Brasil.

Missão Militar Francesa de Instrução junto ao


Exército Brasileiro
Malan, Alfredo Souto
2018
O sucesso francês na Primeira Guerra Mundial
motivou o governo brasileiro a promover a
Missão Militar Francesa, consistente na vinda de
oficiais franceses, estudiosos da doutrina militar,
chefiados pelo general Gamelin, para fundar as 1 2 3
bases de reestruturação/modernização da
organização e emprego do Exército Brasileiro. O
coronel Malan registra a evolução da doutrina
militar brasileira no período (1920-1940),
conectando-a aos acontecimentos históricos do
período.

O choque do Islã: Séculos XVIII – XXI (*)


Ferro, Marc
2008
Será este choque um desafio que o Islamismo
lança ao Ocidente ou, de modo mais abrangente,
o regresso de um Islã que nunca imaginamos ou
conhecemos? Esta é a questão a que Marc Ferro
se propõe responder em um ensaio esclarecedor
e muito atual que dialoga com diversas vozes do
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Islão e as confronta. Atentando na dicotomia
modernizar o Islã/islamizar a modernidade, Ferro
analisa em profundidade o medo do futuro tal
como é sentido pelas sociedades islâmicas
(provocado sobretudo pela mundialização e pelos
perigos que o Ocidente representa) e os diversos
caminhos percorridos pelos Estados árabes para
o combaterem.

Comando supremo: soldados, estadistas e


liderança em tempo de guerra
Cohen, Eliot A.
2004
A obra estuda características gerais dos líderes e
enfatiza as relações entre a liderança política e a
militar. Retrata também, o proceder de Lincoln, 1 2 3 8
Clemenceau, Churchill, Ben Gurion, analisando
seus relacionamentos com suas lideranças
militares. O autor aborda momentos
contemporâneos, culminando com as guerras do
Vietnã, do Golfo, da Somália e do Kosovo.
23

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Combate de paz
Moreira, Luciano Rodrigues
2011
Obra muito interessante por registrar de maneira
informal a rotina do autor no comando de um
pelotão integrante do contingente brasileiro de 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Forças de Paz da ONU, no Haiti. Trata-se de
uma leitura digna de atenção particularmente
para o público jovem, graduados e tenentes.
Apresenta no seu fecho uma profissão de fé
militar.

Combinação das armas: a guerra no século XX


House, Jonathan M.
O autor trata da evolução doutrinária e
organizacional das Forças Terrestres, ao longo 1 2 3 8
do século XX. Trata-se de uma abrangente e
instigante análise sobre a evolução do emprego
das armas no campo de batalha.

A Conduta da Guerra (*)


Fuller, John Frederick Charles
2002
A obra faz uma análise das influências e
impressões que os fatos políticos, econômicos e
sociais exercem sobre as conflagrações. O autor
examina o modo pelo qual as guerras foram 1 2 3
conduzidas em relação às grandes revoluções,
que se produziram no mundo depois de 1789.
Tem relevo neste trabalho, a apresentação das
teorias de Clausewitz e análise das figuras de
Moltke, Foch, Bloch e os apêndices que são
documentos preciosos.
Construtores da Estratégia Moderna
Paret, Peter
2015 - 2016
2 v.
Obra constituída de 28 ensaios que cobrem a
construção da estratégia desde a Renascença;
passando por Frederico, o Grande, Napoleão,
1 2 3
Clausewitz, Liddell Hart e De Gaule; para
desaguar no estudo das guerras convencionais e
revolucionárias em plena era nuclear.
O trabalho ora reeditado foi considerado o marco
inicial na evolução e na aceitação da arte
estratégica como disciplina acadêmica.

Das virtudes militares(*)


Schirmer, Pedro
2007 (2. ed.)
Discorrendo com desenvoltura e em estilo
escorreito e agradável à leitura, apresenta, de
forma simples, uma enumeração didática das
1 2
virtudes militares, acompanhada de cuidadosa
apreciação explicativa, onde bem caracteriza o
significado de cada uma delas. Completa tão
perfeito quadro com fatos citações históricas
selecionadas com a sensibilidade de poeta e de
conhecedor profundo da história.
24

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Da Casa do trem à AMAN
Braga, Gustavo Lisboa
2011
Obra cujo objetivo, nas palavras do autor, ―visa à
preservação da história da Escola Militar, tanto a
do passado – Casa do Trem, Largo de São
1 2 3 4 8
Francisco, Praia Vermelha e Realengo – quanto
da atual Academia Militar das Agulhas Negras".
Aqueles que um dia foram cadetes, ao
examinarem essa obra, substituirão as suas
próprias lembranças pelas narradas e
vivenciadas pelo autor.
Democracia pela força
Hippel, Karin Von
2003
O livro examina quatro intervenções patrocinadas
pelos EUA (Panamá, Somália, Haiti e Bósnia),
focalizando os esforços para a reconstrução do
1 2 3
Estado depois da intervenção militar. A presente
publicação pretende proporcionar um melhor
entendimento dos sucessos e fracassos da
política dos EUA, estratégias de reconstrução e
condições de intervenção e da formação da
nacionalidade bem-sucedidas.
O Dia D: 6 de junho de 1944(*)
Ambrose, Stephen E.
1997
Este livro foi baseado em relatos orais e escritos
a partir de fatos verídicos, testemunhados por
homens que participaram da invasão da
Normandia (6 de junho de 1944), constituindo-se
na mais completa coleção de memórias de que
se tem notícia e foi baseado nos 1.400 relatos
1 2 3 4 5 6 7 8 9
compilados pelo Eisenhower Center for American
Studies. O desejo de Ambrose foi concluir o livro
a tempo de coincidir com o 50º aniversário da
invasão da Normandia. O então general
Eisenhower, comandante Supremo das Forças
Aliadas, ao ser entrevistado por Ambrose,
declarou que a batalha do Dia D demonstrou ao
mundo o triunfo da democracia sobre o nazismo
e o fascismo.
Diálogos sobre o comando
Maurois, André
1996
Fundamenta-se na histórica odisseia da França
na Primeira Guerra Mundial, colocando em foco
as complexas e delicadas questões de comando
e liderança, do exercício da autoridade e da 1 2 3
liberdade no âmbito das nações. Temas
relevantes como governo civil em tempo de crise,
chefia militar em tempo de paz e relacionamento
entre civis e militares, tornam a obra uma valiosa
contribuição para a formação da mentalidade
dos futuros chefes militares e líderes políticos.
A diplomacia do interesse nacional
Cíntia Vieira Souto
2013
Fundamentado em ampla pesquisa documental, com
destaque para as principais conquistas da diplomacia
brasileira durante o governo do presidente Médici, o
livro apresenta a descrição analítica da política 1 2 3 8
externa formulada naquele período. Constitui-se em
valiosa contribuição para o restabelecimento da
verdade histórica no que se refere aos
extraordinários serviços prestados à nação, pelos
principais condutores das relações exteriores
brasileiras, no período de 1969 a 1974.
25

