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Introdução ...................................................................................................... 5
1. Antecedentes ............................................................................................. 7
2. Causas ........................................................................................................ 8
4. Batalha de Tours...................................................................................... 17
Bibliografia.................................................................................................. 21
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Resumo
Neste trabalho, falámos dos antecedentes e das causas que levaram a este
conflito, e em que contexto é que se encontrava o Al-Andalus e o reino Franco antes
desta batalha ter ocorrido. Quem foram os principais protagonistas deste conflito. De
que modo é que a batalha se desenrolou.
Abstract
The Battle of Poitiers was one of the most important armed conflicts in medieval
Europe that took place, most likely on October 25, 732. It was a conflict that opposed
the mostly Frankish army led by Charles Martel against the muslim army commanded
by Abd al-Rahman Ibn Abd Allah al-Ghafiqi.
In this work, we talked about the antecedents and causes that led to this conflict
and in what context Al-Andalus and the Frankish kingdom found themselves before this
battle took place. Who were the main protagonists of this conflict? How did the battle
unfold?
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Estado da Arte
Este livro que recorremos é uma tradução de Laura Pinson, do livro “La bataille
de Poitiers Charles Martel et l'affirmation de la suprématie des Francs” da autoria de
Aude Cirier. Este livro faz um sumário do que foi a batalha de Poitiers e dos seus
intervenientes. Este livro, foca-se bastante na importância desta batalha para a criação
de uma figura heroica em Carlos Martel, abordando outros aspetos para além dos
militares.
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muçulmana na Península Ibérica, incluindo o processo de expansão do Califado Omíada
e os combates que tiveram com os Francos.
Introdução
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franco; o decorrer da Batalha de Poitiers, analisando os combatentes, as estratégias
militares utilizadas por ambas as partes e a liderança de Carlos Martel, e, por fim
contextualizar a Batalha de Poitiers dentro do contexto mais amplo da expansão
muçulmana na Europa e nas relações entre o mundo cristão e islâmico da época. Além
disso, buscaremos compreender o legado duradouro desse confronto na história
europeia e na formação da identidade cristã na Europa Ocidental.
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1. Antecedentes
1
Sede em Damasco.
2
Foi um califa omíada que reinou entre 705 e 715 a.C. Continuou a expansão do império islâmico,
iniciada pelo seu pai e era conhecido pela sua piedade.
3
Conhecido por ser o “Último rei dos godos”, Rodrigo reino desde 710 a 711 a.C.
4
Foi um estratega e general do exército omíada, provavelmente, de origem berbere. Comandou, em 711,
a conquista da Península Ibérica, ocupada até então pelos visigodos.
5
Batalha de Guadalete.
6
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.12.
7
Significa “Invasão”.
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expandiram o seu território para o sul da França, chegando à cidade de Narbonne em
719, «Muslim forces soon marched north of the Pyrenees and in AD 719 they took
control of Narbonne»8. No entanto, foi a invasão da Aquitânia em 731 que levou ao
confronto decisivo em Poitiers. Os exércitos muçulmanos, liderados por Abd al-
Rahman, foram detidos pelo exército franco liderado por Charles Martel, à pedido do
Duque da Aquitania, «Cuando los omeyas lanzan una nueva ofensiva hacia el norte,
saquean Aquitania y Burdeos, lo que obliga a Eudes de Aquitania a pedir auxilio a
Carlos Martel»9.
2. Causas
8
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.13
9
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura heroica”,
Titivillus. p.14
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a capacidade de resposta do reino franco diante das ameaças externas, como as
incursões muçulmanas.
Já, no lado árabe, o exército muçulmano, sob o comando de Abd al-Rahman al-
Ghafiqi10 atravessa os Pirenéus ocidentais e invade grande parte do reino Franco. Desde
a Gasconha e da Aquitânia, enquanto outras unidades entravam na Aquitânia através
dos desfiladeiros dos Pirenéus orientais. Da Septimania e, até mesmo do mar, a partir de
Tarragona. O exército do príncipe Eudes é derrotado nos arredores de Bordéus.
Seguidamente, os muçulmanos devastam Périgueux, Saintes e Angoulême e saqueiam a
Basílica de Saint-Hilaire nos arredores de Poitiers11.
10
General árabe e Uale do Alandalus, em 720 e de 730 até a sua morte. Morreu, lutando, contra os francos
de Carlos Martel na Batalha de Poitiers.
11
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.13-16.
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essa sede de poder que os muçulmanos tinham, se transformasse numa derrota
inevitável, fazendo assim parar o avanço islâmico.
