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A Batalha de Poitiers (732): O confronto que

moldou o Avanço Islâmico

Docente: Professor Doutor Fernando Branco Correia


Curso: História e Arqueologia
Discentes: Mariana Oliveira [nº 55487] e Tiago Pina [nº 54959]
Unidade Curricular: Al-Andalus
Ano letivo: 2022/2023
Índice

Estado da Arte ............................................................................................... 4

Introdução ...................................................................................................... 5

1. Antecedentes ............................................................................................. 7

2. Causas ........................................................................................................ 8

3. Decorrer da Batalha ................................................................................. 10

3.1 Comandantes ...................................................................................... 10

3.2 Forças opostas .................................................................................... 11

3.3 Planos ................................................................................................. 13

3.4 Campanhas Militares: ........................................................................ 14

4. Batalha de Tours...................................................................................... 17

4.1 Consequências .................................................................................... 18

Considerações Finais ................................................................................... 20

Bibliografia.................................................................................................. 21

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Resumo

A Batalha de Poitiers foi um dos conflitos armados mais importantes da Europa


Medieval que ocorreu, muito provavelmente a 25 de outubro de 732. Foi um conflito
que opôs o exército maioritariamente franco liderado por Carlos Martel, contra o
exército muçulmano comandado por Abd al-Rahman Ibn Abd Allah al-Ghafiqi.

Neste trabalho, falámos dos antecedentes e das causas que levaram a este
conflito, e em que contexto é que se encontrava o Al-Andalus e o reino Franco antes
desta batalha ter ocorrido. Quem foram os principais protagonistas deste conflito. De
que modo é que a batalha se desenrolou.

Palavras-Chave: Batalha de Tours/Poitiers; Exército Franco; Carlos Martel;


Expansionismo muçulmano; Abd al-Rahman Ibn Abd Allah al-Ghafiqi.

Abstract

The Battle of Poitiers was one of the most important armed conflicts in medieval
Europe that took place, most likely on October 25, 732. It was a conflict that opposed
the mostly Frankish army led by Charles Martel against the muslim army commanded
by Abd al-Rahman Ibn Abd Allah al-Ghafiqi.

In this work, we talked about the antecedents and causes that led to this conflict
and in what context Al-Andalus and the Frankish kingdom found themselves before this
battle took place. Who were the main protagonists of this conflict? How did the battle
unfold?

Keywords: Battle of Tours/Poitiers, Frank Army; Charles Martel; Muslim


expansionism; Abd al-Rahman Ibn Abd Allah al-Ghafiqi.

3|Página
Estado da Arte

A batalha de Tours, foi uma batalha de extrema importância histórica na Europa


ocidental. É uma batalha que se fez bastantes trabalhos e pesquisas sobre. A grande
maioria da bibliografia que encontrámos sobre este assunto, encontra-se disponível em
espanhol, inglês e também francês. Em português, reparámos que há de facto uma
lacuna de obras que se foquem nesta batalha em específico.

As obras que nos ajudaram nesta pesquisa foram as seguintes:

Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic


Tide (Vol. 190)”, Osprey Publishing.

Este livro da autoria de David Nicolle, aborda a batalha de Poitiers, focando-se


bastante na componente militar da batalha. É uma obra que oferece uma explicação
detalhada sobre as estratégias militares e as movimentações feitas por ambos os lados.
Foi um recurso bastante importante, também pelo facto de estar muito bem ilustrado por
imagens que nos ajudaram a melhor perceber alguns aspetos sobre este combate.

Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento


de una figura heroica”, Titivillus.

Este livro que recorremos é uma tradução de Laura Pinson, do livro “La bataille
de Poitiers Charles Martel et l'affirmation de la suprématie des Francs” da autoria de
Aude Cirier. Este livro faz um sumário do que foi a batalha de Poitiers e dos seus
intervenientes. Este livro, foca-se bastante na importância desta batalha para a criação
de uma figura heroica em Carlos Martel, abordando outros aspetos para além dos
militares.

Chalmeta Gendrón, P. (2003). “Invasión e islamización: la sumisión de


Hispania y la formación de al-Andalus”, Editorial Mapfre.

Apesar de este livro focar-se mais na conquista muçulmano da Península Ibérica


e no processo de Islamização da mesma, faz uma contextualização histórica detalhada
sobre o que levou à batalha. Este livro de Pedro Chalmeta aborda a presença

4|Página
muçulmana na Península Ibérica, incluindo o processo de expansão do Califado Omíada
e os combates que tiveram com os Francos.

Eggenberger, D. (2012). “An Encyclopedia of Battles: Accounts of Over 1,560


Battles from 1479 BC to the Present”. Courier Corporation.