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Do Recôncavo aos Guararapes
Souza Júnior, Antônio de
1998 – 2 ed.
Obra reeditada em comemoração aos 350 anos
da vitória das armas brasileiras sobre as
holandesas na Primeira Batalha dos Guararapes.
O livro é de fundamental interesse para os 4 5 6 7 8 9
estudiosos de história militar brasileira. Descreve
as estratégias e táticas empregadas na Batalha,
apresentando de maneira detalhada os efetivos
em confronto, bem como documentos e relatórios
nacionais e holandeses sobre as duas Batalhas
de Guararapes.
Duque de Ferro: novos aspectos da figura de
Caxias
Moraes, Eugenio Vilhena de
2003
A Biblioteca do Exército reuniu nesta obra duas
outras do mesmo autor que retratou a vida e as
ações militares de Luís Alves de Lima e Silva, o
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Duque de Caxias. É composta por textos escritos
em diferentes momentos, guardando, entretanto,
sua unidade, a qual é facilitada pela própria
temática. Não se trata de uma biografia, mas de
episódios da vida de Caxias, corretamente
inseridos no conjunto de sua época.

ECEME – A Escola do Método. Um século


pensando o Exército(*)
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
2005
Esta obra trata do surgimento dos estados-
maiores no mundo e no Brasil, preenche uma
lacuna de inestimável valor na bibliografia
castrense e será de imenso significado para
todos os brasileiros que desejarem conhecer a 1 2 3
vida na Escola, como se processou a evolução
do ensino na formação dos oficiais de Estado-
Maior, dos assessores da alta administração do
Exército, bem como dos comandantes, chefes e
diretores dos órgãos de direção-geral e setorial e
das organizações militares que integram a Força
Terrestre.

Estratégia: a lógica da guerra e da paz


Luttwak, Edward N.
2009
O autor aborda o campo da estratégia militar,
nível por nível, do combate tático à grande
estratégia. Examina o papel do apoio aéreo na
Guerra do Golfo e táticas da Guerra de Kosovo. 1 2 3 8
Explica também como a vitória se transforma em
derrota pela superextensão, como a guerra
provoca a paz pela exaustão, como a lógica
linear comum é destruída. A obra revela a
enigmática lógica do fracasso e do sucesso
militar, da guerra e da paz.
Estudos sobre o combate
Picq, Ardantdu
2000
Clássico da história militar francesa. O autor
demonstra como a força moral pode exercer
influência decisiva no desenrolar das batalhas. A
2 3 5 8 9
mensagem transmitida é nítida e atual: evoluem
os instrumentos de combate, permanece
imutável o combatente, e nele o instinto de
conservação, o medo. O papel do chefe militar
consiste em gerenciar estes instintos, fazendo do
homem um soldado.
26

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Exercício do Comando: a chefia e a liderança
militares
Coutinho, Sérgio Augusto de Avelar
1997
A obra trata da evolução das forças regulares,
sua natureza, legislação, transformações
ocorridas na organização, na instrução, no
armamento e na ordem das batalhas. O livro traz 1 2 3 4 5 6 7 8 9
outros fatores distintivos, como a cadeia
hierárquica; o processo de promoções;
referenciais doutrinários (regulamentos,
instruções, manuais); as missões das forças, o
profissionalismo militar, a ética, e o preparo dos
quadros e da tropa para o cumprimento de seu
papel legal e institucional.

A face da batalha
Keegan, John
2000
O objetivo desta obra é mostrar, com a maior
fidelidade possível, os horrores do campo de
batalha, independentemente dos efeitos do 2 3 5 8 9
armamento empregado - arco e flecha, armas de
fogo, agentes químicos ou outros engenhos
bélicos - e como e por que os participantes das
refregas nelas ocorridas controlaram o medo,
suportaram ferimentos e enfrentaram a morte.

A FEB pelo seu comandante


Moraes, João Baptista Mascarenhas de
2005
Este título nos fornece segundo um plano de
conjunto e no quadro da verdade histórica, um
relatório da atuação da FEB em território italiano.
2 3 4 5 6 7 8 9
Revive acontecimentos com a exata delimitação
dos feitos militares e justa caracterização de seu
papel na manobra geral do V Exército. O zelo
linguístico do professor Daltro Santos, pela
revisão feita, a torna uma peça literária de
elevado valor.
A FEB por um soldado
Silveira, Joaquim Xavier da
2001
A obra esclarece como um jovem e inexperiente
soldado viu a guerra de perto, com todas as suas
implicações de natureza político-econômica e
militar, estratégico-operacionais e táticas, que
2 3 4 5 6 7 8 9
envolveu o mundo, inclusive o Brasil, no mais
complexo fenômeno global do século XX. A obra
dispensa maiores apreciações por já pertencer à
historiografia sobre a participação da FEB na
Campanha da Itália, durante a Segunda Guerra
Mundial.

