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Índice

1. Introdução .............................................................................................................. 2

2. Objectivos .............................................................................................................. 3

2.1. Objectivo geral ................................................................................................... 3

2.2. Objectivos específicos ....................................................................................... 3

3. Metodologia de trabalho ........................................................................................ 3

4. Fundamentação teórica .......................................................................................... 4

5. Resistências Africana ............................................................................................ 4

5.1. Contextualização histórica da Resistências Africana ........................................ 4

5.2. Objectivos das Resistências Africana ................................................................ 5

6. Generalização da Resistência ................................................................................ 5

7. A ideologia da resistência ...................................................................................... 6

7.1. O papel das ideias religiosas .............................................................................. 7

8. Tipos de resistências .............................................................................................. 7

8.1. Resistência passiva ............................................................................................ 7

8.2. Resistência activa ou imediata ........................................................................... 8

8.3. Contribuição da religião na resistência contra ocupação europeia .................... 8

9. Conclusão .............................................................................................................. 9

10. Referências bibliográficas................................................................................ 10


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1. Introdução
Este trabalho pretende analisar as tendências historiográficas que buscaram
definir um conceito historiográfico para a resistências africanas. Intenta-se inicialmente
compreender o surgimento dos estudos acerca da resistência africana, inserindo-os em
seu devido contexto histórico. Posteriormente, apresentamos criticamente algumas
ressalvas contemporâneas feitas a esse modelo. A última parte do trabalho é composta
por uma proposta teórica própria para a resistência anticolonial africana.
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2. Objectivos

2.1.Objectivo geral
 Falar das Resistências Africanas

2.2.Objectivos específicos
 Definir a Resistência;
 Falar das causas das resistências;
 Explicar e Conceitualizar o período pré-ocupação colonial de africa;
 Debruçar o papel da religião e das ideologias religiosas.

3. Metodologia de trabalho
O presente trabalho de campo, envolveu inicialmente a obtenção de informações
teóricas através de manuais, seguido do estudo formal descritivo, calcado numa
pesquisa bibliográfica junto a autores consagrados na abordagem do tema tratado, além
da leitura de artigos específicos sobre o assunto abordado através da internet.
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4. Fundamentação teórica

5. Resistências Africana
De acordo com NEWITTI (2007:288), define a resistência como conjunto de
iniciativas levada a cabo por um grupo de pessoas que defendem uma causa política na
luta, contra um invasor, para o mesmo autor vai mais além ao enfatizar que este termo
pode se referir qualquer esforço organizado pelos defensores de um ideal comum contra
a autoridade constituída, sendo qualquer milícia armada que luta contra qualquer
autoridade, governo ou administração imposta.

5.1.Contextualização histórica da Resistências Africana


Entre 1880 e 1900, a África tropical apresentava uma situação paradoxal, em
que o processo de conquista e ocupação era ao mesmo tempo irreversível e altamente
resistível M’BOKOLO (2004:285).
Irreversível por causa da Revolução industrial que permitiu aos europeus uma
vantagem decisiva em armas e facilidades nas comunicações no interior da África e
entre África e Europa graças as ferrovias, a telegrafia e o navio a vapor.
Resistível por causa da força dos africanos e ao facto de os europeus não terem
aplicado na batalha recursos humanos e tecnológicos abundantes.
A implementação da estratégia de penetração foi muito desordenada e inábil,
pelo que os europeus enfrentaram inúmeros movimentos de resistência que eles próprios
provocaram ou inventaram por ignorância e medo. Face a esta realidade os europeus
tinham de “obter a vitória final”, mas depois era importante, procurar pôr em ordem o
conturbado processo.
Para tentar justificar a partilha os europeus começaram a escrever livros sobre
aquilo a que chamaram “pacificação”.
A literatura colonial sustentou durante longo tempo a ideia de que a África era
uma espécie de vazio político, onde dominavam a anarquia, a selvajaria, a escravidão, a
ignorância e a miséria. Os europeus eram assim tidos como cavaleiros da civilização e
do progresso. Também procuravam dar a entender a ideia de ausência total do
sentimento nacional entre os africanos, que teriam, salvo algumas excepções aceite
passivamente a ocupação europeia.
Mas é irrefutável que a vitória dos europeus não foi reflexo da insignificância da
resistência africana.
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Desde o início da penetração europeia o nacionalismo africano manifestou-se de várias


formas, umas desajeitadas, outras ambíguas, até à reconquista da independência.