Esta enciclopédia de David Eggenberger, faz uma análise geral de várias


batalhas em diferentes períodos históricos, incluindo a própria batalha.

Estas foram as obras fundamentais que utilizámos na produção deste trabalho,


que nos permitiu adquirirmos conhecimentos sobre vários aspetos da batalha de
Poitiers.

Introdução

A Batalha de Poitiers, também conhecida por Batalha de Tours, ocorreu em 732


a.C. entre à cidade de Poitiers e Tours, no que é hoje a França. Representa um dos
momentos cruciais na história medieval europeia. Este confronto militar entre os
exércitos do Reino Franco, liderados por Carlos Martel, e as forças do Califado Omíada,
lideradas por Abdul Rahman Al Ghafiqi, teve um impacto duradouro no
desenvolvimento político, cultural e religioso da Europa Ocidental.

A Batalha, portanto, desenrolou-se como um confronto decisivo nesse cenário de


tensão crescente. Os objetivos dos francos liderados por Carlos Martel iam além da
defesa territorial imediata. Eles buscavam preservar a sua identidade cultural e religiosa,
bem como as instituições estabelecidas, diante do avanço muçulmano.

Esta batalha teve implicações que ultrapassaram os limites geográficos e


temporais, influenciando as relações entre o mundo cristão e o mundo muçulmano na
Europa medieval. A resistência bem-sucedida dos francos em Poitiers marcou um ponto
de virada na expansão islâmica na Europa Ocidental, desempenhando um papel
significativo no posterior desenvolvimento político e cultural da região.

Neste trabalho, exploraremos os antecedentes, explorando a expansão do


Califado Omíada, as incursões e pilhagens muçulmanas nas terras francas, a
fragmentação política do Reino Franco e a emergência de Carlos Martel como líder

5|Página
franco; o decorrer da Batalha de Poitiers, analisando os combatentes, as estratégias
militares utilizadas por ambas as partes e a liderança de Carlos Martel, e, por fim
contextualizar a Batalha de Poitiers dentro do contexto mais amplo da expansão
muçulmana na Europa e nas relações entre o mundo cristão e islâmico da época. Além
disso, buscaremos compreender o legado duradouro desse confronto na história
europeia e na formação da identidade cristã na Europa Ocidental.

Ao alcançar esses objetivos, este trabalho visa contribuir para um maior


entendimento da Batalha de Poitiers e a sua relevância na história europeia.

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1. Antecedentes

Os antecedentes da Batalha de Poitiers remontam no início do século VII, com a


expansão muçulmana da Europa, mais concretamente, com a conquista da Península
Ibérica pelos árabes. Este processo foi facilitado pela desintegração do Império Romano
e pela instabilidade política e religiosa da região.

No início do século VIII, o Califado Omíada1, estava sob a liderança do califa


Al-Walid I2. O califado, em busca de expandir o seu território e propagar o Islão, voltou
os seus olhos para a Península Ibérica. A oportunidade surgiu quando o governante
visigodo, o rei Rodrigo3, enfrentou uma rebelião interna. Aproveitando-se dessa
instabilidade, os muçulmanos enviaram um exército liderado por Tariq Ibn Ziyad4 para
a Península Ibérica em 7115

Diante deste avanço muçulmano, os francos encontravam-se em uma posição de


ameaça crescente. As incursões e pilhagens muçulmanas eram frequentes, causando
devastação e instabilidade nas comunidades francas, o que levou à necessidade de
proteger as suas terras, comunidades e instituições religiosas. Tornando-se, assim numa
prioridade absoluta para os francos. Porém, a campanha de Tariq foi um sucesso
retumbante. O seu exército derrotou o exército visigodo na Batalha de Guadalete, onde
o rei Rodrigo acaba por ser morto6, e, assim, rapidamente, conquistaram a maior parte
da Península Ibérica. Os muçulmanos estabeleceram o domínio do Califado Omíada na
região, que se tornou conhecida como Al-Andalus. O avanço muçulmano foi
impulsionado pela motivação religiosa, riquezas materiais e controle estratégico.

Seguidamente, a partir da Península Ibérica, os muçulmanos começaram a


realizar incursões militares em terras francas. Eles lançavam ataques, conhecidos como
razzias7, nas áreas ao norte da Península Ibérica, atravessando os Pirenéus. Assim,

1
Sede em Damasco.
2
Foi um califa omíada que reinou entre 705 e 715 a.C. Continuou a expansão do império islâmico,
iniciada pelo seu pai e era conhecido pela sua piedade.
3
Conhecido por ser o “Último rei dos godos”, Rodrigo reino desde 710 a 711 a.C.
4
Foi um estratega e general do exército omíada, provavelmente, de origem berbere. Comandou, em 711,
a conquista da Península Ibérica, ocupada até então pelos visigodos.
5
Batalha de Guadalete.
6
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.12.
7
Significa “Invasão”.