Frederico o Grande, na arte da guerra


Luvaas, Jay - 2001
A obra pretende preencher lacunas ao
apresentar uma seleção dos pensamentos e
ensinamentos de Frederico o Grande sobre a
guerra. Frederico II escreveu para classificar
2 3 4 5 6 8 9
seus próprios pensamentos, para instruir seus
subordinados, transmitir a seus sucessores as
lições aprendidas pela experiência. A obra é um
clássico que dispensa avaliação e sua publicação
é de grande valia para a historiografia militar.
27

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Ganhando a guerra
Alexander, John B.
2007
O renomado escritor relata na presente obra os
novos equipamentos bélicos, alguns já dotados,
outros ainda em fase de desenvolvimento, que
poderão desempenhar papel determinante nos
1 2 3 4 5 6 7 8 9
conflitos armados do futuro. A principal
preocupação do autor é com a guerra contra o
terror, ou o ―mundo pós-onze de setembro,‖
como denomina. Também faz questão de frisar a
―importância da definição do conflito‖, capítulo
com que fecha seu livro.

As grandes decisões estratégicas: II Guerra


Mundial
EstadosUnidos. Army. Department of the Army.
Office of the Chief of Military History
2004 (2. ed.)
Desde o início da Segunda Guerra Mundial e
após sua conclusão, uma equipe de
pesquisadores trabalhava na reunião e seleção 2 3 4 5
de documentos que relatassem a participação do
Exército dos EUA no conflito. Com base nas
pesquisas, a obra divide-se em vinte capítulos,
cada um abordando uma decisão importante da II
Grande Guerra. Fonte de inigualável importância
e amplitude, o livro constrói uma história para
historiadores.
A Guerra da Coreia: nem vencedores, nem
vencidos
Sandler, Stanley
2009
Trata-se de um livro de História Militar, que
apresenta os antecedentes, as razões e os
diferentes procedimentos das forças norte-
2 3 4 5 8 9
americanas e norte-coreanas em cada uma das
fases da guerra. Discorre, ainda, sobre as
conseqüências daquele conflito para a doutrina
militar dos EUA e para a história, após a segunda
metade do século XX, com destaque para a
condução das operações militares.

A guerra do futuro
Alexander, Bevin
1999
Este livro pode ser dividido em duas partes. Na
primeira, o autor delineia os caminhos que
devem ser trilhados pela única superpotência
hegemônica, fornecendo elementos para uma
1 2 3 4 5 6 7 8 9
nova doutrina militar norte-americana. Na
segunda, recupera as experiências e
desventuras da Guerra dos Bôeres, Rebelião
Árabe, Revolução Comunista na China, Guerra
da Coréia e Guerra do Vietnam, conflitos que
resultaram em mudanças significativas nas
estratégias militares.
A Guerra do Iraque
Keegan, John
2005
Após a Guerra do Iraque, surgiram duas dúvidas,
as quais o autor, procura responder. A primeira é
por que a fase militar foi tão rápida? E, a segunda,
é como se venceu a estrutura militar de Saddam
Hussein com facilidade, uma vez que as forças 1 2 3 4 5 6 7 8 9
militares iraquianas já combatiam em guerras
contra o Irã e contra a coalizão liderada pelos
EUA, na Guerra do Golfo? Acrescente-se, ainda, o
emprego de tropa iraquiana em conflitos internos
contra as minorias curdas.
28

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

A guerra (que foi possível) pelas Falklands/


Malvinas
Souza, César Augusto Nicodemusde
2014
Oferece muitas informações não reveladas ao
público em geral, que ajudarão a reformular 2 3 4 8 9
determinados estereótipos implantados pela
mídia de cada um dos contendores à época do
conflito. O autor, mais do que elencar
cronologicamente os fatos acontecidos, pretende
mostrar os motivos pelos quais eles ocorreram.

A guerra irregular moderna em políticas de


defesa e como fenômeno militar(*)
Heydte, Friedrich August von der
1990
A narração do autor, dividida em seis partes, se
apresenta como uma das mais completas
exposições já delineadas sobre o assunto. 2 3 4 5 6 7 8 9
A guerra irregular, segundo o autor, vem
substituindo a guerra convencional, portanto não
se prende às leis e às normas internacionais já
estabelecidas e que pode eclodir a qualquer
momento em qualquer parte do mundo.

História concisa da Revolução Russa


Pipes, Richard
2012
A obra analisa os períodos anteriores e
posteriores à Revolução Russa, revendo o
assassinato da família Romanov e a política
soviética de sufocar etnias, nacionalidades e
combater religiões. Resultado de anos de
pesquisa, destaca os principais eventos que
culminaram na Revolução Russa e os
1 2 3 4 5 6 7 8 9
desdobramentos deste importante fato na
história do século XX. O livro destaca os
principais eventos do sórdido e trágico
movimento — tal como foi na realidade e não
como parece ter sido, segundo a imaginação
daqueles intelectuais, que o consideram uma
nobre tentativa de aperfeiçoar a humanidade — e
ensina que a autoridade política nunca deve visar
os fins ideológicos.