5.2.Objectivos das Resistências Africana


Os estudos sobre a resistência africana das décadas 1880 a 1900, em geral apoiam-se
ou servem para demonstrar três ideias-chave sobre a resistência africana:
 A resistência africana foi importante na medida em que provou que os africanos
nunca se resignaram diante da invasão;
 Longe de ser desesperada e ilógica, foi, muitas vezes, movida por ideologias
racionais e inovadoras;
 Os movimentos de resistência não eram insignificantes, pois tiveram consequências
importantes em seu tempo e são ainda hoje.

6. Generalização da Resistência
Uma das ideias sobre a resistência africana é sustentada pelos historiadores euro
centristas e sustentava que os povos africanos viam a chegada dos europeus como um
feliz acaso que os permitiria libertar-se das guerras internas e tribais, das epidemias,
fomes e outros males que assolavam o continente.
Segundo os teóricos desta corrente havia, entre os africanos, aqueles que eram
pacíficos e, portanto, não ofereceram resistência e outros, uma minoria "sedenta de
sangue", que protagonizaram reacções primitivas e irracionais. Portanto, para esta
corrente historiográfica, os africanos nunca protagonizaram uma acção de resistência
como um "fenómeno organizado".
É despropositado tentar, no contexto da resistência africana, distinguir as
sociedades africanas em belicosas e pacíficas, pois quase todos os estados africanos se
esforçaram por alcançar uma plataforma de colaboração com os europeus, mas também
todos eles tinham valores e interesses a defender, mesmo com recurso às armas, se fosse
necessário.
A atitude inicial dos africanos face à chegada dos europeus no Século XIX foi
muito variada, mas em geral prevaleceu a surpresa receosa ou divertida e sobretudo a
hospitalidade. Raramente foi de hostilidade. Só quando a escravatura atingiu as
pequenas tribos.
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Ignorando a existência de Homens brancos (europeus), algumas comunidades


africanas viam os brancos como Homens negros e que se tornaram brancos por serem
leprosos ou como castigo de Deus por serem infiéis. Outras julgavam que os brancos
tinham poderes sobrenaturais, enquanto outros povos, ainda, achavam que os brancos
eram selvagens e olhavam-nos com espanto e acompanhavam cada movimento seu. Os
reis não aceitavam avistar-se com eles.

Porém os primeiros viajantes (Livingstone, Caillé, Binger, Mungo Park, etc.) são
unânimes quanto à hospitalidade dos africanos. Aliás é essa atitude que explica o
sucesso de várias expedições de exploradores europeus que por África passaram nos
primeiros ¾ do século XIX.
Contudo no fim do século XIX os africanos aperceberam-se da existência de
uma nova vaga de estrangeiros cujos objectivos eram diferentes dos primeiros. Foi
nessa altura que a resistência africana começou a se manifestar, movida pela
consciência de um perigo de morte das colectividades africanas.
Primeiro foram os chefes e as classes privilegiadas que reagiram perante a
ameaça da sua liberdade e autonomia devido a chegada dos europeus.
Depois, com a implantação do sistema colonial, a resistência generalizouse
tomando diferentes formas, desde a fuga até a sublevação armada.
Como você vê, todas as sociedades africanas, desde as comunidades nómadas
até as várias sociedades centralizadas resistiram à ocupação europeia. Como é óbvio, o
nível de organização em cada uma das sociedades reflectiu-se na intensidade que a
resistência atingiu em cada
sociedade.
Um ponto assente, porém é que os africanos não assistiram indiferentes, ou com
agrado à ocupação de suas terras e nem tão pouco reagiram com actos primitivos e
irracionais diante da ocupação. Pelo contrário, um pouco por toda África,
independentemente do nível de organização de cada sociedade, os africanos procuraram,
das mais diversas formas de lutar contra a ocupação de suas terras.