7|Página
expandiram o seu território para o sul da França, chegando à cidade de Narbonne em
719, «Muslim forces soon marched north of the Pyrenees and in AD 719 they took
control of Narbonne»8. No entanto, foi a invasão da Aquitânia em 731 que levou ao
confronto decisivo em Poitiers. Os exércitos muçulmanos, liderados por Abd al-
Rahman, foram detidos pelo exército franco liderado por Charles Martel, à pedido do
Duque da Aquitania, «Cuando los omeyas lanzan una nueva ofensiva hacia el norte,
saquean Aquitania y Burdeos, lo que obliga a Eudes de Aquitania a pedir auxilio a
Carlos Martel»9.

Depois, além destes confrontos, posso dizer que, os antecedentes da Batalha de


Poitiers também estão relacionados às tensões religiosas e culturais entre o cristianismo
e o islã. A tensão religiosa foi agravada pelo facto da expansão muçulmana ter sido vista
como uma ameaça à sobrevivência do cristianismo na Europa e, além disso, o conflito,
também, foi influenciado pelos interesses políticos e territoriais. Os francos estavam
preocupados com a ameaça muçulmana à sua soberania e território, enquanto os
muçulmanos buscavam expandir o seu império e controlar a região.

2. Causas

Para entender as causas da Batalha de Tours, precisámos de ter em consideração


o lado Franco e o lado árabe.

O reino franco encontrava-se numa fragmentação política. Após a queda do


Império Romano do Ocidente, a região foi dividida em vários reinos e principados
independentes. Os merovíngios, uma dinastia real franca, governavam nominalmente,
mas o seu poder efetivo era limitado. Depois, dentro do reino, havia uma falta de
unidade e coesão política. Os governantes locais disputavam o poder e lutavam entre si
por territórios e recursos. A autoridade central era fraca, e muitos nobres governavam os
seus domínios com autonomia quase completa. Esta fragmentação política enfraqueceu

8
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.13
9
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura heroica”,
Titivillus. p.14

8|Página
a capacidade de resposta do reino franco diante das ameaças externas, como as
incursões muçulmanas.

Consequentemente, diante a este enfraquecimento, os francos desejavam por um


salvador, dizendo assim. Foi aí que emergência de Carlos Martel como líder franco, foi
notória. Carlos Martel emergiu como uma figura poderosa no reino franco, durante este
período, onde era o prefeito do palácio, uma posição de autoridade que exercia
influência significativa sobre o rei e os assuntos do reino. Carlos Martel governava
efetivamente em nome do rei merovíngio, e a sua autoridade era amplamente
reconhecida. As suas habilidades militares excecionais e a sua capacidade de unir os
francos em torno de uma causa comum fez com que consolidasse o seu poder,
construindo uma base de apoio militar. A sua liderança era crucial para enfrentar as
ameaças externas, incluindo as incursões muçulmanas.

Já, no lado árabe, o exército muçulmano, sob o comando de Abd al-Rahman al-
Ghafiqi10 atravessa os Pirenéus ocidentais e invade grande parte do reino Franco. Desde
a Gasconha e da Aquitânia, enquanto outras unidades entravam na Aquitânia através
dos desfiladeiros dos Pirenéus orientais. Da Septimania e, até mesmo do mar, a partir de
Tarragona. O exército do príncipe Eudes é derrotado nos arredores de Bordéus.
Seguidamente, os muçulmanos devastam Périgueux, Saintes e Angoulême e saqueiam a
Basílica de Saint-Hilaire nos arredores de Poitiers11.

Estes eventos mostram-nos, realmente o motivo por de trás da batalha de Tours:


expandir o domínio territorial e espalhar o Islão. Os muçulmanos acreditavam que a
expansão territorial e a conversão ao Islão eram parte de sua missão religiosa e política.
As terras francas eram vistas como um alvo estratégico para essa expansão, tanto em
termos de riqueza material como na propagação do Islão. Posso dizer que, essa força por
parte dos árabes, estava em volta da sede pelo poder, pelos territórios e pelo conquistar
mais. Um dos exemplos perfeitos para essa vontade, foi quando os muçulmanos
prosseguiram para norte em direção à riquíssima Basílica de Saint-Martin nos arredores
de Tours. Dando, assim ao início de uma violenta batalha. Uma batalha que fez com que

10
General árabe e Uale do Alandalus, em 720 e de 730 até a sua morte. Morreu, lutando, contra os francos
de Carlos Martel na Batalha de Poitiers.
11
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.13-16.