Homens ou fogo?
Marshall, Samuel LymanAtwood
2003 (2. ed.)
Neste trabalho pautado em entrevistas a
soldados americanos, que participaram da
Segunda Guerra Mundial, o autor comprova que
apesar da evolução tecnológica dos meios de
combate, em casos de guerra, as condições
1 2 3 4 5 6 7 8 9
humanas permanecem imutáveis. Demonstra
que o controle do medo exige condicionamento
do comportamento humano, treinamento,
disciplina e comunicação, com a finalidade de
sobrepujar o efeito paralisante do combate
moderno.
29

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


O Império e os Novos Bárbaros(*)
Rufin, Jean-Christophe
1996
A obra enfatiza as relações políticas entre os
países e a racionalização da economia mundial.
Afirma os sacrifícios que a guerra ideológica e a
consolidação dos novos blocos econômicos 1 2 3 4 5 6 7 8 9
impuseram à comunidade subdesenvolvida, em
consequência da reedição dos fluxos comerciais
e financeiros mundiais. O autor desenha um
novo mapa do mundo, fornecendo uma chave
indispensável para a compreensão da ordem
mundial do século XXI.
A infantaria ataca
Rommel, Erwin
2007
O então tenente Rommel combateu em três
teatros de operações importantes da Primeira
Guerra Mundial: com sua primeira unidade, o 6º
Regimento de Infantaria Württemberg, lutou na
2 3 8 9
Bélgica e na França, participando tanto da guerra
de movimento quanto da de trincheiras, em
especial no combate travado na Floresta da
Argonne. Por sua atuação e méritos em combate,
Rommel foi condecorado com a Cruz de Ferro,
condecoração exclusiva de tempos de guerra.

Instituto Militar de Engenharia: uma ponte para


o futuro
Amarante, José Carlos Albano do
2013
Assuntos relacionados com ciência, tecnologia e
inovação, aplicados ao ensino, à pesquisa, ao
desenvolvimento, à produção e à logística, são
expostos nesse livro, cujo ponto focal situa o
Instituto Militar de Engenharia (IME), escola 1 2 3 4 5 6 7 8 9
considerada como uma das melhores do país, no
passado,no presente e no futuro. A obra compõe-
se de artigos publicados ao longo dos últimos 20
anos, que espelham o modo de pensar dos
autores e coautores. Relata a trajetória do ensino
militar de engenharia desde o Brasil Colônia até
os dias atuais.

Iraque: um conflito polêmico


Gordon, Michael R.; Trainor, Bernard E.
2010
É um impressionante relato jornalístico
investigativo e descreve com fascinantes
detalhes como a corrida americana a Bagdá
propiciou a oportunidade para a insurgência que
se seguiu. Apresenta, ainda, como a
consequência brutal não era inevitável, causando 2 3 8 9
surpresa para os generais de ambos os lados.
Escrito com o intuito de propiciar uma visão
interna das razões que levaram uma campanha
militar tão bem-sucedida a criar as condições as
quais geraram a insurreição eclodida em
seguida. Impõe-se como valiosa contribuição
para a historiografia dos conflitos recentes.
30

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Jihad
Kepel, Gilles - 2003
O objetivo do autor foi apresentar a história do
movimento islâmico, sua organização e
principais atividades políticas e militares. Trata-
se de um estudo pormenorizado dos últimos
1 2 3 4 5 6 7 8 9
quarenta anos da história dos principais países
muçulmanos. Gilles Kepel dedica longo capítulo
a Osama bin Laden, tornando-o o assunto de
maior interesse para o leitor. A obra é
extremamente instrutiva e a leitura é agradável,
certamente é um dos melhores livros do gênero.

MacArthur - Lições de Estratégia e de Liderança


Kinni, Theodore
2008
Os autores realizaram um ensaio biográfico a
partir de outras obras sobre o General Douglas
Mac Arthur, além de pesquisas feitas em fontes
primárias. O principal atrativo da obra é permitir
2 3
que as gerações mais novas conheçam um dos
mais afamados e competentes chefes militares
do século XX, um nome incluído na lista dos
grandes capitães da história. A obra ressalta
alguns princípios de liderança e chefia ainda
válidos nos tempos recentes.

Manstein - Campanhas e julgamento


Paget, Reginald T(*)
1999
Paget através das alternativas do julgamento do
marechal de campo Erich Von Manstein, que faz
preceder dos aspectos mais relevantes de sua
2 3
atuação durante a Segunda Guerra Mundial,
convence o leitor, usando uma argumentação
repassada de lógica admirável e contundente,
sobre a farsa ostensivamente preparada como
vindita de vencedores sobre vencidos.

Marechal Castello Branco: seu pensamento


militar
Santos, Francisco Ruas
2004
É obra que ressalta a importância de difusão do
pensamento militar do marechal Castello
1 2 3 4 5
Branco, insigne personagem de nossa história
militar. Longe de ser definitivo, o presente
trabalho traz um apanhado sintético dos
principais aspectos da vida daquele que foi,
talvez, uma das mais importantes
personalidades do século XX, no Brasil.

A Máscara do Comando(*)
Keegan, John - 1999
A Máscara do Comando é um livro acerca de
generais: quem foram, como se comportavam,
que tipo de liderança assumiram e de que modo
é que influenciaram o mundo onde vivemos?
Traçando o perfil de quatro generais de 1 2 3 4 5 6 7
indiscutível importância histórica - Alexandre, o
Grande, o herói arquetípico, Wellington, o anti-
herói, Ulysses Grant, o não-herói, e Adolf Hitler, o
falso herói - John Keegan coloca o heroísmo
bélico em estreita relação com as exigências
políticas de cada época e lugar.
31

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Memórias de um soldado
Silva Ernani Ayrosa da
2013 – 2ª ed
Os fatos selecionados e narrados pelo autor são
experiências de vida que não podem ser
esquecidas. O principal objetivo foi narrar suas
recordações para os jovens militares ávidos por
experiências e estímulos. Pretendeu ainda
1 2 3 4 5 6 7 8 9
homenagear os amigos e companheiros de longa
jornada vivida intensamente na paz e na guerra.
No ano de 1945, o então capitão Ayrosa foi o
primeiro oficial brasileiro agraciado com a
medalha Silver Star, do Exército americano, por
ter, mesmo ferido, continuado em combate na
Segunda Guerra Mundial.

Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um


ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil
Goes Filho, Synesio Sampaio
2000
Ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil,
a crédito de três grandes agentes que definiram,
2 3 4 8 9
com operosa dedicação, o mapa atual de nossa
Pátria. É uma valiosa contribuição à historiografia
brasileira. O capítulo sobre os Bandeirantes é
síntese notável do que atualmente se conhece
sobre o assunto.

Obsessões patrióticas: origens e projetos de


duas escolas de pensamento político do Exército
Brasileiro
Trevisan, Leonardo N.
2011
A obra é um profundo e lúcido estudo da
evolução do ensino militar no Brasil, das suas
origens coloniais até a Revolução de 1930, por
meio do qual vão surgindo os cenários e os 1 2 3 4 5 6 7 8 9
acontecimentos mais importantes da nossa
história. Tem indiscutível valor como trabalho
acadêmico sobre um tema já abordado por
inúmeros autores nacionais e estrangeiros. O
autor é graduado em História pela Universidade
de São Paulo, além de Mestre e Doutor em
História Econômica e Ciências Políticas.

Uma orientação especial: a política externa


norte-americana e sua influência
Mead, Walter Russell - 2006
Retrospecto da tradição da política externa dos
Estados Unidos da América, tomando como eixo
da discussão o motivo pelo qual o seu significado
foi tantas vezes minimizado na história do país e 2 3 4
no exterior em contraste com evidências de
intensa ação. A obra baseia-se em um eixo
interpretativo, o de que a sua política externa até
o final da guerra fria fundamenta-se em quatro
escolas básicas, cada uma delas identificada
com o líder político que melhor a simbolizou.
32

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


As Origens da Guerra no Ocidente
Dawson, Doyne
1999
A obra traz uma contribuição definitiva à
compreensão de um dos aspectos mais
preocupantes da cultura ocidental. A abordagem
gira em torno de três temas maiores: - o aspecto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
moral, com a guerra sendo um instrumento da
justiça humana e divina; o aspecto internacional,
encarando-a como instrumento da política
externa; e o aspecto constitucional, em que a
guerra aparece como instrumento da política
interna.

Osório: síntese de seu perfil histórico


Magalhães, João Batista de
2008 (2. ed.)
Edição especial, que contribuirá para a
preservação da memória nacional, permitindo a
divulgação da vida de um verdadeiro herói
nacional, o marechal Osório, com narrativa de
seus feitos na sociedade brasileira, em
8 9
comemoração ao bicentenário de seu
nascimento. A grandeza e a magnitude do
insigne patrono da Arma de Cavalaria são
abordadas neste trabalho literário, por meio de
uma narrativa minuciosa e fundamentada em
ampla pesquisa e de grande relevância histórica
para o Exército.

Poder mundial: a tecnologia e o domínio dos


Estados Unidos no século XXI
Friedman, George; Friedman, Meredith
2009
Trata das modificações acarretadas pelo avanço
da tecnologia digital na arte da guerra. O ponto
central da obra reside na tese de que o
encerramento da Primeira Era marca, também, o
final de longo período em que armas de fogo de 2 3 8
trajetória balística dominou a arte da guerra e
constituíram os fundamentos de toda cultura
militar, descartando a ideia de que a globalização
tornou a guerra inviável. O novo tipo de guerra
condenará ao desaparecimento as armas que
simbolizam, em terra, mar e ar o apogeu dos
meios bélicos da era das munições balísticas.

Por um Exército Profissional


Gaulle, Charles de - 1996
Obra muito citada e, na verdade, pouco
conhecida. O autor, então coronel do Exército
francês, nela propunha antes a Segunda Guerra
Mundial, uma alternativa de organização para o 1 2 3 4 5 6 7 8 9
seu Exército - a ―qualidade‖ de uma força
profissional, altamente adestrada e bem
equipada e a ―qualidade‖ de forças de reserva e
orienta a formação do serviço militar obrigatório,
para mobilização.
33

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Psicologia militar
Kennedy, Carrie H.; Zillmer, Eric A. (Org.)
2009
Obra de grande atualidade, pois analisa os
conflitos das duas últimas décadas e os seus
desdobramentos psicológicos. Considera os
novos desafios colocados aos militares após o
2 8
fim da Guerra Fria e da Guerra do Golfo,
notadamente os ataques terroristas, o uso de
armas químicas e biológicas, as missões de paz,
mostrando que com essa mudança de
paradigma, "o panorama do campo da psicologia
militar mudou igualmente".

Querido Haiti: uma missão de paz


Kettner, Joanine
2013
A obra é um registro de impressões e sensações
da autora, 1º tenente do Quadro de Saúde do
Exército, no desempenho de funções junto ao
1 2 3 4 5 6 7 8 9
13º contingente da Companhia de Engenharia,
no Haiti. compõe-se de relatos criativos,
inteligentes, sensíveis e estimulantes para a
leitura, além de contribuir significativamente para
o número de integrantes do segmento feminino
cada vez maior na Força Terrestre.

Quinhentos anos de história do Brasil


Frota, Guilherme de Andrea
2000
Esta obra faz a síntese dos episódios que
marcaram a evolução da nação brasileira, desde 8 9
as origens portuguesas à atualidade, acessível
ao grande público, procurando interpretar o
passado para melhor entender o presente e
construir uma consciência democrática.