3. Decorrer da Batalha
3.1 Comandantes
Do lado Cristão, a figura de maior destaque foi a de Carlos Martel. Este era
«Hijo del mayordomo del palacio Pipino de Heristal (…)»12 o antigo mordomo do
palácio do reino Franco. Pepino ainda durante o seu tempo enquanto mordomo do
palácio, conseguiu reunir as mordomias da Austrásia, da Burgúndia e da Neustria. Após
a sua morte, devido ao facto de ter vários filhos ilegítimos houve disputas pelo poder.
Carlos com o apoio das outras mordomias conseguiu estabelecer-se em 723 como o
único mordomo do palácio. É considerado a figura fundadora da dinastia carolíngia que
iria governar o território francês até ao século X. «Muere el 22 de octubre de 741 y es
sepultado en Saint Denis, junto a los reyes merovingios.»13 O facto de ter sido enterrado
no mesmo local, dos reis merovíngios mostra o quão importante Carlos Martel foi para
o reino Franco.
12
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura
heroica”, Titivillus. p.13
13
Pinson, L. (Trans.). (2017), “La batalla de Poitiers Carlos Martel, el nacimiento de una figura
heroica”, Titivillus. p.14
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.20
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que aumentou o seu prestígio. Rivalizou o poder de Carlos Martel, como um dos líderes
mais poderosos na França. É derrotado em Bordéus, em 732, foge e pede auxílio a
Carlos Martel. Após a batalha de Poitiers reconhece a autoridade de Carlos Martel.
Do lado Muçulmano, o homem mais importante foi Abd al-Rahman Ibn Abd
Allah al-Ghafiqi. Comandante do exército muçulmano que invadiu o reino Franco em
732. Fazia parte do clã Ghafiqi, um dos principais que se tinha estabelecido no Al-
Andalus. A primeira vez que se escreve sobre a existência deste homem, foi em 721,
após o ataque falhado pelos muçulmanos a Toulouse. Foi ele quem reorganizou, o
exército derrotado e os reuniu em Narbonne. Foi nomeado, durante um breve período de
tempo como wali, numa zona perto dos Pirenéus e de Narbonne. Liderou o exército
muçulmano na Batalha de Poitiers, onde acabou por falecer.
Cristãos
O exército inicial de Carlos Martel era no geral composto apenas por forças da
Austrásia e alguns homens do este do reino Franco. No entanto, há medida que Carlos
Martel foi estabelecendo a sua autoridade, Carlos conseguiu através da instalação de
novos governadores, fortalecer a sua estrutura militar nas regiões fronteiriças15. Através
das estruturas administrativas da Igreja, conseguiu também implementar reformas
militares.
Durante este período grande parte da sociedade, estava digamos virada, para
uma economia de guerra, algo que afetava todos os grupos sociais, principalmente a
aristocracia militar, «(…) the whole of society was affected by the demands of warfare,
though this fell most heavily upon the military aristocracy.»16 As conquistas e o sucesso
militar de Carlos Martel, também ofereciam oportunidades para conseguir ter sucesso
individual e conseguir riquezas. Este sucesso de Carlos Martel, foi o que fez com que o
seu exército inicial, se tornasse numa máquina poderosa de guerra. No geral, em termos
15
Regiões bastante instáveis na época, pois no século VIII, ainda não existiam fronteiras fixas.
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.24
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de números de homens, o exército de Carlos Martel sempre foi superior aos dos seus
inimigos. Isto porque, todos os homens livres tinham algum tipo de treino militar. Aliás,
era obrigatório fazer-se serviço militar na altura, nem que fosse apenas por três meses
ao ano. Havia pessoas que ao invés de prestarem serviço militar pagavam tributos. Estes
tributos que essencialmente, deram a Carlos Martel, os recursos necessários para que
pudesse pagar e equipar os seus homens.
De facto, a maior parte do exército era composta por soldados de infantaria que
combatiam a pé. No entanto, os senhorios e os donos de terras, também participavam no
combate militar. Também tinham que trazer com eles tropas adicionais.
Uma forma de distinção social, nesta época, notava-se também através do combate.
Normalmente o quão mais poderoso fosse o senhor maior era a sua probabilidade de
combater a cavalo, «The more prosperous a landholder, the more likely he would serve
on horseback (…)»18 A região da Austrásia, manteve-se como a principal fonte do seu
poder militar.
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.25
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.26
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.26
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O território da Aquitânia, era um território que fazia fronteira com outros reinos
poderosos. Estas condições fizeram com que Odão e os seus sucessores, preferissem
adotar uma estratégia mais defensiva, apoiando-se nas suas fortificações urbanas e nas
guarnições.