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essa sede de poder que os muçulmanos tinham, se transformasse numa derrota
inevitável, fazendo assim parar o avanço islâmico.

3. Decorrer da Batalha

3.1 Comandantes

A Batalha de Tours foi um conflito que envolveu dois grandes exércitos. No


entanto, convém destacar alguns elementos individuais que tiveram papéis importantes
neste conflito.

Do lado Cristão, a figura de maior destaque foi a de Carlos Martel. Este era
«Hijo del mayordomo del palacio Pipino de Heristal (…)»12 o antigo mordomo do
palácio do reino Franco. Pepino ainda durante o seu tempo enquanto mordomo do
palácio, conseguiu reunir as mordomias da Austrásia, da Burgúndia e da Neustria. Após
a sua morte, devido ao facto de ter vários filhos ilegítimos houve disputas pelo poder.
Carlos com o apoio das outras mordomias conseguiu estabelecer-se em 723 como o
único mordomo do palácio. É considerado a figura fundadora da dinastia carolíngia que
iria governar o território francês até ao século X. «Muere el 22 de octubre de 741 y es
sepultado en Saint Denis, junto a los reyes merovingios.»13 O facto de ter sido enterrado
no mesmo local, dos reis merovíngios mostra o quão importante Carlos Martel foi para
o reino Franco.

Outra figura importante é a de Odão da Aquitânia. «(…) nothing is known for


certain about his origins (…)»14 Odão é uma figura que é pouco conhecida. Quando
adquire o controlo da Aquitânia, consegue expandir o território. Após a morte de Pepino
de Heristal é proclamado como Princeps da Aquitânia, desta forma torna-se
independente do reino Franco. Em 721, derrota o exército muçulmano em Toulouse, o

12
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura
heroica”, Titivillus. p.13
13
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura
heroica”, Titivillus. p.14
14
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.20

10 | P á g i n a
que aumentou o seu prestígio. Rivalizou o poder de Carlos Martel, como um dos líderes
mais poderosos na França. É derrotado em Bordéus, em 732, foge e pede auxílio a
Carlos Martel. Após a batalha de Poitiers reconhece a autoridade de Carlos Martel.

Do lado Muçulmano, o homem mais importante foi Abd al-Rahman Ibn Abd
Allah al-Ghafiqi. Comandante do exército muçulmano que invadiu o reino Franco em
732. Fazia parte do clã Ghafiqi, um dos principais que se tinha estabelecido no Al-
Andalus. A primeira vez que se escreve sobre a existência deste homem, foi em 721,
após o ataque falhado pelos muçulmanos a Toulouse. Foi ele quem reorganizou, o
exército derrotado e os reuniu em Narbonne. Foi nomeado, durante um breve período de
tempo como wali, numa zona perto dos Pirenéus e de Narbonne. Liderou o exército
muçulmano na Batalha de Poitiers, onde acabou por falecer.

3.2 Forças opostas

Cristãos

O exército inicial de Carlos Martel era no geral composto apenas por forças da
Austrásia e alguns homens do este do reino Franco. No entanto, há medida que Carlos
Martel foi estabelecendo a sua autoridade, Carlos conseguiu através da instalação de
novos governadores, fortalecer a sua estrutura militar nas regiões fronteiriças15. Através
das estruturas administrativas da Igreja, conseguiu também implementar reformas
militares.

Durante este período grande parte da sociedade, estava digamos virada, para
uma economia de guerra, algo que afetava todos os grupos sociais, principalmente a
aristocracia militar, «(…) the whole of society was affected by the demands of warfare,
though this fell most heavily upon the military aristocracy.»16 As conquistas e o sucesso
militar de Carlos Martel, também ofereciam oportunidades para conseguir ter sucesso
individual e conseguir riquezas. Este sucesso de Carlos Martel, foi o que fez com que o
seu exército inicial, se tornasse numa máquina poderosa de guerra. No geral, em termos

15
Regiões bastante instáveis na época, pois no século VIII, ainda não existiam fronteiras fixas.
16
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.24

11 | P á g i n a
de números de homens, o exército de Carlos Martel sempre foi superior aos dos seus
inimigos. Isto porque, todos os homens livres tinham algum tipo de treino militar. Aliás,
era obrigatório fazer-se serviço militar na altura, nem que fosse apenas por três meses
ao ano. Havia pessoas que ao invés de prestarem serviço militar pagavam tributos. Estes
tributos que essencialmente, deram a Carlos Martel, os recursos necessários para que
pudesse pagar e equipar os seus homens.