A rebelião das massas


Ortega y Gasset, José
2006
Obra que marcou época e provocou críticas,
comentários e reflexões. É um diagnóstico das
mazelas da sociedade industrial. O autor afirma
que ela preexiste à associação, à convivência, ao
1 2 3 4 5 6 7 8 9
contrato. Por isso, prevê a formação da
coletividade europeia – antecipando-se à União
Europeia. A denúncia de uma ―rebelião das
massas‖ fez com que Ortega fosse acusado de
elitista e individualista, afirmações que se
invalidarão após a leitura cuidadosa de sua obra.

A restauração de Portugal e do Brasil


José Gerardo Barbosa Pereira
2004
A obra apresenta a biografia de Francisco
Barreto de Menezes no contexto das guerras de
restauração e de expulsão dos holandeses, bem
como, seu desempenho no Governo do Estado
4 5 6 7 8 9
do Brasil e na presidência da Junta de Comércio
do Reino. O trabalho abrange um conjunto de
perfis de governadores, chefes políticos e
militares da administração portuguesa. Apresenta
um apêndice contendo textos documentais
relevantes para conhecimento de seu biografado.
34

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


A Revolução Gramscista no Ocidente
Coutinho, Sérgio
2012
Síntese didática da teoria Gramscista para a
implantação da nova ordem socialista Marxista.
Apresenta um extrato seletivo do exposto por
Gramsci no seu livro ―Cadernos do Cárcere‖ de
onde extraiu e colocou em uma linguagem mais
clara os trechos pertinentes da sua estratégia e
1 2 3 4 5 6 7 8 9
táticas revolucionárias. O valor do trabalho está
no fato de colocar ao alcance do leitor comum
uma teoria revolucionária de difícil compreensão,
embora lógica. Trata-se de um estudo inédito
cujo valor aumenta extraordinariamente se
considerarmos que a tese Gramscista vem
orientando a tomada do poder em várias partes
do mundo.

Rondon conta sua vida


Viveiros, Esther del
2010
Obra fundamentada nos depoimentos orais feitos
pelo próprio marechal Rondon até poucos meses
antes do seu falecimento, no ano de 1958, e de
seus diários pessoais. Trata-se da biografia do
ilustre brasileiro que, em meio século, percorreu
4 5 6 7 8 9
40 mil quilômetros de terras do então temido,
inóspito e desconhecido sertão da Região Oeste
brasileira. O marechal foi descrito pelo cientista
Edgar Roquette Pinto como ―o ideal feito
homem‖. A reedição dessa obra traz a
oportunidade de se comemorar o centenário do
Serviço de Proteção ao Índio (1910-2010).

A Sociedade Militar: de 1815 até nossos dias


Girardet, Raoul - 2000
Poucas obras terão abordado os variados
aspectos da vida militar com igual abrangência,
realismo e isenção. E não perde de vista a
necessidade que tem a instituição militar de 1 2
acompanhar a evolução social, política e
tecnológica de seu tempo, tanto do preparo para
a guerra como nas situações de paz. Em suma,
mais do que nunca é o conhecimento a primeira
arma do militar moderno.

Soldados cidadãos: do desembarque do


Exército Americano nas praias da Normandia à
Batalha das Ardenas.
Ambrose, Stephen E. - 2010
Obra onde o autor procura apresentar a Segunda
Guerra Mundial, na Frente Ocidental, sob a ótica
dos soldados, sargentos e oficiais subalternos
2 3 8 9
norte-americanos que combateram no Teatro de
Operações Europeu. Trata da apresentação dos
"soldados cidadãos" que se transformaram nos
vitoriosos capitães, tenentes, sargentos e
soldados. Quem eram? Como combateram?
Como sobreviveram? Por que triunfaram?
35

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Soldados da Pátria: História do Exército
Brasileiro, 1889-1937
McCann, Frank D.
2009
Soldados da Pátria enfoca quase meio século da
história do Exército Brasileiro, em uma narrativa
que começa com a queda do Império, percorre
toda a República Velha e vai até a instauração da
2 3 8
ditadura do Estado Novo, em 1937. As
campanhas de Canudos, na Bahia (1897), do
Contestado, em Santa Catarina/Paraná (1912-
15), as rebeliões Tenentistas da década de 1920,
a Coluna Prestes (1925/27), a Revolução de
1930 e o levante paulista de 1932 são alguns dos
eventos discutidos pelo autor.

Terrorismo: um retrato
Whittaker, David J. (Org.)
2005
Introdução ao estudo do novo fenômeno que
preocupa a humanidade: o TERRORISMO
INTERNACIONAL. A obra reúne significativa
matéria oriunda de estudiosos desse complexo
tema que, ora, aflige a humanidade. O autor 2 3
explora definições, consequências sociológicas e
psicológicas, legais e éticas. O título oferece aos
leitores novas informações dos processos de
atuação do terrorismo mundial em sua tentativa
para desgastar a autoridade do Estado
constituído.

Os treze momentos: análise da obra de Sun


Tzu
Cardoso, Alberto Mendes
1987
O livro é uma prova do valor do Exército para os
destinos de sua nação, mais objetivamente, o
valor de um general para a eficiência de seus
1 2 3 4 5 6 7 8 9
comandos na guerra. Abrange todos os assuntos
básicos da preparação para a guerra e de sua
condução. Aspectos como o estilo literário, os
termos empregados, os costumes mencionados
na condução política da guerra, a referência a
reinos inimigos e a compreensão das ideias de
Sun Tzu.
O único sobrevivente: o testemunho do soldado
que perdeu toda a sua equipe em confronto com
a Al-Qaeda nas montanhas do Afeganistão
Luttrell, Marcus; Robinson, Patrick
2011
É o testemunho emocionante de um militar de
elite da Marinha dos Estados Unidos que
enfrentou terroristas nas montanhas do
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Afeganistão e perdeu todos os companheiros de
sua equipe. O livro contém exemplos de virtudes
próprias de um soldado, tais como: coragem,
camaradagem, lealdade, patriotismo, persistência
e dedicação. O tema da obra é especialmente
voltado para público jovem de militares dos
primeiros postos e graduações.
36

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Sem Rendição: minha guerra de trinta anos
Onoda, Hiroo
2016
Trabalho em que o autor narra uma quase
epopeia, da qual é o próprio protagonista, com
surpreendente detalhamento. Mostra a cultura do
povo japonês, a ordem e a disciplina reinante em
1 2 3 4 5 6 7 8 9
suas Forças Armadas em meados do século XX
e o apego ao cumprimento da missão, a ponto
de, no caso em questão, se aproximar de um
fanatismo capaz de bloquear o exercício da
razão. É um texto único, repleto de peripécia e de
aventuras.