7. A ideologia da resistência
Vários críticos europeus do colonialismo, favoráveis à oposição africana,
também admitiam, no entanto, que os africanos não tinham muita coisa no seu modo de
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pensar “tradicional” que pudesse ajuda-los a reagir efectiva ou concretamente às


agressões ao seu modo de vida.
As ideologias da revolta foram consideradas “magia do desespero”, votadas ao
malogro, sem perspectivas de futuro. Dessa óptica, os movimentos de resistência, por
mais heróicos que fossem, constituíam impasses fatais (GLUCKMAN, 1963: 137-45.
Citado por BOHAN, 2010).
A principal ideologia da resistência vê apontada por Bohan, recorrendo a dois
autores de que ideologia profana proposta é o princípio de “soberania”.

7.1.O papel das ideias religiosas


Não vamos desfrear das resistências descartando o papel da religião nas
resistência africana, trata-se aqui de região tradicional, ou para que diz que não é do
livro. De acordo com a compilação de Bohan, relata que vários historiadores tentaram
explicar e Suas conclusões pouco têm em comum com os “fanáticos feiticeiros-
curandeiros” dos relatórios coloniais ou com a “magia do desespero, contudo
”Descobriram que as doutrinas e os símbolos religiosos, regra geral, apoiavam-se
directamente nas questões da soberania e da legitimidade na sociedade africana,
servindo como elo entre soberano e sociedade. A legitimidade dos dirigentes era
consagrada por uma investidura ritual e, quando um dirigente e seu povo decidiam
defender sua soberania, apoiavam-se muito naturalmente nos símbolos e conceitos
religiosos (BOHAN, 2010:60).

8. Tipos de resistências

8.1.Resistência passiva
Esta forma de resistência foi a primeira a ser usada pelos africanos.
Caracterizava-se pela recusa do sistema, passividade, fuga para outras áreas de menor
actuação e sem acesso do colono, recusa do pagamento de imposto, recusa como
carregador, ou de produzir culturas obrigatória, simulação de doença, dissimulação,
erros voluntários durante recenseamentos fiscais sobre dados reais nome ou idade,
automutilação, enfraquecimento simulado ou voluntario, sabotagem de culturas, entre
outos. (M´bokolo, 2004:457-8)
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8.2.Resistência activa ou imediata


É o tipo de resistência de caracter espontâneo, sem sequencia cronológica,
recusa a consequência da colonização, sendo um resistência desorganizada teve como
objectivo de solidariedade não como estratégico, mas com um objectivo imediato e
palpável, como referimos que as resistências eram continuas mesmo com a implantação
da administração colonial, o africano sempre insurgiu. Os awadjis que eram um
movimento característico instalados em floresta tropical de Gabão, que se agrupavam
em serviços militar que orquestravam escaramuças e armadilhas. ( M’bokolo, 2004).

8.3.Contribuição da religião na resistência contra ocupação europeia


A religião como tenho vindo a referir que foi um dos grandes aglutinadores e
identidades, pois esta identificava a causa comum, nesse trabalho não apenas discute-se
as religiões tradicionais como também as importadas. Pois a religião possuía uma
ideologia forte para lutar e também era um instrumento forte e ideal para um mal-estar
profundo de angustia e duradouro, isto pela presença dos europeus.
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9. Conclusão
Findo o trabalho posso constatar que a atitude inicial dos africanos face à
chegada dos europeus no Século XIX foi, em geral, de surpresa receosa ou divertida e
sobretudo a hospitalidade. Raramente foi de hostilidade.
A resistência africana começou a se manifestar no fim do século XIX, quando os
africanos aperceberam-se da existência de uma nova vaga de estrangeiros cujos
objectivos eram diferentes dos primeiros, e foi movida pela consciência de um perigo de
morte das colectividades africanas.
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10. Referências bibliográficas


 ABBĀS, F. 1931. In BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África: África Sob
a Dominação Colonial. 2ª ed, Brasília: Unesco, 2010.
 BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África: África Sob a Dominação
Colonial. 2ª ed, Brasília: Unesco, 2010.
 HERNANDEZ, Leila Leite. Os movimentos de resistência na África. Revista de
História. São Paulo, USP, n. 141,. 141-149, 1999.
 MʹBOKOLO, Elikia. África Negra: História e Civilizações século XIX até
actualidade, Lisboa: Edições: colibri, 2004.
 NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa
América,1997.

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