Desta forma, tínhamos a formação de «(…) highly motivated, almost


professional armies (…)»17 de um exército quase profissional de homens bem treinados
e bastante motivados. A composição deste exército, mostra-nos algumas coisas. A
principal, sendo que muitas vezes existe a ideia pré-concebida de que os exércitos da
Europa medieval desta altura, eram compostos por homens com pouca experiência e
com falta de equipamento. Porém, com este relato, conseguimos ver que não era bem
assim. Outro mito, é de que nesta altura, os exércitos dos reinos europeus não tinham o
costume de combater a cavalo.

De facto, a maior parte do exército era composta por soldados de infantaria que
combatiam a pé. No entanto, os senhorios e os donos de terras, também participavam no
combate militar. Também tinham que trazer com eles tropas adicionais.

Uma forma de distinção social, nesta época, notava-se também através do combate.
Normalmente o quão mais poderoso fosse o senhor maior era a sua probabilidade de
combater a cavalo, «The more prosperous a landholder, the more likely he would serve
on horseback (…)»18 A região da Austrásia, manteve-se como a principal fonte do seu
poder militar.

O exército da Aquitânia não era muito diferente daquele do reino Franco. No


entanto, Odão tinha que ganhar o apoio do seu exército através da possibilidade de
receber recompensas, «Prince Eudes, like other rulers, had to win their support by
offering gifts, land or status.»19.

17
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.25
18
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.26
19
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.26

12 | P á g i n a
O território da Aquitânia, era um território que fazia fronteira com outros reinos
poderosos. Estas condições fizeram com que Odão e os seus sucessores, preferissem
adotar uma estratégia mais defensiva, apoiando-se nas suas fortificações urbanas e nas
guarnições.

Muçulmanos

O exército muçulmano que se encontrava no Al-Andalus, no período da batalha


de Poitiers, era composto por dois grupos principais: os berberes do norte da África e os
homens árabes. A maioria deste exército era composto por infantaria montada a cavalo.
Os seus exércitos não eram muito numerosos. Estariam divididos em várias divisões e
pelotões, chegando mesmo a haver unidades que consistiam apenas numa dezena de
homens. Uma das principais motivações que impulsionava estes exércitos era o caráter
religioso.

3.3 Planos

Cristãos

Para Carlos Martel a incursão muçulmana que avançou pela Aquitânia e que
depois avançou para Tours, tinha um objetivo principal. O de destruir um dos principais
templos do reino Merovíngio. A Igreja de Saint Martin em Tours. Esta igreja não só era
uma das principais de toda a Cristandade, como também se encontrava na fronteira entre
Neustria do reino Franco e do principado da Aquitânia. O plano de Carlos Martel era
essencialmente de praticar uma luta defensiva, que seria feita fora do seu território.
Provavelmente teria a informação que os muçulmanos preparavam uma ofensiva e por
esse motivo permaneceu em território merovíngio até a alguma movimentação concreta
ocorrer.

13 | P á g i n a
Muçulmanos

A campanha militar levada a cabo por Al-Ghafiqi em 732, não passava de


apenas mais um assalto, «was not intended to conquer France, still less to overrun
Christian Europe. It was merely a razzia or raid (…)»20

No entanto, é aqui que surge um forte debate. Este sendo, sobre qual era o real
motivo desta campanha. Uns consideram que este ataque tinha como objetivo expandir
o controlo islâmico para norte dos Pirenéus. Outros, acreditam que esta expedição tinha
como objetivo, o de fazer reconhecimento deste território. Um dos grandes obstáculos,
que os muçulmanos viriam a enfrentar seria a geografia do terreno, visto que
habitualmente os muçulmanos carregavam consigo armas de cerco, no entanto, seria
impossível passar com estas armas pelas montanhas.

3.4 Campanhas Militares:

Derrota da revolução

Abd al-Rahman al-Ghafiqi, assim que foi nomeado como wali, começou a
preparar aquilo que seria a campanha da batalha de Poitiers, em 730. Durante o mesmo
tempo, Odão da Aquitânia, tinha-se aliado com Munusa, um líder berbere da região da
Cerdanha.