Curso de Ciência Política e Teoria Geral do


Estado - Teoria Constitucional e Relações
Internacionais
Friede, Reis
2015
A formação, o aperfeiçoamento e a capacitação
do profissional militar para o desempenho dos
cargos de comando, chefia ou direção na
estrutura organizacional do Exército Brasileiro,
bem como para o assessoramento de alto nível,
1 2 3
compreendem, em seu amplo espectro, o
aprendizado dos principais preceitos da ordem
jurídica vigente insertos na Lei Fundamental e
Suprema do Brasil, os quais servem de
parâmetro de validade a todas as demais
espécies normativas. É uma obra fundamental
nos cursos de formação, aperfeiçoamento, altos
estudos e política, estratégia e alta administração
do Exército.

Em busca do poder
McNeil,William H.
2014
Exposição analítica da evolução da arte da
guerra, considerando as diferentes formas de
organização política das principais sociedades a
2 3 4
partir do ano 1000 D.C. e o extraordinário
desenvolvimento do ―negócio da guerra‖ na
Europa (até o ano de 1600), culminando na
penúltima década do século XX. Expõe, com
invulgar profundidade, todos os aspectos
relativos às forças armadas ao longo da história.
Dilemas morais da guerra moderna: Tortura,
assassinato e chantagem na era do conflito
assimétrico
Gross Michael L,
2014
Livro escrito com base na vivência direta do autor
na Guerra do Líbano, como civil sob fogo.
Levanta questões e dilemas sobre as guerras
assimétricas contemporâneas, tais como as
contra ocupação, contra o terror e contra regimes 2 3 4
desqualificados, cujo contexto se caracteriza pelo
emprego de pequenos exércitos em áreas com
população civil. Busca responder as questões
morais e legais colocadas por líderes políticos,
formuladores de políticas, militares, jornalistas,
filósofos, advogados, estudantes e cidadãos,
quando confronta as diferentes táticas, armas e
práticas.
37

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


Violência e pacificação no Caribe
Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes
2015
Aborda relevantes aspectos da participação de
contingentes militares nas operações de paz no
Haiti e na República Dominicana e suas
consequências para as Forças Armadas. O livro
2 3 4
tem como escopo principal o estabelecimento da
relação entre diferentes conjunturas políticas com
a decisão governamental de participar de ambas
as operações e conclui apresentando as
aspirações da política externa brasileira em cada
um dos casos estudados.

A paz territorial
Gibler,Douglas M.
2015
Importante produção que valoriza o aspecto da
―paz territorial‖ na análise das relações
internacionais. Baseia-se em procedimentos da
ciência política, inclusive técnica de mensuração
quantitativa no gênero das ―matemáticas sociais‖,
e dialoga com outros trabalhos apresentados em
eventos científicos da área. O livro está no 2 3 4
âmbito das estruturas metodológicas e não
chega à análise de situações concretas nas quais
a teoria pode ser aplicada. Ao fazer referências
exaustivas a outras publicações na mesma linha,
demonstra, como se trata de um tema em aberto,
que a obra em tela se constitui em mais um work
in progress.

Sob Fogo - A morte como hipótese de trabalho


Goya, Michael
2016
Obra cujo escopo é o estudo das informações
sobre o comportamento do soldado quando
submetido às tensões, fadigas e perigos
inerentes à guerra. São relatos de quem viveu as 1 2 3 4 5 6 7 8 9
condições reais de combate e as estudou
metodicamente.
A sua publicação aponta para a atualidade dos
estudos sobre psicologia do combatente quando
submetido à violência do combate.

A ética do decisor
Hude, Henri
2015
Obra que interessa sobremaneira do decisor nos
dias de hoje. Ostentar uma ética não é muito
difícil; colocá-la em prática, outra história. O
desafio para um futuro comandante e dirigente é
2 3 4
procurar usá-la, de alto a baixo, em toda a cadeia
de comando. O primeiro motivo que vai permitir e
fortalecer a realização desse elo é, sem dúvida,
uma calma, resoluta e bem fundamentada
convicção. O livro foi traduzido do original em
francês.
38

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS


A Retirada da Laguna
Taunay, Visconde de

Em A Retirada da Laguna (1871), o autor


reconstitui o célebre episódio da Guerra do
Paraguai. Escrito em francês, foi traduzido para o
português por seu filho Affonso d' Escragnolle
Taunay, historiador e lexicógrafo. O autor
escreve no prólogo: "É o assunto deste volume a 1 2 3 4 5 6 7 8 9
série de provocações por que passou a
expedição brasileira, em operações ao Sul de
Mato Grosso, no recuo efetuado desde a Laguna,
a três e meia léguas do rio Apa, fronteira do
Paraguai, até o Rio Aquidauana, em território
brasileiro."