Muçulmanos
3.3 Planos
Cristãos
Para Carlos Martel a incursão muçulmana que avançou pela Aquitânia e que
depois avançou para Tours, tinha um objetivo principal. O de destruir um dos principais
templos do reino Merovíngio. A Igreja de Saint Martin em Tours. Esta igreja não só era
uma das principais de toda a Cristandade, como também se encontrava na fronteira entre
Neustria do reino Franco e do principado da Aquitânia. O plano de Carlos Martel era
essencialmente de praticar uma luta defensiva, que seria feita fora do seu território.
Provavelmente teria a informação que os muçulmanos preparavam uma ofensiva e por
esse motivo permaneceu em território merovíngio até a alguma movimentação concreta
ocorrer.
13 | P á g i n a
Muçulmanos
No entanto, é aqui que surge um forte debate. Este sendo, sobre qual era o real
motivo desta campanha. Uns consideram que este ataque tinha como objetivo expandir
o controlo islâmico para norte dos Pirenéus. Outros, acreditam que esta expedição tinha
como objetivo, o de fazer reconhecimento deste território. Um dos grandes obstáculos,
que os muçulmanos viriam a enfrentar seria a geografia do terreno, visto que
habitualmente os muçulmanos carregavam consigo armas de cerco, no entanto, seria
impossível passar com estas armas pelas montanhas.
Derrota da revolução
Abd al-Rahman al-Ghafiqi, assim que foi nomeado como wali, começou a
preparar aquilo que seria a campanha da batalha de Poitiers, em 730. Durante o mesmo
tempo, Odão da Aquitânia, tinha-se aliado com Munusa, um líder berbere da região da
Cerdanha.
Al-Ghafiqi, viu esta aliança como uma ameaça, não só para o domínio sobre o
Al-Andalus, mas também para a região da Septimania. Pediu para que os voluntários
que quisessem participar nesta campanha se reunissem em Pamplona, em 731. A
maioria dos voluntários eram berberes do norte de África. O número de homens que
compunha este exército seria entre 15000 a 20000. Esta aliança também preocupou
Carlos Martel, no entanto Carlos não via os muçulmanos como uma grande ameaça.
Durante estes dois anos antes da batalha de Poitiers, este exército de Al-Ghafiqi,
realizou inúmeros ataques de assalto. Neste ano, Carlos Martel realizou alguns ataques à
Aquitânia, provavelmente, para servir de aviso a Odão. Usou a aliança que Odão havia
estabelecido com Munusa como pretexto deste ataque. Afinal, Carlos sempre se
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.36
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apresentou como um defensor da Cristandade. Mais no Sul, Al-Ghafiqi, finalizava as
suas preparações.
Invasão da Aquitânia
Após acabar com a rebelião de Munusa, Al-Ghafiqi que controlava todo o Al-
Andalus «(…) Abd Al-Rahman decidió llevar el gihad a la Galia.»22 iniciou a sua
campanha contra a Aquitânia.
21
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.43
22
Chalmeta Gendrón, P. (2003). “Invasión e islamización: la sumisión de Hispania y la formación de al-
Andalus”, Editorial Mapfre. p.286
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Com os restantes dos seus seguidores, Odão, sem grandes esperanças de
conseguir salvar o seu principado, dirigiu-se para a cidade franca de Reims. Aqui pede
auxílio ao seu rival, mas cristão, Carlos Martel.
«Charles Martel promptly issued a general ban or military summons in order to raise the
largest army possible.»23 Carlos acudiu a este pedido, mobilizando com grande rapidez
um exército, com capacidade para prevenir um ataque muçulmano. Guiou os seus
exércitos até à cidade fronteiriça de Tours. Terá estabelecido campo, nesta região com o
objetivo de proteger a Igreja de Saint Martin, desta forma conseguiam também estar
atentos a eventuais movimentações feitas pelos muçulmanos.
Pouca certeza, temos sobre até que local é que os muçulmanos avançaram sem
terem enfrentado grande resistência. As poucas evidências disponíveis apontam que
23
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.47
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.49
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terão conseguido avançar até ao rio Creuse, este que se encontra localizado. Após
chegarem à confluência entre este rio e o Vienne, avançaram pelo planalto Sainte-
Maure-de-Touraine até Tours.
4. Batalha de Tours
A batalha principal iria ser travada perto do Clain e do Vienne, perto de uma das
principais estradas romanas da região. Os dois exércitos eram enormes, no entanto, no
caso muçulmano muitos destes eram apenas seguidores. Houve um período de “stand-
off” entre os dois lados, no qual nenhum queria tomar a iniciativa.
Como já foi referido acima, existem várias possibilidades para qual foi o dia da
batalha. Houve um período de cerca de seis ou sete dias, que ficou marcado por
pequenos confrontos e algumas manobras por parte dos exércitos. Foi Carlos que fez o
primeiro movimento, tendo atravessado o Vienne, onde adotaram uma posição
defensiva.