Al-Ghafiqi, viu esta aliança como uma ameaça, não só para o domínio sobre o
Al-Andalus, mas também para a região da Septimania. Pediu para que os voluntários
que quisessem participar nesta campanha se reunissem em Pamplona, em 731. A
maioria dos voluntários eram berberes do norte de África. O número de homens que
compunha este exército seria entre 15000 a 20000. Esta aliança também preocupou
Carlos Martel, no entanto Carlos não via os muçulmanos como uma grande ameaça.
Durante estes dois anos antes da batalha de Poitiers, este exército de Al-Ghafiqi,
realizou inúmeros ataques de assalto. Neste ano, Carlos Martel realizou alguns ataques à
Aquitânia, provavelmente, para servir de aviso a Odão. Usou a aliança que Odão havia
estabelecido com Munusa como pretexto deste ataque. Afinal, Carlos sempre se

20
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.36

14 | P á g i n a
apresentou como um defensor da Cristandade. Mais no Sul, Al-Ghafiqi, finalizava as
suas preparações.

Al-Ghafiqi, lança o seu ataque a Munusa, ou no verão, ou no início do outono de


731. Esta batalha, não tem muito escrito sobre a mesma. O pouco que se sabe, com
certeza, é que Al-Ghafiqi invadiu o território de Munusa, derrotou as suas tropas e
encurralou Munusa nas montanhas, onde este terá cometido suicídio, «(…) al-Ghafiqi
invaded Munusa’s fiefdom, defeated his troops, took his main fortress of Llivia and then
cornered Munusa in the mountains where the rebel killed himself by leaping from a
cliff.»21

Invasão da Aquitânia

Após acabar com a rebelião de Munusa, Al-Ghafiqi que controlava todo o Al-
Andalus «(…) Abd Al-Rahman decidió llevar el gihad a la Galia.»22 iniciou a sua
campanha contra a Aquitânia.

Al-Ghafiqi e o seu exército principal avançaram pelo Passo de Rocensvales e


pelas atuais províncias de Commingues e Bigorre. Não se sabe ao certo, o porquê de ter
feito este desvio que tornou a sua campanha mais complicada, mas desta forma não
passou por Toulouse, onde os muçulmanos tinham sido derrotados em 721.

Outra parte do seu exército entrou na Aquitânia através da Septimania enquanto


outro grupo deslocou-se por mar para carregar as armas de cerco. Após passarem as
montanhas, os seus exércitos dividiram-se em múltiplos grupos de ataque que se
espalharam pela Aquitânia. Durante grande parte do território, o exército muçulmano
não sofreu qualquer tipo de resistência.

Al-Ghafiqi e a parte principal do seu exército dirigiram-se para Bordéus. Foi


nesta cidade que se deu a Batalha de Bordéus, no qual os muçulmanos derrotaram Odão.
Pilharam a cidade, destruíram as igrejas e mataram muitos dos habitantes.

21
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.43
22
Chalmeta Gendrón, P. (2003). “Invasión e islamización: la sumisión de Hispania y la formación de al-
Andalus”, Editorial Mapfre. p.286

15 | P á g i n a
Com os restantes dos seus seguidores, Odão, sem grandes esperanças de
conseguir salvar o seu principado, dirigiu-se para a cidade franca de Reims. Aqui pede
auxílio ao seu rival, mas cristão, Carlos Martel.

«Charles Martel promptly issued a general ban or military summons in order to raise the
largest army possible.»23 Carlos acudiu a este pedido, mobilizando com grande rapidez
um exército, com capacidade para prevenir um ataque muçulmano. Guiou os seus
exércitos até à cidade fronteiriça de Tours. Terá estabelecido campo, nesta região com o
objetivo de proteger a Igreja de Saint Martin, desta forma conseguiam também estar
atentos a eventuais movimentações feitas pelos muçulmanos.

Muçulmanos avançam para Norte

Após a grande vitória contra os aquitanos, os muçulmanos passaram os


próximos meses a fazerem ataques e a conseguirem arrecadar cada vez mais riquezas.
Aproximam-se da abadia de Saint-Hilaire, em Poitiers, esta que era uma igreja bastante
rica.

Também a própria cidade de Poitiers era bastante importante. Encontrava-se


num ponto geográfico vantajoso, e era um centro religioso e económico importante,
sendo a segunda maior cidade da Aquitânia. Saquearam a abadia, no entanto não se
atreveram a atacar a cidade de Poitiers que era bastante bem protegida, «After sacking
and looting the abbey-church of Saint-Hilaire and its suburb, the Muslim army did not
try to take the strongly defended city of Poitiers.»24

Em vez de tentar atacar Poitiers, Al-Ghafiqi dirigiu-se para a abadia de Saint-


Martin em Tours, ainda mais rica que a abadia de Poitiers. No entanto, Tours já fazia
parte do território do reino merovíngio, o que vai levar a que Al-Ghafiqi inicie um
confronto com outro reino poderoso.