O passado como prólogo:


a importância da história para a profissão militar
Murray, Williamson e Sinnreich, Richard Hart
2017
1 2 3 4 5 6 7 8 9
O livro enfatiza a utilidade da história militar para
os estrategistas contemporâneos, mesmo
considerando a rapidez das mudanças
tecnológicas e estratégicas atuais e a visão
global do presente.

Um céu cinzento - A história da aviação na


Revolução de 1932
Daróz, Carlos
2017
Em 1932 irrompia em São Paulo um levante
político-militar contra o governo de Getúlio
Vargas. Sob a bandeira da constitucionalização
do país, unidades do Exército Brasileiro sediadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
no estado, todo o efetivo da Força Pública de
São Paulo e milhares de voluntários partiram
para a luta. Nesse cenário, uma nova arma se
impunha no seio das Forças Armadas brasileiras:
a Aviação. E foi nesse episódio que os aviões de
combate foram empregados com intensidade, até
então nunca vistas no Brasil.

A Frente Oriental - do desastre de Dardanelos


à vitória final: 1915-1918
Schiavon, Max
2017
Análise dos acontecimentos na Frente Oriental,
1 2 3
no contexto da Primeira Guerra Mundial, desde a
sua irrupção até o armistício. As operações
nessa região foram importantes para vitória dos
aliados em seu conflito direto com os alemães na
Frente Ocidental.
39

OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Revisão da Lei da Anistia - Um contraponto


Friede, Reis
O livro trata de aspectos históricos, políticos e
jurídicos relativos ao controvertido tema da
1 2 3
anistia e suas consequências. É um estudo
aprofundado e completo sobre a questão, que é
bastante discutida no momento atual, em face da
constitucionalidade da Lei nº 6.683/79.

Segurança e Guerra Cibernéticas:


o que todos precisam saber
Singer, Peter W. e Friedman, Allan
2017
Assunto de grande importância no mundo atual, 1 2 3 4 5 6 7 8 9
a guerra cibernética é uma realidade em todos os
campos. A defesa contra ela interessa aos
agentes do Estado, às empresas, aos estudiosos
do tema e até mesmo aos cidadãos comuns.

Palavras de soldados: os franceses em guerra


– 1983-2015
Le Roux, Hubert e Sabbagh, Antoine
2017
Contém diversos relatos sobre o Exército
Francês após a Segunda Guerra Mundial,
colhidos de combatentes em numerosas
operações realizadas no exterior, longe dos olhos
da maioria dos cidadãos franceses. Os
elementos de tensão, perigo, medo da morte, 1 2 3 4 5 6 7 8 9
fadiga física e mental, entre outros, surgiram de
forma variada, durante situações de combate
recentes e em contextos bem diferentes dos das
guerras convencionais. Apresenta as guerras
como um fenômeno qualitativamente muito
diferente entre si, quando observadas em seu
cotidiano e em relação à demais atividades dos
militares.

Dias de Guerra e de Sertão


Taunay, Visconde de
2018
O Visconde de Taunay conseguiu, de maneira
elegante e clara, transformar um fato histórico e
trágico da Guerra da Tríplice Aliança, a
expedição que redundou na memorável Retirada
da Laguna, em algo fascinante e comovente. Sua
riqueza de escrita, própria dos grandes literatos 1 2 3 4 5 6 7 8 9
da língua portuguesa, leva o leitor a ter os mais
diversos sentimentos, da alegria à tristeza, ao
verificar, quando da leitura desta obra, as
diversas realidades que Taunay e seus
companheiros de farda encontraram, desde sua
saída do Rio de Janeiro, então capital do Império,
até o longínquo Mato Grosso, para fazerem
frente à invasão paraguaia.
40

Anexo B
LEGISLAÇÃO DO EXÉRCITO ACERCA DE ESPAÇOS E ACERVOS
CULTURAIS

1 Portaria n° 1.030, de 11 de outubro de 2013 - Instruções Gerais para a Criação,


Denominação, Organização, Funcionamento, Preservação e Extinção de Espaços
Culturais no âmbito do Exército Brasileiro (EB10-IG-01.009).

2 Portaria nº 144 - DECEx, de 18 de agosto de 2015 - Glossário de Termos e


Expressões de Educação e de Cultura do Exército - Edição 2015 (EB60-G-05.001).

3 Portaria nº 463, de 1º de agosto de 2011 - Instruções Gerais para a Destinação de


Material de Emprego Militar de Valor Histórico do Comando do Exército (IG 20-
15).

4 Portaria nº 167 - DECEx, de 12 de setembro de 2016 - Normas para Elaboração,


Aprovação e Execução de Projetos Culturais de Interesse do Exército - habilitação
para o Programa MECENAS (EB60-N-10.001).

5 Portaria nº 1.721 - Cmt Ex, de 26 de dezembro de 2016 - metas globais institucionais


(informação sobre a visitação de espaços culturais).

6 Concessão de honrarias castrenses e de símbolos da cultura militar:

- Denominação Histórica (DH): Port nº 580, de 25 Out 99;


- Estandarte Histórico (EH): Port nº 580, de 25 Out 99;
- Distintivo de OM - Histórico (DOM-H): Port nº 580, de 25 Out 99;
- Uniforme Histórico (UH): Port nº 1424, de 08 Out 15;
- Designação (numeração) Histórica: Port Min. nº 264, de 13 Maio 99;
- Distintivo de OM - Básico (DOM-B): Port nº 530, de 22 Set 99;
- Distintivo de OM - Especial: Port Cmt Ex nº 336, de 11 Jul 07;
- Bandeira-Insígnia: Normas para Feitura das Insígnias de Comando, Chefia ou
Direção - Port Min nº 793, de 4 Jul 80;
- Obra Musical Militar (OMusMil): Port Cmt Ex nº 708, de 22 Jun 16; e
- Denominação Histórica de Local sob a Administração do Exército: Port nº 039, de 12
Jan 96.

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