Segundo fontes cristãs o combate terá ocorrido num sábado de outubro de 732,
enquanto que os muçulmanos dizem que o seu líder morreu a 25 de outubro. Ora, 25 de
outubro foi num sábado. As datas coincidentes mostram assim que de facto o combate
terá ocorrido neste dia.
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killing».25 Foi um combate prolongado, mas no qual o exército franco conseguiu vencer,
após os muçulmanos se encontrarem desorganizados. Terão atacado o acampamento
muçulmano no final da tarde de 25 de outubro, onde eliminaram o líder Al-Ghafiqi.
Sem saberem bem o que fazer, os muçulmanos continuaram a resistir ao ataque, mas
Carlos Martel aproveitou a falta do seu líder para reforçar o seu ataque.
Retirada muçulmana
Os muçulmanos terão esperado pela noite, para fazerem a sua fuga. Deixaram o
campo intacto. Deixaram as tendas no lugar, de forma a enganar os francos, que
pensariam que os muçulmanos estariam a reagrupar-se, assim conseguiram ganhar
algum tempo. Este truque resultou, uma vez que durante a noite e no dia seguinte, não
houve perseguições feitas aos muçulmanos.
4.1 Consequências
A notícia desta derrota espalhou-se pelo mundo árabe, o que levou o wali do
norte de África a enviar reforços para o Al-Andalus. Em 733, Abd al-Malik Ibn Qatan
25
Eggenberger, D. (2012). “An Encyclopedia of Battles: Accounts of Over 1,560 Battles from 1479 BC to
the Present”. Courier Corporation. p.441.
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Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
Publishing. p.75
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al-Fihri passou os Pirenéus, tendo atacado Girona e Pamplona. Este ataque foi
executado com a intenção de punir estas regiões que haviam atacado os homens de Abd
al-Rahman al-Ghafiqi, quando estes fugiam. Não houve nenhuma invasão à Aquitânia.
Reforçaram o número de efetivos, nas regiões fronteiriças com o Reino Franco que
ainda lhes pertenciam.27
Para Carlos Martel, esta vitória não se limitou a ter conseguido impedir uma
invasão muçulmana de grande escala. Após a vitória, Odão reconheceu a autoridade de
Carlos e do reino Franco. Desta forma, Carlos adquiriu um vassalo poderoso, em Odão.
Tentou aproveitar a proximidade para formar alianças com a Borgonha28.
Os seus sucessores por outro lado, não o vão fazer, o que colocou um problema a
Carlos Martel. Durante vários anos, os Aquitanos permaneceram como rivais dos
Francos, até Pepino o Breve, conseguir derrotar Hunald II. A situação política do Al-
Andalus pouco interessou a Carlos Martel, enquanto este foi vivo.
A batalha de Poitiers, fez com que Carlos Martel tivesse grande prestígio, o que
fortaleceu o papel dos Carolíngios no reino Franco. Estabeleceram-se os alicerces que
levariam ao domínio dos Carolíngios sobre todo o reino Franco.
27
Regiões como a Septimania, Aragão, entre outras.
28
Nesta época, a Borgonha era uma espécie de sub-reino que Carlos tinha algum controlo sobre.
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No Al-Andalus esta derrota influenciou algumas regiões, no qual foram
registadas algumas revoltas, «Here the indigenous Christian population was encouraged
by the Muslim defeat and some rose in rebellion.»29 Porém, estas revoltas foram
facilmente derrotadas, através das campanhas que Abd al-Malik fez na Catalunha, em
Aragão, e Navarra.
Considerações Finais
Primeiramente fizemos uma abordagem profunda aos anos antes deste conflito,
para entender quais foram os fatores que levaram a esta batalha. Percebemos também
como era de facto a realidade militar desta época.
Entendemos que foi uma batalha que, se o resultado tivesse sido outro, podia ter
mudado por completo a história da Europa, visto que Carlos Martel conseguiu impedir
com que os muçulmanos avançassem pela Gália a dentro. Foi uma batalha bastante
importante também para Carlos Martel e para a afirmação da família Carolíngia, que
com esta grande vitória ganhou ainda maior prestígio no reino Franco, e permitiu a
Carlos construir os alicerces para que os seus descendentes conseguissem ocupar o seu
cargo.
Nicolle, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol. 190)”, Osprey
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Publishing. p.85
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Bibliografia
NICOLLE, D. (2008). “Poitiers AD 732: Charles Martel Turns the Islamic Tide (Vol.
190)”, Osprey Publishing. p.85
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