Pouca certeza, temos sobre até que local é que os muçulmanos avançaram sem
terem enfrentado grande resistência. As poucas evidências disponíveis apontam que

23
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.47

24
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.49

16 | P á g i n a
terão conseguido avançar até ao rio Creuse, este que se encontra localizado. Após
chegarem à confluência entre este rio e o Vienne, avançaram pelo planalto Sainte-
Maure-de-Touraine até Tours.

Carlos Martel deverá ter barrado o exército muçulmano na passagem do Vienne


perto de Cenon.

A própria data em que a batalha ocorreu não é consensual entre os historiadores.


Alguns apontam que terá ocorrido ou a 10 de outubro ou a 11 de outubro. Enquanto
outros estimam que terá ocorrido entre 18 a 25 de outubro. Nos dias em que
antecederam o combate derradeiro, terão ocorrido algumas altercações e movimentações
a este, perto dos vales do Vienne e do Clain.

4. Batalha de Tours

A batalha principal iria ser travada perto do Clain e do Vienne, perto de uma das
principais estradas romanas da região. Os dois exércitos eram enormes, no entanto, no
caso muçulmano muitos destes eram apenas seguidores. Houve um período de “stand-
off” entre os dois lados, no qual nenhum queria tomar a iniciativa.

Como já foi referido acima, existem várias possibilidades para qual foi o dia da
batalha. Houve um período de cerca de seis ou sete dias, que ficou marcado por
pequenos confrontos e algumas manobras por parte dos exércitos. Foi Carlos que fez o
primeiro movimento, tendo atravessado o Vienne, onde adotaram uma posição
defensiva.

Segundo fontes cristãs o combate terá ocorrido num sábado de outubro de 732,
enquanto que os muçulmanos dizem que o seu líder morreu a 25 de outubro. Ora, 25 de
outubro foi num sábado. As datas coincidentes mostram assim que de facto o combate
terá ocorrido neste dia.

Os muçulmanos terão atacado, usando táticas que tinham usado anteriormente


para serem sucedidos, «The invaders rushed forward, relying on tactics that had won
them so many victories during their century of conquest—slashing attacks, an
overwhelming number of horsemen, and a wild fervor that could be stopped only by

17 | P á g i n a
killing».25 Foi um combate prolongado, mas no qual o exército franco conseguiu vencer,
após os muçulmanos se encontrarem desorganizados. Terão atacado o acampamento
muçulmano no final da tarde de 25 de outubro, onde eliminaram o líder Al-Ghafiqi.

Sem saberem bem o que fazer, os muçulmanos continuaram a resistir ao ataque, mas
Carlos Martel aproveitou a falta do seu líder para reforçar o seu ataque.

Retirada muçulmana

Os muçulmanos terão esperado pela noite, para fazerem a sua fuga. Deixaram o
campo intacto. Deixaram as tendas no lugar, de forma a enganar os francos, que
pensariam que os muçulmanos estariam a reagrupar-se, assim conseguiram ganhar
algum tempo. Este truque resultou, uma vez que durante a noite e no dia seguinte, não
houve perseguições feitas aos muçulmanos.

O exército de Carlos Martel reuniu-se no dia seguinte, preparados para atacar o


acampamento, no entanto encontraram-no abandonado. Carlos voltou para norte,
«Charles Martel withdrew northwards through Orléans and Auxerre.»26. Odão
provavelmente terá ficado encarregue de limpar o resto dos combatentes que ficaram na
área. Os muçulmanos que fugiram para sul, no entanto ainda fizeram alguns assaltos por
onde passaram.

4.1 Consequências

No Al-Andalus, a consequência principal desta derrota, foi a morte do


comandante Abd al-Rahman al-Ghafiqi e a nomeação de Abd al-Malik Ibn Qatan al-
Fihri, como o novo wali do Al-Andalus.

A notícia desta derrota espalhou-se pelo mundo árabe, o que levou o wali do
norte de África a enviar reforços para o Al-Andalus. Em 733, Abd al-Malik Ibn Qatan

25
Eggenberger, D. (2012). “An Encyclopedia of Battles: Accounts of Over 1,560 Battles from 1479 BC to
the Present”. Courier Corporation. p.441.
26
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.75

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al-Fihri passou os Pirenéus, tendo atacado Girona e Pamplona. Este ataque foi
executado com a intenção de punir estas regiões que haviam atacado os homens de Abd
al-Rahman al-Ghafiqi, quando estes fugiam. Não houve nenhuma invasão à Aquitânia.
Reforçaram o número de efetivos, nas regiões fronteiriças com o Reino Franco que
ainda lhes pertenciam.27

Em 734, o governador de Narbonne, Yusuf Ibn Abd al-Rahman terá lançado um


ataque perto de Avinhão. No entanto, estes ataques que vieram a ser efetuados nos anos
após a derrota em Poitiers, nunca chegaram a ser muito significativos. Esta derrota, de
certa forma confinou os muçulmanos à Península Ibérica.

Para Carlos Martel, esta vitória não se limitou a ter conseguido impedir uma
invasão muçulmana de grande escala. Após a vitória, Odão reconheceu a autoridade de
Carlos e do reino Franco. Desta forma, Carlos adquiriu um vassalo poderoso, em Odão.
Tentou aproveitar a proximidade para formar alianças com a Borgonha28.

Em 734, os representantes do reino Franco foram expelidos do “reino” da


Borgonha, que tentou reafirmar a sua independência. Porém, devido a outras
circunstâncias Carlos não puniu esta rebelião imediatamente. Isto porque, neste mesmo
ano Odão tinha morrido, o que fez com que o seu filho Hunald I, subisse ao trono.
Como já referido, Odão tornou-se vassalo de Carlos Martel após a batalha de Poitiers e
foi-lhe submisso até ao final da sua vida.

Os seus sucessores por outro lado, não o vão fazer, o que colocou um problema a
Carlos Martel. Durante vários anos, os Aquitanos permaneceram como rivais dos
Francos, até Pepino o Breve, conseguir derrotar Hunald II. A situação política do Al-
Andalus pouco interessou a Carlos Martel, enquanto este foi vivo.

A batalha de Poitiers, fez com que Carlos Martel tivesse grande prestígio, o que
fortaleceu o papel dos Carolíngios no reino Franco. Estabeleceram-se os alicerces que
levariam ao domínio dos Carolíngios sobre todo o reino Franco.

Todos estes sucessos militares, fizeram com que Carlos e os Carolíngios


conseguissem negociar mais facilmente com o Papa e de certa forma fez com que se
começassem a aproximar cada vez mais.

27
Regiões como a Septimania, Aragão, entre outras.
28
Nesta época, a Borgonha era uma espécie de sub-reino que Carlos tinha algum controlo sobre.

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No Al-Andalus esta derrota influenciou algumas regiões, no qual foram
registadas algumas revoltas, «Here the indigenous Christian population was encouraged
by the Muslim defeat and some rose in rebellion.»29 Porém, estas revoltas foram
facilmente derrotadas, através das campanhas que Abd al-Malik fez na Catalunha, em
Aragão, e Navarra.

A derrota, também feriu a autoridade muçulmana no Al-Andalus. Os berberes do


Al-Andalus influenciados pelas revoltas berberes no norte de África, fizeram o mesmo,
tendo atacado Córdova e Toledo. Esta fraqueza da liderança islâmica, fez com que
alguns reinos cristãos começassem a ocupar territórios cada vez maiores. Exemplo
disso, foi o rei Afonso I das Astúrias que expandiu bastante o seu território.

Considerações Finais

Com a realização deste trabalho de pesquisa sobre a Batalha de Poitiers,


conseguimos perceber algumas questões, estas as mesmas que nos levaram a ter
interesse em realizar este trabalho. Guiámo-nos pela principal questão de perceber qual
foi o impacto que esta batalha teve na história, não só do Al-Andalus como da Europa
no geral.

Primeiramente fizemos uma abordagem profunda aos anos antes deste conflito,
para entender quais foram os fatores que levaram a esta batalha. Percebemos também
como era de facto a realidade militar desta época.

Entendemos que foi uma batalha que, se o resultado tivesse sido outro, podia ter
mudado por completo a história da Europa, visto que Carlos Martel conseguiu impedir
com que os muçulmanos avançassem pela Gália a dentro. Foi uma batalha bastante
importante também para Carlos Martel e para a afirmação da família Carolíngia, que
com esta grande vitória ganhou ainda maior prestígio no reino Franco, e permitiu a
Carlos construir os alicerces para que os seus descendentes conseguissem ocupar o seu
cargo.

Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
29

Publishing. p.85

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Bibliografia

CHALMETA Gendrón, P. (2003). “Invasión e islamización: la sumisión de Hispania y


la formación de al-Andalus”, Editorial Mapfre. p.286

EGGENBERGER, D. (2012). “An Encyclopedia of Battles: Accounts of Over 1,560


Battles from 1479 BC to the Present”. Courier Corporation. p.441.

NICOLLE, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol.
190)”, Osprey Publishing. p.85

PINSON, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de


una figura heroica”, Titivillus. p.14

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